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A seleção dos empregados para a realização da coleta de dados, referente a última seção do questionário (itens de 23 a 27), ocorreu de forma aleatória, durante a visita nos canteiros de obras das cinco empresas em estudo.

Obteve-se o maior número de entrevistados possíveis em cada uma das empresas, visando a pluralidade dos dados. Todavia teve-se de respeitar o trabalho sendo realizado no momento, sendo assim para não atrapalhar a rotina dos serviços

em desenvolvimento, foram entrevistados os funcionários cujas tarefas possibilitavam sua ausência por alguns minutos.

Logo, dependendo da disponibilidade dos colaboradores ao longo da visita, bem como do número de funcionários presentes em obra, o número de respostas coletadas em cada empresa divergiu. A Tabela 6 expressa está variedade:

Tabela 6 – Número de entrevistados por empresa

EMPRESA N.º DE ENTREVISTADOS A 3 B 6 C 3 D 8 E 1

Fonte: Autoria Própria (2019)

Quando questionados sobre a razão que os faz utilizar EPIs, os 21 funcionários utilizaram cinco respostas distintas, estes motivos apresentam-se na Figura 22:

Figura 22- Motivos para o uso de EPIs segundo os funcionários

Fonte: Autoria Própria (2019)

Salienta-se que os 8 funcionários que afirmaram não utilizar EPIs porque não há o fornecimento são todos empregados da empresa D, quatro deles evidenciaram que o único EPI que usam são botinas adquiridas por eles próprios, enquanto o restante permanece sem adquirir nem mesmo calçado de proteção.

O colaborador que opta por não utilizar alguns EPIs, mais especificamente luva de proteção, trata-se do funcionário entrevistado na empresa E, a obra que está

em plena fase de transição entre empreiteiras. Este funcionário destacou que não usa por descaso com seu próprio bem-estar, sabe que é preciso, entretanto persiste no erro, descreveu esse comportamento como falta de consciência.

Ambos os entrevistados que ressaltaram utilizar EPIs para dar o exemplo, e assim conseguir cobrar dos seus subordinados, tratam-se dos mestres de obras das empresas A e C.

As respostas positivas são provenientes das empresas A, B, C, onde os colaboradores relacionaram o uso de EPIs como essencial para garantir a segurança. E em relação a consciência adquirida através de um longo período de tempo atuando na construção civil resultar no uso do EPI, influenciando diretamente na preservação da vida, os 2 trabalhadores que forneceram está resposta como razão para a utilização possuem mais de 10 anos laborando no setor.

Posteriormente ao mencionar a possibilidade de esquecimento do uso de EPIs, para os funcionários que recebem esses equipamentos de proteção, os entrevistados revelaram o que acontece ao longo de seus anos de atuação na construção civil. O resultado consta na Figura 23:

Figura 23 – Ocorrência de esquecimentos

Fonte: Autoria Própria (2019)

Dentre os que esquecem de efetuar o uso constatou-se dois principais motivos. Mobilidade, o caso em que o funcionário precisa trocar de posto de trabalho e em decorrência disso acaba esquecendo EPIs, nesses casos os colaboradores revelaram que tão logo recordam-se ou percebem a ausência do EPI, retornam para

o local de trabalho anterior para busca-lo, geralmente todo o processo ocorre em poucos minutos. E proposital, quando o funcionário opta pelo pretexto de esquecimento para não usar algum EPI específico, quando é este o caso a ausência da proteção torna-se um hábito, como foi relatado ocorrendo mais de uma vez no mesmo dia.

A relação entre o percentual dos dois motivos de esquecimento revela-se na Figura 24:

Figura 24 – Principais causas de esquecimento do uso de EPIs

Fonte: Autoria Própria (2019)

Destaca-se que os 40%, referente aos funcionários que esquecem do EPI em decorrência da mobilidade, tratam-se de empregados da empresa B, que conta com monitoramento e treinamentos adicionais por parte da técnica de segurança do trabalho, e que esses esquecimentos possuem duração de poucos minutos.

Enquanto os outros 60%, 20% trata-se do funcionário entrevistado na empresa E, onde configura-se um processo de transição e não existe nenhuma forma de monitoramento do uso, e os últimos 40% ambos são funcionários da empresa A o que se correlaciona com a sobrecarga de tarefas do mestre de obras, e evidencia que a fiscalização e monitoramento referentes a segurança encontram-se defasados.

Na sequência, através da Figura 25 têm-se a relação dos EPIs cujo uso é mais comumente esquecido pelos funcionários, enfatiza-se que mais de um equipamento de proteção pode ser esquecido pelo mesmo funcionário.

Figura 25 – Relação dos EPIs cujo uso é mais esquecido pelos funcionários

Fonte: Autoria Própria (2019)

O protetor auricular foi relatado como de fácil esquecimento devido ao seu tamanho reduzido, e principalmente listado como item de esquecimento referente a mobilidade. Assim como os óculos de segurança, dois dos funcionários que afirmaram esquecer este item alegaram que é devido a mobilidade entre os postos de trabalho.

Já no âmbito da luva de proteção ambos os funcionários que a esquecem relataram que fazem isso propositalmente, ressaltando que este equipamento em particular é muito desconfortável para o uso durante a jornada de trabalho.

E esses mesmos funcionários relatam que sentem os danos em decorrência de anos desse comportamento displicente, possuem dificuldade com atividades rotineiras que envolvam identificação biométrica, isto é, em operações bancárias, eleições, confirmação de presença no processo de aprendizagem de direção de veículos. Suspeitam que seja consequência do contato direto com argamassas, concretos, entre outros compostos químicos utilizados na construção.

Em relação a ocorrência de acidentes de trabalho, a maior parte dos colaboradores (14 empregados) informaram já terem sofrido algum tipo de acidente em função do desempenho de suas atividades laborais, ou conhecem algum colega de profissão que tenha sofrido.

Enfatiza-se que quando se refere a acidente de trabalho de colega, este não precisa necessariamente estar a serviço das empresas relacionadas nesta pesquisa.

Além disso os próprios acidentes dos funcionários podem ter ocorrido em ambientes adversos, como atuação autônoma na construção civil, na realização de obras em suas residências, entre outros. Busca-se por meio dessa contabilização entender o cenário a qual se inserem esses trabalhadores, no município de Guarapuava, e verificar a ocorrência e tipos de acidentes mais comuns, aos quais são acometidos.

A Figura 26 demonstra o número de acidentes descriminados ao longo da coleta de dados, bem como a distinção entre os acidentes sofridos pelos próprios funcionários e os ocorridos com colegas de profissão:

Figura 26 – Ocorrência de acidentes de trabalho em canteiros de obras

Fonte: Autoria Própria (2019)

Como é possível que um funcionário tenha sofrido mais de um acidente de trabalho, relacionou-se na Figura 27 o número de acidentes enfrentados por cada um dos entrevistados:

Figura 27 –Número de acidentes de trabalho elencados por funcionário

Fonte: Autoria Própria (2019)

Observa-se que há no total 33 acidentes de trabalho referente aos 21 funcionários entrevistados, sendo que 7 afirmam nunca terem sofrido acidentes de trabalho, percebe-se que no geral tem-se uma taxa de 2,36 acidente/colaborador.

Salienta-se que todos os acidentes contabilizados na pesquisa, sofridos tanto por funcionários quanto colegas de profissão totalizam 49 acidentes, estes estão relacionados na Figura 28 de acordo com suas respectivas naturezas:

Figura 28 – Tipos de acidentes de trabalho identificados na pesquisa

Fonte: Autoria Própria (2019)

acidentes sofridos pelos entrevistados, e em segundo lugar tem-se a queda.

Logo, tendo em vista os tipos de acidentes ocorridos, esses foram classificados de acordo com as consequências provocadas: graves (quando o acidente conduziu a óbito, intervenção cirúrgica e/ou afastamento prolongado/definitivo do ambiente de trabalho), médio (resultando em afastamento do trabalho), baixo (curativo no local, funcionário permaneceu exercendo suas atividades).

A Figura 29 apresenta o resultado desta análise:

Figura 29 – Nível de consequências geradas por acidente de trabalho

Fonte: Autoria Própria (2019)

Destaca-se o maior número de acidentes graves e moderados são correspondentes a colegas de profissão, e poucos são os acidentes leves dessa categoria, isso deve-se ao fato de que os acidentes com consequências mais sérias são mais fáceis de serem lembrados pelos colegas, bem como tiveram até possível repercussão em mídia local. Isso não significa que acidentes leves não ocorreram, apenas que seus colegas de profissão não conseguem precisa-los com clareza.

Outro aspecto levantado pela Figura 29 é que a ocorrência de acidentes leves aos entrevistados é muito superior do que o acontecimento de acidentes moderados e graves, entretanto não existem margem tão ampla entre os acidentes graves e moderados.

Ressalta-se que a maioria dos acidentes leves, quase que sua totalidade é causada pela perfuração por prego, ocorrida devido ao ato de se pisar em pregos no

ambiente de trabalho, e este fato acontece mesmo nas empresas que utilizam EPIs, o que conduz a indagação sobre a efetividade dos calçados de proteção e também quanto as medidas referentes a gestão de resíduos no canteiro de obras, que propicia a permanência de madeiras com pregos em locais inadequados facilitando a ocorrência dessa perfuração.

Por fim, a Figura 30 mostra os acidentes sofridos por cada funcionário entrevistado, relacionando a causa com o grau da consequência.

Figura 30 – Discriminação de acidentes sofridos por funcionários relacionando o tipo de acidente e o nível de consequência

Fonte: Autoria Própria (2019)

A Figura 30 expressa que na maior parte dos casos de ocorrência de perfuração por pregos os danos são leves. Demonstra que o acidente de trajeto resultou em danos graves ao funcionário 16, o corte originado pela serra circular implicou em danos moderados e graves, aos funcionários 1 e 21, respectivamente.

Quanto a queda tem-se casos leves referentes aos funcionários 3, 5 e 17, um caso moderado ao funcionário 6, grave e moderado ao colaborador 10, e duas quedas moderadas ao funcionário 15.

Destaca-se que no geral as empresas não possuem um controle do número de acidentes ocorridos em seus canteiros de obras. Somente a empresa B tende a formalizar a situação, emitindo a CAT, Comunicação de Acidente de Trabalho, que relata a Previdência Social todos os acidentes ocorridos, mesmo que não exista a necessidade de afastamento.

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