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4.1 Situando os atores e agências pesquisados

Considerando que o objeto de pesquisa não se esgota em si mesmo, e está diretamente relacionado aos meios sociais, nos quais se insere, procuramos conhecer o contexto social dos sujeitos envolvidos do PBF, no nosso espaço investigativo.

Assim, constituíram elementos importantes de composição dos nossos contextos investigativos, uma caracterização das famílias e dos estudantes, das duas escolas pesquisadas – particularmente, no que se refere aos seus projetos político-pedagógicos e sua caracterização físico-administrativa-. Além destes aspectos, como parte da contextualização, analisamos dados, disponibilizados pelo setor de Serviço Social dos estudantes beneficiários do PBF, no Instituto Federal do Rio Grande do Norte - IFRN,

campus Caicó.

Como já nos referimos, nos procedimentos metodológicos, uma das primeiras iniciativas tomadas, após o levantamento de dados do universo dos estudantes da pesquisa, foi realizar uma reunião, em conjunto com as mães que atenderam ao nosso convite. Esta iniciativa nos possibilitou o levantamento dos dados, registrados em diário de campo, que comentaremos a seguir.

Para sabermos quantas e quais famílias de estudantes pertencentes ao Ensino Médio regular, do IFRN, eram beneficiárias do PBF, procuramos o serviço social desta instituição, no mês de abril de 2010; entretanto, o setor não dispunha dessa informação, tendo em vista a recente implantação da escola, que não detinha, sequer, o seu número de registro no INEP.

Diante desse empecilho, foi preciso adotar uma nova diretriz: assim, visitamos as quatro (4) turmas do Ensino Médio integrado regular, e solicitamos aos alunos, que eram de famílias beneficiárias, a anotação de seus respectivos nomes, telefones e nomes das escolas nas quais haviam estudado, anteriormente ao IFRN, numa lista que disponibilizamos, no momento desta visita.

A partir de tal lista, encontramos trinta e nove (39) alunos, nas condições do nosso interesse. Convidamos as mães destes alunos para participar de reunião na qual apresentamos nossa pesquisa e solicitamos a concessão de entrevista da parte delas e de seus filhos. Concomitante a isso, as listagens, com os nomes dos alunos, foram

repassadas ao setor de Serviço Social da Instituição, a pedido do mesmo, para acompanhamento e repasse das frequências dos estudantes, para a gestão do PBF, nos municípios de residência dos mesmos. De posse da listagem, as assistentes sociais fizeram levantamento dos estudantes que, daquela lista, efetuaram inscrição nos programas de assistência estudantil (auxílio-transporte, iniciação ao trabalho) e de pesquisa. O setor, então, nos disponibilizou tal levantamento, disposto em uma tabela; mas, como apresentava nome dos estudantes e de suas mães, construímos nosso próprio quadro (a seguir), a fim preservar a identidade dos sujeitos, bem como analisar tais dados.

Quadro 10 - Relação do nº de alunos do Ensino Médio integrado regular, 2010.1, pertencentes às famílias inscritas no PBF e suas situações de participação nos programas de assistência estudantil e de pesquisa do IFRN – campus Caicó

Programas Nº de participantes %* Auxílio-transporte 19 48,71 Iniciação ao Trabalho 4 10,25 Monitoria PIBIC/IFRN-CNPQ 3 7,69

Programa Talento Jovem 1 2,56

PIBIC 1 2,56

Cadastrado no Programa de Iniciação ao Trabalho, porém não incluído 3 7,69 Não efetuou cadastro junto a nenhum programa 9 23,07

Total de estudantes que participam de algum programa 27 69,23

Total de estudantes que não participam de programas 12 30,76

*

Respostas múltiplas

Os dados nos mostram a significativa inserção dos estudantes do PBF em programas da instituição, reforçando o indicativo de que se tratava de um contingente, em certa medida, privilegiado em relação a outros estudantes beneficiários do PBF os quais não contam com tais benefícios em outras instituições de ensino. Lembramos que o fato de serem alunos do Ensino Médio significa que se destacam em relação aos demais estudantes das classes populares, que frequentam o Ensino Fundamental em escolas públicas. Concluir este nível de ensino e chegar ao Médio mostra que tais discentes se destacavam, motivo pelo qual representaram o nosso universo de pesquisa.

No estudo deste universo, constatamos, também, que os referidos alunos se sobressaem nos seus rendimentos escolares, dentre todos os demais do IFRN. Daí, um dos motivos para a seleção da nossa amostra de famílias e estudantes, que desde o Ensino Fundamental, vinham sendo beneficiários do PBF.

Outro dado desde quadro, que chama atenção, é o percentual de alunos que não fez inscrição, a fim de concorrer à vaga em qualquer programa do IFRN. Durante nosso

contato com as mães, na referida reunião, as assistentes sociais (que também participaram do evento) trataram desta questão e as genitoras afirmaram que foram os filhos os responsáveis por não fazerem a referida inscrição. Pelas falas das mães, observamos que não detinham informações suficientes para compreender a natureza e benefícios, que poderiam advir, a partir do cadastro junto aos programas.

No dia da reunião, se fizeram presentes, conforme acordado, as duas (2) assistentes sociais do IFRN, uma professora (de geografia) e uma pedagoga, além da pesquisadora. Das mães convidadas, seis (6) compareceram, sendo quatro (4) do município de São João do Sabugi e duas (2) do próprio município de Caicó. Neste mesmo dia, realizamos a entrevista com as seis (6) mães.

Vale destacar que, do total de convidadas, apenas duas mães justificaram a ausência na reunião, junto ao setor de Pedagogia, pois residiam em zona rural e não dispunham de transporte, no horário previsto. O fato de, aproximadamente, 85% das convidadas não ter comparecido, pode tanto ser fruto das dificuldades econômicas para deslocamentos, como, também, um indicativo das dificuldades de relação entre escola e família, que se fazem presentes nas classes populares, como tratamos anteriormente.

Desejamos ressaltar, ainda, a presteza das mães de São João do Sabugi no atendimento ao convite, uma vez que tiveram que fretar transporte para vir ao Instituto. Essa ação foi amplamente enfatizada por elas, sendo que uma chegou a comentar, tendo em vista as ausências: ―as mães de São João do Sabugi são organizadas‖.

Após apresentação de cada um dos presentes, na sala, segui com a exposição da pesquisa, explicitando seus objetivos e importância, bem como os objetivos e funcionamento do PBF, quanto à condicionalidade da educação. Tratamos, também, sucintamente, da questão metodológica da pesquisa, ressaltando a participação das famílias e das escolas.

Tínhamos ciência de que tal iniciativa promoveria interferência na emissão das mensagens, que foram coletadas nas entrevistas. Entretanto, entendemos que para garantir uma abordagem mais ética, se fazia necessária a explicitação dos objetivos do estudo. Além disso, esse processo se deu durante delicada conjuntura (período pré- eleitoral do segundo turno para o cargo presidencial) e, pela delicadeza do próprio tema, como muitos relataram: ―quando se fala em dinheiro, o negócio aperta‖.

Diante da experiência histórica e cultural brasileira, em relação às políticas públicas sociais descontínuas, de uso eleitoreiro patrimonialista, os beneficiários temem perder a bolsa. Neste sentido, tivemos que deixar clara a isenção da pesquisa com as

eleições, os partidos políticos, bem como com a gestão do PBF.

Após a apresentação da pesquisa, deixei aberta a fala para as mães tirarem dúvidas ou fazerem comentários. Elas se mantiveram caladas; uma assistente social e a professora salientaram a importância da participação delas e a oportunidade daquele contato entre os presentes. Após este momento, as mães se dispuseram a realizar as entrevistas na mesma noite, tendo em vista a dificuldade de transporte para voltarem, outro dia, à escola.

Mesmo sabendo dos riscos que poderíamos estar correndo, por realizar a reunião e as entrevistas com as mães, no IFRN, no mesmo dia e com a participação de ―autoridades‖ do ambiente escolar dos seus filhos, optamos por tal estratégia, visto que estabelecemos outras salvaguardas para garantir a fidedignidade dos nossos dados, que foram: o intercruzamento e análise das percepções de outros grupos de sujeitos – estudantes, gestoras e docentes. Para tanto, também constituiu nosso campo de pesquisa as escolas onde os estudantes tinham concluído o seu Ensino fundamental. Assim, possíveis problemas com os depoimentos das mães poderiam ser contestados e cotejados, com os dos sujeitos das citadas escolas.

A partir da realização das entrevistas com mães e estudantes, selecionamos as escolas. A seleção teve, como critério, aquelas que apresentavam maior número de estudantes: uma escola municipal de Caicó (do total dos estudantes da lista, quatro eram provenientes desta escola, três do curso de Eletrotécnica do IFRN e um de Informática; dois deles foram entrevistados – estud.1 e estud.4) e uma escola estadual, do município de São João do Sabugi (quatro estudantes do curso de Informática concluíram o ensino fundamental nesta escola, dois foram entrevistados – estud. 2 e estud.5).

Para melhor situarmos as realidades das famílias e escolas participantes da pesquisa, realizamos breve caracterização nos tópicos que se seguem, uma vez que consideramos importantes as informações, advindas do contato com os grupos de mães, dos estudantes, de gestoras e professores, nas visitas realizadas.

4.1.1 Universo Familiar dos alunos beneficiários do PBF

Entendemos que a reunião com as mães foi bastante proveitosa para a escola e para elas próprias, pois foi uma circunstância que possibilitou o estreitamento da relação entre as partes, favorecida pelo pequeno número de presentes.

No contato com este grupo de entrevistadas, ficou evidente que boa parte delas teve infância e/ou adolescência em zona rural – sítio – e, devido às atividades que precisavam cumprir no sítio, pela distância e dificuldade de transporte para a escola, não

conseguiram concluir ou concluíram tardiamente os estudos.

Uma das referidas genitoras chegou a cursar o magistério, na expectativa de conseguir ingressar no curso de Pedagogia, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. Entretanto, isso não ocorreu. A mãe relata que a escola fez essa promessa, pois precisava de alunos. As demais mães não possuem profissionalização nem ocupação profissional fixa, desempenhando atividades temporárias de lavadeira, faxineira, ou de empregadas domésticas.

Ainda que não tenhamos perguntado, diretamente, as idades das mães entrevistadas, pudemos observar uma significativa variação: M1 e M3 são as mais jovens; M2 e M4 devem estar na faixa entre os 50 e 60 anos de idade. Quanto à estrutura familiar, também observamos variações: duas residem com filhos e esposo.

No caso de M1, trata-se de um segundo casamento, sendo, seu marido, padrasto de estud.1; M3 não menciona marido ou companheiro, nem o genitor de sua filha única, relatando, ainda, residir com sua filha, sua mãe, quatro sobrinhos, uma irmã e um tio, que é irmão da mãe; mas explica que sua residência é a ―casa dos fundos‖, da casa de sua mãe. M2 tem o maior número de filhos, dentre as entrevistadas e em sua residência mora o maior número de pessoas, dez: segundo ela, são filhos, neta e marido.

Através das entrevistas, observamos que a situação de renda e trabalho, nestas famílias é bastante precária, o que era, em certa medida, o esperado, face às características do programa em análise. Segundo M2, apenas um filho tem trabalho fixo. A renda da família provém de aposentadoria de uma filha, portadora de necessidades especiais, do PBF, do salário do filho e de ―bicos‖. Já M3, não consegue deixar claro quem trabalha na sua família, menciona, apenas, a renda da aposentadoria de sua mãe, afora a do PBF; na família de M1, apenas seu marido está trabalhando em empresa do setor de comércio do município, a referida entrevistada tinha contrato provisório em creche pública, mas perdeu o emprego com a chegada de concursadas para a função.

Nota-se que a detenção do diploma de Escola Normal, numa localidade com poucas oportunidades de trabalho, não é suficiente para garantir uma renda que independa das transferências governamentais. Por fim, M4 afirma que seu marido tem emprego de vigilante há vinte anos, com carteira assinada, e que seu filho mais velho, que é membro do Exército, também ajuda nas despesas de casa.

Boa parte das mães entrevistadas relata nunca ter tido problemas relacionados aos estudos com os filhos, são tranquilas e confiantes em relação a isso, o que sugere que há

casos, no PBF, que fogem das tradicionais situações de garantir a saída de crianças e jovens ―da rua‖, como sugerem vários estudos. É verdade que sabíamos que estávamos pesquisando um grupo singular.

Outro elemento que notamos, em algumas das entrevistas, é a existência de terceiros, que auxiliam as famílias, seja em despesas ou nos gastos com a escola, e no acompanhamento dos estudos dos jovens: sendo o caso de pessoas como as madrinhas, padrinhos, tios, tias e avós, que aparecem em nossos dados. Chama-nos atenção este detalhe, pois todas as entrevistadas afirmam, com convicção, que a falta da renda do PBF dificultaria, porém, não impediria a continuação nos estudos dos jovens.

Vê-se que há uma ―rede‖ de solidariedade entre parentes e amigos próximos, que contribuem tanto materialmente, como com a educação formal e informal destes jovens. Novamente, a singularidade do grupo de estudantes se destaca, no sentido de que estes fazem parte de uma ―rede‖ que valoriza o processo de escolarização.

Em tais contextos, observamos a presença de elementos trazidos por Donzelot (1980), quando analisa as tensões entre o público e privado, no atendimento das necessidades sociais dos indivíduos: neste sentido, o autor chama a atenção do importante papel das famílias e suas redes de relação, no provimento de direitos, na ausência do fornecimento das condições, pelo Estado.

As entrevistas com os estudantes foram realizadas uma a uma, nas dependências do IFRN, em seus intervalos de aula. A estud.3 foi a única que não teve sua escola de Ensino Fundamental pesquisada (eram previstas apenas duas, dado os limites temporais de uma dissertação de mestrado).

Chamou-nos muita atenção o rendimento escolar da estud.3, por ter obtido as notas mais altas das turmas de 1º ano do ensino médio, foi premiada como a melhor de 2010. Reforçando esta constatação, momentos antes da entrevista, o professor de química entrou na sala que estávamos e entregou uma prova à estud.3, que vibrou de alegria, quando constatou que havia recebido nota 10,6, por ter conseguido resolver a questão ―desafio‖. São dados que, mais uma vez, permitem sublinhar as especificidades do grupo de bolsistas, que vem contando com aporte do programa em análise.

Ademais, verificamos que estud.1 e estud.4 também são reconhecidos como bons alunos e têm boas notas. Já os outros dois entrevistados, não gozam de tanto prestígio entre seus professores, conforme comentado durante reuniões pedagógicas. Vemos que o rendimento destes está entre o baixo e o mediano.

mesmo com a condição de baixa renda, parecem demonstrar um acompanhamento da vida escolar de seus filhos. Estes, em sua maior parte, aparentam se distanciar das características da clientela do PBF, no que se refere às relações com a escola, ainda que os rendimentos que dele recebem se mostrem importantes, para o seu processo de escolarização.

4.1. 2 As Escolas pesquisadas e seu contexto

As escolas pesquisadas se localizam em dois municípios distintos, como vistos no mapa 1. Para o contato inicial com a escola 1, pertencente à rede municipal do município de Caicó, buscamos agendar visita, através de ligação telefônica. Entretanto, nos surpreendeu o fato de que essas escolas sequer possuem telefones próprios, o que nos levou a refletir sobre a carência de equipamentos básicos, ainda encontrada numa rede escolar municipal. O uso de telefones celulares dos funcionários é uma prática recorrente, devido às necessidades de comunicação da escola. Assim, por intermédio da pedagoga do IFRN, campus Caicó, tivemos acesso ao número de telefone celular da diretora da escola municipal e agendamos visita inicial.

A escola 1, que oferta Educação Infantil e Ensino Fundamental, nos turnos matutino e vespertino, fica localizada em bairro periférico da cidade, habitado por significativos contingentes das classes populares. É, também, conhecido por ser um local com altos índices de violência e consumo de drogas.

Nesta primeira visita, fizemos a apresentação da pesquisa e realizamos entrevista com a diretora e com a coordenadora pedagógica. A diretora nos indicou a professora do primeiro ano do Ensino Fundamental, do turno matutino, para ser entrevistada, tendo em vista ser a mais antiga da escola e grande conhecedora do cotidiano do bairro, por morar no mesmo. Com isso, ficou agendado nosso retorno, para efetuarmos a referida entrevista.

No nosso retorno, a professora indicada estava ausente, por motivo de doença, assim como a diretora, que estava em atividade, na secretaria da educação. Deste modo, fomos recebidos pela supervisora, que não estava a par da pesquisa, mas, num breve contato, explicitamos nossas intenções e ela nos orientou a entrevistar dois professores dos anos finais do ensino fundamental, no turno vespertino.

A referida funcionária nos disponibilizou, ainda, a nosso pedido, o projeto político pedagógico da escola, em processo final de construção. Retornamos, no turno vespertino, a fim de entrevistar os professores indicados que, no momento, estavam em sala de aula.

Assim, aproveitamos alguns minutos do horário de intervalo e mais alguns outros, nos quais as turmas dos professores ficaram acompanhadas da secretária da escola, com atividade por eles deixada. Nestas circunstâncias, eles nos solicitaram que fizéssemos as duas entrevistas, simultaneamente, o que nos levou a acatar o pedido. Eles foram bastante solícitos, não se negando a participar da pesquisa.

Do Projeto Político-Pedagógico (em construção) da escola e das informações prestadas pela diretora, através do preenchimento do questionário de caracterização, tentamos compor um sintético retrato de sua realidade.

Contabiliza-se, no ano de 2010, na esc.1, um corpo discente com cinquenta e três (53) alunos da Educação Infantil, duzentos e treze (213) alunos do Ensino Fundamental, totalizando duzentos e cinquenta e sete (257) alunos matriculados. Integrando o corpo técnico administrativo e pedagógico, têm-se nove (9) trabalhadores: diretora, vice- diretora, duas supervisoras, uma secretária, duas auxiliares de secretaria, uma bibliotecária e um orientador da TV ESCOLA. Conta-se, ainda, com sete funcionários de Serviços Gerais e o corpo docente é formado por duas professoras de Educação Infantil, dezenove do Ensino Fundamental, dois para o laboratório de informática e uma no acompanhamento pedagógico aos alunos. O nível de qualificação deste quadro de docentes é de graduação e/ou especialização, com alguns em formação.

O PPP (2010) da escola ressalta a experiência e qualificação da equipe gestora, sendo a diretora, que fora entrevistada, profissional com dezessete (17) anos de experiência no magistério, graduada em pedagogia e pós-graduada em gestão escolar. O PPP explicita, ainda, seu funcionamento em parceria com o Governo Federal, através do ―Programa Mais Educação‖, com a ―Escola de Tempo Integral‖.

Este último programa, segundo menciona o PPP (2010), oferece, aos seus estudantes, oficinas de: letramento, numeramento, teatro, recreação, rádio escolar e futebol. Sobre este funcionamento, o PPP (2010) registra, ainda, as limitações físico- estruturais do prédio, bem como o sentimento e postura adotados, como forma de enfrentamento a estas dificuldades, evidenciado no trecho a seguir:

Mesmo esta escola ainda não dispondo de um espaço físico adequado e satisfatório podemos encontrar um ambiente limpo e acolhedor, pois com o pouco que temos, dosamos amor, empenho, companheirismo e calor humano para também contribuirmos na formação de futuros cidadãos, críticos e conscientes de suas ações. (PPP, 2010, s/pag.) Encontramos, ainda, outro importante item, no PPP (2010) da esc.1: trata-se da relação Escola x Comunidade (denominação do próprio documento). O item analisa,

também, o perfil do público que atendido pela referida instituição de ensino, salientando o papel da escola, na formação de valores e competências, para que seus estudantes exerçam uma cidadania crítica e transformadora. Sobre seu público, diz que

Parte da clientela é oriunda de famílias desestruturas com pais separados, mães solteiras e pais viciados. Alguns não têm acesso a uma boa informação, falta acesso aos livros, e aos meios de comunicação. A maioria dos alunos são filhos de pais que possuem pouca escolaridade, poucos são os que têm grau superior ou ensino médio (PPP, 2010, s/pág.).

A partir do ―gancho‖ da família, mencionada na análise do perfil do público atendido, o documento esmiúça a relação de sua escola com a instituição família, explicitando as dificuldades enfrentadas, perante o atendimento dos estudantes de ―famílias desestruturadas‖. De acordo o PPP (2010, s/pág.), da esc.1:

Falta incentivo dessas famílias no que diz respeito ao bom