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5 ANÁLISE DAS PRÁTICAS DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA A PARTIR

5.1 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISES PARA AS ENTREVISTAS

5.1.1 Percepções sobre as concepções e práticas da Coordenação

Observamos que nos discursos dos participantes da pesquisa há sempre aproximações e entrecruzamentos com relação ao que eles concebem sobre a CP e práticas inerentes do setor, alguns com maiores detalhes na forma discursiva de se manifestar.

Verificamos que todos demonstram conhecimento acadêmico (teórico) sobre as atribuições da CP, como selecionamos nas seguintes afirmativas. Nas palavras de SP1 a CP “deve acompanhar e incentivar o desenvolvimento curricular”.

Para SP2 deve haver preocupações com o “desenvolvimento curricular através da oferta de formação continuada à equipe docente nos Encontros Pedagógicos [...] atendimento aos docentes”. Na afirmação de SP3 à CP

“compete a gestão das atividades didático-pedagógicas”. No discurso de SP4 é de responsabilidade da CP “auxiliar para a melhora das práticas docentes [...] e organizar reuniões pedagógicas periódicas para discussão/socialização/

aperfeiçoamento/qualificação/formação docente”. E por fim SP5 concebe as práticas da CP como “Acompanhar o desenvolvimento do currículo, assessorando os docentes [...] identificar nos atendimentos e propor para a Direção de Ensino temáticas a serem abordadas nos Encontros Pedagógicos e outros momentos de formação continuada”.

Com estes dados colhidos a partir dos discursos dos participantes, consideramos que já possuímos material objetivo para uma análise possível de se compreender as percepções dos entrevistados em relação as práticas da CP.

Verificamos que todos demonstram em suas vozes, clareza quanto às concepções das atividades que devem ser desempenhadas pela CP alinhados com os pressupostos teóricos de formação acadêmica pedagógica de cada sujeito e com o conhecimento de gestão escolar. Todos mencionam cada qual com suas palavras, a principal atribuição da CP que relaciona-se com à Organização do Trabalho Pedagógico na perspectiva da assistência pedagógico-didático. Observamos uma aproximação com o que diz Libâneo.

O CP responde pela viabilização, integração e articulação, do trabalho pedagógico-didático, em ligação direta com os professores, em função da qualidade do ensino. A CP tem como principal atribuição a assistência pedagógico-didático aos professores [...] auxiliando-os a conceber, construir e administrar situações de aprendizagem adequadas às necessidades educacionais dos alunos. [...] As funções de CP podem ser sintetizadas nesta formulação: planejar, coordenar, gerir e acompanhar e avaliar todas as atividades pedagógicos-didáticas e curriculares da escola e da sala de aula, visando atingir níveis satisfatórios de qualidade cognitiva e operativa das aprendizagens dos alunos (2017, p.180, 181).

Os Sujeitos Participantes também mencionam como inerente a CP a formação continuada de professores em serviço como já exploramos no segundo capítulo deste trabalho. Validamos as concepções, baseados nos apontamentos de Christov e Domingues.

A atribuição essencial do coordenador pedagógico está, sem duvida alguma, associada ao processo de formação em serviço dos professores [...] o professor coordenador é um agente fundamental para garantir que os momentos de encontros na escola sejam proveitosos (CHRISTOV, 2012, p.12).

Coordenar o pedagógico pressupõe um profissional afinado com suas atribuições, com capacidade de refletir criticamente sobre o seu fazer, envolvido em desvelar na formação docente as relações existentes entre a teoria e a prática e criar condições para uma reflexão planejada, qualificada e organizada a partir das necessidades dos educadores envolvidos. [...] A proposta de formação centrada na escola, quando há um investimento no coletivo escolar, valoriza os saberes e experiências dos educadores e propõe a reflexão sobre a própria prática, estabelecendo um diálogo entre ela e o conhecimento pedagógico existente. Desse modo, os projetos de formação desenvolvidos na escola, aproximam-se da concepção de que os professores [...] constituem-se protagonistas de sua ação e de seu desenvolvimento profissional (DOMINGUES, 2014, p. 116).

Também observamos menções a ações para além da competência da CP, e nesse sentido é licito ressaltar a necessidade em não se perder a intencionalidade escolhas que indiquem as prioridades do trabalho desenvolvido (DOMINGUES, 20104, p.114).

Em um segundo momento numa perspectiva de levantar subsídios sobre a articulação teoria e prática no saber fazer pedagógico, indagamos os sujeitos participantes sobre como efetivamente acontecem as ações desenvolvidas pela CP.

SP1 expressa que a CP “promove os encontros pedagógicos com discussões de temas relevantes para o desenvolvimento do ensino e/ou ações didático-pedagógicas de sala de aula [...] e participa do Conselho de classe, propondo sugestões e adotando os procedimentos necessários visando a qualidade do processo de ensino em relação a formação continuada dos professores”. SP2 retoma a ação do “trabalho do Assessoramento Pedagógico”. Para SP3 a CP

“acompanha as atividades didático-pedagógicas”. SP4 descreve as atividades de

“organizar reuniões pedagógicas periódicas para discussão/socialização/aperfeiçoamento/qualificação/formação docente”. E por fim SP5 indica a prática do “Planejamento e execução de Encontros Pedagógicos durante o ano letivo”.

Podemos observar que todos os SP demonstram em seus discursos conexões com os primeiros apontamentos, representando que sua atividade profissional diária está alinhada ao entendimento que a teoria e a prática são indissociáveis, e refletem a prática social numa ação consciente de sua própria ação. Conforme Libâneo (2010) é a associação da teoria e da prática em torno dos saberes pedagógicos, que constitui a base da identidade profissional do pedagogo.

Como já era esperado, os entrevistados tendem a direcionar as ações da CP diante das representações dos setores que atuam em cada Campus do IFRR, cientes da importância tanto do profissional pedagógico como do próprio setor para com o desenvolvimento de atividades inerentes a CP. Vislumbra-se, portanto, que os pesquisados reiteraram que há uma solidificação enquanto as ações realizadas efetivamente pela CP e seu alinhamento teórico-prático. Em todas as respostas atribuídas, percebemos a idealização de um profissional que trabalha com a dinâmica dos processos de uma CP, carregando forte comprometimento no exercício da profissão.

Queremos destacar que aparentemente nossos questionamentos podem demonstrar semelhanças, entretanto tivemos o propósito de levantar os aspectos teóricos (concepções) e práticos (prática propriamente dita) da ação da CP.

Verificamos que as respostas coletadas têm aspectos similares, demonstrando sintonia e compreensão do fazer técnico pedagógico numa concepção de práxis

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