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No intuito de alcançar os objetivos propostos neste estudo, as principais fontes que guiaram esse percurso metodológico foram: a) Legislação e normas sobre a política de pós- graduação stricto sensu, portarias relacionadas aos Planos e às políticas de pós-graduação

stricto sensu; b) Textos dos PNPGs, boletins informativos, relatórios; c) Bibliografia sobre

a história e análise dos PNPGs.

As referências que auxiliam a análise dos dados e subsidiam as análises dos respectivos períodos históricos dos Planos foram obtidas mediante pesquisa bibliográfica em bases como o Portal de Periódicos da CAPES, Scientific Electronic Library Online (SciELO), Google Acadêmico em que se buscou publicações sobre a história do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG) e dos PNPGs.

Importante salientar que, no que diz respeito à bibliografia sobre os PNPGs, percebeu-se que há mais publicações e análises para os Planos mais antigos e muitas publicações dedicadas à análise histórica dos Planos. Desse modo, a partir da leitura da análise desses documentos foi demonstrado que há mais citações e referências aos Planos mais antigos. Em virtude dessa carência para os Planos mais recentes – em especial, os PNPGs 2005-2010 e 2011-2020 – foi necessário se amparar em uma análise mais profunda dos textos dos Planos e da documentação correlata.

Desse modo, a coleta e análise de dados deu-se por meio de documentos (textos dos PNPGs, boletins informativos, relatórios, documentos de base, portarias) e de autores(as) que se dedicaram ao estudo dos Planos, conforme sintetizado pelo quadro a seguir, que também apontou facilidades e entraves para esse estudo.

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Quadro 3 – Histórico dos Planos Nacionais de Pós-Graduação: documentação analisada (continua).

Plano Nacional de Pós-Graduação

Abrangência Documentos Analisados Observações

1º PNPG 1975-1979 - Lei n. 5.540, de 28 de novembro de 1968; - Texto do 1º PNPG; e - Decreto n. 73.411, de 04 de janeiro de 1974. A quantidade e a qualidade de bibliografia sobre o tema e sobre o período

colaboraram para uma análise mais aprofundada desse Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG). 2º PNPG 1982-1985 - Lei n. 5.540/1968; - Texto do 2º PNPG; - Decreto n. 85.487, de 11 de dezembro de 1980; e - Decreto n. 86.791, de 28 de dezembro de 1981.

Foi encontrada pouca bibliografia voltada para políticas de pós-graduação para o período que

pudessem respaldar melhor a análise desse PNPG.

3º PNPG 1986-1989 - Decreto n. 85.487/1980; - Texto do 3º PNPG; e - Constituição Federal (CF) de 1988.

Foi encontrada pouca bibliografia voltada para políticas de pós-graduação para o período que

pudessem respaldar melhor a análise desse PNPG. 4º PNPG 1990-2003 - Medida Provisória (MP) n. 150, de 15 de março de 1990; - Lei n. 8.028, de 12 de abril de 1990; - Lei n. 8.405, de 09 de janeiro de 1992; - Portaria n. 47, de 17 de outubro de 1995, da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); - Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996; - Portaria CAPES n. 80, de 16 de dezembro de 1998; - Boletim Informativo da CAPES (v. 10 – 2002); e - Memória e os Objetivos do IV PNPG (BRASIL, CAPES, 2005, p. 2);

Não houve a publicação do documento do PNPG. As diretrizes foram discutidas pelas comunidades

acadêmica e científica, mas foram incorporadas apenas pelas Diretorias da CAPES. No entanto, a bibliografia sobre o tema colaborou bastante para a análise do período.

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Quadro 4 – Histórico dos Planos Nacionais de Pós-Graduação: documentação analisada (conclusão).

Plano Nacional de Pós-Graduação

Abrangência Documentos Analisados Observações

5º PNPG 2005-2010 - Texto do 5º PNPG. O Plano é mais robusto, apresenta mais volume e detalhes que os demais, facilitando sua análise e diminuindo a dependência de outros olhares por meio de bibliografia sobre o tema e sobre o período. 6º PNPG 2011-2020 - Texto do 6º PNPG; - Portaria CAPES n. 36, de 05 de fevereiro de 2010; - Portaria CAPES n. 165, de 20 de agosto de 2010; - Relatório Final 2013 da Comissão Especial de Acompanhamento do PNPG 2011-2020 e Elaboração da Agenda Nacional de Pesquisa; - Relatório Final 2014 da Comissão Especial de Acompanhamento do PNPG 2011-2020 e Elaboração da Agenda Nacional de Pesquisa; - Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014 (Plano Nacional de Educação – PNE); - Portaria CAPES n. 203, de 14 de novembro de 2016; e - Relatório Final 2016/2017 da Comissão Especial de Acompanhamento do PNPG 2011-2020.

O Plano é ainda mais robusto que o seu antecessor e foi constituído por dois volumes. Apresenta mais detalhes que os planos anteriores, facilitando sua análise e diminuindo a dependência de outros olhares por meio de bibliografia sobre o tema e sobre o período. Há, contudo, pouca bibliografia e poucas reflexões sobre esse documento.

Fonte: Elaboração própria.

Após a obtenção dos documentos, foi utilizado como método a análise de conteúdo, procedimento clássico para analisar materiais de texto de qualquer origem que tem como objetivo classificar o conteúdo do material, criando categorias para as declarações, sentenças ou palavras (FLICK, 2013). As categorias utilizadas para análise foram aquelas cinco

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categorias da ação pública (atores, instituições, processos, representações e resultados) definidas por meio da revisão de literatura.

Por fim, com a análise dos conteúdos dos documentos e com o auxílio de quadros explicativos, o trabalho seguiu para a fase de análise de dados e resultados da pesquisa, com as devidas conclusões e apontamentos para estudos posteriores.

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4 OS PLANOS NACIONAIS DE PÓS-GRADUAÇÃO

Barros (2017) considera que há deficiência de instrumentos adequados para a articulação entre governo, comunidade de pesquisa e a sociedade que sejam capazes de promover uma construção coletiva eficaz e para que seja possível perceber as diferenças e desenhar as estratégias adequadas para a promoção do desenvolvimento da sociedade com o auxílio da pesquisa científica.

Nesse sentido, os Planos Nacionais de Pós-Graduação (PNPGs) podem ser entendidos como instrumentos capazes de promover estímulos à pesquisa científica e à formação de recursos humanos altamente qualificados através do estabelecimento de estratégias para a sua sistematização e organização. Estes incorporaram elementos que refletiam momentos históricos, políticos e econômicos, sendo influenciados direta ou indiretamente pela conjuntura interna e externa vivenciada pelo país ao longo do tempo, como será visto a seguir.

Importante destacar que a leitura dos PNPGs foi feita sob a ótica das representações, dos atores, das instituições, dos processos e dos resultados, todos os cinco elementos de ação pública apontados por Lascoumes e Le Galès (2012b), como uma proposta de análise de instrumentos de políticas públicas que possa revelar perspectivas pouco conhecidas até então.