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Os alunos selecionados para participarem da pesquisa possuem uma faixa etária entre 15 e 16 anos, e estudam no 8º (oitavo) e no 9º (nono) ano do ensino fundamental da escola campo de pesquisa. Foram escolhidos um total de 10 (dez) alunos para participarem da pesquisa, sendo 05 (cinco) do sexo feminino e 05 (cinco) do sexo masculino. No que se refere ao tempo de estudo na escola campo de pesquisa: 01 (um) dos alunos estuda apenas há 01 (um) ano, os demais estudam há mais de 02 (dois) anos.

4 ANÁLISES E DISCUSSÕES DA PESQUISA

Gráfico 01 - Concepções da Comunidade Escolar em relação à escolha do Gestor da Escola campo de pesquisa:

Fonte: Resultados da Pesquisa, 2017.

No que se refere à escolha da gestão da escola, observa-se no gráfico 01 que 80% dos servidores, 50% dos responsáveis e 70% dos alunos optaram pela opção A, que contempla a seguinte afirmativa: eleição direta e secreta, com a participação de toda a comunidade escolar (professores, supervisores, coordenadores, demais servidores, pais, alunos e etc.). 0% dos servidores, 10% dos responsáveis e 20% dos alunos escolheram a opção B que contém a afirmativa: eleição somente com servidores da escola. Nenhum dos segmentos escolheu a opção D que contém a afirmativa: indicação política. 10% dos servidores, 20% dos alunos e 10% dos alunos escolheram a opção E, que contempla que a escolha da gestão da escola é realizada através de concurso público.

Portanto, a maioria dos participantes da pesquisa escolheu a alternativa A, que navega de encontro à alternativa escolhida pela gestora da escola, como também, aos aspectos legais contidos na Constituição Federal Brasileira de 1988 e na LDB 9.394/96, que tratam da

implementação da gestão democrática nas escolas públicas do país.

Destaca-se que a eleição do gestor escolar de forma secreta, direta e transparente representa uma das manifestações mais significativas em termos de democracia na escola; a mesma é vista como positiva na medida em que todos os segmentos da comunidade escolar participam de todo o processo eletivo.

A eleição, na escola campo de pesquisa, foi realizada nos moldes orientados, conforme citado acima, pela CF 1988, pela LDB 9.394/96 e acrescenta-se também, em conformidade com a Lei Municipal de Imperatriz 1.139/2005 que Regulamenta o Processo Eleitoral de Gestores de Escolas Municipais e de Nomeação de Gestores de Escolas Conveniadas e dá outras Providências, e que define em seu Artigo 1º:

Os gestores das escolas municipais serão eleitos por voto direto e secreto da comunidade escolar, constituída pelos professores, técnicos, servidores, alunos maiores de 15 anos, pais de alunos ou responsáveis legais, para mandato de 02 (dois) anos cujo processo eleitoral e posse serão regulamentados pelo Conselho Municipal de Educação (CME).

A última eleição, para gestores escolares, em Imperatriz, foi organizada pelo Conselho Municipal de Educação e pela Secretaria Municipal de Educação da cidade, em dezembro de 2015, seguindo as subseqüentes normativas, presentes na Lei Municipal 1.139/2005:

Artigo 2º - As eleições para gestores das escolas municipais realizar-se-ão sempre no mês de dezembro dos anos ímpares.

[...]

Artigo 6º - O Conselho Municipal de Educação, com o apoio da Secretaria Municipal de Educação será o responsável pela normatização do processo eleitoral competindo-lhe, dentre outras prerrogativas, a convocação de eleições no período de 30 (trinta) dias antes da data do sufrágio e, através de resoluções, sanar eventuais problemas decorrentes de omissão do processo legal.

Artigo 7º - O Conselho Municipal de Educação instituirá uma comissão em cada escola, onde houver eleição, formada por 03 (três) membros do Conselho Escolar, democraticamente escolhidos, em reunião previamente convocada para este fim, visando auxiliar no processo eleitoral.

Artigo 8º - O Conselho Municipal de Educação, a Secretaria Municipal de Educação e a Comissão Permanente de Saúde, Educação, Cultura, Lazer e Turismo da Câmara Municipal de Imperatriz tem a incumbência de fiscalizar todos os procedimentos decorrentes do processo eleitoral, sendo-lhes facultados o adiamento, a suspensão e a anulação do processo eleitoral, quando quaisquer dos dispositivos desta Lei forem desrespeitados ou quando não forem levados em consideração os princípios elementares da democracia, transparência e seriedade na condução do processo eleitoral.

É importante salientar que a gestora atual da escola campo de pesquisa, primeiramente, assumiu esta função por indicação política, devido a um problema de saúde do antigo gestor,

que não poderia continuar a desenvolver as suas atividades; a mesma assumiu a função em setembro de 2015, e em dezembro do mesmo ano, venceu as eleições na escola, garantindo a sua permanência por mais dois anos (tempo de duração de cada mandato).

O gestor é o líder escolar, que deverá conduzir todo o processo administrativo e pedagógico; é um solucionador proativo das problemáticas enfrentadas no ambiente escolar; é um líder comunicador que deve promover a democracia e a união de todos os segmentos da comunidade escolar. Para desenvolver este importante papel, é importante que este seja um profissional experiente e com a formação adequada. A LDB 9.394/96 prevê em seu Artigo 64, que:

A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para educação básica, serão feitos em cursos de graduação em Pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nessa formação, a base comum nacional.

A gestora da escola campo de pesquisa possui a formação exigida em Lei, ou seja, a mesma é formada em Pedagogia e concluiu, no início de 2017, uma pós-graduação em Gestão Escolar.

Esta é a sua primeira experiência como gestora escolar em uma unidade de ensino pública, uma vez que a mesma era proprietária e gestora de uma escola particular de educação infantil.

Portanto, no que se refere à escolha da gestão da escola, a partir do Gráfico 01, é possível afirmar que a maioria da comunidade escolar possui o devido conhecimento de como deve ser o processo eletivo, e que as eleições, na escola campo de pesquisa, ocorrem de forma democrático-participativa.

Gráfico 02 - Concepções da Comunidade Escolar em relação ao estilo de Gestão praticado na Escola campo de pesquisa:

Fonte: Resultados da Pesquisa, 2017.

O gráfico 02 aponta que 30% dos servidores, 30% dos responsáveis e 20% dos alunos escolheram a opção A, que contém a seguinte afirmativa sobre o estilo de gestão que a escola possui: autocrática, a gestão toma as decisões sozinha, e repassa somente as informações que acha necessário aos demais membros da comunidade escolar. 40% dos servidores, 60% dos responsáveis e 60% dos alunos escolheram a opção B, que contempla a seguinte afirmativa:

democrática, a comunidade escolar participa das tomadas de decisão, todos são responsáveis por gerir a escola, e fazem a devida prestação de contas das verbas.

Nenhum dos participantes da pesquisa escolheu a opção C, que contém a seguinte afirmativa:

liberal, a gestão repassa a responsabilidade para a comunidade escolar e se ausenta freqüentemente das decisões. Já 30% dos servidores, 10% dos responsáveis e 20% dos alunos optaram pela letra D, ou seja, afirmaram não saber a resposta.

A maioria dos participantes da pesquisa, afirmaram, através da alternativa B, assim como a gestora da escola campo, que o estilo de gestão que é desenvolvida, no ambiente escolar pesquisado, é a democrática, na qual, todos os membros da comunidade escolar participam das decisões inerentes ao contexto da escola, participam da construção do Projeto Político

Pedagógico e também de órgãos colegiados como o Conselho Escolar, Associação de Pais e Mestres e Grêmio Estudantil.

A gestão democrática da educação é hoje, um valor já consagrado no Brasil e no mundo, embora ainda não totalmente compreendido e incorporado à prática social global e à prática educacional brasileira e mundial. É indubitável sua importância como um recurso de participação humana e de formação para a cidadania. É indubitável sua necessidade para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. É indubitável sua importância como fonte de humanização. (Ferreira, 2000 apud Ferreira & Aguiar, 2008).

A gestão com estilo democrático, portanto, é aquela aberta à comunidade e que se contrapõe ao estilo Autocrático e ao Liberal. O estilo de gestão democrática possui uma postura humanizadora, estabelece relações horizontais, e prioriza palavras de ordem como:

deliberação coletiva, descentralização administrativa e pedagógica, e transparência na utilização dos recursos.

A gestão democrática no ambiente escolar está assegurada na Constituição Federal de 1988, no Plano Nacional de Educação (2014-2024) e na Carta Magna da Educação – LDB 9.394/96, que estabelece em seu Artigo 14:

Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;

II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

A gestão democrática nas escolas públicas brasileiras é fundamental, pois além de proporcionar a participação efetiva da comunidade, quando é conduzida de forma fidedigna;

este estilo de gestão proporciona também a autonomia na escola, a descentralização e a transparência dos processos e garante melhores resultados nas várias dimensões que permeiam a escola como: pedagógica, estrutural, administrativa e financeira.

Gráfico 03 - Concepções da Comunidade Escolar em relação a influencia da Gestão no desenvolvimento dos processos de ensino-aprendizagem na escola campo de pesquisa:

Fonte: Resultados da Pesquisa, 2017.

O gráfico 03 demonstra a percepção dos participantes da pesquisa em relação a influencia da gestão para o desenvolvimento dos processos de ensino-aprendizagem. 100% dos servidores escolheram a opção A, assim como 90% dos responsáveis, 60% dos alunos e como a gestora da escola. Esta opção (A) contempla a seguinte afirmativa: sim, a forma como a escola é gerida influencia diretamente nos resultados da escola, principalmente no que se refere aos processos de ensino-aprendizagem. 0% dos servidores, 10% dos responsáveis e 20% dos alunos escolheram a opção B, que contém a afirmativa: não, os resultados da escola são exclusivamente de responsabilidade dos professores e dos alunos e/ou da família. 0% dos servidores, 0% dos responsáveis e 20% dos alunos escolheram a opção C, ou seja, afirmam não saber a resposta.

Portanto, conforme a maioria dos participantes da pesquisa, é inegável a contundente responsabilidade que a gestão da escola possui, no que se refere ao desenvolvimento positivo e até mesmo negativo dos processos de ensino-aprendizagem. Gerir o espaço escolar é um ato complexo, que exige formação, experiência, sabedoria, estabelecimento de relações horizontais e harmoniosas, efetivação da gestão democrática e a abertura da escola para a

participação da comunidade.

O gestor é o líder, e é caracterizado como o fio condutor, aquele que possui uma visão em 360°, preocupado com todos os fatores que influenciam na aprendizagem escolar como:

estrutura física, estrutura pedagógica e administrativa, material didático, motivação e formação de professores, merenda escolar, projetos, construção do PPP, inclusão, evasão, repetência, infrequência, violência, bullying e etc.

Portanto, uma gestão forte, democrática, comprometida e ativa com certeza influencia diretamente no desenvolvimento dos processos de ensino-aprendizagem e fortalece a escola no todo; cria um processo de união e sinergia com a comunidade, garantindo melhores resultados nas avaliações internas e externas. É importante destacar que o estilo de gestão exercido é fundamental para a qualidade da educação ofertada, pois se a escola for conduzida por um gestor despreparado, que não valoriza a participação da comunidade e a aprendizagem de seus alunos as chances do fracasso escolar alargam.

Gráfico 04 - Concepções da Comunidade em relação ao Conselho Escolar:

Fonte: Resultados da Pesquisa, 2017.

O Conselho Escolar é um órgão de gestão coletiva da escola pública. O mesmo é assegurado

na LBD 9.394/96 e possui como membros: gestores, professores, servidores de apoio, coordenadores, alunos, pais, responsáveis e etc. Este órgão é considerado como um dos instrumentos mais significativos da gestão democrática no ambiente escolar. O gráfico 04 demonstra que 10% dos servidores, 80% dos responsáveis e 90% dos alunos escolheram a opção A, assim como a gestora da escola. A opção A contempla a seguinte afirmativa sobre o Conselho Escolar: sim, o mesmo é forte e atuante, atende aos ideais de democracia, toma das decisões de forma consciente e coletiva, e gere o caixa escolar com responsabilidade. 70%

dos servidores, 10% dos responsáveis e 10% dos alunos escolheram a opção B, que diz: sim, no entanto, não é atuante, pois não se ouve falar de suas decisões e dinâmica de trabalho.

Nenhum dos participantes da pesquisa escolheu a opção C, que possui a seguinte afirmativa:

não, a escola ainda não se organizou para a implantação e manutenção do mesmo. 20% dos servidores, 10% dos responsáveis e 0% dos alunos escolheram a opção D, afirmando não saber a resposta.

Aos conselhos escolares cabe deliberar sobre as normas internas e o funcionamento da escola, além de participar da elaboração do Projeto Político-Pedagógico; analisar as questões encaminhadas pelos diversos segmentos da escola, propondo sugestões; acompanhar a execução das ações pedagógicas, administrativas e financeiras da escola e mobilizar a comunidade escolar e local para a participação em atividades em prol da melhoria da qualidade da educação, como prevê a legislação. (MEC – Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, 2004).

É importante destacar que, ao analisar as atas do Conselho Escolar, da escola campo de pesquisa, se pôde verificar que o mesmo possui como atribuições deliberar sobre prioridades da escola em relação ao pedagógico, ao financeiro, ao estrutural. A criação do mesmo se deu para além de proporcionar a transparência dos processos na escola, incentivar a participação da comunidade nas decisões inerentes ao contexto escolar. O Conselho Escolar é definido como um órgão de natureza consultiva, deliberativa, mobilizadora e fiscal; o mesmo deve ser composto por representantes dos diversos segmentos da escola, que devem fazer parte do órgão após eleição democrática. No entanto, na escola campo de pesquisa, se constatou que a forma de escolha dos componentes do Conselho foi realizada através de indicação pela própria gestora, que também é presidente do órgão.

Os Conselheiros escolares possuem como principais atribuições:

I – conhecer, discutir e envolver-se com os objetivos a que se propõe o Conselho Escolar;

II – levar propostas e sugestões para novas conquistas nas dimensões pedagógica, administrativa e financeira;

III – representar seu segmento discutindo, formulando, avaliando e posicionando-se sobre matérias colocadas em plenária;

IV – informar seus segmentos sobre as decisões tomadas nas reuniões do Conselho Escolar;

V – tomar conhecimento do referido Estatuto, do Regimento Escolar e do Projeto Pedagógico Escolar, bem como as deliberações do Conselho Escolar;

VI – informar o presidente do Conselho Escolar sobre o resultado da reunião com seus segmentos;

VII – participar das reuniões ordinárias e extraordinárias sempre que convocados;

VIII – colaborar e auxiliar o presidente na execução das medidas definidas nas reuniões do Conselho Escolar desenvolvendo ações no âmbito de sua competência;

IX – cumprir e fazer cumprir as deliberações das reuniões do Conselho Escolar. (Porto Velho, Estatuto do Conselho Escolar Santa Marcelina, 2011).

Durante a observação e a análise de documentos da escola, verificou-se que a escola campo de pesquisa possui um Conselho Escolar, no entanto, o mesmo desenvolve poucas ações em relação à participação efetiva de seus membros. No período de observação não foi possível acompanhar nenhuma reunião deste importante órgão; se constatou também que o órgão não possui um calendário de reuniões, e que o mesmo é pouco conhecido pela comunidade.

Gráfico 05 - Concepções da Comunidade Escolar em relação ao Projeto Político Pedagógico:

Fonte: Resultados da Pesquisa, 2017.

O Projeto Político Pedagógico é um importante elemento de identidade e planejamento participativo da escola. O gráfico 05 demonstra as concepções dos participantes da pesquisa em relação à existência do Projeto Político Pedagógico na escola: 50% dos servidores, 80%

dos responsáveis e 60% dos alunos optaram pela opção A, que afirma: sim, o mesmo criou uma identidade para a escola, é um referencial para o desenvolvimento das atividades; é revisado periodicamente. 50% dos servidores, 0% dos responsáveis e 10% dos alunos optaram pela opção B, que diz: sim, no entanto não é disponibilizado para a comunidade escolar tomar ciência. 0% dos servidores, 0% dos responsáveis e 10% dos alunos escolheram a opção C, que contempla a seguinte afirmativa: está em construção. 0% dos servidores, 10% dos responsáveis e 10% dos alunos escolheram a opção D que afirma que a escola não possui PPP. 0% dos servidores, 10% dos responsáveis e 10% dos alunos escolheram a opção E que contém a seguinte afirmativa: não sabe a resposta. A gestora da escola, por sua vez, assim como a maioria dos participantes da pesquisa, optou pela opção A, que confirma a existência do PPP na escola campo.

O Projeto Político Pedagógico, assim como o Conselho Escolar, é um elemento de democratização do espaço escolar, uma vez que o mesmo é construído de forma coletiva, e também está assegurado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96. O Projeto Político Pedagógico expressa a concepção de educação adotada pela escola, caracteriza a comunidade na qual a escola está inserida, define metas e estratégias de aprendizagem, contempla regras essenciais para a convivência e para a organização do espaço escolar.

Durante o processo de análise de documentos, foi disponibilizado pela gestora o Projeto Político Pedagógico da escola campo de pesquisa; observou-se que o mesmo fica exposto na sala dos professores, e é de fácil acesso para todos da comunidade escolar. O PPP da escola foi construído de forma coletiva, conforme relatos dos participantes da pesquisa, e é revisado no início de cada ano letivo. É imperativo destacar que as revisões não têm sido realizadas de forma coletiva e democrática, as mesmas são de responsabilidade da gestora e das coordenadoras pedagógicas.

O Projeto Político Pedagógico é um verdadeiro referencial da escola, o mesmo proporciona direcionamentos sobre o trabalho, evita improvisos, proporciona segurança, estabelece direitos e deveres, define objetivos, metas, estratégias para ação, organiza o currículo, auxilia como agir sobre temas complexos como bullying, evasão, infrequência, violência escolar;

falta de participação da família, dificuldades de aprendizagem entre outros temas que permeiam o ambiente escolar.

Gráfico 06 - Concepções da Comunidade Escolar em relação às dificuldades que a Gestão da Escola encontra para desenvolver o seu trabalho:

Fonte: Resultados da Pesquisa, 2017.

O gráfico 06 aponta sobre as dificuldades que a gestão da escola encontra para desenvolver o seu trabalho. No gráfico é possível observar que 20% dos servidores, 0% dos responsáveis e 10% dos alunos escolheram a opção A, que relata, que a maior dificuldade que a gestão encontra para desenvolver um trabalho de qualidade seria: a falta de formação e experiência profissional por parte da gestão e da equipe. 0% dos servidores, 0% dos responsáveis e 10%

dos alunos escolheram a opção B, que diz que: a falta de apoio por parte dos servidores da escola é o que mais dificulta o processo de gestão, a opção B também foi escolhida pela Gestora da escola campo de pesquisa. 60% dos servidores, 50% dos responsáveis, 30% dos alunos escolheram a opção C, que contém a seguinte afirmativa: falta de participação da família na escola/comunidade escolar. 10% dos servidores, 10% dos responsáveis e 50% dos alunos escolheram a opção D, que afirma que a gestão possui como dificuldade: a falta de

apoio da Secretaria de Educação do Município. E para finalizar 10% dos servidores, 40% dos responsáveis e 0% dos alunos optaram pela opção E, que afirma que “outros” elementos não identificados no questionário poderiam dificultar a gestão de exercer as suas funções, como por exemplo: falta de verbas, carência financeira da comunidade atendida, estrutura física danificada, falta de recursos pedagógicos, falta de recursos tecnológicos, falta de servidores e etc. A gestora da escola campo de pesquisa afirmou que o que mais dificulta o desenvolvimento de suas atividades é a falta de apoio por parte dos servidores da escola, que muitas vezes, segundo relato da própria gestora não querem participar das decisões, das ações e projetos; não querem participar do Conselho Escolar, que é um órgão de apoio importante para auxiliar nas atividades da gestão.

É evidente, que as escolas públicas municipais de todo o país, passam por dificuldades, sejam elas no que se refere à estrutura, falta de elementos pedagógicos, falta de recursos financeiros, falta de formação e valorização dos profissionais, falta de participação das famílias, falta de parcerias de órgãos importantes como o Conselho Escolar, a Associação de Pais e Mestres, o Grêmio Estudantil e etc. No entanto, estes aspectos não podem impedir a gestão de exercer o seu trabalho de conduzir os processos na escola de forma comprometida, democrática e participativa, garantindo resultados positivos em relação à aprendizagem dos alunos e melhores resultados nas avaliações bimestrais e nas avaliações externas como a Prova Brasil.

Gráfico 07 - Concepções da Comunidade Escolar em relação à participação dos Pais e da Comunidade na Escola:

Fonte: Resultados da Pesquisa, 2017.

A participação da família e da comunidade proporciona a conquista efetiva da democracia na escola e é uma condição primordial para o avanço dos alunos. Em relação à participação da família e da comunidade, o gráfico 07 demonstra que: 0% dos servidores, 20% dos responsáveis e 70% dos alunos escolheram a alternativa A, que diz que a participação dos pais e da comunidade é realizada de forma ativa e que os mesmos participam de todas as reuniões, eleições e decisões na escola. 90% dos servidores, 80% dos responsáveis e 30% dos alunos optaram pela letra B, que diz que a participação da família e da comunidade é realizada de forma é passiva, somente freqüenta as reuniões de cunho pedagógico, mas não se informa e nem participa de nenhuma decisão. 10% dos servidores, 0% dos responsáveis e 0% dos alunos escolheram a alternativa C, que afirma que os pais e a comunidade não participam dos processos da escola.

A partir das afirmativas dos participantes, reveladas no gráfico acima, e pelas observações do campo de pesquisa, foi possível constatar que a participação da comunidade e dos pais ainda é de forma reduzida e passiva, consiste em conversas informais com os professores, assinatura de boletins, configura-se, na verdade, em uma participação superficial. As pessoas não se envolvem com as questões da escola, não se comprometem e não participam formalmente, através de órgãos como o Conselho Escolar, Associação de Pais e Mestres e etc. Durante o processo de observação foi possível participar de 02 (duas) reuniões de pais e mestres e poucos pais compareceram, comprovando a grande dificuldade de conscientizar sobre a importância de participar da escola e da vida escolar dos alunos.

Quanto mais as famílias se envolvem com a educação dos filhos e participam ativamente da vida escolar, melhores são os resultados de aprendizagem dos alunos. [...]. A maior participação dos pais resulta em melhores notas, como demonstra relatório divulgado em fevereiro de 2016 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a partir de resultados do PISA (exame internacional da entidade). Tem também impactos positivos na melhoria do clima escolar e redução da indisciplina. [...]. Uma revisão de estudos sobre o tema divulgada em 2002 nos Estados Unidos sob encomenda do Centro Nacional para Conexão entre Família, Comunidades e Escolas mostrou também que os impactos são positivos independentemente da origem social dos estudantes. Ou seja, qualquer família tem muito a contribuir. (Instituto Unibanco, 2016).

A participação da família nas escolas brasileiras está assegurada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96, precisamente no artigo 12 (incisos VI e VII), que contempla as incumbências dos estabelecimentos de ensino:

VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola;

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