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PErfil dE morTalidadE gEral Em BEnEficiárioS dE PlanoS PrivadoS dE SaúdE

No documento MA A nÁ LISE DA (páginas 135-200)

noTaS BiliográficaS

Etapa 4: conclusão da identificação do beneficiário de plano de saúde no Sim

5.1 PErfil dE morTalidadE gEral Em BEnEficiárioS dE PlanoS PrivadoS dE SaúdE

A taxa bruta de mortalidade observada mundialmente em países de alta renda alcança 8,5 por 1.000 habitantes, enquanto em países de baixa renda o valor médio é de 11,1.13 No Brasil, a taxa bruta de mortalidade, no ano de 2004, foi de 5,7 óbitos

para cada 1.000 habitantes. Dos óbitos esperados para a população de beneficiários de planos privados de saúde, caso possuíssem as mesmas taxas da população do Brasil, 39% foram observados.

Esse percentual representa o total de 92.566 óbitos de beneficiários de planos de saúde ocorridos no ano de 2004, quando a estimativa de óbitos esperados alcançava 234.418 notificações para a população. A razão de mortalidade padronizada calcu- lada a partir desses valores situou-se abaixo de um (0,39), indicando mortalidade baixa na população de beneficiários, quando comparada à população do Brasil. Segundo essa medida, para cada 100 óbitos observados na população brasileira, dadas as condições de saúde desta população, esperar-se-ia 39 óbitos na população de beneficiários, caso apresentassem a mesma estrutura de sexo e faixa etária.

Se considerada a interpretação teórica para a medida, poderíamos inferir que a população de beneficiários de planos de saúde está submetida a um menor risco de morte que a população brasileira. No entanto, deve-se observar que, além de diferentes situações de saúde, outro fator que pode contribuir para esse resultado é a subestimação do número de óbitos entre os beneficiários, decorrente da dificuldade de identificação dos indivíduos no relacionamento das bases.

A Figura 5.5 ilustra a razão entre óbitos observados e esperados em beneficiá- rios por faixa etária e sexo. Observa-se que os menores de 1 ano apresentam maior distância entre os números esperado e identificado de óbitos em beneficiários em ambos os sexos.

É possível uma subenumeração de óbitos de menores de 1 ano na saúde suple- mentar, já que a legislação permite que recém-nascidos recebam assistência médica com cobertura pelo plano de saúde da mãe. Além disso, o perfil de mortalidade infantil difere em populações com condições socioeconômicas distintas e tende a ser menor naquelas em que a renda é mais alta. Nessas populações, as causas de mortalidade infantil são predominantemente não evitáveis, ocorrendo em sua maioria nos primeiros trinta dias de vida. Portanto, crianças que vão a óbito neste período nem chegam a ser registradas como beneficiárias do plano de saúde.

figura 5.5 - razão entre beneficiários cadastrados no SiB identificados no Sim e óbitos esperados em beneficiários por sexo e faixa etária – Brasil, 2004

0 10 20 30 40 50 60 < 1 ano 1 a 4 anos 5 a 9 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 59 anos 60 a 69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais Total beneficiários Masculino Feminino

Fonte: SIM/SVS/MS, SIB/AnS/MS, IBgE e Datasus/SE/MS

Nas faixas etárias de 15 a 29 anos, os homens apresentam as menores razões de identificação, o que indica uma menor aproximação entre óbitos observados e esperados. Nessas faixas etárias, as principais causas de óbito, especialmente no sexo masculino, são as causas externas, sobretudo os óbitos relacionados à violência e à agressão. Esses óbitos estão associados à situação socioeconômica; portanto, disparidades existentes entre as populações de beneficiários e do Brasil implicam distintos perfis de mortalidade nessa faixa etária.

Nas faixas etárias entre 30 e 59 anos, o comportamento da curva é estável e semelhante entre os sexos masculino e feminino. Nessas faixas etárias predomina a população economicamente ativa, e a curva de mortalidade apresenta compor- tamento crescente.

Entre os mais idosos, as diferenças acentuam-se, e os óbitos identificados de beneficiários do sexo masculino aproximam-se mais do esperado que os do sexo feminino, invertendo o padrão das primeiras faixas. Isso pode estar relacionado ao percentual de idosos com plano de saúde, que é maior entre mulheres do que entre homens. Assim, se houver uma superestimação do número de mulheres be- neficiárias, o número de óbitos esperados também será maior e, portanto, a razão entre óbitos identificados e esperados estaria reduzida. Considerando as diferenças dentro das faixas etárias, aquelas a partir de 70 anos somam o menor número de óbitos não observados, porém esperados.

Apesar das menores taxas de mortalidade encontradas na população de benefici- ários quando comparada à brasileira, a estrutura etária dessa população não aponta para uma maior quantidade de jovens que pudesse contribuir para a diferença en- contrada. Esse resultado poderia expressar, além da subestimação da taxa, melhores condições de saúde desse segmento populacional em relação aos demais.

d

iSTriBuição gEográfica

Os resultados das taxas de mortalidade geral por região estão apresentados na Tabela 5.4.

Tabela 5.4 - Taxas padronizadas de mortalidade e número-índice da taxa em beneficiários segundo a região – Brasil, 2004

região Beneficiários Padronizada número-índice região norte 5,7 81,0 região nordeste 7,2 103,0 região Sudeste 7,2 102,3 região Sul 6,2 88,1 região centro-oeste 7,2 102,2 Brasil 7,0 100,0

Fonte: SIM/SVS/MS, SIB/AnS e Datasus/MS  nota: população padrão: beneficiários, jun. 2006.

A análise dos dados foca-se na comparação entre as regiões; para isso, admite- se que a taxa padronizada para beneficiários no Brasil é igual a 100. Nas Regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste as taxas são maiores que a média brasileira. Nas Regiões Sul e Norte a taxa de mortalidade é menor que no Brasil, o que pode estar

figura 5.6 - número-índice da taxa de mortalidade padronizada de beneficiários, por regiões – Brasil, 2004 20 40 60 80 100 120

Região Norte Região Nordeste

Região Sudeste

Região Sul Região Centro-Oeste

Brasil

Fonte: SIM/SVS/MS, SIB/AnS e Datasus/MS 

De modo geral, as taxas específicas por grupos de idade mantêm o mesmo padrão para os beneficiários em todas as regiões do Brasil, conforme pode ser observado na Figura 5.7. Quase 50% dos óbitos concentram-se nas idades mais avançadas, sobretudo após a faixa de 60 a 69 anos.

figura 5.7 - Taxas de mortalidade geral em beneficiários por faixa etária e região – Brasil, 2004 10 20 30 40 50 60 < 1 ano 1 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 anos Ta xa por 1.000 habitante s

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil Fonte: SIM/SVS/MS; SIB/AnS/MS; IBgE e Datasus/SE/MS

Embora não sejam observadas diferenças importantes na distribuição etária dos óbitos entre as regiões, percebe-se que a Região Sudeste é a que apresenta a maior proporção de óbitos nas faixas etárias mais avançadas: um pouco mais de 60% dos óbitos em beneficiários ocorreram a partir dos 60 anos de idade (Figura 5.8).

figura 5.8 - distribuição proporcional de óbitos em beneficiários de planos privados de saúde, segundo a região e a faixa etária – Brasil, 2004

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil

80 anos e + 70 a 79 anos 60 a 69 anos 50 a 59 anos 40 a 49 anos 30 a 39 anos 20 a 29 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 1 a 4 anos < 1 ano Fonte: SIM/SVS/MS, SIB/AnS/MS

d

iSTriBuição Por faixa ETária E SExo

A comparação da distribuição proporcional dos óbitos, segundo faixa etária e sexo, entre a população brasileira e a população de beneficiários indica que até a faixa etária de 40 a 49 anos a população brasileira apresenta uma maior proporção de óbitos, ocorrendo uma inversão dessa relação principalmente a partir da faixa etária de 50 a 69 anos, quando os beneficiários passam a apresentar um percentual mais elevado dos óbitos. Esses resultados apontam que a população de beneficiários morre em idades mais avançadas que a população brasileira (Figura 5.9).

Deve-se considerar na análise comparada da distribuição dos óbitos por faixa etária que a população de beneficiários de planos privados de saúde é uma popu- lação mais velha que a população brasileira. Enquanto na população brasileira as pessoas com 60 anos ou mais de idade representam cerca de 8% da população total, na população de beneficiários esse percentual é de 11%.

figura 5.9 - mortalidade proporcional segundo a faixa etária – Brasil, 2004 5 10 15 20 25 30 < 1 ano 1 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e + Brasil Beneficiários %

Fonte: SIM/SVS/MS, SIB/AnS/MS

Na Tabela 5.5, observam-se as diferenças na distribuição da mortalidade pro- porcional por faixa etária entre as populações do Brasil e de beneficiários. Anali- sando os resultados por sexo, foram identificados proporcionalmente mais óbitos masculinos que femininos nas duas populações nas faixas etárias compreendidas entre 10 e 69 anos.

Note-se que a partir dos 70 anos na população brasileira e a partir dos 80 anos na população de beneficiários, há maior concentração de óbitos no sexo femini- no. Esse dado reflete o maior contingente de mulheres nessas faixas etárias, o que também é verificado pela maior expectativa de vida da população feminina, que tende a morrer em idades mais avançadas.

Tabela 5.5 - distribuição da mortalidade proporcional segundo o sexo e a faixa etária – Brasil, 2004

faixa etária Brasil Beneficiários

masculino feminino masculino feminino

< 1 ano 4,8 5,1 1,1 1,1 1 a 4 0,9 1,0 0,6 0,6 5 a 9 0,5 0,5 0,3 0,4 10 a 14 0,6 0,5 0,4 0,3 15 a 19 2,5 0,1 1,3 0,6 20 a 24 3,8 1,2 2,1 0,9 25 a 29 3,5 1,3 2,2 1,0 30 a 39 7,4 3,9 5,1 3,1 40 a 49 10,2 7,1 8,8 6,5 50 a 59 13,1 10,6 13,4 11,0 60 a 69 16,4 15,6 18,4 15,9 70 a 79 19,0 22,2 24,8 24,7 80 e + 16,6 29,6 21,4 34,0 Total 100,0 100,0 100,0 100,0

Fonte: SIM/SVS/MS e SIB/AnS/MS

d

iSTriBuição Por gruPoS dE cauSa

A Figura 5.10 e a Tabela 5.6 apresentam a participação percentual das causas de morte no Brasil e em beneficiários de planos privados de saúde, segundo a classi- ficação por capítulos da Classificação Internacional de Doenças – em sua décima revisão (CID 10).14 Doenças do aparelho circulatório e neoplasias assumem as

primeiras colocações em participação percentual de óbitos na população brasileira (27,9% e 13,7%, respectivamente), mesmo padrão observado para beneficiários de planos de saúde (31,8% e 21,3%, respectivamente). Para essa população, as doenças do aparelho respiratório assumem a terceira posição em participação percentual das mortes, com 12% do total observado, enquanto as causas externas ficam com 9% dos óbitos. Já as causas mal definidas, que na população brasileira são 12% dos registros de óbito, na população de beneficiários somam pouco mais de 4% das notificações.

figura 5.10 - mortalidade proporcional por grupos de causa de morte segundo a população – Brasil, 2004 11,5 5,0 5,2 12,0 4,4 8,8 21,3 31,8 13,6 4,8 5,2 10,0 12,4 12,4 13,7 27,9 Outros XI - Doenças do aparelho digestivo IV - D. endóc., nut. e metab. X - Doenças do aparelho respiratório XVIII - Causas mal definidas XX - Causas externas II - Neoplasias IX - D. do aparelho circulatório

Brasil Beneficiários

Fonte: SIM/SVS/MS e SIB/AnS/MS

A mortalidade proporcional por doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas e por doenças do aparelho digestivo é semelhante nas duas populações em análise. Já os óbitos por neoplasias e doenças do aparelho circulatório são, proporcional- mente, mais freqüentes na população identificada como beneficiária de planos de saúde que na população geral.

Com relação aos óbitos por causas externas, a freqüência é menor entre os bene- ficiários de planos de saúde do que na população brasileira. Observa-se também na distribuição da mortalidade proporcional que, apesar de as neoplasias ocuparem a segunda colocação na população brasileira e na de beneficiários em seus totais, no sexo masculino as causas externas superam o percentual observado na população de homens brasileiros. Já nas mulheres as causas externas, que nas populações to- tais ocupam a terceira posição, assumem a sexta posição no ranking das principais causas de morte (Tabela 5.6).

Tabela 5.6 - distribuição dos óbitos segundo o sexo e grupos de causas da cid 10 – Brasil, 2004

grupos de causas Brasil Beneficiários

n % n %

População total 1.024.073 100,0 92.566 100,0 doenças do aparelho circulatório 285.543 27,9 29.443 31,8

neoplasias (tumores) 140.801 13,7 19.762 21,3

causas externas de morbidade e mortalidade 127.470 12,4 8.112 8,8

Sintomas, sinais e achad. anorm. ex. clín. e laborat. 126.922 12,4 4.047 4,4

doenças do aparelho respiratório 102.168 10,0 11.097 12,0

doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas 53.134 5,2 4.785 5,2

doenças do aparelho digestivo 48.661 4,8 4.637 5,0

algumas doenças infecciosas e parasitárias 46.067 4,5 3.826 4,1

algumas afec. originadas no período perinatal 31.011 3,0 233 0,3

doenças do aparelho geniturinário 17.094 1,7 2.137 2,3

doenças do sistema nervoso 15.156 1,5 2.346 2,5

malf. cong. deformid. e anomalias cromossômicas 10.210 1,0 547 0,6

Transtornos mentais e comportamentais 8.158 0,8 486 0,5

doenças sangue, órgãos hemat. e transt. imunitár. 4.978 0,5 466 0,5

doenças sist. osteomuscular e tec. conjuntivo 3.002 0,3 385 0,4

doenças da pele e do tecido subcutâneo 1.886 0,2 171 0,2

gravidez, parto e puerpério 1.672 0,2 78 0,1

doenças do ouvido e da apófise mastóide 119 0,0 8 0,0

doenças do olho e anexos 21 0,0 0 0,0

População masculina 593.749 100,0 50.457 100,0 doenças do aparelho circulatório 150.383 25,3 15.421 30,6

causas externas de morbidade e mortalidade 107.032 18,0 6.218 12,3

neoplasias (tumores) 76.064 12,8 10.397 20,6

Sint., sinais e achad. anorm. ex. clín. e laborat. 70.955 12,0 2.207 4,4

doenças do aparelho respiratório 55.785 9,4 5.765 11,4

doenças do aparelho digestivo 31.500 5,3 2.703 5,4

algumas doenças infecciosas e parasitárias 27.437 4,6 2.173 4,3

doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas 23.857 4,0 2.295 4,5

algumas afec. originadas no período perinatal 17.530 3,0 125 0,2

doenças do aparelho geniturinário 9.078 1,5 1.046 2,1

doenças do sistema nervoso 7.957 1,3 1.163 2,3

Transtornos mentais e comportamentais 6.355 1,1 257 0,5

malf. cong. deformid. e anomalias cromossômicas 5.308 0,9 266 0,5

doenças sangue, órgãos hemat. e transt. imunitár. 2.576 0,4 238 0,5

doenças sist. osteomuscular e tec. conjuntivo 1.056 0,2 115 0,2

doenças da pele e do tecido subcutâneo 804 0,1 66 0,1

doenças do ouvido e da apófise mastóide 60 0,0 2 0,0

grupos de causas Brasil Beneficiários

n % n %

População feminina 429.624 100,0 42.109 100,0 doenças do aparelho circulatório 135.119 31,5 14.022 33,3

neoplasias (tumores) 64.723 15,1 9.365 22,2

Sint. sinais e achad. anorm. ex. clín. e laborat. 55.866 13,0 1.840 4,4

doenças do aparelho respiratório 46.369 10,8 5.332 12,7

doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas 29.263 6,8 2.490 5,9

causas externas de morbidade e mortalidade 20.368 4,7 1.894 4,5

algumas doenças infecciosas e parasitárias 18.615 4,3 1.653 3,9

doenças do aparelho digestivo 17.154 4,0 1.934 4,6

algumas afec. originadas no período perinatal 13.165 3,1 108 0,3

doenças do aparelho geniturinário 8.015 1,9 1.091 2,6

doenças do sistema nervoso 7.198 1,7 1.183 2,8

malf. cong. deformid. e anomalias cromossômicas 4.801 1,1 281 0,7

doenças sangue, órgãos hemat. e transt. imunitár. 2.401 0,6 228 0,5

doenças sist. osteomuscular e tec. conjuntivo 1.946 0,5 270 0,6

Transtornos mentais e comportamentais 1.800 0,4 229 0,5

gravidez, parto e puerpério 1.672 0,4 78 0,2

doenças da pele e do tecido subcutâneo 1.081 0,3 105 0,2

doenças do ouvido e da apófise mastóide 59 0,0 6 0,0

doenças do olho e anexos 9 0,0 0 0,0

Fonte: SIM/SVS/MS e SIB/AnS/MS

Os óbitos por causas mal definidas, que apresentam percentual sensivelmente menor na saúde suplementar em ambos os sexos, podem indicar melhor qualidade no preenchimento do atestado de óbito e/ou no estabelecimento do diagnóstico em pessoas que são cobertas por planos de saúde.

Para uma análise mais detalhada dessas causas, verificou-se seu comportamento segundo faixas etárias e observou-se semelhança nas duas populações estudadas. São relativamente poucos óbitos nas faixas etárias mais jovens (até os 25 a 29 anos); a partir dos 30 anos o percentual de óbitos por causas mal definidas é sempre cres- cente (Figura 5.11).

figura 5.11 - distribuição percentual dos óbitos por causas mal definidas, segundo a faixa etária e a população – Brasil, 2004

0 5 10 15 20 25 30 35 Menos de 1 ano 1 a 4 anos 5 a 9 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 59 anos 60 a 69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais Beneficiários Brasil %

Fonte: SIM/SVS/MS e SIB/AnS/MS

Na Figura 5.12, o que se observa é uma uniformidade maior entre beneficiários em relação às faixas etárias no estabelecimento do diagnóstico do óbito. Nas idades mais avançadas, nas quais piora o diagnóstico na população brasileira, melhora o de beneficiários, o que parece indicar uma maior participação de óbitos com assistência médica (ou uma maior assistência médica antes do óbito, permitindo conhecer sua causa).

figura 5.12 - Percentual dos óbitos por causas mal definidas dentre os óbitos por faixa etária, segundo a população – Brasil, 2004

0 2 4 6 8 10 % 12 14 16 18 20 Menos de 1 ano 1 a 4 anos 5 a 9 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 59 anos 60 a 69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais Beneficiários Brasil

Fonte: SIM/SVS/MS e SIB/AnS/MS

d

iSTriBuição SEgundo raça

/

cor

A informação sobre raça/cor disponível no SIM a partir de 1996 vem apresen- tando melhoria acentuada de qualidade, com diminuição do número de registros com a variável não preenchida (Ignorado) e estabilização na distribuição entre as categorias definidas, como mostra a Figura 5.13.

figura 5.13 - distribuição percentual dos óbitos por raça/cor – Brasil, 1996-2004 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Branca Preta Amarela Parda Indígena Ignorado

Fonte: SIM/SVS/MS

Quando se compara a população de beneficiários de planos de saúde com a população brasileira, observa-se uma expressiva diferença na mortalidade propor- cional por raça/cor. Os brancos, que correspondem a mais de 75% dos óbitos dos beneficiários, chegam a pouco mais de 50% na população brasileira, o que confirma o perfil diferenciado de raça/cor entre as populações (Figura 5.14).

figura 5.14 - mortalidade proporcional por raça/cor segundo a população – Brasil, 2004

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Brasil Beneficiários População residente 2000 Branca Preta Parda Amarela Indígena Ignorado Fonte: SIM/SVS/MS, SIB/AnS/MS e IBgE

Na comparação da mortalidade por raça/cor negra e branca segundo faixas etá- rias, observa-se maior similaridade entre grupos de raça/cor que entre populações; brancos beneficiários apresentam distribuição mais próxima aos brancos do Brasil, enquanto pretos e pardos beneficiários apresentam distribuição mais próxima à dos pretos e dos pardos do Brasil. Nos grupos de raça/cor, observa-se entre bene- ficiários mortalidade proporcionalmente mais tardia que entre brasileiros; entre os pretos e os pardos, no entanto, observa-se maior participação percentual entre brasileiros que entre beneficiários na faixa de 80 anos e mais. Esse resultado pode estar relacionado à composição das populações, uma vez que os planos de saúde são coletivos empresariais, em sua maioria, o que pode influenciar na posse de plano nas faixas mais idosas, nas quais já não é mais comum o vínculo formal no mercado de trabalho (Figura 5.15).

figura 5.15 - mortalidade por raça/cor e faixa etária, segundo a população – Brasil, 2004

0 5 10 15 % 20 25 30 Menor de 1 ano 1 a 9 anos 10 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 59 anos 60 a 69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais Brancos Brasil Brancos beneficiários Pretos/pardos Brasil Pretos/pardos beneficiários

Fonte: SIM/SVS/MS e SIB/AnS/MS

Quanto às causas de óbito segundo raça/cor, a Tabela 5.7 ilustra que entre beneficiários o perfil de mortalidade dos brancos difere do perfil de mortalidade encontrado entre pretos e pardos. Os óbitos por neoplasias são proporcionalmente menos freqüentes entre pretos e pardos do que entre as demais raças/cores; as do- enças do aparelho respiratório são proporcionalmente menos freqüentes entre os pretos, os pardos e os indígenas; já as causas externas são maiores entre os pardos. Com relação às causas mal definidas, observa-se que são menos importantes entre

Tabela 5.7 - mortalidade proporcional por raça/cor em beneficiários de planos de saúde, segundo grupos de causas – Brasil, 2004

grupos de causas Total amarela Branca ignorada indígena Parda Preta doenças do aparelho circulatório 31,8 32,6 32,1 32,2 22,6 29,4 33,8

neoplasias 21,3 23,9 22,4 17,7 25,8 17,4 19,1

doenças do aparelho respiratório 12,0 15,5 12,6 11,6 9,7 8,9 9,2

causas externas 8,8 5,6 7,8 6,8 0,0 15,3 8,9

doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas 5,2 5,7 5,0 6,5 12,9 5,2 6,4

doenças do aparelho digestivo 5,0 3,8 5,0 5,1 9,7 4,9 5,2

causas mal definidas 4,4 2,5 3,7 7,2 12,9 6,9 5,8

doenças infecciosas e parasitárias 4,1 2,8 3,7 4,8 3,2 5,8 5,9

doenças do sistema nervoso 2,5 2,5 2,8 2,6 0,0 1,5 1,2

doenças do aparelho geniturinário 2,3 3,1 2,4 2,3 0,0 2,0 2,2

malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas

0,6 0,5 0,6 0,9 0,0 0,7 0,2

Transtornos mentais e comportamentais 0,5 0,4 0,5 0,5 0,0 0,5 0,6

doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos e alguns transtornos imunitários

0,5 0,5 0,5 0,5 3,2 0,6 0,4

doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo

0,4 0,4 0,4 0,6 0,0 0,4 0,5

algumas afecções originadas no período perinatal 0,2 0,0 0,2 0,4 0,0 0,2 0,2

doenças da pele e do tecido subcutâneo 0,2 0,2 0,2 0,1 0,0 0,1 0,2

gravidez, parto e puerpério 0,1 0,0 0,1 0,0 0,0 0,2 0,2

doenças do ouvido e da apófise mastóide 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Total 100,0 1,5 75,6 5,6 0,0 13,3 4,0

Fonte: SIM/SVS/MS e SIB/AnS/MS

5.2 PErfil da morTalidadE Por doEnçaS do aParElHo circulaTório na PoPulação dE BEnEficiárioS dE PlanoS PrivadoS dE aSSiSTência à SaúdE

No mundo, ocorrem 16,6 milhões de óbitos anuais atribuíveis às doenças do aparelho circulatório; destes, 7,2 milhões se devem às doenças isquêmicas, 5,5 milhões às doenças cerebrovasculares e 3,0 milhões às doenças hipertensivas ou a outras cardiopatias.15

Estatísticas de mortalidade do Brasil evidenciam, nos últimos anos, uma tendên- cia decrescente em relação a algumas doenças crônicas não transmissíveis, sendo este declínio na mortalidade mais marcante em relação às doenças cerebrovasculares do que o observado nas doenças isquêmicas do coração.16 No entanto, alguns pesqui-

desenvolvimento como o Brasil e tendência de ocorrerem em idades mais precoces do que é comumente observado em países desenvolvidos.17

As altas taxas de incidência observadas no Brasil associam-se à exposição a fa- tores de risco comuns na atualidade, tais como tabagismo, hipertensão, obesidade, hipercolesterolemia, diabetes, sedentarismo e estresse.18

As doenças do aparelho circulatório vêm ocupando a primeira posição entre as causas de morte no Brasil desde 1980.19 Esse grupo inclui, em sua maioria, doenças

crônicas ou que tendem a se cronificar e acometem principalmente indivíduos com mais de 45 anos. No Brasil, em algumas regiões, já se observa o padrão epidemio- lógico de países desenvolvidos, com o aumento da mortalidade proporcional por doenças do aparelho circulatório e predominância de mortes por doenças crônicas, concomitante ao aumento da população idosa.20,21,22

Os dados de mortalidade em 2004 revelam que as doenças do aparelho circula- tório ocupam posição de destaque, representando 27,9% do total de óbitos regis- trados no Brasil, percentual ainda maior quando considerada a população coberta por plano privado de assistência à saúde, na qual as doenças do capítulo IX são responsáveis por 31,8% dos óbitos notificados.

No documento MA A nÁ LISE DA (páginas 135-200)

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