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4.1 Condições meteorológicas durante o período experimental

4.4.1 Perfis de vento

Na Figura 26, são apresentados os perfis médios da velocidade do vento no sistema de cultivo de café a pleno sol nos episódios amostrados nas quatro épocas do ano, caracterizados por diferentes regimes de velocidade de vento.

Figura 26 - Perfis médios da velocidade do vento (m.s-1) no cultivo de café a pleno sol, durante os períodos de 11-16/1/2003 e 7-10/02/2002 (A) e 26-31/7/2003 e 30/9-6/10/2003 (B), em Mococa, SP

Os períodos de amostragem de janeiro e fevereiro de 2003 apresentaram menores incidências de vento. Durante o período de 11 a 16 de janeiro de 2003, no posto meteorológico, situado próximo ao experimento, a velocidade média foi de 1,72 m.s-1, enquanto no período de 7 a 10 de fevereiro a velocidade média foi de 1,81 m.s-1. Os episódios de julho e outubro apresentaram maiores velocidades de vento, com médias de 2,13 e 2,29 m.s-1, respectivamente para cada período.

Na Figura 27 são apresentados os perfis médios da velocidade do vento no cultivo a pleno sol, a cada duas horas, no período entre 4 e 18 horas, para os dias 10/2/2003 e 6/10/2003. O dia 10/2/203 apresentou velocidade média de 2,08 m.s-1, enquanto para o dia 6/10/2003, foi 2,5 m.s-1, sendo que as diferenças foram mais evidentes no período da manhã. Comparando-se os dois dias, verifica-se que até a altura do dossel dos cafeeiros a velocidade do vento permaneceu praticamente constante para no dia 10/2/2003 (Figura 27A), influencia da direção do vento, que foi predominantemente perpendicular ao sentidos dos renques de café. No dia 3/10 (Figura 27B), com ventos paralelos aos renques, durante as primeiras horas do dias foi observado um acréscimo na velocidade a partir do segundo nível de medida.

Para os dois episódios apresentados, bem como para a média dos perfis durante os períodos de medida (Figura 26), verificou-se uma tendência dos perfis serem logarítmicos.

Na Figura 28 são apresentados os perfis médios da velocidade do vento no cultivo de café consorciado com banana ‘Prata Anã’ nos episódios amostrados em cinco épocas do ano, caracterizados por diferentes regimes de velocidade de vento. Os períodos de amostragem de novembro e março de 2003 apresentaram maior e menor incidência de vento, respectivamente. Durante o período de 5 a 10 de novembro de 2003, no posto meteorológico, a velocidade média de vento foi de 2,71 m.s-1, enquanto no período de 26 a 30 de março a velocidade média foi de 1,69 m.s-1. Os episódios de dezembro de 2002, abril e julho de 2003 apresentaram valores médios intermediários em relação aos dois primeiros apresentados.

Figura 27 - Perfis médios da velocidade do vento (m.s-1), a cada duas horas, no cultivo de café a pleno sol, nos dias 10 de fevereiro (A) e 3 de outubro de 2003 (B), em Mococa, SP

No cultivo consorciado, as plantas de bananeira promoveram um deslocamento do perfil logarítmico acima do dossel das bananeiras (Figura 28), onde também se observa que a velocidade do vento no ponto mais baixo de amostragem (2 metros) nos dois últimos períodos se manteve próximo a 0,25 m.s-1. Essa redução ocorreu devido ao crescimento das plantas de café, que a partir da amostragem de julho de 2003 estavam com um tamanho médio de 2,10 metros (Tabela 2).

Na Figura 28B são apresentados os perfis normalizados, isto é, quando as velocidades nos pontos amostrais (u) são transformadas em proporção da velocidade do vento no topo das plantas de bananeira (uo), sendo considerado µo o anemômetro situado a 4,59 metros (z). Nessa situação os perfis se mostram similares no interior do dossel da bananeira, com velocidade do vento em torno de 75 % com relação ao topo da cultura

0

0,0

10-16/12/2002 26-30/03/2003 16-20/04/2003 02-09/07/2003 05-10/11/2003 Altura média das bananeiras

(A) (B)

Altura média das bananeiras

-1

(h/z = 1). A exceção nesse comportamento foi o período amostral de 2 a 9 de julho de 2003, onde as plantas de bananeira promoveram menor redução da velocidade no interior do dossel das bananeiras (níveis 2 e 3), onde a relação u/uo permaneceu próxima à igualdade. Isto provavelmente ocorreu por ser esse um período de amostragem na época mais seca do ano, fazendo com que a área foliar do dossel das bananeiras fosse menor do que nas outras épocas de amostragem, interferindo menos no regime de vento sobre a cultura. Outro fator associado a esse comportamento foi o desbaste das bananeiras ocorrido no final do mês de abril de 2003.

Brenner (1996) relata que em cultivos agroflorestais ou com árvores espaçadas, os perfis não se comportam de forma logarítimica abaixo do nível das copas e que a relação u/u0 aumenta com o maior espaçamento ou enfolhamento das árvores .

Figura 28 - Perfis médios (A) e normalizados (u/uo) (B) da velocidade do vento no cultivo consorciado de café com banana ‘Prata Anã’, durante cinco períodos de medidas, em Mococa, SP

Na Figura 29, são apresentados os perfis médios da velocidade do vento no cultivo a pleno sol a cada duas horas no período entre 4 e 18 horas, para os dias 3/7/2003 e 6/11/2003.

O dia 6/7/2003 apresentou velocidade média de 1,47, enquanto que o dia 6/11/2003, 3,8 m.s-1. A análise do dia 3/7/2003 (Figura 29A) evidencia que a velocidade do vento no segundo e terceiro níveis de medida permaneceram, para esse período de medida, próximas da igualdade ou até mesmo superior em relação ao nível de altura do

dossel das bananeiras, como foi o caso do perfil entre 8-10 e 14-16 horas. Para o dia 6/11/2003 (Figura 29B), com velocidade do vento em valores superiores, é evidenciado o deslocamento do perfil logarítmico de vento para níveis acima do dossel das bananeiras, sendo que em se tratar de episódios com ocorrência de vento predominantemente no sentido transversal aos renques do cafeeiros, a velocidade do vento medida no sensor do nível 1 fosse praticamente nula.

Figura 29 - Perfis médios da velocidade do vento (m.s-1), a cada duas horas, no cultivo consorciado de café com banana ‘Prata Anã’, nos dias 3 de julho (A) e 6 de novembro de 2003 (B), em Mococa, SP