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As perguntas de pesquisas específicas que nortearam a análise de frequência e a investigação das relações retóricas construídas por conjunções coesivas e estruturais em textos do Klapt! estão apresentadas nas duas subseções seguintes.

2.2.1 Indagações sobre a frequência

Nos textos pertencentes aos oito distintos tipos textuais originais e traduzidos em ambas as direções (inglês-português brasileiro e português brasileiro-inglês):

- Qual a frequência de conjunções considerando-se o córpus como um todo? - Qual a frequência de conjunções em cada um dos quatro subcórpora (textos originais em inglês, textos traduzidos em inglês, textos originais em português brasileiro e textos traduzidos em português brasileiro) e em cada um dos oito tipos textuais? Há desvios significativos entre a frequência esperada destas marcas e a frequência observada em função da variabilidade de registro entre os tipos textuais?

- Qual a frequência de conjunções em cada um dos oito tipos textuais nos dois subcórpora paralelos (textos originais em inglês e suas respectivas traduções para o português brasileiro e textos originais em português brasileiro e suas respectivas traduções para o inglês)? Há desvios significativos entre a frequência esperada e a frequência observada considerando-se as tipologias linguística e textual?

- Qual a frequência de conjunções como um todo em cada um dos oito tipos textuais nos dois subcórpora comparáveis monolíngues (textos em inglês original e traduzido e em português brasileiro original e traduzido) e nos dois subcórpora comparáveis bilíngues (textos originais em inglês e português brasileiro e traduzidos em inglês e português brasileiro)? Há desvios entre a frequência esperada e a frequência

observada considerando-se as diferenças tipológicas entre as línguas (nas perspectivas paralelas e comparáveis) e a variabilidade de registro entre os tipos textuais?

Uma vez respondidas estas perguntas, foi selecionado um subcórpus combinado de textos de determinado tipo cujas frequências apontaram relevância a partir das combinações paralelas e comparáveis de análise. Neste subcórpus, procedeu-se à abordagem trinocular das relações retóricas realizadas por marcas coesivas e estruturais, cujas indagações de escrutínio se encontram a seguir expostas.

2.2.2 Indagações sobre a abordagem trinocular das relações retóricas

Os questionamentos específicos sobre a visão trinocular ‘de baixo’, ‘ao redor’ e ‘de cima’ das relações retóricas realizadas por conjunções coesivas e estruturais em subcórpus combinado do Klapt! são:

Em relação à visão ‘de baixo’: 1) Nos subcórpora paralelos:

- Quais conjunções são realizadas nos textos originais e em suas respectivas traduções?

- A quais categorias de significados sistêmico-funcionais pertencem estas conjunções?

- Quais as relações de interdependência entre as orações nas quais elas são realizadas?

- Em que medida as conjunções nos textos traduzidos são resultados de mudanças (shifts)35 de interdependência entre as orações (taxe), de ordem estrutural, lexical e/ou de ordem funcional?

35 Este termo é utilizado por Catford (1965) para definir as substituições empreendidas no texto traduzido

- Em que medida os significados realizados lexicogramaticalmente pelas conjunções nos textos originais são recriados (pela realização ou não de conjunção) nos textos traduzidos?

- Em que medida os significados realizados lexicogramaticalmente pelas conjunções nos textos traduzidos podem ser relacionados a significados (realizados ou não por conjunção) nos textos originais?

2) Nos subcórpora comparáveis monolíngues:

- Em que medida as conjunções nos textos originais e traduzidos possuem as mesmas realizações (itens) lexicogramaticais, constroem os mesmos significados e ocorrem em orações de mesma interdependência (taxe)? Com relação à estes elementos, um cotejo entre as mudanças (shifts) nos textos traduzidos e suas realizações nos textos originais indica padrões de ocorrência?

3) Nos subcórpora comparáveis bilíngues:

- Em que medida as conjunções nos textos em inglês original e em português brasileiro original são prototipicamente equivalentes no que tange às suas realizações (itens) lexicogramaticais, suas construções de significados e a interdependência (taxe) entre as orações nas quais ocorrem? Esta comparação entre os textos indica padrões de ocorrência nas duas línguas?

- Em que medida as conjunções nos textos em inglês traduzido e em português brasileiro traduzido são prototipicamente equivalentes no que tange às suas realizações (itens) lexicogramaticais, suas construções de significados e a interdependência (taxe) entre as orações nas quais ocorrem? Um cotejo entre as mudanças (shifts) destes elementos nestes textos indica padrões de ocorrência nas duas línguas?

de mudanças: de nível e de estrutura. A primeira toca as mudanças lexicogramaticais (que correspondem às mudanças de ordem lexical e/ou funcional) e a segunda se refere às alterações nas ordens (morfema, palavra, grupo/frase, oração) e na posição dos elementos no texto (incluindo as mudanças de relações de interdependência entre as orações).

Em relação à visão ‘ao redor’:

1) Nos subcórpora paralelos:

- Por uma perspectiva global, quais as relações retóricas presentes nos textos originais e traduzidos?

- Quais as relações retóricas construídas por conjunções coesivas e estruturais e em que medida elas podem estabelecer relações externas orientadas à metafunção ideacional (organizadas paratatica ou hipotaticamente em uma sequência de eventos) e internas orientadas à metafunção interpessoal (organizadas hipotaticamente em uma encenação de um núcleo) nos textos originais e nos textos traduzidos?

- Em que medida as relações externas constroem significados no nível local e as relações internas no nível global nos textos originais e nos textos traduzidos?

- Em que medida as relações retóricas realizadas por conjunções coesivas e estruturais nos textos traduzidos são resultados de mudanças (shifts) se comparadas às relações retóricas construídas por estas marcas nos textos originais?

- Em que medida as relações retóricas realizadas por conjunções coesivas e estruturais nos textos originais são igualmente reconstruídas pela realização ou não de marcas prototipicamente equivalentes nos textos traduzidos?

- Em que medida as relações retóricas realizadas por conjunções coesivas e estruturais nos textos traduzidos correspondem às mesmas relações construídas sem a realização lexicogramatical destas marcas prototipicamente equivalentes nos textos originais?

2) Nos subcórpora comparáveis monolíngues:

- Em que medida as conjunções coesivas e estruturais podem estabelecer as mesmas relações retóricas externas e internas nos textos originais e traduzidos? No tocante a estes elementos, um cotejo entre as mudanças (shifts) nos textos traduzidos e as realizações nos textos originais indica padrões de ocorrência?

3) Nos subcórpora comparáveis bilíngues:

- Em que medida as conjunções coesivas e estruturais podem estabelecer as mesmas relações externas e internas nos textos em inglês original e em português brasileiro original? Este cotejo entre os textos indica padrões de ocorrência nas duas línguas?

- Em que medida as conjunções coesivas e estruturais podem estabelecer as mesmas relações externas e internas nos textos em inglês traduzido e em português brasileiro traduzido? Um cotejo entre as mudanças (shifts) destes elementos nos dois textos indica algum padrão de ocorrência nas duas línguas?

Em relação à visão ‘de cima’:

1) Nos subcórpora paralelos:

- Em que medida as relações retóricas se orientam ao campo (sendo assim externas) ou à sintonia (sendo assim internas) e podem determinar os modos retóricos dos textos originais e dos textos traduzidos?

2) Nos subcórpora comparáveis monolíngues:

- Em que medida os modos retóricos são os mesmos nos textos originais e nos textos traduzidos?

3) Nos subcórpora comparáveis bilíngues:

- Em que medida os modos retóricos são os mesmos nos textos em inglês original e nos textos em português brasileiro original?

- Em que medida os modos retóricos são os mesmos nos textos em inglês traduzido e nos textos em português brasileiro traduzido?

Uma vez expostas todas as perguntas de pesquisa específicas formuladas para a análise das conjunções, apresenta-se na seção 2.3 os procedimentos metodológicos envolvidos na extração dos dados para tal escrutínio.

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