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2.1 Pressupostos Metodológicos

2.1.1 Pesquisa Documental

Para este estudo utilizamos, fundamentalmente, a pesquisa documental e, como fonte da informação, o documento bibliográfico, mais especificamente resumos de cinco Teses de Doutorado e trinta e uma Dissertações de Mestrado. Estas foram produzidas em doze diferentes áreas do conhecimento, em 18 unidades brasileiras de ensino superior, e têm como tema a relação TRABALHO BANCÁRIO-SAÚDE.

Segundo Witter (1990, p. 22),

[...] a pesquisa documental é aquela cujos objetivos ou hipóteses podem ser verificados através da análise de documentos, bibliográficos ou não- bibliográficos, requerendo metodologia (coleta, organização, análise de dados) compatíveis com os mesmos.

A análise de documentos, dependendo do objetivo da pesquisa, é o principal meio de concretização do estudo e não apenas um instrumento complementar (PIMENTEL, 2001), visto que é possível que eles contenham todas as categorias a serem analisadas.

Por outro lado, conforme pontua Salazar (apud WITTER, 1990), os documentos podem ser classificados em duas grandes categorias: impressos e não- impressos. Os primeiros são, também, denominados bibliográficos e os segundo, não-bibliográficos. Entre os documentos bibliográficos estão as Dissertações e as Teses, os Livros, os Periódicos, os Folhetos e similares.

A opção por Teses e Dissertações como fontes documentais para esse estudo se deu por entendermos que no âmbito da academia, mormente nos programas de pós-graduação strictu sensu, se produz conhecimento significativo, dado o compromisso que as universidades deveriam manter para com a sociedade, principalmente nas áreas que estudam a relação homem e sociedade.

Além do mais,

[...] no Brasil a produção científica está quase que diretamente ligada à produção científica nos cursos de pós-graduação, seja pelo seu fazer científico ou pelo seu papel na formação de professores e pesquisadores que irão atuar em outras entidades ( NAKANO, 2005 , p. 39) .

.

Caracterizadas como documentos bibliográficos, as Teses e Dissertações são, também, fontes primárias de informação, ou seja, trazem a ciência diretamente referida, ao passo que os livros, também documentos bibliográficos, tanto podem trazer informações primárias (resultantes diretamente de teses e projetos de pesquisa), como secundárias ou mesmo terciárias, sumariando ou referindo o que outros pesquisaram, pensaram ou refletiram sobre o assunto.

Ademais, conforme ressalta Domingos (1999), elas constituem importante contribuição como produto da ciência sendo que, em diversas áreas do conhecimento, as mais recentes e avançadas práticas, aplicações e delineamentos de pesquisa evidenciam-se a partir delas, razão pela qual são comumente utilizadas por pesquisadores.

A pesquisa bibliográfica se distingue das demais pesquisas documentais por sua especificidade quanto ao tipo de suporte informacional, centrado na análise de fontes bibliográficas. Também é marco diferencial o estabelecimento de balizas temporais e a caracterização da metodologia, a qual implica na descrição das características básicas da fonte bibliográfica analisada e na explicitação das categorias de análise usadas no processo de tratamento da informação. Estes

últimos aspectos são variáveis dependendo dos objetivos do autor e do tipo de suporte em estudo (WITTER, 1990).

Feitas estas considerações, resta ainda ressaltar que a pesquisa bibliográfica embora implique numa revisão bibliográfica, vai muito além dela uma vez que, em razão da especificidade de seus objetivos e procedimentos, avança nos seus propósitos e traz resultados conclusivos em si mesma. Ou seja, o grande diferencial entre a pesquisa documental e a revisão bibliográfica é que, da primeira deve necessariamente emergir conhecimentos novos, enquanto da segunda resulta uma síntese, uma análise de um saber já sistematizado e colocado à disposição de todos. O interesse por esta metodologia brotou, inicialmente, quando nos deparamos com a tese de doutorado em Serviço Social da Profª. Drª Mariângela Belfiore Wanderley, defendida na PUC-SP, que resultou no livro Metamorfoses do

Desenvolvimento de Comunidade, cuja 2ª edição foi publicada em 1998, pela

Editora Cortez.

Conforme a própria autora descreve, buscou-se

[...] na produção escrita, elaborada no âmbito do Serviço Social, as concepções de desenvolvimento de comunidade, construídas e/ou utilizadas durante e após o movimento de reconceituação. Importava saber como essas concepções foram elaboradas, quais seus fundamentos teóricos, que relações elas estabeleceram com o Serviço Social [...] delimitei como

universo de pesquisa, a literatura produzida no Brasil, no âmbito do Serviço

Social, nos programas de pós-graduação em Serviço Social strictu sensu (dissertações de mestrado e teses de doutorado) e/ou publicada em livros, divulgados nacionalmente, nos últimos 20 anos (1970-1990). Artigos publicados pela revista Serviço Social e Sociedade e na coleção Cadernos

Verdes do Centro Brasileiro de Cooperação e intercâmbio em Serviços

Sociais – CBCISS, completam o material empírico pesquisado (WANDERLEY, 1998, p. 11-12).

Posteriormente, tendo esta tese como referência, procedemos a uma investigação que resultou na localização de outros trabalhos, especialmente na área da pesquisa em Psicologia, que se utilizavam desta metodologia que consiste no levantamento e análise de produção científica. Ao buscarmos maiores subsídios sobre este tipo de pesquisa, encontramos importante corpo teórico que lhe dá

sustentação.

Segundo Pacheco (2005), um dos estudos pioneiros sobre a análise de produção científica em Psicologia, realizado de forma mais sistematizada no Brasil, é de co-autoria de Arrigo Leonardo Angelini, Samuel Pfromm Netto e Nelson Rosamilha, e foi apresentado na 17ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em 1965.

Entretanto, foi a partir dos anos 70 que a prática dessa modalidade de pesquisa se intensificou. Daí por diante ela atraiu a atenção de muitos cientistas pela relevância de muitos de seus aspectos, como por exemplo, poder avaliar a produção em cada sub-área de cada ciência, fazer comparação da evolução das sub-áreas e das ciências, contribuir para a definição de políticas científicas e educacionais, servir para a orientação social do uso dos resultados das técnicas e de todo o conhecimento científico etc. (WITTER, 2005).

Além disso, a autora ressalta que este tipo de pesquisa ainda permite conhecer o nível do conhecimento alcançado, o tipo de informação que tem sido alvo de maior atenção dos pesquisadores, as tendências teóricas e metodológicas, as características dos sujeitos-alvo dos estudos etc. Ou seja, sempre traz alguma contribuição ao saber-fazer científico.

Para Pacheco (2005, p. 24), “estudos e análises de produção científica podem resultar em informações relevantes que venham nortear a ampliação de temas e áreas para estudos posteriores”.

Santeiro (2005) lembra, ainda, que tais estudos podem ser considerados como desencadeadores de reflexões que incluem a do próprio papel social da ciência.

nosso estudo , optamos em trabalhar nessa direção, fundamentando-nos em seus princípios básicos.

O presente trabalho, portanto, é uma pesquisa documental, cujas fontes de informações são Resumos de Teses e Dissertações que têm por objeto de estudo a relação TRABALHO BANCÁRIO–SAÚDE, produzidas no Brasil e localizadas através de um levantamento da produção científica dos Programas de Pós-Graduação brasileiros, em diversas áreas do conhecimento.

A decisão em analisarmos tão somente os Resumos, tal qual são apresentados à CAPES, derivou, primeiramente, da presumível dificuldade em ter acesso a todos os trabalhos, na sua íntegra, uma vez que eles se encontram depositados em bibliotecas universitárias espalhadas por diversos estados brasileiros. Ademais, a nosso ver, a sua leitura completa certamente extrapolaria os propósitos e o âmbito de abrangência de uma dissertação de mestrado. Assim, para os objetivos desse estudo, a análise dos Resumos resultou suficiente.