• Nenhum resultado encontrado

1 INTRODUÇÃO

5.1 PESQUISA EXPLORATÓRIA QUALITATIVA

A pesquisa para esta Dissertação se constitui em um estudo qualitativo- descritivo-interpretativo objetivando compreender como acontece o processo de transição da prática pedagógica unidocente para a pluridocente, ou seja, do 5º ano para o 6º ano do Ensino Fundamental tanto na visão de professor quanto do aluno, no que se refere à motivação e à aprendizagem.

A Pesquisa Exploratória é utilizada para realizar um estudo preliminar sobre o que quer ser estudado em profundidade e é utilizada uma amostra pequena com a intenção de conhecer melhor o problema que se quer investigar. A pesquisa exploratória qualitativa tem a intenção de que os entrevistados sejam estimulados a pensar e falar livremente sobre o tema proposto, fazendo emergir aspectos subjetivos, atingindo motivações não explícitas, ou mesmo não conscientes, de forma espontânea.

Para Minayo (2002, p. 28),

a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

Dessa forma, parti para a escolha da amostra que viabilizou a pesquisa qualitativa.

5.1.1 Processo de amostragem

Amostra, em estatística, quer dizer um conjunto de elementos extraídos de um conjunto maior chamado População. O motivo de se trabalhar em uma amostra é que uma população é infinita, ou considerada como tal, não podendo assim ser analisada na integra. A amostragem é, por sua vez, um conjunto de procedimentos através dos quais se seleciona uma amostra de uma população (INFOPÉDIA, 2012). A amostra em questão foi coletada em três Instituições de Ensino, sendo uma particular, outra municipal e a terceira estadual. Foram escolhidos de forma não probalístico, por julgamento, dois professores de cada instituição com a característica de que dessem aula no 6º ano do Ensino Fundamental. Foram escolhidos, também, dois alunos de cada instituição de ensino que estavam cursando o 7º ano do Ensino Fundamental ou a 6ª série nestas mesmas escolas, sendo também na forma não probalístico. A diferença de anos escolhidos para professores e alunos tem a ver com a experiência que o professor tem com o ensino de 6º ano e a melhor visualização do aluno diante da experiência já vivenciada no ano anterior.

5.1.2 Procedimentos de coleta de dados em instrumento de pesquisa

Para a pesquisa exploratória foram feitos dois roteiros (APÊNDICES A e B) com questões semiestruturadas que possibilitam a inclusão de novas perguntas para auxiliar nas entrevistas tanto com os professores quanto com os alunos. As entrevistas foram gravadas e, posteriormente, transcritas com o objetivo de identificar variáveis que pudessem contribuir para a realização desta Dissertação.

As escolas foram escolhidas de acordo com a proximidade do pesquisador, porém, antes disso foram feitas algumas tentativas em escolas que não deram retorno ou não se dispuseram a cooperar, principalmente escolas particulares. As escolas que aceitaram a proposta marcaram dia e hora para que pudesse fazer as entrevistas e foram eles que escolheram os professores e alunos que dariam as entrevistas. Os alunos, mesmo sendo escolhidos pela direção, filhos de funcionários ou de professores, com o passar do tempo sentiram-se mais a vontade e conversaram de forma mais tranquila. As entrevistas duraram em torno de 20 a 40 minutos cada, sendo as dos professores as mais longas.

A técnica de entrevistas individuais em profundidade segundo Alonso (1995,

in MARRADI; ARCHENTI; PIOVANI, 2007), se trata fundamentalmente de um

processo comunicativo pelo qual o pesquisador extrai uma informação de uma pessoa. Mas não qualquer tipo de informação, sim aquela que está contida na biografia do entrevistado, com muitos sentidos assimétricos, na qual o entrevistador deve ser capaz de refletir sobre seu papel, suas escolhas, a direção e o sentido de sua pesquisa.

O roteiro foi pensado no sentido de fazer o entrevistado sentir-se à vontade e confiante para falar, dando sua interpretação diante de sua prática pedagógica. As informações para o referido estudo foram coletadas a partir de roteiro semiestruturado já elaborado.

De posse das entrevistas a transcrição destas, foi realizada a análise dos dados.

5.1.3 Análise dos dados

Os dados coletados foram analisados através da metodologia da Análise de Conteúdo segundo Bardin (2009), numa abordagem qualitativa, com vistas a chegar- se a interpretar e reinterpretar os resultados, buscando uma melhor compreensão dos significados. Para esta autora, a Análise de Conteúdo, enquanto método torna- se um conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção /recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.

Para Moraes (1994, p. 104, in RANGEL, 2001, p. 46) a Análise de Conteúdo é:

Um conjunto de técnicas e instrumentos empregados na fase da análise e interpretação de dados de uma pesquisa, aplicando-se de modo especial ao exame de documentos escritos, discursos, dados de comunicação e semelhantes, com a finalidade de uma leitura crítica e aprofundada, levando à descrição e interpretação destes materiais, assim como a inferências sobre suas condições de produção e recepção.

Depois de transcritas as entrevistas e feita uma leitura minuciosa foi elaborado um quadro (QUADRO 1) com os atores desta entrevista e um quadro (QUADRO 2) com os principais aspectos da entrevista com o objetivos de localizar aspectos em comum e, assim, categorizar de acordo com os objetivos propostos.

O quadro foi dividido de acordo com os objetivos específicos e relacionado com as perguntas que foram feitas no sentido de elucidar a problemática da pesquisa. A primeira pergunta tem como objetivo contemplar o primeiro objetivo, assim foi respondido pelos alunos, sujeitos, da entrevista. A segunda pergunta tinha a intenção de saber como professores e alunos veem o processo de aprendizagem e o que pode interferir nesse processo. A terceira pergunta objetiva entender qual a percepção dos professores, sujeitos, da entrevista em relação e transição do 5º para o 6º ano do Ensino Fundamental. E, por fim, a quarta pergunta, também, para professores e alunos, sujeitos das entrevistas procurando contemplar o que pensam sobre a motivação para aprender e ensinar. Assim, surgiram categorias e seus desdobramentos ou subcategorias que fazem parte dos resultados obtidos nesta Dissertação.

Documentos relacionados