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2. ASPECTOS SOBRE OS MECANISMOS DE RUPTURA

2.3. PESQUISAS CONSULTADAS

São apresentadas as pesquisas consultadas que contribuem para o melhor conhecimento científico para o comportamento das lajes alveolares protendidas.

ANTUNES (2011) investigou a influência do preenchimento dos alvéolos na resistência ao cisalhamento de lajes alveolares por meio de ensaios em modelos físicos e de modelagens computacionais. As variáveis estudadas no programa experimental são a presença de capa estrutural e o preenchimento dos alvéolos, que na pesquisa foi mantido constante e

igual a um terço dos alvéolos da laje. Já nas modelagens computacionais, as variáveis são o valor da força de protensão, a resistência à tração e o módulo de elasticidade do concreto da laje, a presença da capa estrutural e o preenchimento dos alvéolos.

Dos resultados dos ensaios conclui-se que o preenchimento de um terço dos alvéolos, até uma distância aproximada de 50 cm da extremidade da laje, não aumentou a resistência ao cisalhamento da laje alveolar. Por outro lado, a presença da capa de concreto aumentou a resistência ao cisalhamento da laje alveolar, desde que seja evitada a ruptura da interface entre a laje e a capa de concreto.

Da comparação desses resultados com os obtidos do emprego de equacionamentos existentes nas normas nacionais e internacionais para lajes maciças e lajes alveolares, conclui- se que essas equações avaliaram bem a resistência ao cisalhamento das lajes alveolares sem capa, entretanto superestimaram a resistência das lajes alveolares com capa de concreto ou com alvéolos preenchidos.

ARAUJO (2011) traz uma contribuição teórica para o projeto estrutural de lajes alveolares protendidas com relação aos efeitos dependentes do tempo e a região do apoio. O modelo reológico utilizado foi fundamentado no método do coeficiente característico de envelhecimento, permitiu a análise de barras considerando o comportamento dependente do tempo do concreto e do aço por meio das funções de relaxação. Com isso, foi possível analisar os efeitos construtivos e o comportamento em diferentes etapas da vida útil das lajes alveolares isostáticas que são unidas para formar uma estrutura contínua com seção transversal composta. As análises dos resultados mostraram que a utilização de lajes alveolares com continuidade longitudinal é uma solução eficiente, mas requer verificações adicionais de projeto devido ao processo construtivo. Como contribuição para o estudo da região dos apoios, apresenta-se, por um lado, resultados de modelos numéricos não lineares, considerando a aderência entre a armadura e o concreto, e por outro lado, uma metodologia analítica para verificação da resistência à força cortante, baseada na Modified Compression Field Theory (MCFT) (estudo da teoria de compressão modificada) e nos conceitos de segurança do Eurocode 2. Os modelos numéricos representaram bem o comportamento de ensaios experimentais e clarificaram a distribuição de tensões na região de apoio. Os resultados obtidos com a metodologia analítica proposta para a verificação da resistência à força cortante alcançou os melhores resultados quando comparada com as normas CSA A23.3 e o Eurocode 2, utilizando um banco de dados

com 129 ensaios experimentais de lajes alveolares. Além disto, a metodologia proposta é adequada para aplicações de projeto, visto sua simplicidade.

FRANÇA (2012), estudou o comportamento das lajes alveolares pré-fabricadas em concreto protendido submetidas a esforços de força cortante. Para isso, foram feitos ensaios de força cortante das lajes alveolares com altura de 265 mm com e sem capa de concreto de 50 mm, sem preenchimento de alvéolos, com dois alvéolos preenchidos e com três alvéolos preenchidos com concreto.

Os ensaios foram realizados de acordo com os procedimentos recomendados pela FIP (1992), pela EN 1168:2005 e por Costa (2009).

Os valores da força cortante última obtida nos ensaios foram comparados com os valores das forças cortantes resistentes teóricas calculadas de acordo com a ABNT NBR 6118:2003 e com a ABNT NBR 14861:2011. Ao calcular-se a força cortante resistente através das equações apresentadas na ABNT NBR 14861:2011, verificou-se que esta norma está muito mais rigorosa no cálculo da resistência ao cisalhamento das lajes alveolares do que a ABNT NBR 6118:2003. Devido à esta grande diferença nos resultados calculados, mesmo para lajes sem preenchimento de alvéolos, a consultou a comissão que elaborou a ABNT NBR 14861:2011 e verificou que há um erro no texto da norma, pois o coeficiente a foi considerado em duplicidade ( e 0,15).

Durante os ensaios realizados, confirmou-se que o preenchimento dos alvéolos com concreto contribui para o aumento da resistência ao cisalhamento das lajes alveolares. Mas para o caso das lajes de 265 mm de altura, deve ser limitada a quantidade a no máximo dois alvéolos preenchidos, pois a maioria dos resultados para lajes com três alvéolos preenchidos foi menor, confirmando que a recomendação da ABNT NBR 14861:2011 é coerente com a prática.

Após a análise da configuração de fissuração e dos mecanismos de ruptura das lajes alveolares durante os ensaios da força cortante, foram desenvolvidos modelos de bielas e tirantes representando as forças atuantes nas lajes no instante da sua ruptura. Com esses modelos foi calculada a tensão de tração atuante nos tirantes de concreto (nervuras) e dimensionada a geometria destes tirantes.

As contribuições desta pesquisa são: aumento da quantidade de resultados de ensaios com lajes de espessura 265 mm realizados no Brasil, obtenção de resultados de ensaios da força cortante com alvéolos concretados após a liberação da força de protensão, obtenção de

resultados de ensaios da força cortante em lajes alveolares com alvéolos concretados e com capa de concreto armada com tela soldada, comparação de resultados de ensaios de força cortante com valores teóricos calculados através da nova revisão da norma ABNT NBR 14861:2011, aplicação de modelos de bielas e tirantes em lajes alveolares protendidas; correção da duplicidade do fator a apresentada na ABNT NBR 14861:2011.