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2.6. MATERIAL SUPORTE

2.6.2. Utilização de materiais sintéticos

2.6.2.3. PET (Polietileno Tereftalato)

O PET (Polietileno Tereftalato), um derivado do petróleo, é o mais importante membro da família dos poliésteres, grupo de polímeros termoplásticos, descoberto na década de 30 pelo pesquisador W.H. Carothers, da Du Pont. No entanto, somente na década de 40, o PET foi desenvolvido pelos químicos ingleses Whinfield e Dickson. As pesquisas que levaram à produção em larga escala do poliéster começaram somente após a segunda grande guerra, nos anos 50, em laboratórios dos EUA e Europa. Baseavam-se, nesta época, totalmente nas aplicações têxteis. No início dos anos 70, o PET começou a ser utilizado pelas indústrias de embalagens (VALT & NETO, 2002).

Segundo esses autores, o PET chegou ao Brasil em 1988 e seguiu uma trajetória semelhante ao resto do mundo, sendo utilizado primeiramente na indústria têxtil. Apenas a partir de 1993, passou a ter forte expressão no mercado de embalagens, notadamente para os refrigerantes. Trata-se de um produto amplamente utilizado na indústria, atingindo um crescimento anual de 24% nos últimos cinco anos. Atualmente, no Brasil, a resina PET para embalagens, tem sido utilizada principalmente nas garrafas de bebidas carbonatadas (60%), de óleo comestível (24%) e de água mineral (6%).

Sua aplicação no país está nos mais diversos produtos e seu consumo em crescente alta, conforme apresentado na tabela 2.5. com dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Embalagens de PET (ABEPET, 2002).

Tabela 2.5.- Consumo de PET no Brasil ANO 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001

Consumo de PET para embalagens 80 ktons 120 ktons 150 ktons 270 ktons 185,7 ktons 244,8 ktons 223,6 ktons 255,1 ktons Fonte: ABEPET (2002)

O PET proporciona muitas vantagens, tais como: alta resistência mecânica (impacto) e química, excelente barreira para gases e odores, além de ser barato, seguro e moderno. Devido a estas características e ao peso muito menor que ao das embalagens tradicionais, o PET mostrou ser um produto ideal para a indústria de bebidas em todo o mundo, reduzindo custos de transporte e produção.

As embalagens de PET são totalmente inertes e quando descartadas no ambiente de forma inadequada promovem enchentes e inundações. Por outro lado, o descarte adequado e a reciclagem destas embalagens são fundamentais para que ocorra:

• A redução do volume de lixo coletado, poupando os aterros sanitários, proporcionando aumento da vida útil e redução dos custos de transporte;

• Economia de energia e petróleo (1kg de plástico equivale a um litro de petróleo, em energia);

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• Geração de empregos (catadores, sucateiros, operários, etc.) com redução da pressão social;

• Menor preço para o consumidor de artefatos produzidos com plástico reciclável (~ 30 %);

• Melhorias sensíveis no processo de decomposição da matéria orgânica nos aterros sanitários, uma vez que o plástico impermeabiliza as camadas de material em decomposição, prejudicando a circulação de gases e líquidos;

• A minimização de inundações causadas pelo lixo jogado nos rios.

O processo básico de reciclagem das garrafas de PET inclui as etapas de aquisição da matéria prima, classificação, moagem, lavagem, enxágüe, descontaminação, pré- secagem, secagem, eliminação de pó e embalagem do material.

Atualmente, uma parte das garrafas descartadas é destinada para os aterros e a outra parte é enviada para os centros de reciclagem. Através da reciclagem são confeccionados novos produtos que são encaminhados novamente para a comercialização.

A reciclagem do PET pode ser caracterizada pelas seguintes etapas (ABEPET, 2002):

• Recuperação: nesta fase, as embalagens que seriam atiradas no lixo comum ganham o status de matéria-prima. As embalagens recuperadas serão separadas por cor e prensadas. A separação por cor facilita sua aplicação no mercado, e a prensagem, por ser o PET muito leve, viabiliza o transporte das embalagens;

• Revalorização: as embalagens são moídas, ganhando valor no mercado. O produto que resulta desta fase é o floco da garrafa que pode ser produzido de maneiras diferentes. Os flocos mais refinados podem ser utilizados diretamente como matéria-prima para a fabricação dos diversos produtos que o PET reciclado dá origem na etapa de transformação. No entanto, há possibilidade de valorizar ainda mais o produto, produzindo os grãos de PET reciclados. Desta forma o produto fica muito mais condensado, otimizando o transporte e o seu desempenho na transformação;

• Transformação: fase em que os flocos ou os granulados serão transformados num novo produto fechando o ciclo. Os transformadores utilizam PET reciclado para fabricação de diversos produtos, inclusive novas embalagens para produtos não alimentícios.

Devido a grande variedade de aspectos ambientais existentes, neste processo ocorre produção de impactos tais como: consumo de recursos naturais (água e energia), geração de resíduos sólidos, emissões atmosféricas e efluentes líquidos. Os recursos energéticos considerados incluem a energia elétrica utilizada nos equipamentos e o combustível utilizado para o transporte externo e interno das matérias primas e do produto final.

O PET pode ser reciclado de três maneiras diferentes segundo a ABEPET (2002): • Reciclagem química: utilizada também para outros plásticos, separa os componentes do

PET, fornecendo matéria-prima para solventes e resinas, entre outros produtos;

• Reciclagem energética: o calor gerado com a queima do produto pode ser aproveitado na geração de energia elétrica (usinas termelétricas), alimentação de caldeiras e altos- fornos. O PET tem alto poder calorífico e não exala substâncias tóxicas quando queimado;

• Reciclagem mecânica: praticamente todo o PET reciclado no Brasil passa pelo processo mecânico, que pode ser dividido em fardos prensados de PET, triagem das garrafas por cor e silo de armazenagem de “flakes”.

Ao se recuperar, reciclar ou reutilizar um produto, que seria eliminado de forma adequada ou não, reduzem-se as fontes de poluição, os impactos ambientais e também o uso de recursos naturais, ao mesmo tempo em que se proporciona a preservação ambiental, a proteção do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida da população.

Em relação à utilização do PET como material suporte, em reatores biológicos de leito fluidizado, não se encontram registros na literatura científica.

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