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5 MATERIAL E MÉTODOS

5.4 PINOS INTRARRADICULARES CURVOS

Instrumentar um canal radicular que resulte em um preparo cirúrgico uniforme, porém curvo, longo e com uma extensão de 27 mm e no ápice radicular com menor diâmetro, causou restrição de cópia tanto pela técnica indireta de Nealon, quanto pelo uso do silicone fluido.

O interesse em utilizar toda a extensão da curvatura do canal, não permitiu a introdução de um fio rígido com a finalidade de manter a posição necessária para os procedimentos usuais do laboratório protético, causando distorções na obtenção do pino intrarradicular curvo.

A instrumentação do preparo do canal radicular curvo foi inviável pelos métodos convencionais. O uso de limas progressivas tipo Niti Protaper Dentsply® que permitiria uma orientação de instrumentação coroa-ápice acompanhando a curvatura do elemento dental não foi eficiente no desgaste do preparo uma vez que o material das raízes era constituído de resina composta e não favoreceu o uso de instrumentação química como o do EDTA® ou do hipoclorito de sódio 1%. Outros instrumentos correspondentes – limas endodônticas manuais, causavam desgaste não uniforme, sulcos indesejáveis dificultando manter a

anatomia curva o mais natural possível e que contemplasse um “pino intrarradicular cirúrgico, curvo, e longo para o canal radicular curvo.

A moldagem deste canal radicular curvo com silicone fluido, na extremidade mais fina do mesmo, prendia-se e era retirado com falhas.

Durante os testes de fundição, resíduos de silicone, mantido nas cinzas, desenvolveu bolhas e defeitos consideráveis nos pinos resultantes sem chances de correção por tratar-se de estrutura delicada.

Especificamente, a prioridade ou o objetivo desta pesquisa não se restringia a forma de obtenção dos pinos curvos. Importavam os resultados biomecânicos de dentes fraturados com pouco remanescente coronal e restauradas com uma padronização para o uso de pinos intrarradiculares curvos. Com estas impossibilidades técnicas, a solução escolhida foi utilizar um pino intrarradicular que simultaneamente fosse responsável pela construção do canal radicular de cada réplica, e ainda transferisse para o mesmo as medidas de diâmetro que representariam o preparo do canal radicular curvo.

Na sequência das figuras 5.5, 5.6 e 5.7 encontram-se definidas as explicações sobre a transferência de medidas da broca FG Sorensen n°4138, para o modelo de pino intrarradicular curvo e assim obter um promotor de canal radicular para as raízes-réplicas curvas sem necessidade de instrumentação posterior.

As Figuras 5.16 e 5.17 apresentam os coppings dos pinos em cera, arranjados na árvore de fundição, e posteriormente o resultado da fundição com o bruto de fusão. Método padronizado com as técnicas protéticas. Depois de preparados, foram usinados e polidos. Figura 5.16 - Apresentação do copping dos pinos intrarradiculares curvos em A; fixados na árvore de fundição -sprue - em B; e o bruto de

fusão em C

Figura 5.17 – Observe em (A) o modelo do copping em cera plástica (vermelha) para casquete Asfer; na sequência em (B) os pinos intrarradiculares curvos usinados e polidos, com os respectivos núcleos ferulado, obtidos em fundição pelo método da cera perdida

Fonte: Camargo, S. 2014.

Com o molde de acrílico nº 2, o pino responsável pelo canal radicular individualmente, passou a ser o pino intrarradicular curvo (PIR-C), resultou assim em cada cópia com o seu pino intrarradicular curvo. Tecnicamente utilizou-se o pino como se já tivesse acontecido o preparo cirúrgico.

Desta forma, as réplicas em resina composta fotopolimerizavel TPH3 para os pinos curvos foram obtidas dentro de uma mesma padronagem, sem a dificuldade da instrumentação e sem a possibilidade de causar alterações significativas em cada unidade da réplica (Figuras 5,6 e 7 e Figuras 5.18 e 5.19).

Figura 5.18 – Molde 2 em RAQA (Resina Acrílica Quimicamente Ativada). Demonstração do posicionamento do pino, isolado (A), ajustado na capa de silicone (B) e posicionado para fixação na parte metálica do molde 2- (C)

Figura 5.19 - Molde de resina acrílica, com o pino formador do canal radicular (pino intrarradicular curvo) e o segmento de resina composta fotopolimerizavel TPH3 sendo acomodado no leito transparente. Desta forma, obteve-se cada raiz com o seu respectivo pino intrarradicular e núcleo perfeitamente adaptados.

Esta adaptação técnica, favoreceu a obtenção da raiz-réplica com o seu respectivo pino intrarradicular curvo e núcleo perfeitamente adaptados conforme demonstrados na Figura 5.20.

Figura 5.20- Apresentação das réplicas em resina composta fotopolimerizavel, com o seu respectivo pino intrarradicular curvo e núcleo. Note a parte superior a projeção de encaixe posteriormente cortada e a coroa usinada para acabamento em laboratório protético.

Durante os testes piloto para confecção das 40 raízes-réplicas com os PIR-C diretamente adaptados, obteve-se um indesejável “ajustamento” de medidas entre as interfaces do pino intrarradicular curvo, e o canal radicular da réplica. Esta justa-adaptação das interfaces dificultou o manuseio de inserção do pino e promovia alterações na cimentação principalmente com o cimento de Fosfato de Zinco SSWhite®.

A solução encontrada foi a de sobrepor uma camada adicional de cera plástica após o pincelamento de Desmoldante Jet® util no isolamento das interfaces sobre cada pino intrarradicular. A “fina camada” de cera vermelha plástica para casquete Asfer® aplicada permitiu formar um espaço suficiente para manusear a retirada e também no preenchimento das interfaces cimentadas. Assim, cada nova raíz réplica foi construída com esta modificação que solucionou a dificuldade da adaptação do conjunto nas demais operações de manuseio da raiz-réplica com o pino intrarradicular, núcleo e coroa metálica (Figura 5.21).

Figura 5.21- Em (A), demonstração da aplicação do desmoldante (isolante) Jet® para facilitar a separação entre as interfaces e em (B) a aplicação da camada de cera vermelha, plástica para casquete Asfer® para permitir o espaçamento desejado

Com um “n” igual a 80, as raízes-réplicas ficaram definidas em duas partes: sendo 40 raízes-réplicas com seus respectivos pinos intrarradiculares retos, núcleos e coroas e 40 raízes-réplicas com seus respectivos pinos intrarradiculares curvos, núcleos e coroas.

Os componentes de cada raiz-réplica seguem demonstrados na Figura 5.22, onde pode se observar a similaridade de formato para as raízes-réplicas, bem como dos componentes de férula para núcleo e coroa.

Figura 5.22 - Apresentação do conjunto pino intrarradicular reto com núcleo e coroa (A); pino intrarradicular curvo, seu núcleo e a coroa (B) com as respectivas raízes-réplicas em resina composta. Observe as férulas em núcleo e coroa assinaladas com as setas

Fonte: Camargo, S. (2014)

Observou-se a necessidade de preparar o conjunto garantindo a criação de uma folga para a simulação do ligamento periodontal. Utilizando o mesmo artifício aplicado sobre os

PIR-C para manter um espaçamento de interfaces do PIRC no canal radicular, recorreu-se a adaptação de uma camada de cera para recobrir a raiz-réplica. O espaço da película de cera sobre a raiz-réplica e a posterior retirada decorrente do procedimento de inclusão com a resina acrílica quimicamente ativada no PVC do corpo de prova garantiu no passo seguinte a criação de uma folga importante para a simulação do ligamento periodontal.

Técnicamente isto foi possível com a adição de uma camada de cera líquida uniforme e padronizada com o Aparelho para derretimento de cera CE-3 EPO®31 aplicada sob imersão do conjunto em cada uma das raízes-réplicas.

O espaçamento obtido na retirada permitiu inserir o material de impressão à base de poliéter ImpregumTM Soft 3M® que simulou a presença do ligamento periodontal(Figura 5.23).

Figura 5.23 - Demonstração da aplicação da camada de cera líquida (A) para permitir um "espaço” no procedimento de inclusão no acrílico e útil para o artificio da simulação do ligamento periodontal com o poliéter Impregum TM Soft 3M; e o resultado com as raízes revestidas (B)

5.5 CIMENTAÇÃO DOS PINOS RETOS E CURVOS COM CIMENTO DE FOSFATO DE ZINCO®

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