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PARTE III- ATVIDADES DESENVOLVIDAS

4. População Alvo

4.4. Planeamento e Integração

Neste ponto são destacadas as principais atividades e funções desenvolvidas ao longo do estágio curricular realizadas na escola Dragon Force Torre de Moncorvo, tendo em conta os objetivos gerais e específicos delineados conjuntamente como Tutor de Estágio.

Uma das primeiras atividades realizadas foi uma breve reunião acerca do funcionamento do clube, tais como as horas e os dias que ia ao clube. De seguida foi possível realizar uma visita guiada às estruturas da entidade acolhedora.

Na reunião ficou logo tudo esclarecido acerca do escalão que ia orientar e coadjuvar. As funções que desempenhei foram-me propostas pelo tutor de estágio. Assim, fiquei como Treinador Principal na turma de Petizes e Treinador Adjunto no escalão Infantil.

No início desta minha caminhada no clube, foi-me oferecido o organograma do clube com o quadro técnico da formação com os respetivos treinadores. Foi extremamente proveitoso, porque permitiu-me ter uma maior noção acerca das funções e cargos dos vários elementos. E também me permitiu uma familiarização rápida e eficiente com todos os treinadores, evitando assim qualquer tipo de percalço na abordagem aos mesmos.

Nesta fase procurei ainda “alcançar o mais depressa possível o meu espaço” no clube e nas equipas com quem iria trabalhar, sabendo que para conquistar o meu espaço e evoluir, teria de me integrar o mais rápido possível, com a noção de quem sou e para onde quero ir. Fi-lo respeitando humildemente a minha posição, o local onde estou inserido e todos os recursos neles inseridos.

No início senti algumas dificuldades em termos de adaptação, era uma nova realidade para mim, um novo contexto, uma nova localidade, pessoas com quem nunca lidei, nunca convivi, ou seja, caí ali de “Paraquedas, mas ao mesmo tempo percebi que faz parte de uma evolução, porque a esta profissão é isto mesmo, hoje estamos num local amanha podemos estar noutro local, por isso, é importante desde cedo começar adaptarmo-nos a este tipo de situações. Numa fase inicial confesso que fiquei radiante, quando me foi entregue uma caixa enorme de equipamento para os treinos, e para os jogos, não estava nada à espera que nomeadamente me facultassem tanto equipamento de treino, patrocinado pelo Futebol Clube do Porto.

Numa fase posterior, e com a aproximação da época desportiva, recebi alguns documentos acerca de vários exercícios de treino caso quisesse seguir algum, em função do escalão etário. Nestes documentos é percetível como se sobrepõe a formação do jovem atleta aos resultados. No início foi uma estratégia que utilizei para me enquadrar na realidade das equipas, principalmente no escalão petiz, tendo utilizado alguns exercícios desse documento, fornecido pela Dragon Force, mas posteriormente e com o decurso da época desportiva isso viria a inverte-se, pois fui criando os meus próprios exercícios de treino.

A função de treinador principal da equipa de Petizes, permitiu-me evoluir a diferentes níveis, como por exemplo ter a capacidade de liderar com êxito os atletas, criar e acreditar naquilo que realizei, na seleção dos exercícios de treino, o sentir-me à vontade em frente aos atletas, tal como explicar/demonstrar os respetivos exercícios de treino, para posteriormente

ver/testar o meu trabalho na prática (nos torneios desportivos). Foi uma experiência rica em conhecimento e liderança tal como na orientação mais assertiva dos exercícios de treino.

No escalão infantil e dada à minha função, que era totalmente diferente do escalão Petiz, de treinador adjunto, não tinha autonomia como tinha no outro escalão para conduzir uma sessão completa de treino, e todos os exercícios realizados eram de acordo com o treinador principal. Era uma realidade totalmente diferente do que “vivia” no outro escalão.

Quanto às funções que tinha no escalão infantil era de, por vezes, orientar um ou dois exercícios da parte inicial da sessão de treino, o que me parecia pouco.

Numa fase posterior denominada de intervenção, pude realizar alguns testes físicos e técnicos. No início falei com o meu tutor de estágio tendo-lhe solicitado autorização para a realização dos testes e posteriormente falei com o treinador principal. A resposta não foi imediatamente favorável dado o meu tutor ser contra esse tipo de testes. Mas com alguma insistência da minha parte foi possível realizar alguns testes. Gostaria de ter realizado mais alguns testes, mas como eram contra os mesmos, não me senti muito confortável em estar sempre a insistir para a realização dos mesmos, já que no clube não são apologistas deste tipo de avaliações.

De frisar que já nesta fase, o à-vontade que sentia com os vários grupos de trabalho, seja no escalão Infantil seja no escalão de Petizes era visível, o que viria a facilitar o relacionamento com os respetivos atletas.

Em jeito de uma sinopse devo referir que nos Infantis efetuei, observações dos treinos, observação e análise do desempenho em competição com elaboração de relatórios.

Durante os jogos efetuei o preenchimento da ficha dos tempos de entradas e saídas dos atletas, golos marcados e golos sofridos.

Nos Petizes efetuava a elaboração dos planos dos treinos, orientava-os nos Torneios, realizava reflexões sobre os encontros desportivos, as avaliações trimestrais, os registos de desempenhos individuais nos torneios, marcações de presenças.

Por vezes agendávamos reuniões semanais ou mensais, onde fazíamos pontos de situação acerca das equipas na qual estávamos inseridos.

Após uma breve descrição das atividades que realizei em ambas os escalões, acredito que orientar jovens atletas é uma obra de tremenda responsabilidade já que temos à nossa frente, futuros jogadores e está nas mãos dos treinadores aproveitar esses jogadores. Cativá-los para a prática desportiva e levando a que os mesmos tirem proveito da modalidade. Neste sentido e também como nos é referido por Pacheco (2001, p. 16) acredito que “formar jovens futebolistas

uma qualificação adequada e um elevado sentido de responsabilidade para com o praticante, o sistema desportivo e a sociedade”. Este autor também nos refere que a aposta séria na formação de jogadores parece ser o caminho a seguir, para assegurar uma posição de destaque no atual mundo do futebol.

Por seu turno, Pinto (1991, p.77) considera que, “quem deve ser treinador é quem sabe, ou seja, quem domina os conhecimentos e as técnicas de intervenção em áreas tão complexas e diferentes que vão desde a metodologia do treino à dinâmica de grupos.” Na mesma linha de pensamento e na opinião de Rosado e Mesquita (2008, p.8) “a necessidade de treinadores qualificados tem crescido de forma exponencial na nossa sociedade, contrariando a crença geral de que qualquer um pode ser treinador, desde que o deseje e que o seu passado desportivo o permita”.

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