3. METODOLOGIA
3.2. PLANEJAMENTO DA ATIVIDADE
No que tange ao planejamento didático, foi tudo elaborado para que fossem suficientes
no máximo seis encontros, pelo simples fato dos mesmos terem de ser concluídos
anteriormente ao ENEM. A atividade foi planejada com o intuito de atrair um grupo de jovens
interessados no exame. Ficou decidido que no primeiro encontro, seria feita a apresentação ao
grupo de alunos, esclarecendo os objetivos da atividade e outras informações acerca do tempo
e a quantidade de encontros.
A primeira atividade deveria consistir em disponibilizar impresso algumas provas do
ENEM dos últimos anos, a fim de que eles procurassem e identificassem questões que fossem
relacionadas à Estatística, considerando o que eles entendiam do conteúdo. Feito isso,
começaria a questionar todo o grupo sobre as escolhas feitas, para que eles pudessem pensar
sobre elas (não importando se estivessem certos ou não, nem com a resolução da questão) e
então me relatar o porquê dessas escolhas. Assim, poderei inferir, a partir de suas respostas se
o grupo possui um conhecimento prévio estatístico, seja teórico ou empírico, e se percebiam
afinidade entre esse conhecimento e outras áreas que não só a Matemática. Como coloca Yin
(2001), para se tirar conclusões acerca de um entrevistado ou um grupo de entrevistados,
necessitam-se boas indagações e questionamentos, além de uma boa percepção como ouvinte,
preocupando-se com os menores detalhes a cada resposta constatada.
Depois do primeiro momento, comentaria um pouco sobre a prova do ENEM, de
como são cobradas as questões e realizaríamos uma reflexão da importância de se entender
Estatística para essa prova, com base nas questões que teriam sido apontadas por eles, tendo
como recurso o Edital do ENEM, no qual constam todos os conteúdos exigidos em cada área
do conhecimento e como são cobrados. O encontro seguinte teria uma pilha de jornais como
material de pesquisa e seria proposto que eles procurassem e identificassem novamente o
conteúdo de Estatística. Dessa vez, em forma de reportagem e sobre assuntos variados.
Discutiríamos novamente com o grupo sobre as notícias escolhidas, se realmente podemos
encontrar Estatística nelas, como ela está presente e qual sua importância dentro daquela
reportagem. Nesse momento seria utilizado o raciocínio empírico e o pensamento estatístico
já existente, seja prévio à atividade ou adquirido no encontro anterior. Considero essa
atividade imprescindível, pois o aluno tem a possibilidade de enquadrar a Estatística num
contexto mais acessível a ele, ou seja, no seu cotidiano. Como está escrito em Brasil (2000), o
aluno de Ensino Médio deve enxergar a Matemática como ferramenta para moldar e
interpretar a realidade, ou seja, a Estatística deve ser percebida como um conteúdo totalmente
aplicável ao seu dia-a-dia. Segue ainda que:
Aprender Matemática de uma forma contextualizada, integrada e relacionada a outros conhecimentos traz em si o desenvolvimento de competências e habilidades que são essencialmente formadoras, à medida que instrumentalizam e estruturam o pensamento do aluno, capacitando-o para compreender e interpretar situações, para se apropriar de linguagens específicas, argumentar, analisar e avaliar, tirar conclusões próprias, tomar decisões, generalizar e para muitas outras ações necessárias à sua formação. (BRASIL, 2000a, p. 111)