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PLANEJAMENTO DO PREPARO E EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE

No documento Manual de Campanha (páginas 49-54)

ARTIGO I GENERALIDADES 6-1. CARACTERIZAÇÃO

A metodologia do Sistema de Planejamento do Exército (SIPLEX) é uma orientação prática e racional que visa sistematizar o processo de tomada de decisões, para que se alcancem os objetivos desejados com economia de meios, em menor tempo e com os melhores resultados. Mais especificamente, significa a coordenação das atividades realizadas por todos que intervêm no planejamento, quer suas responsabilidades sejam de assessoramento, quer sejam de decisão.

6-2. ETAPAS DE PLANEJAMENTO

De modo genérico, em cada nível de planejamento, as etapas mais características do processo são:

- estudo da situação; - decisão;

- elaboração de planos;

- desencadeamento das ações planejadas; - supervisão e controle.

6-3. PLANEJAMENTO PROSPECTIVO

Resulta da aplicação de técnicas de investigação ou estudos prospectivos, com base na análise dos chamados fatos portadores de futuro. Esta visualização prospectiva permite integrar a formulação das concepções políticas e estratégi-cas do presente com as projetadas no futuro.

ARTIGO II

SISTEMA DE PLANEJAMENTO DO EXÉRCITO (SIPLEX) 6-4. FINALIDADES

a.O SIPLEX tem, em síntese, as seguintes finalidades:

(1) estabelecer um método de planejamento no mais alto nível da doutrina militar terrestre;

(2) racionalizar as atividades de planejamento e a execução das ações em vários níveis e setores;

(3) acompanhar o planejamento e a execução das ações, realimentando e controlando o sistema;

(4) propiciar as melhores condições para o cumprimento da missão do Exército Brasileiro com eficiência, eficácia e efetividade.

b.O objetivo do SIPLEX é a obtenção de unidade de pensamento e de ação doutrinária, nas concepções político-estratégicas, logística e operacional. 6-5. FASES E ETAPAS DO PLANEJAMENTO

a. Missão do Exército

(1) É o farol que orienta toda a metodologia.

(2) A definição da missão do Exército é o ponto de partida para os estudos e elaboração de documentos, em todas as fases e etapas subseqüentes.

b. Fase de Avaliação

(1) A fase de avaliação do Exército compõe-se de dois estágios: análise e síntese.

(a) Análise:

1) situação internacional; 2) situação nacional;

3) políticas e estratégias em curso; 4) apreciação do Exército;

5) cenários. (b) Síntese:

1) necessidades básicas do Exército; 2) prováveis ameaças;

3) óbices;

5) indicações para políticas e estratégias do Exército.

(2) Na avaliação é elaborado um diagnóstico da instituição, com base na conjuntura. No entanto, voltada para o futuro, busca vislumbrar as tendências de evolução da arte da guerra, das inovações tecnológicas e seus reflexos no material de emprego militar, das prováveis ameaças e a correlação dessas tendências com as necessidades futuras em termos de preparo e emprego da força terrestre. Ao final da síntese, são estabelecidas as indicações para a formulação de políticas e estratégias, orientando as etapas seguintes.

(3) Para a força terrestre, os cenários de curto prazo abarcam um período de cinco anos (aproximadamente, a duração de um governo), os de médio prazo se referem a um período de quinze anos (duração do ciclo de vida do material de emprego militar e de evolução da doutrina), e os de longo prazo, que indicam um período de cerca de trinta anos (correspondente à carreira de um militar).

c. Fase Política

(1) É a fase em que se estabelecem as formulações ou concepções políticas, visando ao emprego e preparo do Exército.

(2) Esta fase compreende uma única etapa do método, em que se elabora a Política Militar Terrestre.

(3) A Política Militar Terrestre compreende as opções políticas no que se refere à doutrina militar terrestre e suas interações com a organização, o preparo e o emprego do Exército.

(4) Os objetivos do Exército constituem as aspirações básicas e a orientação geral para o planejamento. Correspondem não só às suas necessida-des, como resultam de uma nítida percepção de seu papel como instituição nacional, permanente e democrática no contexto da nação brasileira.

(5) Em síntese, pode-se dizer que a Política Militar Terrestre expressa o “que fazer”, em termos de opções e orientações políticas, gerais e específicas, indispensáveis à realização do planejamento estratégico subseqüente.

(6) O conhecimento, por parte de todos os integrantes do Exército, da Política Militar Terrestre, em particular dos seus objetivos e da sua missão, é condição necessária e essencial para que se obtenha a desejada convergência de esforços e unidade de pensamento e ação.

d. Fase estratégica

(1) Etapa da Concepção Estratégica do Exército (CEEx)

(a) Com a CEEx, deflagra-se a fase estratégica do método. Procura-se definir as grandes opções estratégicas de preparo e emprego, buscando sobrepor-se aos óbices existentes ou potenciais. Compreende:

1) fundamentos e condicionantes do preparo e emprego; 2) áreas estratégicas e suas implicações para o preparo e emprego da força terrestre:

a) concepção estratégica de emprego; b) hipóteses de emprego;

c) concepção estratégica de preparo e da evolução do Exército; d) concepção estratégica de preparo da força terrestre; e) concepção estratégica da participação do Exército na

manutenção da integridade nacional.

(b) É um documento que observa as indicações previstas na avaliação do Exército e, também, de amplitude, aprofundamento e detalhamento adequado às projeções no tempo e no espaço, dos sucessivos patamares a serem alcançados pelo seu preparo e sua evolução.

(2) Etapa das diretrizes estratégicas - As diretrizes estratégicas visam ao detalhamento das ações políticas estabelecidas, em grandes linhas, na CEEx, balizando todo o planejamento subseqüente. Em princípio, a cada opção política básica e a cada política orientada para sistemas de primeira ordem do Exército corresponderá uma diretriz.

(3) Etapa do planejamento do preparo estratégico do Exército. (a) Nesta etapa do método são elaborados os planos básicos do Exército. O planejamento do preparo estratégico possibilita configurar, em cada horizonte de planejamento, os sucessivos patamares a serem alcançados na trajetória de evolução do Exército. Daí a imposição de seu contínuo e perma-nente ajustamento à estatura político-estratégica do BRASIL.

(b) O primeiro plano básico a ser elaborado é o Plano de Estru-turação do Exército (PEEx), que trata de todos os aspectos relativos à sua organização e sua articulação, em particular da força terrestre, visando ao preparo de curto prazo e às suas projeções a médio e longo prazos. Abrange, pois, período em torno dos trinta anos, o que por si só comprova fundamentar-se na visão prospectiva e fundamentar-seus cenários.

(c) O PEEx é da responsabilidade do Estado-Maior do Exército (EME) e permite visualizar as necessidades atuais e projetadas em todas as áreas de atividades.

(d) O último plano básico a ser elaborado é o plano econômico-financeiro, onde são estabelecidas as metas, em termos de quantificação e distribuição dos recursos de toda ordem, necessários aos projetos e programas integrados, de acordo com as ações, prioridades e prazos estabelecidos no PEEx e demais planos básicos.

(e) Deve-se destacar a necessidade de interação permanente e intensa em todo o planejamento do preparo do Exército, em especial, porque o plano de estruturação, ao estabelecer as ações e prioridades desse planeja-mento, servirá de base para a orientação objetiva e atualização do planejamen-to econômico-financeiro.

(4) Etapa do planejamento operacional - Efetiva-se com a elaboração dos planos operacionais da força terrestre, conforme já foi exposto anteriormen-te, para sobrepor-se aos óbices. É elaborado de acordo com as concepções estratégicas de emprego definidas na CEEx e com as orientações específicas das diretrizes estratégicas de defesa, estabelecidas pelo EME. O planejamento operacional decorre, também, das diretrizes estratégicas voltadas para o preparo, tais como, estruturação, pessoal, instrução e doutrina, de modo a considerar os meios efetivamente disponíveis em sucessivos prazos.

(a) Concretiza os diversos planejamentos. Engloba, além da implemen-tação das ações, as atividades de supervisão, integração, coordenação e controle.

(b) Finalmente, a realimentação - atividade de informações contínua e permanente, oportuna e confiável, de avaliação dos resultados, possibilitando a adoção de medidas e decisões acertadas, quer ao longo da elaboração do planejamento, quer na execução das ações.

CAPÍTULO 7

No documento Manual de Campanha (páginas 49-54)