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4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. Planejamento Geral

O presente projeto de pesquisa foi desenvolvido no Laboratório de Materiais de Construção da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Realizou-se a dosagem de um CAA conforme definido pelo método de dosagem de Tutikian e Dal Molin (2007), e um CAA dosado conforme definido pelo método de dosagem de Alencar e Helene (2006). Adicionalmente, foi dosado um CAA e um concreto convencional utilizando os conceitos dos métodos CIENTEC e IPT/EPUSP de Helene e Terzian (1992) e a partir das contribuições teóricas e práticas do professor Fernando Antonio Piazza Recena.

O concreto convencional de cada traço-base foi produzido com os mesmos materiais, mesma proporcionalidade entre os agregados miúdos e graúdos e igual

teor de argamassa seca do CAA dosado conforme procedimento deste trabalho. O que diferenciou o concreto convencional do CAA foi somente a adição do SP.

O procedimento de dosagem do CAA deste trabalho utilizou conceitos do método empírico de dosagem de concretos convencionais, denominado método CIENTEC, conforme Recena (2011), para a avaliação da melhor combinação entre agregados graúdos, através da estimativa do menor volume de vazios da mistura não compactada.

O procedimento definiu também o teor apropriado de argamassa seca do CAA, utilizando primeiramente o método CIENTEC de dosagem para definição do teor de argamassa seca para um concreto convencional, conforme detalhado por Recena (2011). Em seguida, de posse desse valor de teor de argamassa, realizou- se teste experimental, com a adição de água em excesso no concreto, determinação da consistência e avaliação visual, estimando-se assim a manutenção da coesão do concreto para um dado teor de argamassa após a adição do SP.

Empregou-se, ainda, a ideia de que o teor de argamassa, para cada traço- base, poderia variar, conforme necessidade, principalmente, considerando que, em traços mais pobres, onde há maior possibilidade de perda de coesão em virtude da carência de pasta, existe a necessidade de maiores volumes de argamassa. Neste trabalho também utilizou-se da dosagem de SP/c variável para cada traço-base, conforme necessidade de incremento de trabalhabilidade a partir de um abatimento inicial.

O procedimento de dosagem proposto neste trabalho abordou a formulação das misturas de CAA de maneira análoga dos métodos de Tutikian e Dal Molin (2007) e Alencar e Helene (2006), no que tange ao fato de avaliar o concreto como um todo, sem a avaliação prévia da pasta ou da argamassa de forma isolada. Assim, como os dois métodos de dosagem de CAA citados, o método deste trabalho utiliza diagramas e determina as equações de correlação dos resultados experimentais dos traços da mesma família de concretos, com o objetivo de otimizar futuras dosagens. Por essas razões, a comparação foi restrita a esses três métodos.

O método de Tutikian (2004) não foi usado na comparação, pois entende-se que sofreu melhorias, conforme item 3.6.11., resultando no método Tutikian e Dal Molin (2007) e também com o objetivo de restringir a análise comparativa.

Em todas as dosagens, utilizaram-se os traços-base 1:3, 1:4,5 e 1:6 (nomenclatura que relaciona cimento e agregados secos totais, em massa) que caracterizam uma mistura com traço chamado de rico, intermediário e pobre, respectivamente.

A porcentagem de aditivo plastificante em relação ao cimento, em massa, igual a 0,6%, foi a mesma para todos os traços de todos os concretos.

No método de dosagem do presente trabalho, foi feita a dosagem prévia dos 3 traços-base e, no método de Tutikian e Dal Molin (2007), foi feita a dosagem prévia do traço rico e intermediário. Essas dosagens tiveram o objetivo de verificar anomalias na trabalhabilidade das misturas e, se necessário, de realizar ajustes. No método de Alencar e Helene (2006), a dosagem prévia foi realizada somente para o traço intermediário, para a definição do teor de substituição desse traço, e do teor de argamassa de todos os traços-base.

Na avaliação dos concretos no estado fresco, utilizou-se o ensaio de abatimento do tronco de cone para o concreto convencional, conforme norma ABNT NBR NM 67, 1998, e, para os CAAs, considerou-se os ensaios de espalhamento e tempo de escoamento (t500), caixa L, funil V e segregação respectivamente,

conforme ABNT NBR 15823-2, 2010; ABNT NBR 15823-4, 2010; ABNT NBR 15823- 5, 2010 e ABNT NBR 15823-6, 2010. A fabricação dos equipamentos para realizar os ensaios da caixa L, funil V e segregação seguiram respectivamente, as orientações das normas ABNT NBR 15823-4, 2010; ABNT NBR 15823-5, 2010 e ABNT NBR 15823-6, 2010.

As classes de trabalhabilidade dos CAAs objetivadas neste trabalho foram SF1 para o espalhamento (mínimo aceitável, podendo-se atingir até o limite superior da classe SF2), VS1 para o tempo de escoamento t500, PL2 para a caixa L, VF1

para o funil V e SR1 para o ensaio de segregação, todas essas classes definidas conforme ABNT NBR 15823-1, 2010.

Para os ensaios do concreto no estado endurecido, moldou-se sempre um exemplar, e considerou-se para a avaliação do desempenho do CAA ou do concreto convencional o resultado mais satisfatório do exemplar, conforme análise a ser feita. Todos os CPs foram moldados com as dimensões cilíndricas de 100 x 200 milímetros.

A Figura 4.1 ilustra o fluxograma do programa experimental para o estudo comparativo entre os dois métodos de dosagem de CAA e o procedimento de dosagem proposto neste trabalho. A quantidade de exemplares moldados está relacionada abaixo:

a) 2 CPs para cada traço-base (1:3, 1:4,5 e 1:6) e para cada idade de rompimento no ensaio de resistência à compressão (7 e 28 dias), realizado em prensa com capacidade de 200 toneladas, e conforme a ABNT NBR 5739, 2007, totalizando 48 CPs;

b) 2 CPs para cada traço-base (1:3, 1:4,5 e 1:6) no ensaio de absorção de água por imersão e determinação de índice de vazios, realizado conforme definido pela ABNT NBR 9778, 2005, totalizando 24 CPs;

c) 2 CPs para cada traço-base (1:3, 1:4,5 e 1:6) na determinação da absorção de água por capilaridade realizado conforme a ABNT NBR 9779, 1995, totalizando 24 CPs.

Figura 4.1: Fluxograma do programa experimental.

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