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Planejamento e Implementação de um Programa de Gestão Arquivistica proposto pelo E-ARQ Brasil

Segundo o (CONARQ, 2006) a metodologia do planejamento e da implantação de um programa de gestão arquivística de documentos estabelece oito passos que não são lineares, isto é, podem ser desenvolvidos em diferentes estágios, interativamente, parcialmente ou gradualmente, de acordo com as necessidades do órgão ou entidade. Os oito passos referidos são:

a) Levantamento preliminar - Consiste em identificar e registrar atos normativos,

legislação, regimento e regulamento. O objetivo deste primeiro passo é gerar o conhecimento necessário sobre a missão, a estrutura organizacional e o contexto jurídico-administrativo no qual o órgão ou entidade opera, de forma que possa identificar as exigências para produzir e manter documentos.

b) Análise das funções, das atividades desenvolvidas e dos documentos produzidos - Consiste em identificar, documentar e classificar cada função e

atividade, bem como identificar e documentar os fluxos de trabalho e os documentos produzidos. O objetivo deste passo é desenvolver um modelo conceitual sobre o que o órgão ou entidade faz e como faz, demonstrando como os documentos se relacionam com a missão e as atividades.

c) Identificação das exigências a serem cumpridas para a produção de documentos - Consiste em identificar que documentos devem ser produzidos,

determinar a forma documental que melhor satisfaça cada função ou atividade desempenhada, e definir quem está autorizado a produzir cada documento. O objetivo deste passo é assegurar que somente os documentos realmente necessários sejam produzidos, que sua produção seja obrigatória e que sejam feitos de forma completa e correta.

d) Avaliação dos sistemas existentes - Consiste em identificar e avaliar o sistema

de gestão arquivística de documentos e outros sistemas de informação e comunicação existentes no órgão ou entidade. O objetivo deste passo é identificar as lacunas entre as exigências para a produção e manutenção de documentos e o desempenho do sistema de gestão arquivística de documentos e dos sistemas de informação e comunicação existentes.

e) Identificação das estratégias para satisfazer as exigências a serem cumpridas para a produção de documentos arquivísticos - Consiste em

determinar as estratégias (padrões, procedimentos, práticas e ferramentas) que levem ao cumprimento das exigências para a produção de documentos arquivísticos. O objetivo deste passo é avaliar o potencial de cada estratégia em alcançar o resultado desejado e o risco, em caso de falha.

f) Projeto do sistema de gestão arquivística de documentos - Consiste em

projetar um sistema de gestão arquivística de documentos que incorpore as estratégias selecionadas no passo anterior, que atenda às exigências identificadas e documentadas no passo “c” e que corrija quaisquer deficiências identificadas no passo “d”, redesenhando os procedimentos e os sistemas de informação e comunicação existentes e integrando-os ao sistema de gestão arquivística de documentos.

g) Implementação do sistema de gestão arquivística de documentos - Consiste

de gestão arquivística de documentos ou adaptação do já existente, e a integração do sistema de gestão arquivística de documentos com os procedimentos e os sistemas de informação e comunicação existentes. A implementação de um sistema de gestão arquivística de documentos é um empreendimento complexo, que deve ser realizado com um mínimo de interrupção das atividades do órgão ou entidade, e que envolve elevada prestação de contas e risco.

h) Monitoramento e ajustes - Consiste em recolher, de forma sistemática,

informação sobre o desempenho do sistema de gestão arquivística de documentos. O objetivo deste passo é avaliar o desempenho do sistema, detectar possíveis deficiências e fazer os ajustes necessários.

No modelo de requisitos do E-Arq Brasil encontramos também no item 6. “Procedimentos e operações técnicas do sistema de gestão arquivística de

documentos digitais e convencionais”, o entendimento proposto pelo CONARQ da

Classificação enquanto procedimento necessário à implementação da gestão documental arquivística, a saber:

“Classificação é o ato ou efeito de analisar e identificar o conteúdo dos documentos arquivísticos e de selecionar a classe sob a qual serão recuperados”. Essa classificação é feita a partir de um plano de

classificação elaborado pelo órgão ou entidade que poderá incluir, ou não, a atribuição de um código aos documentos. A classificação determina o agrupamento de documentos em unidades menores (processos e dossiês) e o agrupamento destas em unidades maiores, formando o arquivo do órgão ou entidade. Para tanto, deve tomar por base o conteúdo do documento, que reflete a atividade que o gerou e determina o uso da informação nele contida. A classificação também define a organização física dos documentos,

constituindo-se em referencial básico para sua recuperação.” Segundo o CONARQ os objetivos da classificação são:

 Estabelecer a relação orgânica dos documentos arquivísticos;

 assegurar que os documentos sejam identificados de forma consistente ao longo do tempo;

 auxiliar a recuperação de todos os documentos arquivísticos relacionados a uma determinada função ou atividade;

 possibilitar a avaliação de um grupo de documentos de forma que os documentos associados sejam transferidos, recolhidos ou eliminados em conjunto.(CONARQ, 2011)

E a classificação deve se basear no plano de classificação e envolve os seguintes passos:

 identificar a ação que o documento registra;

 localizar a ação ou atividade no plano de classificação;

 comparar a atividade com a estrutura organizacional para verificar se é apropriada à unidade que gerou o documento;

Prosseguindo na análise do Modelo de Requisitos, nos deparamos com a descrição dos principais instrumentos utilizados na gestão arquivística de documentos, a saber :

• plano de classificação, codificado ou não, baseado nas funções e atividades do órgão ou entidade;

• tabela de temporalidade e destinação;

• manual de gestão arquivística de documentos;

• esquema de classificação referente à segurança e ao acesso aos documentos. (CONARQ, 2011)

É neste tópico que nos aprofundaremos nos requisitos específicos para o Plano de Classificação em um SIGAD.

Segundo o (CONARQ,2011) um plano de classificação é um esquema de distribuição de documentos em classes, de acordo com métodos de arquivamento específicos, elaborado a partir do estudo das estruturas e funções de uma instituição e da análise do arquivo por ela produzidos.

A estruturação de um plano de classificação pode ser facilitada pela utilização de códigos (numéricos ou alfanuméricos) para designar as classes, constituindo um código de classificação.

O Código de Classificação de Documentos é um instrumento de trabalho utilizado para classificar todo e qualquer documento produzido ou recebido por um órgão ou entidade no exercício de suas funções e atividades. (CONARQ, 2011).

A classificação é utilizada para agrupar os documentos a fim de contextualizá- los, agilizar sua recuperação e facilitar tanto as tarefas de destinação (eliminação ou recolhimento dos documentos) como de acesso.

O número de níveis de classificação varia de acordo com o órgão ou entidade e envolve os seguintes fatores:

 natureza das atividades desenvolvidas;

 tamanho do órgão ou entidade;

 complexidade da estrutura organizacional;

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