Para realização do estudo de custos envolvidos no curso de Mestrado em Direito da FGV DIREITO RIO, levou-se em consideração algumas premissas básicas. O curso oferecerá aos seus alunos bolsa de estudos integral, pois será financiado por sua mantenedora FGV.
A previsão é de vinte alunos que permanecerão na instituição ao longo de 24 meses. Os custos relativos a espaço físico e mobiliário não foram contabilizados, pois estão dentro da estrutura FGV e não haverá necessidade de desembolso.
A equipe do programa de mestrado será composta por um coordenador adjunto de mestrado, uma secretária acadêmica e um assistente administrativo, além da equipe docente.
Os custos previstos durante os dois primeiros anos podem ser visualizados na Tabela 11.
Total Geral Ano (1) Ano (2)
Custo Total do Mestrado 771.696,00 405.598,00 366.098,00
Recursos Humanos: R$ 588.296,00 588.296,00 294.148,00 294.148,00
Aulas: carga total de 720h/aula c/ encargos (R$ 184,80) 66.528,00 66.528,00
1 Coordenador Adjunto (R$ 136.000/ano) 136.000,00 136.000,00
1 Secretária Acadêmica (R$ 63.577,97/ano) 63.600,00 63.600,00
1 Assistente Administrativo (R$ 28.000,00/ano) 28.020,00 28.020,00
Viagens: R$ 54.900,00 54.900,00 27.450,00 27.450,00
Viagens nacionais (6 por ano a R$ 950,00) 5.700,00 5.700,00
Hospedagens (3 por ano a R$ 300,00) 900,00 900,00
Diárias para viagens nacionais (6 por ano a R$ 150,00) 900,00 900,00
Viagens internacionais (US$ 2.000,00 x R$ 1,90 x 3 trechos
ida/volta por ano) 11400,00 11.400,00
Hospedagens p/ viagem internacional: US$ 240,00 x R$ 1,90
x 15 dias por ano) 6.840,00 6.840,00
Diárias para viagens internacionais (US$ 60,00 x R$ 1,90 x 15
dias por ano) 1.710,00 1.710,00
Material didático: R$ 25.428,00 25.500,00 14.000,00 11.500,00
Material didático (R$ 700,00 por aluno) 9.000,00 5.000,00
Impressões diversas (R$ 5.000,00 por ano) 5.000,00 5.000,00
Impressão e chancela de diplomas: (R$ 75,00 por aluno) 0,00 1.500,00
Marketing, Eventos e Divulgação: R$ 68.600,00 70.000,00 52.000,00 18.000,00
Reuniões com professores: (R$2.000,00 por ano) 2.000,00 2.000,00
Evento de apresentação (Boas Vindas) 10.000,00 0,00
Marketing e divulgação 40.000,00 16.000,00
Outros Serviços: R$ 3.000,00 33.000,00 18.000,00 15.000,00
Brindes promocionais: (R$ 150,00 por aluno) Aquisição de Acervo bibliográfico
3.000,00 15.000,00
0,00 15.000,00
Tabela 11 – Estudo de custos do mestrado FGV DIREITO RIO
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A FGV DIREITO RIO, desde sua criação em 2002, se propõe a oferecer ao país um novo modelo de ensino jurídico, capaz de produzir lideranças para pensar o Brasil em longo prazo. A proposta apresentada nesta dissertação sobre a concepção e implementação de um mestrado em Direito da Regulação corrobora a missão da Escola em ser referência no ensino e na pesquisa jurídica para auxiliar o desenvolvimento e avanço do país.
O reconhecimento e tradição da marca FGV, nacional e internacionalmente, e da FGV DIREITO RIO, pela atuação e pelos resultados obtidos recentemente, revelam o compromisso da Escola com excelência no ensino e o rigor acadêmico.
Com um corpo docente cuja maturidade científica está alicerçada no desenvolvimento de inúmeras pesquisas concluídas e em andamento, e cujos resultados são apresentados na forma de artigos científicos, livros e trabalhos em eventos, demonstra que o grupo de professores trabalha de forma sistematizada.
Os quatro centros de pesquisa – Centro de Justiça e Sociedade, Centro de Tecnologia e Sociedade, Centro de Direito e Meio Ambiente e Centro de Pesquisas em Direito e Economia
– que alimentam a Escola com os diversos projetos em desenvolvimento, e o objetivo de
formar pesquisadores de alto nível que estejam aptos a associar sólida base científica para colaborar na solução das demandas nacionais e globais, ajustam-se às demandas do mestrado acadêmico.
As taxas de crescimento anual da pós-graduação brasileira mantêm-se elevadas, o que demonstra potencial de crescimento ativo.
O padrão elevado dos programas de pós-graduação stricto sensu das outras Escolas da FGV, elevam a expectativa do desempenho deste curso novo. Seus primeiros anos de oferta serão fundamentais para a verificação das reais condições de funcionamento e para a realização dos ajustes necessários no programa.
Uma Escola recente, com apenas 10 anos de existência, diante de um mercado com concorrência acirrada e players importantes elaborou uma proposta alinhada ao padrão de excelência das outras Escolas da FGV, às determinações da Capes e de acordo com a demanda no mercado do Rio de Janeiro.
Por tudo exposto, foram os desdobramentos das questões envolvidas na concepção e implementação de um programa de pós-graduação stricto sensu em direito que a presente dissertação se propôs a debater. Ciente das oportunidades e desafios que a FGV DIREITO RIO encontrou no cenário apresentado, ávido por novas soluções, concebeu a proposta de mestrado acadêmico em Direito, com área de concentração em Direito da Regulação, com vistas a sua aprovação pela Capes.
7 REFERÊNCIAS
BRASIL. Câmara de Ensino Superior do Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 1, de 3 de abril de 2001. Estabelece normas para o funcionamento de cursos de pós-graduação. Disponível em: <http://meclegis.mec.gov.br/tipo-norma/index/norma/14/page/8> . Acesso em: 15 out. 2012.
BRASIL. Câmara de Ensino Superior do Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 1, de 8 de junho de 2007. Estabelece normas para o funcionamento de cursos de pós-graduação lato sensu, em nível de especialização. Disponível em:
< http://meclegis.mec.gov.br/tipo-norma/index/norma/14/page/5 >. Acesso em: 15 out. 2012.
BRASIL. Câmara de Ensino Superior do Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 24 de 18 de dezembro de 2002. Altera a redação do parágrafo 4º do artigo 1º e o artigo 2º, da Resolução CNE/CES 1/2001, que estabelece normas para o funcionamento de cursos de pós- graduação. Disponível em: <http://meclegis.mec.gov.br/tipo-norma/index/norma/14/page/7> . Acesso em: 15 out. 2012.
BRASIL. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes. Comunicado nº 002/2012. Área de Direito – Orientações para novos APCNs – 2012. Brasília, DF, 22 de maio de 2012. Disponível em:
<http://www.capes.gov.br/component/content/article/44-avaliacao/4663-direito> . Acesso em: 13 nov. 2012.
BRASIL. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes. Plano Nacional de Pós-graduação (PNPG) 2011-2020 Volume I. Brasília, DF, dezembro de 2010. Disponível em: < http://www.capes.gov.br/sobre-a-capes/plano-nacional-de-pos-graduacao >. Acesso em: 16 ago. 2012.
BRASIL. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes. Portaria nº 54, publicada em 16 de setembro de 2003. Dispõe sobre o enquadramento em área básica e área de avaliação de propostas de cursos de mestrado ou doutorado e de programas de pós- graduação avaliados pela CAPES. Disponível em:
BRASIL. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes. Portaria nº 88, publicada em 27 de setembro de 2006. Fixa normas e procedimentos para a apresentação e avaliação de propostas de cursos de mestrado e doutorado. Disponível em:
<http://www.capes.gov.br/sobre-a-capes/legislacao/2340-portarias>. Acesso em: 14 out.2012.
BRASIL. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes. Portaria nº 193, de 4 de outubro de 2011. Diário Oficial da União nº 200, Brasília, DF, 18 out. 2011. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/sobre-a-capes/legislacao/2340-portarias>. Acesso em: 16 out. 2012.
BRASIL. Decreto Federal nº 524, de 19 de maio de 1992. Institui como fundação pública a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/anotada/2706032/decreto-524-92>. Acesso em: 15 out. 2012.
BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação (2007-2010) – Principais Resultados e Avanços. Brasília, DF, dezembro de 2010. Disponível em: < http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/66226.html> . Acesso em: 15 nov. 2012.
BRASIL. Registro Civil de Pessoas Jurídicas, sob o nº 15.987, em 10/12/2007- Protocolo nº 200711281530268 encontrado nos Estatutos da Fundação Getulio Vargas. Rio de Janeiro, 2007. 78p.
BRASIL. Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Relatório Brasil 2022. Brasília, DF, 22 de novembro de 2010. Disponível em:
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Portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Disponível em: < http://www.capes.gov.br/ >. Acesso em: 13 out. 2012.
Portal da Capes. Compreendendo a avaliação pela Capes de propostas de cursos
Disponível em: <http://www.capes.gov.br/avaliacao/cursos-novos-envio-de-propostas-e- resultado/2282-compreendendo-a-avaliacao-pela-capes-de-propostas-de-cursos> . Acesso em: 12 set. 2012.
Portal da Escola de Direito do Rio de Janeiro da Fundação Getulio Vargas. Disponível em <http://www.direitorio.fgv.br>. Acesso em: 12 out. 2012.
Portal da Fundação Getulio Vargas. Disponível em: <http://www.fgv.br>. Acesso em: 12 out. 2012.
Portal da Ordem dos Advogados do Brasil. Disponível em:
<http://www.oab.org.br/institucionalconselhofederal/quadroadvogados> . Acesso em: 13 out. 2012.
Portal de Direito da Pontifícia Universidade Católica - Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.puc-rio.br/ensinopesq/ccpg/progjur.html>. Acesso em: 09 set. 2012.
Portal de Direito da Universidade Candido Mendes. Disponível em:
<http://www.pmd-ucam.org/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1>. Acesso em: 22 set. 2012.
Portal de Direito da Universidade Católica de Petrópolis. Disponível em:
<http://www.ucp.br/html/joomlaBR/index.php?option=com_content&task=view&id=1058&It emid=486>. Acesso em: 21 set. 2012.
Portal de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.cepeduerj.org.br/>. Acesso em: 21 set. 2012.
Portal de Direito da Universidade Estácio de Sá. Disponível em:
<http://portal.estacio.br/cursos/mestrado-e-doutorado/direito.aspx>. Acesso em: 25 set. 2012.
Portal de Direito da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www2.unirio.br/unirio/ccjp/ppgdpp>. Acesso em: 25 set. 2012.
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Portal de Direito da Universidade Federal Fluminense. Disponível em:
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Portal de Direito da Universidade Gama Filho. Disponível em:
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Rediscursos – Rede de Pesquisas Direito, Cultura, Regiões e Sustentabilidade, 2012, Florianópolis. Carta de Criação da REDISCURSOS. Santa Catarina: Programa de Pós- Graduação em Direito-PPGD da UFSC.
SECCO, Alexandre. Um retrato da Advocacia. Revista Análise Advocacia 500. p.26-26, 2009.
SILVEIRA, Mauro. Os doutores executivos. Revista Exame. 28 jun. 2002. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/os-doutores-executivos-m0042475>. Acesso em: 13 out. 2012.
APÊNDICE A - Ementa das Disciplinas Obrigatórias
1 - METODOLOGIA DA PESQUISA EM DIREITO – 45h/a (3 créditos)
Ementa: Introdução aos fundamentos epistemológicos do conhecimento jurídico. Diferenças entre um trabalho acadêmico-científico e outros documentos elaborados e utilizados pelos profissionais de direito em seu dia-a-dia. Tipos e técnicas de pesquisa jurídica. Elementos básicos da pesquisa jurídica (teórica e empírica). Construção e delimitação de uma problemática de pesquisa em Direito (quadro referencial, formulação do problema e das questões de investigação, construção de meios de investigação - coleta e análise dos dados). Elementos básicos do projeto de pesquisa. Problemas e perspectivas da pesquisa em Direito no Brasil.
2 - TEORIA DO ESTADO REGULADOR – 45h/a (3 créditos)
Ementa: O foco principal da disciplina é investigar, do ponto de vista jurídico: (i) a evolução da atuação do Estado até alcançar o atual viés regulador da vida social, evidenciando seus fundamentos e características; (ii) as escolhas administrativas vis-à-vis a forte complexidade e tecnicidade na regulação de serviços públicos e atividades econômicas (livres à iniciativa privada e/ou monopolizadas); (iii) os impactos decorrentes da mudança da governança estatal do tipo hierarquizado weberiano para um modelo policêntrico (entidades reguladoras independentes; organizações paraestatais e entidades não-estatais autorreguladoras de interesses públicos).
Ementa das Disciplinas Eletivas Linha de Pesquisa 1:
1 - ASPECTOS JURÍDICOS DA REGULAÇÃO ECONÔMICA – 45h/a (3 créditos)
Ementa: O conceito jurídico de mercado. Falhas de mercado e regulação. As teorias da regulação. Desregulação. A teoria das essential facilities e suas limitações. Regulação de
acesso a redes. Ordem Constitucional Econômica e o processo de reforma do Estado. Regulação dos serviços públicos e das atividades econômicas monopolizadas. A desverticalização dos setores de infraestrutura e a introdução de concorrência. Interação entre agências reguladoras e CADE na tutela da concorrência em setores regulados. Advocacia da concorrência. Análise de impacto regulatório.
2 - PODER JUDICIÁRIO COMO INSTÂNCIA REGULATÓRIA – ANÁLISE LEGAL E EMPÍRICA – 45h/a (3 créditos)
Ementa: Conceito amplo de regulação – ação social e a sua relação com o conceito jurídico, tal como aclimatado na doutrina brasileira. O sistema de regulação da economia e sua imersão no sistema político brasileiro. O Poder Judiciário como ator relevante no sistema político e institucional. A ação do Poder Judiciário em relação à regulação da economia: restrição ou ativismo? Casos estrangeiros. Regulação ambiental nos EUA – a EPA federal e o Judiciário. Delegação e legitimidade: agências reguladoras e o Poder Judiciário. O debate normativo sobre o papel do Poder Judiciário na regulação da economia e desenhos de pesquisa em regulação. Abertura democrática na regulação: possibilidade? Soluções normativas.
3 - TRIBUTAÇÃO E REGULAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA – 45h/a (3 créditos) Ementa: Funções da tributação. Caráter fiscal X extrafiscal dos tributos. Política fiscal brasileira e regulação da atividade econômica. Relação entre tributação e outros meios de regulação econômica. Formas de intervenção por meio da tributação. Regulação e princípios da legalidade e anterioridade. Benefícios fiscais. Tributos regulatórios da atividade econômica: Imposto de Importação, Imposto de Exportação, Imposto sobre Produtos Industrializados, Imposto sobre Operações Financeiras e Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico. Tributação ambiental. Planejamento tributário e normas antielisivas. 4 - DIREITO E ECONOMIA DA EMPRESA – 45h/a (3 créditos)
Ementa: Função da empresa na economia neoclássica. Natureza da firma. Empresas e mercados. Função da empresa na economia neoinstitucional. Incentivos à integração vertical. As teorias dos transactions costs e dos property rights. A firma como nexus of contracts.
Relações de agência. Impactos no direito societário. Direito societário evolucionário. Fundamentos econômicos do direito societário. Regulação do direito societário: DNRC e CVM.
5 - INTERAÇÕES ENTRE AS POLÍTICAS DE INTERVENÇÃO DO ESTADO – 45h/a (3 créditos)
Ementa: Formatos de Intervenção Estatal. Política Regulatória: Falhas de Mercado e Variáveis Econômicas Reguladas. Análise de Custo e Benefício. Política de Defesa da Concorrência: origens e objetivos. Atos de Concentração: Controle de Estruturas e o Paradigma Estrutura-Conduta-Desempenho. Condutas Anticompetitivas: estruturação de um modelo de repressão ótimo para cartéis e condutas unilaterais. Concorrência e Política Industrial: Campeão Nacional, Declining Markets e Failing Firm. Concorrência e Regulação: Institucionalismo Comparado, Risco Sistêmico e Doutrinas da Pervasive Power e State Action Doctrine. Concorrência e Defesa Comercial.
6 - ANÁLISE ECONÔMICA DO DIREITO – 45h/a (3 créditos)
Ementa: Proporcionar uma visão ampla do direito e da economia da regulação. Visar à aplicação do instrumental microeconômico à análise do direito, em especial às instituições do direito de propriedade, contratos e responsabilidade civil, assim como, às políticas a elas diretamente relacionadas. Alertar os participantes para as recentes investigações nas várias áreas da AED, bem como encorajar aplicações à realidade brasileira. Ao final, fazer uma abordagem comportamental do direito e da economia da regulação.
7 - JUDICIÁRIO E POLÍTICAS REGULATÓRIAS – 45h/a (3 créditos)
Ementa: Discutir as principais vertentes teóricas sobre a influência que Poder Judiciário pode exercer na produção e implementação de políticas regulatórias, ao se constituir como arena de contestação às decisões dos poderes Legislativo e Executivo. Analisar a aplicação dos referenciais teóricos sobre a judicialização das políticas regulatórias em trabalhos empíricos e (III) analisar casos concretos em que os tribunais superiores brasileiros influenciaram o resultado final das políticas regulatórias no país.
Ementa das Disciplinas Eletivas Linha de Pesquisa 2:
1 - REGULAÇÃO INTERNACIONAL DO MEIO AMBIENTE – 45h/a (3 créditos)
Ementa: Analisar como é feita a regulação internacional do meio ambiente e os desafios para uma efetiva regulação. Os tópicos seguintes farão parte do curso: regulação clássica do meio ambiente no plano internacional; análise crítica das competências das organizações internacionais; organizações com competência ambiental direta (ONU); secretariados das convenções; soluções de controvérsias (CIJ, OMV, CCI e ICSID); organizações com competência ambiental indireta (OMC, Banco Mundial, FMI); competências ambientais; análise crítica das atividades realizadas pelas instituições privadas; organizações mundiais – ISO; desafios para a regulação do meio ambiente no plano internacional; organizações internacionais; questões institucionais: integração do internacional, regional e nacional; accountability e monitoring; acesso à justiça; participação da sociedade civil; e, para as instituições privadas: questões institucionais e questões processuais.
2 - GOVERNANÇA AMBIENTAL INTERNACIONAL – 45h/a (3 créditos)
Ementa: Analisar a política ambiental global a partir da perspectiva da governança ambiental e do desenvolvimento internacional. Resumir os debates sobre os problemas ambientais globais e revisar os desafios e as controvérsias de propostas e soluções políticas e econômicas. O foco principal teórico do curso é a compreensão dos meios e mecanismos de governança sobre mudanças ambientais globais e o papel das instituições políticas e atores em diferentes escalas. A matéria abordará temas como o das convenções quadro e protocolos globais da biodiversidade e do clima, os instrumentos e instituições de gestão ambiental e de financiamento internacional do desenvolvimento sustentável e suas repercussões nacionais e locais.
3 - REGULAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA – 45h/a (3 créditos)
Ementa: Introdução aos fundamentos do regime jurídico ambiental no Brasil. Abordagem geral sobre a formação de regras autônomas especificamente concebidas para a tutela do meio ambiente no final da década de 60, início da década de 70. Análise da evolução legislativa e
regulatória no Brasil, com foco na Lei da Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA (Lei 6.938/81), Constituição Federal de 1988 e Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98). Dificuldades práticas em relação aos principais instrumentos da regulação ambiental. Teorias de regulação ambiental econômica: Pigout e Coase. Responsabilidades Ambientais como instrumento de regulação.
4 - REGULAÇÃO DA BIODIVERSIDADE BRASILEIRA – 45h/a (3 créditos)
Ementa: Importância Econômica e Ambiental da Indústria da Biodiversidade no Brasil. A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) de 1992. Decreto de Ratificação da CDB. Ordenamento Jurídico Constitucional. Ordenamento Jurídico Infraconstitucional. Análise de compatibilidade entre o regime jurídico da CDB e o regime jurídico da biodiversidade no Brasil. Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN). Questões Socioambientais (inserção e participação das populações tradicionais). Biodiversidade e Poder Judiciário. Biodiversidade e a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (Lei n. 12.305/10 e Decreto n. 7.404 de 23 de dezembro de 2010). Biodiversidade e a Política Nacional sobre Mudança do Clima e Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Leis n.s 12.187, de 29 de dezembro de 2009 e 12.114, de 9 de dezembro de 2009, e Decretos n.s 7.390/10 e 7.343/10). Biodiversidade e Projetos de REDD+ (Reducing Emissions from Forest Degradation and Deforestation).
5 - DIREITOS FUNDAMENTAIS E NOVAS TECNOLOGIAS: ALTERNATIVAS REGULATÓRIAS E DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS – 45h/a (3 créditos)
Ementa: Tutela jurídica da pessoa humana: direitos fundamentais, humanos e da personalidade. Liberdade de Expressão. Arquitetura da internet e mecanismos de filtragem de conteúdo. Governança global da rede e padrões de regulação nacionais. Direito de acesso à rede. Políticas públicas para a promoção da inclusão digital. Garantia da diversidade de conteúdo gerado pelas e através das tecnologias da informação e comunicação. Propriedade intelectual e tecnologia. Tutela da privacidade e dos dados pessoais. Neutralidade da rede e critérios para gestão da experiência de uso das novas tecnologias. Responsabilidade por danos causados no desenvolvimento e uso das novas tecnologias. Crimes digitais e direitos humanos. Princípio da abertura (padrões abertos, software livre e dados governamentais).
Iniciativas regulatórias sobre novas tecnologias baseadas na proteção dos direitos fundamentais.
6 - NOVAS MÍDIAS, TECNOLOGIA E REGULAÇÃO – 45h/a (3 créditos)
Ementa: Indústria cultural. Novas tecnologias e sociedade da informação. Novas mídias e novos modelos de negócio. Pirataria e repressão. Panorama geral das mídias no Brasil no
período “pós-digitalização”. Continuidades e rupturas da indústria da música. Impactos das
novas mídias na indústria cinematográfica. Indústria do software e a filosofia do software
livre. Proibições judiciais de jogos eletrônicos. Plágio e “Clonagem” na indústria de jogos.
Mudanças no mercado editorial e acesso ao conhecimento. Liberdade de expressão nas novas mídias. Influências das redes sociais nas indústrias criativas.
7- DIREITOS INTELECTUAIS, INTERESSE PÚBLICO E REGULAÇÃO – 45h/a (3 créditos)
Ementa: Os direitos intelectuais e sua função. Propriedade industrial e direitos autorais. Tratados internacionais. Marcas, patentes, segredos de negócio. Aspectos econômicos da propriedade industrial e seu mercado. Concorrência desleal. A regulação da propriedade industrial. Direitos autorais e direitos conexos. Titularidade e abrangência da proteção. Limitações e exceções. Gestão coletiva de direitos. Fiscalização dos direitos autorais. Interesse público e função social. Novas mídias e novos modelos de negócio.