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Planejamento participativo na escola

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3 CAPÍTULO III REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 A Importância do Planejamento

3.1.3 Planejamento participativo na escola

O planejamento na educação, além de estratégico, precisa ser participativo para ser internalizado na prática organizacional. Precisa ser baseado em princípios democráticos, cuja característica principal é a participação de todos os membros da comunidade escolar no processo decisório. Neste mesmo sentido, Botler (2007, p.51) define ―Participação é a integração e o engajamento de todos no processo decisório. Para que haja qualidade neste processo, os participantes têm de ter conhecimento do termo em evidência‖. Em outros termos, participar requer conhecimento, participar não é assumir um poder, mas participar de um poder, de um processo maior e mais complexo de gestão.

Para a Baffi (2002, p.2), ―Planejamento Escolar é o planejamento global da escola, envolvendo o processo de reflexão, de decisões sobre a organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da instituição‖. O planejamento escolar pressupõe reflexão das ações atuais a futuras da instituição de ensino, sobre a situação tanto administrativa, que trata da gestão da instituição e seu funcionamento, quanto a sua proposta de intervenção pedagógica, num processo normal de melhoria da qualidade de ensino. Baffi (2002, p.5) ainda diz que esta preocupação com a qualidade da educação levou ―a necessidade de descentralização e democratização da gestão escolar e, consequentemente, participação tornou-se um conceito nuclear‖. A participação no planejamento escolar passou a ser uma ação conjunta das pessoas que decidem os rumos da instituição de ensino.

Sobre o planejamento participativo escolar, Ilca Oliveira de Almeida Vianna (1986), propõe que o homem, juntamente com seus iguais, seus semelhantes, discuta seus problemas, suas necessidades comuns e promova a construção, a partir de um processo de trocas e buscas comuns, o futuro da comunidade na qual está inserido. Parece lógico quando a mesma autora menciona que quando as decisões mais importantes são tomadas pela comunidade que a compõem, esta mesma comunidade começará por tomar consciência de seus problemas mais prementes e desenvolver sua criatividade e capacidade de tomar iniciativas, na busca de soluções próprias. Lück (2000, p. 27) diz que ―A participação, em seu sentido pleno, caracteriza-se por uma força de atuação consistente pela qual os membros da escola

reconhecem e assumem seu poder de exercer influência na dinâmica dessa unidade social, de sua cultura e dos seus resultados‖.

O planejamento participativo visa não só democratizar as decisões, mas estabelecer as prioridades para as pessoas envolvidas no processo e constitui-se em um ato de cidadania, na medida em que esse processo possibilita a definição da concepção de educação com o qual a escola deseja trabalhar. Já Celso dos Santos Vasconcelos evidencia que não importa o que se planeja, ou como se planeja, tendo em vista estarmos na busca de um bem comum maior, de uma nova realidade que garanta a qualidade de vida para todos. ―A autêntica participação é, muito concretamente, uma estratégia de superar a dominação e a exclusão (VASCONCELLOS, 2009, p.92)‖.

Pela falta de uma cultura de planejamento não se atribui o devido valor a essa função administrativa e induz a condução das atividades a certa acomodação, quase não existindo o exercício espontâneo de se preparar com antecedência para as situações futuras. Criou-se o hábito de se correr atrás das providências somente a partir do momento em que a situação pressiona. Passou a ser normal e aceitável o constante corre-corre de última hora e ignorou-se o fato de que a reincidência dos pedidos de urgência representa um claro sinal da falta de planejamento. Este é um fato muito recorrente na administração pública, segundo pareceres de vários tribunais de contas.

O planejamento estratégico na escola consiste em prever o ambiente, as condições e as ações operacionais que deverão ser executadas, assim como permite provisionar fundos contingenciais, reservando eventos e verbas equivalentes, considerando tanto as necessidades reais e normais de expansão do campus como para eventuais emergências. Da mesma forma, precisa ser refletido na elaboração do orçamento, de forma estratégica e integrado. Os objetivos propostos precisam ser analisados sistematicamente na elaboração do orçamento para efetivar um continuum no exercício seguinte. Se o orçamento não abarca todas as necessidades - certamente que não -, precisa-se aprender a definir prioridades.

Ao salientar o setor de produção de uma instituição de ensino, observa-se que vários são os atores responsáveis pelo processo de ensino-aprendizagem das disciplinas teóricos/praticas, pelo processo de construção do conhecimento onde o sujeito de todo este processo são os alunos. A ação estratégica de planejamento, antevendo as necessidades pedagógicas e administrativas e as dificuldades normais da instituição, aliada a participação de todos os envolvidos no processo é fator de sucesso ou fracasso do programa pedagógico da instituição, sempre observando suas peculiaridades administrativas e geográficas.

Atualmente, a administração escolar não tem conhecimento sobre quanto custa a instalação e a manutenção de um setor de produção de uma unidade de ensino, ou que ações precisará efetivar ao longo do exercício para atender a demanda pedagógica e promover o processo de ensino-aprendizagem efetivamente. Questões técnicas que precisam da participação do corpo docente da área técnica dos cursos da escola para se ter conhecimento das necessidades de insumos agrícolas para cada mês, trimestre e semestre, de acordo com o planejamento das disciplinas. São muitas culturas que precisam ser planejadas e executadas, o corpo administrativo não tem as informações técnicas, o corpo docente não possui as informações orçamentárias e financeiras e nem mesmo disponibilidade de tempo para programar com antecedência, visto que estão em aulas, muitos com horários apertadíssimos.

Diante do exposto e dado a realidade atual, torna-se relevante conhecer como os atores responsáveis pelo processo de ensino/aprendizagem concebem o setor de produção, o que pensam sobre o setor onde desempenham suas funções e sobre o planejamento de ações por ele desenvolvidas. É dentro deste complexo ambiente institucional que espera-se ver o campus atuar de forma inovadora. Por tratar-se de uma instituição de ensino, envolvida em um constante processo de ensino e aprendizagem, a instituição precisa aprender a aprender,

reestruturar-se permanentemente para melhorar a eficiência do trabalho educativo, que é, no final, seu objetivo principal.

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