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PLANO NACIONAL DE PROMOÇÃO DA ACESSIBILIDADE (PNPA)

A existência de barreiras arquitetónicas no acesso ao meio físico edificado cons- titui uma grave ofensa à qualidade de vidas dos cidadãos com mobilidade condicionada, seja ela permanente ou temporária. Com o propósito de pôr termo a esta realidade e promover a igualdade e participação de todos na sociedade, em resolução do Conselho de Ministros n.º 9/2007, de 17 Janeiro de 2007, foi aprova o Plano Nacional de Promo- ção da Acessibilidade (PNPA), que entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação até final do ano 2015. Ficando o Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência (SNRIPD) responsável no termo de cada ano civil por apresentar um relatório relativo às medidas constantes no Plano.

O PNPA procede à ordenação e sistematização de um conjunto de medidas que o XVII Governo Constitucional pretende levar a cabo, visando a construção de uma rede global, coerente e homogénea em matéria de acessibilidades, suscetível de proporcionar às pessoas com mobilidade condicionada, ou dificuldades sensoriais, condições iguais às dos restantes cidadãos. (Presidência do Conselho de Ministros, resolução do Conse- lho de Ministros n.º 9/2007)

O conjunto de medidas inserido no PNPA visa, assim, possibilitar a este seg- mento populacional uma utilização plena de todos os espaços públicos e edificados, mas também dos transportes e das tecnologias de informação, o qual irá proporcionar um aumento da sua qualidade de vida e a prevenção e eliminação de diversas formas de discriminação ou exclusão. (Presidência do Conselho de Ministros, resolução do Conse- lho de Ministros n.º 9/2007)

O que é?

a) Conjunto de medidas que visa possibilitar às pessoas com mobilidade condicionada, ou dificuldades sensoriais, uma utilização plena de todos os espaços públicos e edifi- cados, dos transportes e das tecnologias de informação. Integra o conjunto de medi- das, apresentadas pelo Governo para construir uma rede em matéria de acessibilida- des.

b) Constitui um instrumento estruturante das medidas que visam a melhoria da qualida- de de vida de todos os cidadãos e, em especial, a realização dos direitos de cidadania das pessoas com necessidades especiais.

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Princípios:

A elaboração do PNPA assentou nos seguintes princípios:

a) Igualdade de oportunidades - todos os cidadãos devem ter acesso aos serviços da sociedade, nomeadamente habitação, transporte, cultura, recreio, saúde, educação e emprego;

b) Vida independente - todos os cidadãos devem poder exercer livremente as tomadas de decisão sobre a sua vida e participar ativamente da vida da comunidade;

c) Participação - todos os cidadãos devem ter formas de conhecer e influenciar as deci- sões políticas de forma direta e a cada momento;

d) Integração - todos os cidadãos devem poder viver integrados na sua comunidade e participar ativamente nos diversos domínios da sociedade.

Horizontes temporais:

1º Período até 2010 – definidas as linhas, medidas e ações concretas: a) Linha 1 - Sensibilizar, informar e formar;

b) Linha 2 - Assegurar a acessibilidade no espaço público e no meio edificado; c) Linha 3 - Promover a acessibilidade nos transportes;

d) Linha 4 - Apoiar a investigação e a cooperação internacional; e) Linha 5 - Fomentar a participação;

f) Linha 6 - Assegurar a aplicação, o controlo e a coordenação.

2º Período 2011-2015 – as ações serão definidos durante o 2.º semestre de 2010 em função do ponto de situação do PNPA que incluirá as seguintes vertentes:

a) Serão equacionados os objetivos apontados pelo PNPA à luz das novas diretivas eu- ropeias e de outra documentação entretanto divulgada e relevante para o tema; b) Será analisado o nível de implementação do Plano, tendo, nomeadamente, em consi-

deração os pareceres do SNRIPD, das instituições envolvidas na sua prossecução e outras organizações não-governamentais que atuam na área da deficiência. Com base nos resultados deste ponto de situação e da conjuntura social e económica do País, caberá ao SNRIPD definir novas medidas e ações para o período de 2011 a 2015.

6.1- OBJETIVOS DO PNPA

Os objetivos definidos no PNPA decorrem da análise do seu nível de implemen- tação, das novas diretivas europeias e da análise da conjuntura social e económica do país que permitirão consolidar o investimento intersectorial já realizado. Desta forma os objetivos do PNPA assentam nas seguintes vertentes, sensibilizar, informar e formar.

Sensibilização:

a) Sensibilizar a sociedade para o facto de a promoção da acessibilidade ser um bene- fício para todos, e que, portanto, deve ser valorizada e exigida pelos cidadãos como um direito básico e um critério de qualidade;

b) Sensibilizar a sociedade para o facto de a promoção da acessibilidade ser uma res- ponsabilidade que cabe a todos: Estado, autarquias, organizações não- governamentais, entidades empregadoras e cidadãos em geral;

Informação:

a) Informar os diversos intervenientes nos sectores do urbanismo, da construção e dos transportes para a vantagem, importância e a obrigação de assegurar condições de acessibilidade;

b) Informar as pessoas com necessidades especiais e as organizações não- governamentais sobre os direitos previstos na legislação e as formas de os promo- ver;

Formação:

a) Formar sobre o tema da acessibilidade os diversos técnicos intervenientes nos sec- tores do urbanismo, da construção, dos transportes, da saúde e da segurança social. b) Assegurar a acessibilidade no espaço público e no meio edificado

Espaço Público e Meio Edificado

a) Garantir que no espaço público do meio urbano exista uma rede de percursos aces- síveis que interligue todos os principais equipamentos e serviços urbanos;

b) Assegurar que os espaços públicos construídos de novo ou que sejam objeto de intervenções de remodelação sejam totalmente acessíveis;

c) Garantir a acessibilidade aos edifícios públicos e aos edifícios que recebem público; d) Dotar os edifícios com atendimento de público de sistemas de informação adequa-

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e) Dotar os edifícios públicos e que recebem público de sistemas de segurança ade- quados a todos os utentes (por exemplo, sistemas de alarme, visual e sonoro);

Promover a acessibilidade nos transportes: Transporte individual em veículo adaptado:

a) Reavaliar o esquema de incentivos fiscais aplicáveis à aquisição e transformação de veículos destinados ao transporte de passageiros com necessidades especiais; b) Avaliar a atribuição de incentivos e comparticipações destinados a custear despesas

inerentes à propriedade do veículo, como sejam manutenção, portagens e seguros, em casos especiais devidamente fundamentados;

c) Proporcionar condições de estacionamento, mesmo em locais onde o estacionamen- to é restrito, atribuindo, sempre que necessário e possível, lugares reservados devi- damente assinalados;

Apoiar a investigação e a cooperação internacional: Transporte ferroviário:

a) Concluir os estudos de adaptação das instalações fixas, como estações e apeadeiros de modo a tornar toda a rede acessível às pessoas com necessidades especiais; b) Intervir nos acessos ao interior das instalações e na circulação interna, proporcio-

nando equipamentos acessíveis (balcões de atendimento e máquinas distribuidoras de bilhetes) e instalações sanitárias adaptadas à utilização pelas pessoas com defici- ência motora;

Fomentar a participação Transporte em autocarro:

a) Adquirir frotas de autocarros, em especial que operam no meio urbano, de modo que os seus veículos sejam de piso rebaixado e adaptados ao transporte de pessoas em cadeira de rodas, de acordo com o disposto no Decreto-Lei n.º 58/2004.

d) Fomentar a elaboração pelas entidades com responsabilidade na conceção e gestão do espaço público, de planos de supressão de barreiras no acesso às paragens, tendo em vista proporcionar boas condições às pessoas com necessidades especiais; e) Implementar boas condições de aproximação e de acesso às paragens de autocarro,

Transporte em táxi:

a) Promover o desenvolvimento de serviços especiais de transporte em táxis adapta- dos, através de um regime de incentivos financeiros que tornem atrativa a aquisição e manutenção de viaturas adaptadas ao transporte de pessoas com deficiência moto- ra, quer em exclusividade e em regime tarifário comparticipado ao passageiro, quer funcionando em regime de exploração aberta, podendo ser utilizados por pessoas com deficiência ou pelo público em geral, em regime tarifário não comparticipado;

Transporte fluvial:

b) Promover a adaptação dos barcos mais antigos, cacilheiros, ao transporte de pesso- as com necessidades especiais, equiparando este modo de transporte, para efeitos de atribuição de incentivos e comparticipações do Estado.

c) Introduzir os sistemas e equipamentos necessários nos barcos catamaran que não se encontram ainda totalmente equipados para o transporte, em segurança, de pessoas com necessidades especiais;

Transporte aéreo:

a) Adaptar as instalações aeroportuárias, dotando-as de boas condições de acesso e de utilização por pessoas com necessidades especiais, incluindo o acesso direto ou a obrigatoriedade de utilização de meios mecânicos que evitem o transporte a pulso pelas escadas para acesso às aeronaves;

b) Disponibilizar e garantir a permanente operacionalidade de equipamentos mecâni- cos de elevação de pessoas com necessidades especiais, nos casos em que as insta- lações não ofereçam acesso direto e sem barreiras às aeronaves.

Garantir a aplicação e o controlo:

a) Assegurar que as entidades licenciadoras, da administração central e local, verifi- cam o cumprimento da legislação na fase de licenciamento, fiscalizam a construção das obras e aplicam as coimas previstas na lei nos casos de incumprimento;

b) Assegurar a aplicação rigorosa de critérios de exceção às normas de acessibilidade, nomeadamente nos espaços públicos e meio edificado cujas características específi- cas possam impedir a realização de soluções convencionais;

c) Condicionar a atribuição de financiamentos do Estado, para efeitos da promoção da acessibilidade por parte de pessoas com necessidades especiais, à existência de pro-

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mento também noutros instrumentos de planeamento municipal já elaborados ou a elaborar, designadamente os planos de urbanismo (PU) e os planos de pormenor (PP).

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