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4.1 Brasil

4.1.3 Planos para Incidentes de Poluição por Óleo

No Brasil existem três tipos de planos legais para o combate à poluição causada por derramamento de óleo em águas sob jurisdição nacional, que podem ser acionados de forma complementar: Plano de Emergência Individual (PEI); Plano de Área (PA); Plano Nacional de Contingência (PNC).

102 O Eco. “Entenda a lei de crimes ambientais”. Disponível em: <http://www.oeco.org.br/dicionario-

ambiental/28289-entenda-a-lei-de-crimes-ambientais/>. Acesso em: 30 de junho de 2017.

103 O Eco. “Entenda a lei de crimes ambientais”. Disponível em: <http://www.oeco.org.br/dicionario-

O PEI é composto por documentos com informações e descrições de procedimentos de resposta da instalação a um acidente de poluição por óleo resultante de suas atividades em águas brasileiras. Essas instalações podem ser terminais, instalações portuárias, portos organizados, sondas terrestres, dutos, refinarias, plataformas e equipamentos de apoio, estaleiros, clubes náuticos marinas e instalações similares. O PEI foi estabelecido pela Resolução CONAMA nº 398, de 11 de junho de 2008. Nela estão contidas informações em relação ao conteúdo mínimo e orientações para sua estruturação.104

O objetivo do PEI é assegurar a aptidão da instalação em executar, imediatamente, as ações de respostas pressupostas, de forma a atender acidentes de poluição por óleo, nas suas diversas maneiras, empregando os próprios recursos, humanos e materiais, que podem ser integrados com recursos de terceiros, por meio de acordos firmados anteriormente.105

Diferentes cenários de derramamento de óleo são definidos e são feitas simulações da dispersão de manchas no corpo hídrico. Também são listadas as características socioambientais das áreas com maior chance de serem contaminadas, de modo a estabelecer técnicas e táticas de atuação emergencial. O conteúdo do PEI também engloba a dimensão de recursos materiais e humanos necessários para a intervenção, práticas de recuperação de locais atingidos, organização e fluidez da comunicação, política de treinamentos das equipes e mecanismos de gestão e atualização do PEI.106

O PEI é exigido no âmbito do licenciamento ambiental e aprovado na concessão da Licença de Operação (LO), da Licença Prévia de Perfuração (LPper) e

104 Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. “Plano de

Emergência Individual”. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/emergencias-ambientais/petroleo-

e-derivados/plano-de-emergencia-individual>. Acesso em: 01 de junho de 2017.

105 Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. “Plano de

Emergência Individual”. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/emergencias-ambientais/petroleo-

e-derivados/plano-de-emergencia-individual>. Acesso em: 01 de junho de 2017.

106 Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. “Plano de

Emergência Individual”. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/emergencias-ambientais/petroleo-

da Licença Prévia de Produção para Pesquisa (LPpro), quando cabível. São avaliados por órgãos estaduais de meio ambiente e pelo Ibama.107

Os PA foram instituídos pelo decreto nº 4.871, de 06 de novembro de 2003 para o combate à poluição por óleo em águas brasileiras em área com concentração de instalações, como instalações portuárias, portos organizados ou plataformas e suas instalações de apoio.108

A proposta do PA é integrar vários PEI da área, de forma a combater acidentes de poluição por óleo, tornar mais fácil, ampliar a eficiência do plano e direcionar os atos necessários no caso de um acidente de poluição por óleo de origem não conhecida. Nele são estabelecidos mecanismos de resposta conjunta a serem realizados.109

A elaboração do PA é feita pelos responsáveis por entidades exploradoras das instalações citadas anteriormente, com a coordenação do órgão ambiental competente, que também determina a sua extensão.110

Finalmente, o PNC foi instituído pelo Decreto nº 8.127, de 22 de outubro de 2013, e define responsabilidades, monta uma estrutura organizacional e fixa instruções, atos e métodos, com o propósito de ocorrer uma operação conjunta de órgãos e entidades públicas e privadas, aumentando assim a eficácia da resposta de acidentes de poluição por óleo que afetam as águas brasileiras, além de reduzir os desastres ambientais e impedir danos à saúde pública.111

O PNC somente deverá ser implementado na ocorrência de incidentes de grandes dimensões, quando os agentes poluidores não forem suficientes para

107 Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. “Plano de

Emergência Individual”. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/emergencias-ambientais/petroleo-

e-derivados/plano-de-emergencia-individual>. Acesso em: 01 de junho de 2017.

108 Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. “Planos de

Área”. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/emergencias-ambientais/petroleo-e-

derivados/planos-de-area>. Acesso em: 05 de junho de 2017.

109 Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. “Planos de

Área”. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/emergencias-ambientais/petroleo-e- derivados/planos-de-area>. Acesso em: 05 de junho de 2017.

110 Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. “Planos de

Área”. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/emergencias-ambientais/petroleo-e- derivados/planos-de-area>. Acesso em: 05 de junho de 2017.

111 Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. “Plano

Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Águas sob Jurisdição Nacional (PNC).” Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/emergencias-ambientais/petroleo-e-

solucionar a situação. Este plano abrange 17 ministérios e seu objetivo é diminuir o tempo de resposta dos relevantes impactos ambientais. O PNC somente organiza e facilita a resposta, não assumindo seus recursos, que são de responsabilidade do poluidor.112

Sua estrutura organizacional é formada por instâncias. A figura executiva principal é o coordenador operacional, que é encarregado de comandar ações imediatamente posteriores ao incidente, garantindo a segurança da vida humana, proteção do meio ambiente e a integridade das propriedades. Além de exigir ações do poluidor, ele também precisa assegurar a documentação e contabilização de recursos públicos utilizados, elaborar diversos relatórios técnicos e assegurar a comunicação interna e com a imprensa. Seu papel é exercido pela Marinha, caso ocorra em águas marítimas, pelo Ibama, quando acontece em águas continentais ou pela ANP, para situações que contenham equipamentos submarinos de produção e perfuração de óleo.113

O Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA) é formado pela ANP, Ibama e Marinha, sua função é acompanhar todos os acidentes, inclusive os de menor porte, julgando a significância do incidente, classificando-o como nacional ou não, tendo como base a proporção do acidente, possibilidade de atingir águas internacionais, ameaça a recursos significativos, volume derramado, eficácia do PEI e PA, entre outros. Além de determinar o acionamento do PA ou do PNC, quando é o caso, também designa seu coordenador operacional e convoca e coordena o comitê de suporte, quando necessário.

A autoridade nacional é executada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e sua função é coordenar todos os procedimentos do PNC, inclusive o comitê executivo e o de suporte, articular os órgãos do SISNAMA, com o fim de apoiar ações de resposta definidas pelo GAA, decidir a necessidade de solicitar apoio ou

112 Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. “Plano

Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Águas sob Jurisdição Nacional (PNC).” Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/emergencias-ambientais/petroleo-e-

derivados/pnc>. Acesso em: 06 de junho de 2017.

113 Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. “Plano

Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Águas sob Jurisdição Nacional (PNC).” Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/emergencias-ambientais/petroleo-e-

prestar assistência operacional e comunicar o acionamento do PNC ao comitê de suporte.114

O comitê executivo é composto pelo MMA, MME, ANP, Ibama, Marinha, pela Secretaria de Portos da Presidência da República e Secretaria Nacional de Defesa Civil, do Ministério da Integração Nacional. Sua função é estabelecer diretrizes para implementar o plano, elaborar o manual do PNC, definir o programa de simulados e articular, supervisionar e apoiar ações dos outros integrantes do PNC.115

O comitê de suporte é composto pela Casa Civil da Presidência da Repúlica; Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio do Instituto Nacional de Meteorologia; Ministério da Defesa, por meio do Comando da Marinha, Exército e Aeronáutica; Ministério da Fazenda, por meio da Secretaria do Tesouro Nacional e Secretaria da Receita Federal; Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil; Ministério da Justiça, por meio do Departamento de Polícia Federal; Ministério do Meio Ambiente, por meio do Ibama, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e Agência Nacional de Águas; MME, por meio da ANP; Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; Ministério das Relações Exteriores; Ministério da Saúde; Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério dos Transportes; Ministério da Pesca e Agricultura; Secretaria Especial de Portos da Presidência da República. Seu papel é assegurar recursos humanos e materiais solicitados pelo GAA, atender as chamadas da autoridade nacional e do GAA e aumentar a capacidade nacional de resposta.116

114 Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. “Plano

Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Águas sob Jurisdição Nacional (PNC).” Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/emergencias-ambientais/petroleo-e-

derivados/pnc>. Acesso em: 06 de junho de 2017.

115 Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. “Plano

Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Águas sob Jurisdição Nacional (PNC).” Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/emergencias-ambientais/petroleo-e-

derivados/pnc>. Acesso em: 06 de junho de 2017.

116 MME - Ministério de Minas e Energia. “Plano Nacional de Contingência”. Disponível em:

<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-

permanentes/cmads/audiencias-publicas/audiencias-publicas/08-05-2012-definicao-e-criacao-de- novos-modelos-eficazes-de-prevencao/apresentacoes/marco-antonio-almeida>. Acesso em: 07 de junho de 2017.

Figura 11 - Fluxograma de medidas após um incidente

Fonte: Ibama

Além desses três planos, existe também o Plano Nacional de Ação de Emergência para Fauna Impactada por Óleo (PAE-Fauna), criado pelo Instituto

Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e Ibama, com o intuito de diminuir o impacto à fauna brasileira em um acidente de vazamento de óleo.117

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