Poder de Barganha dos Fornecedores

De acordo com Porter (2004), os fornecedores podem exercer poder de negociação sobre os participantes de uma indústria ameaçando elevar os preços ou reduzir a qualidade dos bens e serviços fornecidos. As condições que tornam os fornecedores poderosos tendem a refletir aquelas que tornam os compradores poderosos.

O principal fornecedor das cooperativas são os seus produtores, associados ou não, que disponibilizam o leite produzido, total ou parcialmente, para a comercialização junto às empresas do setor de laticínios.

No caso da COOPANEMA, o leite in natura comercializado junto às grandes empresas é fornecido pelos seus 244 produtores, sendo destes 144 associados e 100 não associados. O volume total produzido mensalmente e fornecido à cooperativa é de aproximadamente 273.817 litros, que representa 100% de toda a produção dos seus 15 núcleos. Portanto, todos os cooperados e não cooperados, vinculados a estes núcleos fornecem toda a sua produção à Cooperativa.

Na relação de fornecedores desta cooperativa, encontram-se também os de insumos produtivos como farelo, utilizado como ração, fornecido pelas empresas Rancho Alegre, Sertaneja e Armazém Belo. O fornecimento das vacinas é realizado pelo Governo do Estado de Pernambuco através da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (ADAGRO/PE). O material para higienização, bem como o Alizarol que é empregado para realização de uma prova rápida, utilizada nas plataformas de recepção como indicador de acidez e estabilidade térmica do leite, são fornecidos pela Perdigão.

Em relação ao fornecimento de tecnologia a Cooperativa tem como principais fornecedores a DeLaval (resfriadores), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e o Serviço de Tecnologia Alternativa (SERTA) e em assistência técnica, a própria DeLaval e a Refrigeração São Luiz.

O fornecimento de Banco de Sementes e da Palma é realizado pelo Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), que também fornece o treinamento “Qualificampo” que tem como objetivo qualificar os produtores com as boas práticas na ordenha, através de técnicas de higienização. Quanto às capacitações, a Cooperativa possui os seguintes fornecedores: SENAI, SEBRAE e SENAR.

De acordo com a entrevista realizada junto à diretoria, eles consideram que dentro desta variável estratégica é muito importante a existência de um número adequado de fornecedores, facilitando com isto o poder de barganha na hora das negociações, uma vez que o seu volume de compras é significativo para o seu fornecedor. Também consideraram muito importante a negociação via Cooperativa para a aquisição dos insumos produtivos, uma vez que a compra em grande quantidade reduz o custo do produto adquirido e por conseqüência o custo final de produção.

Já o resultado da pesquisa com os 33 associados mostrou que todos têm como fornecedor principal dos seus insumos produtivos, a COOPANEMA.

Na análise realizada na COOPLESA, que trabalha, apenas na produção e comercialização de queijos, foi verificado que a Cooperativa possui como fornecedor de leite

in natura os próprios associados, que disponibilizam apenas 40% de sua produção diária,

totalizando 5.000 litros de leite em média por dia. E como fornecedores de Cloreto de Sódio, Ácido Láctico e Sorbato, insumos necessários para a fabricação dos queijos, a empresa Milk, que também fornece todo o material utilizado para higienização.

O fornecimento das vacinas é realizado pelo Governo do Estado de Pernambuco através da ADAGRO. Em relação à tecnologia e maquinários a Cooperativa tem como fornecedor a Empresa Casa Forte, do Estado de Goiás. Já a assistência técnica, é fornecida por técnicos da própria região.

De acordo com a entrevista realizada com o Presidente e o Diretor Administrativo, pode-se verificar dentro desta variável estratégica, que apesar de considerar que a existência de um número adequado de fornecedores é muito importante e que facilitaria o aumento do poder de barganha na hora das negociações, a Cooperativa ainda tem encontrado muita dificuldade na pulverização do fornecimento de sua matéria-prima principal e insumos produtivos, diante do processo de reestruturação pelo qual a mesma vem passando.

No caso da COOPSAL, o leite in natura comercializado junto à Perdigão, laticínios e queijarias da região é fornecido pelos seus 29 produtores associados que produzem uma média de 60.000 litros de leite por mês e são totalmente entregues à Cooperativa.

Já as empresas Rancho Alegre e Casa das Rações são fornecedores de farelo para utilização como insumos produtivos, bem como para comercialização dos 1.200 sacos de farelos por mês. O fornecimento das vacinas é realizado pelo Governo do Estado de Pernambuco através da ADAGRO. O material para higienização, bem como o Alizarol são fornecidos pela Perdigão.

Em relação ao fornecimento de tecnologia e assistência técnica, a Cooperativa tem como fornecedor a Empresa Refrigeração São Luiz. O Banco de Sementes e a Palma são fornecidos pelo IPA (Instituto Agronômico de Pernambuco), que também fornece o treinamento “Qualificampo”, que tem como objetivo qualificar os produtores com as boas práticas na ordenha, através de técnicas de higienização. Quanto às capacitações, a Cooperativa possui os seguintes fornecedores: SENAI, SEBRAE, SENAR e SESCOOP.

De acordo com a entrevista realizada com o Presidente, pode-se verificar que dentro desta variável estratégica é muito importante a existência de um número adequado de fornecedores, aumentando com isto o poder de barganha na hora das negociações, uma vez que o seu volume de compras é significativo para o seu fornecedor. Também consideraram muito importante a negociação via Cooperativa para a aquisição dos insumos produtivos, uma vez que a compra em grande quantidade reduz o custo do produto adquirido e por conseqüência o custo final de produção. Já o resultado da pesquisa com os 07 associados mostrou que todos têm como fornecedor principal dos seus insumos produtivos, a COOPSAL.

Em suma, na análise realizada com os questionários aplicados aos gestores das três cooperativas, no item que trata a respeito das variáveis estratégicas do poder de negociação dos fornecedores: “existência de um número adequado de fornecedores”, “significância do seu volume de compras para o fornecedor” e “existência de uma cooperativa para adquirir os insumos”, observou-se que nas duas primeiras variáveis, apenas um gestor (20%) não as considerou como importante, atribuindo às mesmas, um grau médio de importância. Enquanto que a última variável obteve 100% de respostas como “importante” para o poder de negociação com os fornecedores.