• Nenhum resultado encontrado

Durante muito tempo se discutiu na Doutrina e na Jurisprud•ncia26 acerca dos poderes de investiga•‹o do MP, j‡ que embora estas atribui•›es tenham sido delegadas ˆ Pol’cia, certo Ž que o MP Ž o destinat‡rio da investiga•‹o, na qualidade de titular da a•‹o penal (pœblica).

No entanto, essa discuss‹o j‡ n‹o existe mais. Atualmente o entendimento pacificado Ž no sentido de que o MP tem, sim, poderes investigat—rios, j‡ que a Pol’cia Judici‡ria n‹o detŽm o monop—lio constitucional dessa tarefa.

Resumidamente:

¥ MP pode investigar (por meio de procedimentos pr—prios de investiga•‹o) ¥ MP n‹o pode instaurar e presidir inquŽrito policial

2! LEI 12.830/13

A Lei 12.830/13 teve por finalidade regulamentar a atividade de investiga•‹o criminal conduzida pelo Delegado de Pol’cia.

Vejamos a reda•‹o do art. 1¼ da Lei:

Art. 1o Esta Lei disp›e sobre a investiga•‹o criminal conduzida pelo delegado de pol’cia.

25

(...) 1. A permiss‹o legal contida no art. 18 do CPP, e pertinente Sœmula 524/STF, de desarquivamento do inquŽrito pelo surgimento de provas novas, somente tem incid•ncia quando o fundamento daquele arquivamento foi a insufici•ncia probat—ria - ind’cios de autoria e prova do crime.

2. A decis‹o que faz ju’zo de mŽrito do caso penal, reconhecendo atipia, extin•‹o da punibilidade (por morte do agente, prescri•‹o...), ou excludentes da ilicitude, exige certeza jur’dica - sem esta, a prova de crime com autor indicado geraria a continuidade da persecu•‹o criminal - que, por tal, possui efeitos de coisa julgada material, ainda que contida em acolhimento a pleito ministerial de arquivamento das pe•as investigat—rias.

3. Promovido o arquivamento do inquŽrito policial pelo reconhecimento de leg’tima defesa, a coisa julgada material impede rediscuss‹o do caso penal em qualquer novo feito criminal, descabendo perquirir a exist•ncia de novas provas. Precedentes.

4. Recurso especial improvido.

(REsp 791.471/RJ, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 25/11/2014, DJe

Algumas de suas disposi•›es j‡ poderiam tranquilamente ser extra’das, ainda que de forma impl’cita, do pr—prio regramento do CPP.

Temos que entender, ainda, o contexto em que a Lei fora editada (No meio da discuss‹o a respeito dos poderes de investiga•‹o do MP), de forma que poderemos entender melhor, ainda, o n’tido viŽs ÒcorporativistaÓ da Lei (n‹o que haja algum tom pejorativo nisso!). Vejamos, por exemplo, a reda•‹o do art. 2¼:

Art. 2o As fun•›es de pol’cia judici‡ria e a apura•‹o de infra•›es penais exercidas pelo delegado de pol’cia s‹o de natureza jur’dica, essenciais e exclusivas de Estado.

Tala afirma•‹o j‡ poderia ser extra’da do sistema jur’dico-processual penal brasileiro. Contudo, percebe-se o car‡ter ÒafirmativoÓ da Lei, ou seja, buscou

deixar imune a dœvidas a natureza da atividade desenvolvida pelo Delegado de Pol’cia.

O ¤1¼ do art. 2¼ Ž outro que traz disposi•‹o que, na pr‡tica, n‹o alterou em nada o mundo jur’dico:

Art. 2¼ (...)

¤ 1o Ao delegado de pol’cia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condu•‹o da investiga•‹o criminal por meio de inquŽrito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apura•‹o das circunst‰ncias, da materialidade e da autoria das infra•›es penais.

O ¤2¼ do art. 2¼ trata do poder de requisi•‹o do Delegado de Pol’cia, cuja finalidade Ž permitir a melhor instru•‹o poss’vel do procedimento investigat—rio, que em regra ser‡ o InquŽrito Policial. Vejamos:

Art. 2¼ (...)

¤ 2o Durante a investiga•‹o criminal, cabe ao delegado de pol’cia a requisi•‹o de per’cia, informa•›es, documentos e dados que interessem ˆ apura•‹o dos fatos.

Se atŽ agora a Lei n‹o trouxe grandes ÒnovidadesÓ jur’dicas, o ¤4¼ do art. 2¼ traz um regramento que parece estabelecer uma espŽcie de ÒDelegado NaturalÓ. Vejamos:

Art. 2¼ (...)

¤ 4o O inquŽrito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poder‡ ser avocado ou redistribu’do por superior hier‡rquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse pœblico ou nas hip—teses de inobserv‰ncia dos procedimentos previstos em regulamento da corpora•‹o que prejudique a efic‡cia da investiga•‹o.

Percebam que esta regulamenta•‹o tem a n’tida inten•‹o de evitar Òmandos e desmandosÓ no seio da Pol’cia, ou seja, evitar que o Chefe da Pol’cia altere o Delegado respons‡vel por determinado caso de acordo com a necessidade de uma investiga•‹o Òmais r’gidaÓ ou Òmais brandaÓ.

Isso n‹o significa que a substitui•‹o do Delegado respons‡vel n‹o poder‡ ocorrer. Contudo, ela somente pode ocorrer:

¥ Por motivo de interesse pœblico

¥ No caso de inobserv‰ncia dos procedimentos previstos em

regulamento da corpora•‹o que prejudique a efic‡cia da

investiga•‹o

Em qualquer caso, dever‡ se dar por despacho fundamentado da autoridade superior.

Da mesma forma que a altera•‹o do Delegado respons‡vel por determinado caso n‹o poder‡ ser feita Òao bel prazerÓ do Superior, o que evidencia uma espŽcie, ainda que rudimentar, do princ’pio do ÒDelegado NaturalÓ, o Delegado tambŽm n‹o poder‡ ser removido livremente de seu —rg‹o de atua•‹o.

Vejamos a reda•‹o do art. 2¼, ¤5¼ da Lei:

Art. 2¼ (...)

¤ 5o A remo•‹o do delegado de pol’cia dar-se-‡ somente por ato fundamentado.

Percebam que n‹o chega a ser uma ÒinamovibilidadeÓ do Delegado,

pois ele pode ser removido Òde of’cioÓ. Contudo, Ž ineg‡vel que a Lei, ao

exigir que tal remo•‹o se d• por ato fundamentado, busca dar mais transpar•ncia em tal procedimento, de forma a salvaguardar os direitos do pr—prio Delegado e a moralidade no bojo da Administra•‹o Pœblica.

Por fim, o ¤6¼ do art. 2¼ estabelece ser o indiciamento um ato privativo

do Delegado, e dever‡ ser necessariamente FUNDAMENTADO. Vejamos:

Art. 2¼ (...)

¤ 6o O indiciamento, privativo do delegado de pol’cia, dar-se-‡ por ato fundamentado, mediante an‡lise tŽcnico-jur’dica do fato, que dever‡ indicar a autoria, materialidade e suas circunst‰ncias.

Como encerramento, a Lei estabelece em seu art. 3¼ que o cargo de Delegado de Pol’cia Ž privativo de Bacharel em Direito, devendo ser dispensado ao Delegado o mesmo tratamento protocolar que recebem Magistrados, membros do MP e da Defensoria Pœblica, e os advogados. Vejamos:

Art. 3o O cargo de delegado de pol’cia Ž privativo de bacharel em Direito, devendo-lhe ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da Defensoria Pœblica e do MinistŽrio Pœblico e os advogados.

Temos aqui mais uma previs‹o referente ˆ ÒcarreiraÓ de Delegado que propriamente ao sistema jur’dico-processual penal brasileiro. De toda forma, a Lei traz importante previs‹o com a finalidade de contribuir para a equaliza•‹o de tratamento das carreiras jur’dicas do pa’s.

Outra das fun•›es do MP (alŽm de poder investigar, como vimos), Ž exercer o controle externo da atividade policial.

O MP n‹o faz parte da organiza•‹o policial. Entretanto, como o desempenho das fun•›es da pol’cia contribui negativa ou positivamente para o desempenho das fun•›es do MP (Um crime mal investigado dificilmente gera uma condena•‹o), ao MP foi conferido o controle externo da atividade policial.

Isso est‡ previsto no art. 129, VII da CF/88:

Art. 129. S‹o fun•›es institucionais do MinistŽrio Pœblico: (...)

VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior;

No art. 3¼ da LC 75/93 n—s temos uma defini•‹o melhor das raz›es que fundamentam esse controle. Este artigo regulamenta o art. 129, VII da Constitui•‹o, tra•ando os objetivos que se pretende alcan•ar com o exerc’cio deste controle externo pelo MPU. Vejamos a reda•‹o do art. 3¼:

Art. 3¼ O MinistŽrio Pœblico da Uni‹o exercer‡ o controle externo da atividade policial tendo em vista:

a) o respeito aos fundamentos do Estado Democr‡tico de Direito, aos objetivos fundamentais da Repœblica Federativa do Brasil, aos princ’pios informadores das rela•›es internacionais, bem como aos direitos assegurados na Constitui•‹o Federal e na lei;

b) a preserva•‹o da ordem pœblica, da incolumidade das pessoas e do patrim™nio pœblico;

c) a preven•‹o e a corre•‹o de ilegalidade ou de abuso de poder; d) a indisponibilidade da persecu•‹o penal;

e) a compet•ncia dos —rg‹os incumbidos da seguran•a pœblica.

ƒ bom que se deixe clara uma coisa: O MP NÌO ƒ O CHEFE DA POLêCIA! O MP apenas tem a atribui•‹o para FISCALIZAR o exerc’cio da atividade policial. AtravŽs desta fiscaliza•‹o, caso seja constatada alguma irregularidade, o MP pode adotar as medidas judiciais ou extrajudiciais cab’veis para resolver o problema (seja ajuizando a•‹o penal contra os infratores, seja requisitando a abertura de inquŽrito para apurar os fatos, etc.).

Mal comparando, o MP atua mais ou menos como o Congresso Nacional, que fiscaliza os atos do Poder Executivo, sem ser, contudo, seu chefe.

Um dos objetivos mais evidentes deste controle externo realizado pelo MPU Ž a preserva•‹o da indisponibilidade da persecu•‹o penal. O que Ž isso? A persecu•‹o penal nada mais Ž que o exerc’cio do poder-dever conferido ao Estado para que investigue os fatos a fim de que, l‡ na frente, se possa punir eventuais culpados. A este procedimento de busca pelos fatos preliminares (investiga•‹o) e processo e condena•‹o dos culpados (processo penal) se d‡ o nome de persecu•‹o penal.

Mas o que significa a Òindisponibilidade da persecu•‹o penalÓ? Significa a aus•ncia de discricionariedade na persecu•‹o penal. A persecu•‹o penal n‹o Ž dispon’vel, ou seja, n‹o pode o respons‡vel por ela simplesmente Òabrir m‹oÓ, deixar de realiza-la, seja qual for o motivo. Assim, quando se busca garantir a indisponibilidade da a•‹o penal, ao fim e ao cabo o que se pretende Ž evitar que fatores externos (principalmente $$$) influenciem negativamente na condu•‹o da persecu•‹o penal, que numa fase preliminar Ž conduzida pela Pol’cia, atravŽs da investiga•‹o criminal, e Ž nesta fase que a persecu•‹o Ž mais vulner‡vel.

N—s acabamos de ver quais s‹o os objetivos do controle externo da atividade policial. O art. 9¼, todavia, nos traz alguns (sim, pois este rol NÌO ƒ TAXATIVO) mecanismos de que disp›e o MPU para exercer este controle externo.

Vejamos:

Art. 9¼ O MinistŽrio Pœblico da Uni‹o exercer‡ o controle externo da atividade policial por meio de medidas judiciais e extrajudiciais podendo:

I - ter livre ingresso em estabelecimentos policiais ou prisionais;

II - ter acesso a quaisquer documentos relativos ˆ atividade-fim policial;

III - representar ˆ autoridade competente pela ado•‹o de provid•ncias para sanar a omiss‹o indevida, ou para prevenir ou corrigir ilegalidade ou abuso de poder;

IV - requisitar ˆ autoridade competente para instaura•‹o de inquŽrito policial sobre a omiss‹o ou fato il’cito ocorrido no exerc’cio da atividade policial;

V - promover a a•‹o penal por abuso de poder.

Vejam que estas s‹o ferramentas que contribuem para o bom exerc’cio dessa fun•‹o de fiscaliza•‹o que Ž atribu’da ao MPU.

ƒ importante notar que o inciso II fala em Òacesso a documentos relativos ˆ

atividade-fim policialÓ. Isso significa que o MPU tem acesso livre a quaisquer

documentos relativos ˆ atividade de investiga•‹o da pol’cia (no caso da Pol’cia Civil, Federal, etc., que s‹o as chamadas Òpol’cias judici‡riasÓ, pois lhes incumbe obter elementos de convic•‹o para apresenta•‹o perante o Poder Judici‡rio) ou ˆ sua atividade de preven•‹o ostensiva (No caso da Pol’cia Militar, Rodovi‡ria Federal, etc., que s‹o as chamadas Òpol’cias administrativasÓ, cuja fun•‹o Ž basicamente preservar a ordem pœblica, prevenindo a ocorr•ncia de infra•›es).

Assim, o MPU n‹o ter‡ acesso, por exemplo, ao documento referente a um pedido de fŽrias de um Delegado, pois isso n‹o guarda qualquer rela•‹o com a atividade-fim da pol’cia (A menos que haja ind’cios de que esse pedido de fŽrias, por exemplo, tenha se dado com a finalidade de furtar-se a uma investiga•‹o, no que estar‡ se relacionando com a atividade-fim).

Um dos objetivos principais, alŽm de garantir a indisponibilidade da persecu•‹o penal, Ž garantir o respeito aos direitos da pessoa, zelando pela n‹o ocorr•ncia de abuso de poder e promovendo medidas contra aqueles que eventualmente o pratiquem. Para tanto, o art. 10 nos traz a necessidade de comunica•‹o ao MP competente (MPF, MPT, MPDFT ou MPM) quando da realiza•‹o de pris‹o de qualquer pessoa por parte de autoridade federal

ou do DF, devendo se indicar o local onde se encontra o preso e c—pia dos documentos acerca da legalidade da pris‹o. Vejamos:

Art. 10. A pris‹o de qualquer pessoa, por parte de autoridade federal ou do Distrito Federal e Territ—rios, dever‡ ser comunicada imediatamente ao MinistŽrio Pœblico competente, com indica•‹o do lugar onde se encontra o preso e c—pia dos documentos comprobat—rios da legalidade da pris‹o.

CUIDADO! O MPU exerce o controle EXTERNO da atividade policial, pois o MPU

NÌO INTEGRA a mesma estrutura da pol’cia. Quem exerce o controle INTERNO da atividade policial Ž a CORREGEDORIA da pol’cia respectiva.

4! DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES

CîDIGO DE PROCESSSO PENAL

Ä Art. 4¡ a 23 do CPP - Disposi•‹o legal do CPP acerca do InquŽrito Policial:

Art. 4¼ A pol’cia judici‡ria ser‡ exercida pelas autoridades policiais no territ—rio de suas respectivas circunscri•›es e ter‡ por fim a apura•‹o das infra•›es penais e da sua autoria. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.043, de 9.5.1995)

Par‡grafo œnico. A compet•ncia definida neste artigo n‹o excluir‡ a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma fun•‹o.

Art. 5o Nos crimes de a•‹o pœblica o inquŽrito policial ser‡ iniciado: I - de of’cio;

II - mediante requisi•‹o da autoridade judici‡ria ou do MinistŽrio Pœblico, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para represent‡-lo.

¤ 1o O requerimento a que se refere o no II conter‡ sempre que poss’vel: a) a narra•‹o do fato, com todas as circunst‰ncias;

b) a individualiza•‹o do indiciado ou seus sinais caracter’sticos e as raz›es de convic•‹o ou de presun•‹o de ser ele o autor da infra•‹o, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;

c) a nomea•‹o das testemunhas, com indica•‹o de sua profiss‹o e resid•ncia.

¤ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquŽrito caber‡ recurso para o chefe de Pol’cia.

¤ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da exist•ncia de infra•‹o penal em que caiba a•‹o pœblica poder‡, verbalmente ou por escrito, comunic‡-la ˆ autoridade policial, e esta, verificada a proced•ncia das informa•›es, mandar‡ instaurar inquŽrito.

¤ 4o O inquŽrito, nos crimes em que a a•‹o pœblica depender de representa•‹o, n‹o poder‡ sem ela ser iniciado.

¤ 5o Nos crimes de a•‹o privada, a autoridade policial somente poder‡ proceder a inquŽrito a requerimento de quem tenha qualidade para intent‡-la.

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da pr‡tica da infra•‹o penal, a autoridade policial dever‡:

I - dirigir-se ao local, providenciando para que n‹o se alterem o estado e conserva•‹o das coisas, atŽ a chegada dos peritos criminais; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 8.862, de 28.3.1994) (Vide Lei n¼ 5.970, de 1973)

II - apreender os objetos que tiverem rela•‹o com o fato, ap—s liberados pelos peritos criminais; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 8.862, de 28.3.1994)

III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunst‰ncias;

IV - ouvir o ofendido;

V - ouvir o indiciado, com observ‰ncia, no que for aplic‡vel, do disposto no Cap’tulo III do T’tulo Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;

VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acarea•›es;

VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras per’cias;

VIII - ordenar a identifica•‹o do indiciado pelo processo datilosc—pico, se poss’vel, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condi•‹o econ™mica, sua atitude e estado de ‰nimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribu’rem para a aprecia•‹o do seu temperamento e car‡ter.

X - colher informa•›es sobre a exist•ncia de filhos, respectivas idades e se possuem alguma defici•ncia e o nome e o contato de eventual respons‡vel pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.257, de 2016) Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infra•‹o sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poder‡ proceder ˆ reprodu•‹o simulada dos fatos, desde que esta n‹o contrarie a moralidade ou a ordem pœblica.

Art. 8o Havendo pris‹o em flagrante, ser‡ observado o disposto no Cap’tulo II do T’tulo IX deste Livro.

Art. 9o Todas as pe•as do inquŽrito policial ser‹o, num s— processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.

Art. 10. O inquŽrito dever‡ terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hip—tese, a partir do dia em que se executar a ordem de pris‹o, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fian•a ou sem ela.

¤ 1o A autoridade far‡ minucioso relat—rio do que tiver sido apurado e enviar‡ autos ao juiz competente.

¤ 2o No relat—rio poder‡ a autoridade indicar testemunhas que n‹o tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.

¤ 3o Quando o fato for de dif’cil elucida•‹o, e o indiciado estiver solto, a autoridade poder‡ requerer ao juiz a devolu•‹o dos autos, para ulteriores dilig•ncias, que ser‹o realizadas no prazo marcado pelo juiz.

Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem ˆ prova, acompanhar‹o os autos do inquŽrito.

Art. 12. O inquŽrito policial acompanhar‡ a denœncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.

I - fornecer ˆs autoridades judici‡rias as informa•›es necess‡rias ˆ instru•‹o e julgamento dos processos;

II - realizar as dilig•ncias requisitadas pelo juiz ou pelo MinistŽrio Pœblico; III - cumprir os mandados de pris‹o expedidos pelas autoridades judici‡rias; IV - representar acerca da pris‹o preventiva.

Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no ¤ 3¼ do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (C—digo Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Crian•a e do Adolescente), o membro do MinistŽrio Pœblico ou o delegado de pol’cia poder‡ requisitar, de quaisquer —rg‹os do poder pœblico ou de empresas da iniciativa privada, dados e informa•›es cadastrais da v’tima ou de suspeitos. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)

Par‡grafo œnico. A requisi•‹o, que ser‡ atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conter‡: (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)

I - o nome da autoridade requisitante; (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)

II - o nœmero do inquŽrito policial; e (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)

III - a identifica•‹o da unidade de pol’cia judici‡ria respons‡vel pela investiga•‹o. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)

Art. 13-B. Se necess‡rio ˆ preven•‹o e ˆ repress‹o dos crimes relacionados ao tr‡fico de pessoas, o membro do MinistŽrio Pœblico ou o delegado de pol’cia poder‹o requisitar, mediante autoriza•‹o judicial, ˆs empresas prestadoras de servi•o de telecomunica•›es e/ou telem‡tica que disponibilizem imediatamente os meios tŽcnicos adequados Ð como sinais, informa•›es e outros Ð que permitam a localiza•‹o da v’tima ou dos suspeitos do delito em curso. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)

¤ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da esta•‹o de cobertura, setoriza•‹o e intensidade de radiofrequ•ncia. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)

¤ 2o Na hip—tese de que trata o caput, o sinal: (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)

I - n‹o permitir‡ acesso ao conteœdo da comunica•‹o de qualquer natureza, que depender‡ de autoriza•‹o judicial, conforme disposto em lei; (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)

II - dever‡ ser fornecido pela prestadora de telefonia m—vel celular por per’odo n‹o

superior a 30 (trinta) dias, renov‡vel por uma œnica vez, por igual per’odo; (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)

III - para per’odos superiores ˆquele de que trata o inciso II, ser‡ necess‡ria a apresenta•‹o de ordem judicial. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)

¤ 3o Na hip—tese prevista neste artigo, o inquŽrito policial dever‡ ser instaurado no prazo m‡ximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorr•ncia policial. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia) ¤ 4o N‹o havendo manifesta•‹o judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitar‡ ˆs empresas prestadoras de servi•o de telecomunica•›es e/ou telem‡tica que disponibilizem imediatamente os meios tŽcnicos adequados Ð como sinais, informa•›es e outros Ð que permitam a localiza•‹o da v’tima ou dos suspeitos

do delito em curso, com imediata comunica•‹o ao juiz. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)

Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poder‹o requerer qualquer dilig•ncia, que ser‡ realizada, ou n‹o, a ju’zo da autoridade.

Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-‡ nomeado curador pela autoridade policial. Art. 16. O MinistŽrio Pœblico n‹o poder‡ requerer a devolu•‹o do inquŽrito ˆ autoridade policial, sen‹o para novas dilig•ncias, imprescind’veis ao oferecimento da denœncia.

Art. 17. A autoridade policial n‹o poder‡ mandar arquivar autos de inquŽrito.

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquŽrito pela autoridade judici‡ria, por falta de base para a denœncia, a autoridade policial poder‡ proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver not’cia.

Art. 19. Nos crimes em que n‹o couber a•‹o pœblica, os autos do inquŽrito ser‹o

Documentos relacionados