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3.2 POLÍTICAS DE SEGURANÇA DO GOVERNO SANTOS

3.2.1 Política Integral de Segurança e Defesa para a Prosperidade

O plano de Segurança do governo de Santos foi chamado de Política Integral de Segurança e Defesa para a Prosperidade (PISDP). Os três desafios de segurança interna (conflito armado, narcotráfico, e segurança cidadã) foram considerados igualmente importantes, em contraste com o governo Uribe, em que o último teve menor proeminência (VELÁSQUEZ, 2011).

A PISDP reconheceu os avanços da PSD para debilitar as ações dos grupos armados ilegais através do fortalecimento da Força Pública, da cooperação internacional e do apoio popular. Considerou que os desafios do governo Santos como grupos armados ilegais seriam: as FARC, que utiliza ações de guerra de guerrilhas para confrontar a Força Pública, como atos terroristas; o ELN, que usava sequestro e extorsão para se financiar, mas com os resultados da PSD, aliou-se com outras organizações criminais e com o narcotráfico para a obtenção de recursos; e as Bandas Criminais, com estruturas desarticuladas, e com alto poder corruptor, intimidador e armado, que combinaram a produção e o comércio de drogas com a violência dos direitos e liberdades das populações em territórios periféricos (REPÚBLICA DE COLOMBIA, 2011a).

A política de segurança do governo Santos reconheceu que há lugares onde o Estado de Direito não foi consolidado, permitindo a influência dos grupos ilegais e das Bandas Criminais nestas regiões, gerando insegurança aos habitantes. Também reconheceu a corrupção existente, que dinamizou a violência armada e debilitou o Estado, sendo um contrapeso nos esforços da nação para recuperar sua legalidade, segurança e prosperidade.

Portanto, a PISDP se comprometeu a continuar o processo de consolidação da segurança e adaptar as estratégias aos desafios contemporâneos, respeitando os Direitos Humanos e o Direito Internacional Humanitário (REPÚBLICA DE COLOMBIA, 2011a).

Tabela 04 – Conquistas da PSD, ameaças e desafios internos da PISDP

Conquistas Ameaças Desafios Internos

Redução do narcotráfico, dos grupos armados ilegais e do crime;

Liderança em segurança;

 FARC e ELN;  BACRIM;

 Milícias e redes criminais;  Delinquência comum e crime

organizado;

 Melhor articulação das Forças;  Vencer a resistência à

mudança;

 Usar estratégia proativa;  Fortalecer a ação integral;  Dar precisão às funções e

missões; Fonte: REPÚBLICA DE COLOMBIA, 2011a, p. 19. Tradução própria.

Para as estratégias da PISDP eram consideradas três regiões. Nas vermelhas, seriam necessárias estratégias de controle territorial e desarticulação dos grupos armados ilegais, como implementadas na PSD. A PISDP visava transformar todas essas regiões vermelhas. Nas amarelas, que se recuperavam da violência, mas eram carentes da presença de Estado adequada, as estratégias deveriam ser para a consolidação da segurança, sendo os elementos fundamentais para o sucesso: o uso de forças de controle, a cooperação internacional, e a ação integral do Estado. E nas zonas verdes, com níveis adequados de institucionalidade, investimento e governabilidade, seriam assentadas as bases da segurança para a prosperidade: as forças policiais, inteligência e tecnologia (REPÚBLICA DE COLOMBIA, 2011a).

Imagem 02 – Esquema de funcionamento da PISDP por zonas

Como o gráfico acima mostra de forma esquemática, a PISDP direciona - no contexto do Direito Internacional Humanitário – a atenção às áreas críticas de segurança através de uma ação militar sustentada e focada, para atingir níveis aceitáveis de controle territorial e proteção estratégia da população para a entrada gradual da força policial. Uma vez que convirjam o conjunto das forças de segurança nessas áreas, o resto do Estado fortalecerá os processos de construção de social e ajudará a fortalecer a legitimidade tanto das organizações civis quanto militares e policiais. Este estágio intermediário é superado com níveis adequados de segurança, para que a Polícia Nacional assuma o desafio de oferecer ao país as condições de segurança de nível mundial, no qual o Estado em geral desempenha um papel importante70 (REPÚBLICA DE COLOMBIA, 2011a, p. 28, tradução

nossa).

Imagem 03 – Situação da segurança e defesa nacional (2004-2010)

Fonte: REPÚBLICA DE COLOMBIA, 2011a, p. 16

Na imagem acima percebe-se um significativo aumento das áreas verdes e redução das amarelas e vermelhas durante o período do governo Uribe. A PISDP reconhece os resultados das PSD, contudo indica que ainda são necessárias políticas principalmente para eliminar as áreas vermelhas e consolidar a prosperidade nas amarelas e verdes.

O objetivo nacional da PISDP era alcançar condições ótimas de segurança para garantir a prosperidade democrática e o progresso nacional. Os principais objetivos setoriais

70 “Tal como lo muestra el gráfico anterior de manera esquematizada, la PISDP direcciona -en el marco del DIH-

la atención de las zonas críticas de seguridad a través de una acción militar sostenida y focalizada, con miras a alcanzar niveles aceptables de control territorial y protección estratégica de la población, para el ingreso paulatino de la fuerza policial. Una vez converja el conjunto de la Fuerza Pública en dichas áreas, el resto del Estado robustecerá los procesos de construcción de tejido social y apoyará el fortalecimiento de la legitimidad tanto de las organizaciones civiles como militares y policiales. Esta etapa intermedia se supera con niveles apropiados de seguridad, para que la Policía Nacional asuma el reto de brindar al país condiciones de seguridad de clase mundial, en las que el Estado en general juega un rol preponderante” (REPÚBLICA DE COLOMBIA, 2011a, p. 28)

eram levar a produção nacional de drogas a um mínimo histórico, desarticular os grupos armados ilegais e criar condições suficientes de segurança para a consolidação e para a convivência cidadã. Entre as estratégias relativas ao narcotráfico, ainda se fez presente a erradicação dos cultivos ilícitos (por aspersão ou de forma manual) e o fortalecimento das capacidades de interdição (REPÚBLICA DE COLOMBIA, 2011a).