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A POLÍTICA RELATIVA À ALTA DE UM DOENTE/ UTENTE DO

4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS E CONCLUSÕES

4.6. A POLÍTICA RELATIVA À ALTA DE UM DOENTE/ UTENTE DO

Relativamente aos procedimentos a ter quando um doente tem saída/ alta do serviço, através dos dados colhidos para o benchmarking métrico, verificamos que os critérios 22.6, “O serviço possui uma lista de verificação padronizada de saída/ alta”, 22.8 “Um resumo do processo clínico do doente/ utente e do plano de saída/alta do

serviço é transferido com o doente/utente, quando aplicável” e 22.9 “Um resumo das partes relevantes do processo clínico do doente/ utente é comunicado ao médico de família/ assistente e outras entidades envolvidas no tratamento e cuidados continuados”

são cumpridos por todo os serviços, enquanto que o critério 22.11.2 “Cancelamento de

todas as consultas marcadas e parar a correspondência de rotina na morte de um doente/ utente” não é cumprido por nenhum, pelo que concluímos que, nestas áreas, o benchmarking das práticas não vai melhorar as práticas de enfermagem. No entanto, vamos

verificar se isto se confirma com o questionário aplicado no benchmarking das práticas. Na categoria relativa aos procedimentos a ter quando um doente tem alta de um serviço, identificamos o serviço de Medicina como o que apresenta melhores práticas, pois para além de ser o serviço que apresenta mais unidades de registo, só nas que dizem respeito ao ensino têm sete unidades de registos, o que é de facto um indicador de qualidade dos serviços, uma vez que, todo o doente quando tem alta de um serviço necessita de orientações relativas ao seu estado de saúde. Tal como refere Pauchet- Traversat et al (2003), “Os conhecimentos e as competências da enfermeira devem

permitir-lhe implementar acções educativas que ajudem o paciente a adquirir novos conhecimentos, saber-fazer e comportamentos; aconselhá-lo para que ele próprio possa tomar decisões relativas à boa gestão da sua saúde e da sua doença.”

O critério 22.1 do Manual de Acreditação para Hospitais 2000 refere: “Existe um

procedimento documentado e actualizado para sair de um serviço/ alta que é consistente com a política de altas da organização.” Nesta área o processo de benchmarking das

práticas não atingiu os objectivos porque não conseguimos identificar as melhores práticas. Ficamos a saber que não havia procedimento escrito em nenhum serviço, pois os entrevistados confundiram procedimento com carta de recomendações. Mas, se utilizássemos as subcategorias identificadas na categoria relativa aos procedimentos a ter quando um doente tem saída/ alta do serviço, facilmente se poderia elaborar um procedimento de saída e alta dos serviços que fosse aplicado uniformemente a todos os serviços, o que já era um benefício.

Relativamente ao critério 22.4 do Manual de Acreditação para Hospitais 2000 que refere: “O planeamento da saída/ alta de um serviço é iniciado antes de ou a partir da

admissão”, após apresentação dos resultados, verificamos que há pelo menos uma unidade

de registo de cada serviço que contempla a categoria “No momento em que o doente entra

no serviço”, o que significa que, à partida, nos indica que todos os serviços estão no

mesmo nível de qualidade.

No entanto, quando o diagnóstico do doente não permite fazer prognósticos, consideramos que a subcategoria “Quando a situação clínica do doente fica estabilizada” pode ser contemplada como indicador de boa prática e, assim sendo, o serviço de Ortopedia poderá ser considerado o serviço com a melhor prática no processo de

benchmarking das práticas, no que concerne ao horizonte temporal em que é feito o

planeamento da alta de um doente.

O critério 22.7 do Manual de Acreditação para Hospitais 2000 refere: “O serviço

tem um conjunto de informação de saída/ alta para doentes/ utentes e acompanhantes sobre serviços comunitários e continuidade de cuidados.” Após a análise dos dados

verificamos que todos os serviços cumprem este critério pois todos têm “Carta para o

médico de família” e “Carta de enfermagem” que são entregues ao doente ou familiar o

que, por si só, cumpre o critérios.

O critério 22.5 do Manual de Acreditação para Hospitais 2000 refere: “O

planeamento da saída/ alta de um serviço é coordenado com outras entidades envolvidas nos cuidados e tratamento continuados do doente/ utente.”, o que, na realidade da

instituição em estudo, pressupõe “contacto directo com a unidade de saúde mais próxima” o que é um indicador de garantia da continuidade dos cuidados.

Pelas respostas que obtivemos não identificamos o serviço com as melhores práticas, mas detectamos uma preocupação dos enfermeiros relativamente a um problema interinstitucional que é a falta de garantia da continuidade dos cuidados, o que pode também melhorar as práticas de enfermagem nesta área.

Resumindo, tendo em conta os dados colhidos para identificar a política relativa à alta de um doente/ utente dos serviços, concluímos que, relativamente aos procedimentos a ter quando um doente tem alta de um serviço, o serviço de Medicina foi identificado como o que apresenta melhores práticas. Relativamente ao critério 22.4 consideramos que o serviço de Ortopedia apresenta melhores práticas, uma vez que refere a subcategoria

“Quando a situação clínica do doente fica estabilizada” que pensamos estar mais de

acordo com a realidade do serviço.

Quanto aos restantes critérios tivemos alguma dificuldade em retirar conclusões, já que os serviços apresentavam uma grande uniformidade de procedimentos. No entanto, encontramos uma grande lacuna institucional, que faz parte das preocupações dos enfermeiros e que se refere à falta de garantia de continuidade de cuidados.