• Nenhum resultado encontrado

Políticas nacionais sobre eficiência energética em edificações

2. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFICAÇÕES

2.3 Políticas nacionais sobre eficiência energética em edificações

A Lei n° 10.295, de 17 de outubro de 2001, é a primeira no âmbito de legislações efetivamente instituídas com vistas a Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia. O Decreto n° 4.059, de 19 de dezembro de 2001, vem regulamentar a Lei 10.295 e criar o GT Edificações - Grupo Técnico para Eficientização de Energia nas Edificações no País (GT - MME). Em seu art. 15º propõe: I - Adoção de procedimentos para avaliação da eficiência energética das edificações, II - indicadores técnicos referenciais do consumo de energia das edificações para certificação de sua conformidade em relação à eficiência energética, III - requisitos técnicos para que os projetos de edificações a serem construídas no país atendam os indicadores mencionados no item anterior.

Nos últimos 20 anos o governo brasileiro vem desenvolvendo mecanismos para promoção da conservação de energia elétrica e criou as ações e os programas: • PBE – Programa Brasileiro de Etiquetagem. Lançado em 1984, destinado a

fabricantes e fornecedores;

• PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica. Lançado em 1985;

• PEE da ANEEL – Programa de Eficiência Energética. Lançado em 2000 e aplicado às distribuidoras de energia;

• PROCEL Edifica - Programa de Eficiência Energética em Edificações. Lançado em 2003 com as vertentes: arquitetura bioclimática, indicadores referenciais para edificações, certificação de materiais e equipamentos, regulamentação e legislação, remoção de barreiras à conservação de energia e educação.

• PNEf – Plano Nacional de Eficiência Energética – Premissas e Diretrizes Básicas. Publicado em outubro de 2011, tem a meta de economizar 106,6 mil GWH num período de 20 anos e estabelece um conjunto de ações para uma série de áreas como industrial, edificações, prédios públicos, iluminação pública e saneamento.

2.3.1 Sistemas de etiquetagem de edificações no Brasil

O processo de etiquetagem de edificações no Brasil iniciou com a Portaria INMETRO nº 372, de 17 de setembro de 2010, que estabelecem diretrizes e critérios para a atividade de avaliação da conformidade, com atenção inicial às edificações comerciais, de serviços e prédios públicos - Regulamento de Avaliação da Conformidade do Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos RAC-C; documento complementar ao Regulamento Técnico da Qualidade do Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos - RTQ-C, revisado em 16 de Janeiro de 2012 pela Portaria nº 17 do INMETRO.

Na avaliação da conformidade são utilizados os métodos prescritivos17 ou por simulação18 quando em fase de concepção, e a inspeção local para edifícios

construídos; podendo obter a bonificação de até um ponto como incentivo para o aumento da eficiência da edificação na classificação geral do RTQ-C(2010, p. 23).

A verificação é realizada por laboratório de inspeção designado ou acreditado pelo INMETRO, sendo fornecida uma etiqueta para o edifício completo ou para parte deste. As partes correspondem à envoltória, que correspondente a 30% da

17 Procedimento analítico onde são aplicadas equações que recebem como entrada informações relativas às características da envoltória, iluminação e condicionamento de ar.

18 Consiste em comparar o desempenho termoenergético da edificação real com edificações de

classificação geral, à iluminação corresponde a 30% e 40% ao condicionamento de ar (RTQ-C, p. 08).

O RTQ-R (Regulamento de Avaliação da Conformidade do Nível de Eficiência Energética de Edifícios Residenciais) foi publicado em novembro de 2010, pelo INMETRO através da Portaria n.º 449. Em 16 de Janeiro de 2012, através da Portaria nº 18, o INMETRO determina que a Portaria 449 possa ser utilizada somente para inspeção do nível de eficiência da edificação construída, cujo projeto tenha sido etiquetado com base na mesma, deixando de viger a partir de janeiro de 2017 (INMETRO, 2012).

No Brasil, até 28.09.2012, foram emitidas 30 etiquetas para edificações comerciais e Institucionais pelo método prescritivo, 1104 etiquetas para unidades habitacionais sendo 1101 pelo método prescritivo e 03 por inspeção local (Procel Info, 2012).

Na figura 22 consta a lista de laboratórios acreditados pelo INMETRO para análise das solicitações de certificação e integram convênios com a Eletrobrás (Procel Info, 2012).

Região Instituição Laboratório Responsável

N UFPA GEDAE João Tavares Pinho

Neoenergia Ana Christina Romano Mascarenhas

UFAL GECA Leonardo Salazar Bittencourt

NE

UFRN LABCON Aldomar Pedrini

CO UFMS LADE Wagner Augusto Andreasi

DF UNB LACAM Cláudia Naves David Amorim

UFF LABCECA Louise Land Bittencourt Lomardo

SE

UFMG LABCON Roberta Vieira Gonçalves de Souza

UFPEL LABCEEE Antonio Cesar Silveira Baptista da Silva

S

PUCPR LST Nathan Mendes

Figura 22: Laboratórios acreditados pelo INMETRO para certificação de edificações. Fonte: Procel Info, 2012.

Em Belém do Pará na categoria Comercial, o Edifício Sede da CAIXA em Belém/PA, na Av. Gov. José Malcher, nº 273, B. São Braz, foi certificado em 2009 pelo Laboratório de Eficiência Energética da Universidade Federal de Santa Catarina- LabEEE/UFSC, com a classificação geral “A” através do método prescritivo (Procel Info, 2012).

O sistema de certificação no Brasil é voluntário e aplicável somente em edificações com área útil superior a 500 m², ou atendidos por alta tensão.

2.3.2 Políticas públicas em alguns Estados brasileiros destinadas à responsabilidade ambiental.

A responsabilidade social com a sustentabilidade exorbita as salas de projetos e esferas acadêmicas, toma a sociedade num sistema integrado e dependente. Nesse sentido, as políticas públicas possuem a responsabilidade de priorizar ações que reduzam perdas ambientais e energéticas, antevendo problemas ambientais e adotando programas de prevenção dessas perdas.

Municípios brasileiros começam a apresentar programas de incentivo para reduzir os efeitos nocivos da urbanização, alguns regulamentados em lei municipal. O IPTU Verde é um programa que contempla medidas de estímulo à proteção e à recuperação do meio ambiente, através de incentivos para implantação e manutenção de sistemas vegetados, telhados verdes, captação e reuso de água da chuva, construções com materiais sustentáveis, captação de energia solar, entre outros.

No Estado do Paraná, a Lei Estadual nº 17.084/2012 tornou obrigatória, a partir da sua publicação, a instalação de telhados verdes com grama ou jardim plantado, ou o uso de telhas claras ou pintadas com tinta branca, ou os que forem pintados com tinta não branca com pigmentações especiais (Diário Oficial do Município nº 8679/2012).

No ABC paulista, a prefeitura de São Bernardo do Campo criou o IPTU Verde pela Lei Municipal nº 6.091/2010, que concede desconto na taxa para imóveis que estejam recobertos por vegetação. Desconto proporcional à quantidade de área verde construída, podendo chegar a 80%. Em maio de 2008 mais de 500 propriedades foram beneficiadas com o IPTU Ecológico no município.

Na Prefeitura de Guarulhos são concedidos benefícios fiscais previstos na Lei Municipal nº 6.793/2010, que compõem um conjunto de descontos no IPTU, entre eles o telhado verde (3%), arborização (2%), áreas permeáveis (até 2%), sistema de captação de água de chuva (3%), sistema de reuso de água (3%), construções com materiais sustentáveis (3%), podendo atingir até 16% o total.

São iniciativas que advêm do reconhecimento dos efeitos benéficos da arborização urbana para a qualidade de vida na cidade, especialmente pela minimização de ocorrência de ilhas de calor e a conseqüente redução de gastos energéticos com climatização em edificações.

A figura 23 expõe alguns benefícios urbanos oferecidos pela vegetação.

Figura 23: Benefícios ambientais oferecidos pela vegetação urbana.

Documentos relacionados