• Nenhum resultado encontrado

As políticas públicas são a concretização dos objetivos do governo, constituindo aquilo que o governo escolhe realizar. Nesse sentido, o governo pode ser concebido como um instrumento para a realização das políticas. Através delas, o Estado consegue atender às demandas sociais, por isso, pode-se dizer que as políticas públicas entram na agenda do governo de acordo com a seriedade dos problemas como forma preventiva ou corretiva para solucioná- los (SOUZA, 2006), em outras palavras, o referido autor acredita ter a política pública a finalidade de solucionar os problemas.

Corroborando com essa ideia, Saravia (2006), conceitua políticas públicas como as decisões do governo para gerar equilíbrio social ou gerar desequilíbrios com o objetivo de mudar a realidade. Além disso, reitera apontando que são estratégias de várias finalidades as quais são demandadas, de alguma forma, pelos atores tais como a sociedade e o governo.

Souza (2006) afirma, também, que ela é um campo do conhecimento que aciona as ações do governo ou que faz com que elas sejam modificadas, caso necessário.

Para que a política pública seja efetivamente realizada, ela passa por algumas etapas ou fases de um ciclo de vida. Ressalta-se que essas fases são interdependentes, mas não são etapas causais nem consecutivas. Segundo Gelinski e Seibel (2008), as fases do ciclo avaliativo são formulação, implementação e controle, além disso, informam que esse processo é dinâmico, ou seja, é possível que se façam correções no decorrer no ciclo.

A primeira etapa refere-se à identificação do problema, definição de objetivos e metas relevantes. É nessa fase também que as alternativas são comparadas com os objetivos e metas previamente definidos para escolher soluções cujos resultados propiciam maior alcance de objetivos e maiores benefícios. De acordo com Saravia (2006), essa primeira fase é a de preparação da decisão do governo. Para Silva e Melo (2000), é também nessa fase que são definidas os recursos e previsão de tempo necessários.

A segunda fase é quando a política entra em execução; fase em que os recursos são designados para determinada ação ou política. De acordo com Silva e Melo (2000), essa fase refere-se à execução das etapas necessárias à realização das ações que estão de acordo com as metas definidas na etapa anterior.

Por fim, a fase de controle ou avaliação de políticas públicas visa analisar se o seu propósito foi atingido ou se é necessário realizar alterações no decorrer de seu processo para que seja eficaz. Corroborando com essa ideia, Minayo (2005) afirma que a avaliação é um processo sistemático de questionar sobre a relevância de determinada política ou programa.

25 Enfatiza, ainda, que a avaliação de programas e projetos tem como objetivo fortalecer o movimento de transformação da sociedade para a busca dos direitos humanos. Ressalta-se ainda que, de acordo com Trevisan e Bellen (2008), a fase de avaliação está gradativamente ganhando espaço na fase de análise de políticas públicas.

A avaliação de políticas públicas caracteriza-se, também, como um relevante instrumento de prestação de contas à sociedade, uma vez que, ao avaliar determinada política, pode-se revelar sua importância, sua efetividade e, especialmente, trazer maior transparência ao gasto público. Arretche (1998) corrobora essa ideia, ao afirmar que a avaliação é um instrumento democrático para avaliar e controlar as ações.

Os investimentos em educação são difíceis de serem mensurados em curto prazo, uma vez que seus frutos são observados, ou colhidos, em longo prazo. Nogueira e Nogueira (2009) afirmam que o retorno dos dispêndios em educação é de longo prazo. Esse fato colabora para que, frequentemente, haja distorções quanto à correta aplicação dos recursos em determinados países. Um outro ponto é que os investimentos em educação não afetam exclusivamente a vida de quem está usufruindo dele, o que reflete ainda mais a importância desse tipo de dispêndio. A educação é capaz de nortear a vida das pessoas e capaz de gerar mudanças na sua condição. De acordo com Machado (1998), o débito educacional é o responsável pelo subdesenvolvimento, elevação da marginalização e dos índices de pobreza.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação- LDB, nº 9394 de 20 de dezembro de 1996, em seu Art.21, define educação básica como sendo a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, e tem por finalidade desenvolver o educando assegurando a sua formação para o exercício da cidadania. A importância de se investir em educação básica reside no fato de se investir na base da formação do indivíduo. Ratificando essa ideia, Veloso (2009) afirma que no Brasil há uma inversão de prioridade em relação aos investimentos em educação, uma vez que, o País apresenta uma elevada parte da população na pobreza e as condições da qualidade da educação básica são muito baixas. Isso pode ser explicado pelo fato de não se ter investido quando se deveria em educação básica, e hoje, devem-se buscar caminhos alternativos para se suprir uma demanda tardia. Nessa discussão cabe uma reflexão: será que essa é a melhor forma?

Como supracitado, o Brasil é um dos países que mais investem em educação, segundo dados da OCDE. De acordo com essa fonte, o investimento médio em educação do Brasil é de 6,1% de seu Produto Interno Bruto- PIB, acima da média da OCDE que é de 5,6%.

O que deve ser analisando, entretanto, não é pura e simplesmente quanto cada país investe nesse campo e sim como está sendo essa aplicação, ou seja, qual a qualidade dos investimentos e como eles estão sendo alocados. Não adianta dispender elevados valores se não

26 houver políticas estruturadas e, especialmente, monitoramentos de como essas políticas estão sendo executadas.

Além de se mencionar o aspecto dos investimentos educacionais, vale citar, como uma das atuações do Governo com a finalidade de melhorar a qualidade da educação, a Base Nacional Curricular Comum- BNCC a qual norteia os sistemas educacionais no momento da construção da proposta curricular (MEC, 2016). Menciona-se que a BNCC também é uma exigência da LDB e do PNE e reveste-se como referência para que os sistemas garantam o acesso ao direito dos estudantes da educação básica à aprendizagem.

A seguir, será abordada a metodologia escolhida para se trabalhar nesta dissertação, bem como a base de dados utilizada como input para se processar os resultados.

27

Documentos relacionados