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CAPÍTULO 2. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO SETOR DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

2.2. Políticas e programas internacionais

A aplicação de políticas de eficiência energética em sistemas de distribuição aumentou na última década. Inicialmente, havia os programas que consistiam no estabelecimento de padrões de rendimento de usos finais de equipamentos, convergindo para as políticas baseadas nas obrigações das concessionárias de eletricidade de executar projetos de eficiência energética.

De acordo com IEA (2017), em 2005 havia, apenas, doze programas com ações de eficiência obrigatórias no mundo, sete estavam nos Estados Unidos, três na Europa, um no Brasil e outro na Coréia do Sul. Evoluindo para quarenta e cinco programas em todos os seis continentes em 2016, porém, concentrados em três regiões: vinte e cinco estão nos Estados Unidos, doze estão na Europa e quatro na Austrália. Outro indicador refere-se ao percentual do uso final de energia coberto por programas obrigatórios, o qual aumentou de 7,1% em 2005 para 18,3% em 2016.

Apajalahti et al. (2015) destacam a importância do papel das empresas de distribuição de eletricidade na difusão das medidas de GLD, enfatizando que as mudanças no setor, como a liberalização do mercado de energia na Europa, provocaram a redução nas ações de GLD, no entanto, a UE reagiu com a emissão da Diretiva (2006/32/CE) sobre a eficiência energética no uso final e serviços energéticos (ESD), e posteriormente com a publicação da Diretiva (2012/27/UE) sobre eficiência energética (EED), exigindo a criação de programas de obrigação de eficiência energética conforme destacado na Tabela 4.

Tabela 4. Diretivas da União Europeia sobre Eficiência Energética.

Ano Decreto

2006 (2006/32/CE) Diretiva de Serviços Energéticos (ESD) incluiu obrigações para as empresas de energia cumprir determinados requisitos em termos de aconselhamento, comunicação, feedback e cobrança de energia. Além disso, a ESD também enfatizou a importância de se deslocar para os serviços de energia, em vez de aumentar as vendas de energia.

2012 (2012/27/EU) Diretiva de Eficiência Energética (EED) obriga os Estados membros a criar esquemas de obrigação de eficiência energética (ou comparáveis), ou seja, exigir que as empresas de energia economizem uma certa porcentagem do uso final de energia de seus clientes.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Apesar da forte motivação política e econômica, há um empenho das empresas de energia para desenvolver serviços de eficiência energética em mercados de energia liberalizados devido a demandas institucionais conflitantes, que decorrem de requisitos de política contraditórios e relações com clientes. O antigo papel da empresa de energia como fornecedor de bens públicos para as comunidades locais foi substituído pelos princípios do mercado de retornos crescentes e maximização de lucros. Além disso, a desagregação das operações da empresa de energia em unidades de negócios separadas levou a uma situação em

que o revendedor de eletricidade opera em um mercado competitivo de eletricidade, enquanto outras unidades de negócios, como a rede de distribuição, permaneceram nos monopólios locais (APAJALAHTI et al. 2015 ; VINE et al., 2003).

Diversos países utilizam como instrumento político de promoção da eficiência energética as chamadas Energy Efficiency Obligations - EEO, que consistem em programas obrigatórios de investimentos em ações de eficiência energética. Mais de 50 EEO encontram- se operando no mundo, cerca de metade está localizada nos EUA, onde esse tipo de instrumento foi estabelecido, na Califórnia, após a crise de energia. Na Europa, a introdução da Energy

Efficiency Directive em 2012 levou a um aumento do número de EEO, dentre os estados

membro da UE, Áustria, Bulgária, Dinamarca, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Polônia, Eslovênia, Espanha, Reino Unido, têm EEO ativos, e outros três que deverão começar em breve (Croácia, Grécia e Letônia) e Holanda considerando sua introdução (ROSENOW et

al., 2017).

Na Figura 7 apresentam-se os resultados de economia de energia em 2016, decorrentes de EEO em operação desde 2005, com percentual do consumo final de energia de cada país. Destaque para a França, com 5,4 %, seguido pela Itália 4,8 %; o Brasil por meio do Programa de Eficiência Energética (abordado na seção 2.3.2), ocupa a última posição com percentual inferior a 0,5 % (IEA, 2017).

Figura 7. Percentual de economia de energia em 2016 em decorrência de EEO.

Fonte: Adaptado de IEA (2017).

Rosenow et al. (2017) analisaram os resultados da implementação de políticas obrigatórias de eficiência energética na União Europeia, considerando os custos e benefícios dos projetos. Deve-se ressaltar que os custos do programa de EEO na UE geralmente não são relatados pelas empresas de energia, a única exceção na Europa é o Reino Unido, que introduziu

relatórios obrigatórios de custos dos programas em 2013, que representam o custo para o público recuperado através das faturas de energia; custo do participante, que consistem nas contribuições dos beneficiários do programa; custo administrativo, custos dos órgãos públicos para a execução do programa. Nas Tabelas 5 e 6, apresenta-se a distribuição dos dados de custos.

Tabela 5. Comparação dos custos dos programas de EEO.

País Período Custos da Empresa de

Energia (milhões €/ano)

Custos da Empresa de Energia (€/per capta/ano) Reino Unido 2008-2012 1.052 16 Dinamarca 2015 185 33 França 2011-2013 390 6 Itália 2014 700 12 Áustria 2015 95 11

Fonte: Rosenow et al., 2017.

Tabela 6. Custos dos participantes.

País Participação do investimento privado

EUA 141 % dos custos do programa

Reino Unido 87 % dos custos do programa em 2002 a 2005 e 44 % em 2005 a 2008 (somente

setor residencial, ~ 50 % famílias de baixa renda)

França 37 % dos custos do programa (EEOs operam em conjunto com descontos fiscais)

Dinamarca 200 % dos custos do programa (apenas setor industrial)

Fonte: Rosenow et al., 2017.

Quanto aos resultados obtidos pelo programa, observa-se, na Tabela 7, a Itália em destaque, seguida pela França e Dinamarca.

Tabela 7. Impacto das EEOs no consumo de energia.

País Período Energia final

economizada por ano (ktoe) Redução da energia final consumida por ano Setor

Reino Unido 2008-2012 237 0,5 Residencial

Dinamarca 2015 291 4,2 Todos

França 2011-2013 377 0,4 Todos

Itália 2014 500 0,4 Todos

Áustria 2015 136 0,9 Residencial e

industrial

White Certificate

O White Certificate (WhC) ou Certificado Branco, é um instrumento de política pública para o incentivo de ações de eficiência energética, emitidos por organismos de certificação independentes, confirmando as declarações dos agentes de mercado relativos à economia obtida a partir das ações de eficiência energética implementadas.

Definido como um documento contábil quantificando os ganhos energéticos obtidos. Deve ter forma de registro eletrônico em base de dados, identificado por número único, identificação do projeto e proprietário, período que ocorrerá a economia de energia e dados de medição e verificação do projeto. Esse instrumento é executado por um órgão ou entidade pública do setor de energia, o qual tem a função de definir os princípios básicos e regulação dos WhC’s, como metas de economia de energia a serem atingidas no país; vetores de energia (exemplo: eletricidade, gás natural, petróleo, entre outras); critérios dos objetivos de redução do consumo de energia para os agentes obrigatórios; definição de penalidades quando as metas de economia não forem alcançadas (CALDEIRA, 2016).

Quanto à adesão ao mercado de WhC’s, eles podem ser obrigatórios ou voluntários. Na União Europeia, observa-se a execução como mecanismos de obrigações. Já nos Estados Unidos, o regime de mercado é prioritariamente voluntário (ROSENOW et al., 2017).

A implantação de um WhC consiste na conversão do valor de energia economizada em WhC, por meio de uma metodologia certificada, tornando-o um título financeiro (certificado), correlacionando a quantidade de energia economizada a um volume proporcional de WhC’s. A etapa final do processo consiste na negociação dos títulos de WhC’s. O mecanismo prevê, nessa etapa, dois atores, os agentes obrigados a atingir metas de eficiência energética (lado da demanda) e os agentes elegíveis (lado da oferta). Estabelecendo-se a relação de procura e oferta, em que os agentes obrigados são os compradores pois necessitam dos certificados para atingir as metas de eficiência energética, pelo lado da oferta, há os agentes elegíveis, que são os vendedores, pois possuem WhC’s em excesso (CALDEIRA, 2016).

Os agentes obrigados são os operadores obrigados por lei a possuírem WhC’s para permitir a realização dos seus objetivos. Eles podem ser os produtores de energia, distribuidores de energia, comercializadores, fornecedores de energia ou de combustível e os próprios consumidores. Os agentes elegíveis são aqueles acreditados para desenvolver os projetos

elegíveis para obtenção de WhC’s. Estes podem ser os agentes obrigados, os agentes não obrigados, as Empresas de Serviços Energéticos (ESCO’s) e outras entidades comerciais ou empresariais que implementam projetos de eficiência energética, os consumidores, os intermediários de mercado (por exemplo os corretores de títulos de energia) ou, ainda, qualquer agente econômico com ou sem obrigação que deseje investir em tais títulos. Na Figura 8, apresenta-se um diagrama resumindo o funcionamento de uma estrutura de WhC’s.

Figura 8. Funcionamento do mercado de White Certificates.

Fonte: Caldeira, 2016.

Alvarez et al. (2010) citam o caso da Itália, que utiliza os WhC desde 2005. As metas anuais por setor de energia estabelecidas consistem em uma eficiência energética de cerca de 2 % do consumo anual em 2009, levando em conta um crescimento da demanda de 1,5 % ao ano. Os WhC são de três tipos principais, dependendo da sua fonte: Tipo I (eficiência energética obtida no setor elétrico), Tipo II (eficiência energética obtida no setor de gás natural) e Tipo III (eficiência energética obtida em qualquer outro setor de energia). Foi criada uma bolsa de troca de mercado elétrica (GME) para permitir que todos os agentes troquem livremente os certificados brancos. Na Figura 9, apresentam-se os valores dos WhC do tipo I no período entre 2006 e 2008.

Figura 9. Evolução dos preços dos WhC na Itália.

Fonte: Adaptado de Alvarez et al. (2010).

Energy Efficiency Portfolio Standard (EEPS)

Nos EUA há um tipo particular de regulação, denominado Energy Efficiency Portfolio

Standard (EEPS), podendo ser traduzido como portfólio regulatório para eficiência energética.

Os EEPS consistem em um mecanismo que obriga ou incentiva as distribuidoras de eletricidade a atender um percentual de sua demanda por meio de medidas de eficiência energética. Embora não haja um padrão de portfólio federal, o congresso americano considerou essas políticas; por exemplo, o American Clean Energy and Security Act 2009 (ACES) também chamada de

Waxman-Markey Bill, proposta em 2009, prevê uma meta de eficiência energética e energia

renovável de 20 % até 2020. Tanto os padrões de portfólio de eficiência energética quanto de energia renovável são ferramentas potenciais para que os EUA cumpram os tratados internacionais de clima pós Protocolo de Quioto (THOYRE, 2015).

A Califórnia é o estado que se destaca dos demais em relação as políticas de eficiência energética, cuja a crise energética entre 2000 e 2001 motivou vários avanços. As políticas são executadas pelas próprias concessionárias e reguladas pela California Public Utilities

Commission – CPUC. Os projetos de eficiência energética são financiados com base em uma

taxa de 1 % na fatura dos consumidores. As tarifas são horárias, estimulando os usuários a reduzir o consumo no horário de ponta. A aprovação dos projetos está sujeita à avaliação de índices de custo e eficiência. O regulamento da Califórnia adota o desacoplamento tarifário,

0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00 2006 2007 2008 €/ k W h

que consiste no ajuste tarifário de acordo com o desempenho da concessionária, cujo ajuste varia ± 3 % (ALVAREZ et al., 2010).

Thoyre (2015) avaliou o impacto regulatório das EEPS nos EUA, utilizou os dados do estado de Carolina do Norte como referência em comparação com outros 35 estados americanos que possuem normas e regulamentos específicos para eficiência energética, executadas pelas concessionárias de distribuição de eletricidade. A principal constatação do estudo é que as leis atuais limitam a quantidade de eficiência energética incentivada por esse tipo de legislação, pois concentram e, frequentemente, limitam as mudanças na eficiência energética do lado da demanda.

De acordo com as estruturas regulatórias tradicionais, as concessionárias de eletricidade nos EUA, enfrentam desincentivos para promover ou implementar medidas de eficiência energética no curto e longo prazo. Em curto prazo, enfrentam o incentivo de produção, porque uma vez que os preços em estados regulados são estabelecidos por um órgão regulador, a concessionária perde receitas se as medidas de eficiência energética forem implementadas pelos clientes. Quanto ao longo prazo, os desincentivos para os investidores implementarem medidas de eficiência energética em função dos lucros para os acionistas das concessionárias de distribuição, decorrem de uma taxa de retorno sobre os investimentos, por exemplo em novas usinas ou infraestrutura de distribuição. Assim, experimenta-se um incentivo para expandir essa base tarifária, investindo em novas usinas e outras infraestruturas para atender a demanda crescente ou percebida pelos clientes. Esse efeito pode resultar em desincentivos de longo prazo para que os investidores incentivem seus clientes a economizar energia porque a demanda reduzida pode tornar difícil justificar os investimentos sobre os quais os lucros se baseiam (THOYRE, 2015).

De acordo com Alvarez et al. (2010), na Califórnia no período de 2002 a 2006, observou-se economia de 63 kWh por cada dólar investido, e em 2004 o programa resultou em economia de 1.869 GWh e redução de 384 MW de demanda no horário de ponta.

Eficiência Energética em Edificações

Estima-se que as edificações utilizem 32 % da energia consumida em todo o mundo, justificando a execução de políticas e programas de eficiência energética direcionados a edifícios residenciais e comerciais. No contexto internacional, as políticas para o setor compreendem incentivos ou obrigações com retrofit de eficiência de energia para edifícios existentes e políticas que exigem certificação e rotulagem para edificações. Na Tabela 8,

apresenta-se a relação de países com programas de certificação energética de edificações, obrigatórios ou voluntários, e a relação de países com políticas para o retrofit das edificações (KALLAKURI et al, 2016).

Tabela 8. Relação de países com políticas e programas de certificação e retrofit de edificações.

País Programas de certificação

energética de edificações

Políticas para retrofit em edificações

França Obrigatório Código de renovação obrigatório; atualizações

necessárias dentro de um prazo específico

Alemanha Obrigatório Código de renovação obrigatório; atualizações

necessárias dentro de um prazo específico

Itália Obrigatório Código de renovação obrigatório

Holanda Obrigatório Código de renovação obrigatório

Polônia Obrigatório Código de renovação obrigatório

Espanha Obrigatório Código de renovação obrigatório

Turquia Obrigatório Código de renovação obrigatório

Austrália Obrigatório Códigos de renovação de estado abrangendo pequena

parte da população

Reino Unido Obrigatório Código de renovação obrigatória,

somente comercial

China Obrigatório Incentivo

Índia Obrigatório -

Rússia Obrigatório -

México Voluntário -

Canadá Voluntário Códigos de renovação por província abrangendo

maioria da população

Taiwan Voluntário Código de renovação obrigatório

EUA Voluntário Códigos de renovação por estado abrangendo

maioria da população

Japão Voluntário Código de renovação obrigatório;

apresentação de planos de eficiência energética

Coréia do Sul Voluntário Código de renovação obrigatório, somente residencial

Tailândia Voluntário Incentivo

Brasil Voluntário Voluntário

Fonte: Adaptado de Kallakuri et al. (2016).

Kerr et al. (2017) apresentam os dados da distribuição per capita de investimentos em

retrofit em residência através de políticas públicas. Na Figura 10, observa-se a Alemanha com

maior taxa de investimento com 18,59 €/per capita, seguido pelo Reino Unido 14,84 €/per

capita, Irlanda 10,43 €/per capita e o menor investimento per capita é na Nova Zelândia com

Figura 10. Gasto per capita por políticas públicas para retrofit residencial.

Fonte: Adaptado de Kerr et al. (2017).

No Canadá há o programa Federal Buildings Initiative (FBI), em caráter voluntário que investe em projetos de eficiência energética através de retrofit em prédios pertencentes ou gerenciados pelo governo. Até 2014, mais de 80 projetos executados, U$ 312 milhões em investimentos e resultando em U$ 43 milhões em economia anual de custos de energia e redução de emissões de 235 ktCO2eq (IEA, 2014).

Segundo Wells et al. (2018), o setor da construção está enfrentando desafios significativos em relação ao consumo de energia, mudanças climáticas, provocando o avanço da eficiência energética das edificações, bem como os limites para novos desenvolvimentos no ambiente construído. Um desses desenvolvimentos seria projetar edifícios residenciais e comerciais mais sustentáveis e readequar os edifícios existentes para alcançar a neutralidade de energia ou a posição de Net Zero Energy Building (NZEB). Na Tabela 9, apresenta-se a descrição da evolução das edificações com baixo consume de energia, com a redução do consumo a cada geração.

Tabela 9. Evolução das edificações com consumo reduzido de energia.

Geração Denominação Características

Green building -Início da certificação LEED; -Redução do consumo de energia;

-Preocupação com o impacto das edificações ao meio ambiente.

Nearly zero energy buildings (nZEB)

-Redução do consumo de energia; -Apoio através de políticas (limitadas);

-Preocupação com o impacto das edificações ao meio ambiente.

Net zero energy

buildings (NZEB)

-Redução do consumo de energia; -Apoio através de políticas (limitadas);

-Preocupação com o impacto das edificações ao meio ambiente.

Nova geração NZEB -Consideração sobre estação de carregamento de veículos elétricos; -Apoio através de políticas consistentes;

-Viabilidade econômica;

-Considerações sobre mudanças climáticas; -Armazenamento local de energia;

-Tecnologia inteligente;

-Geração de energia incorporada (incluindo renováveis); -Redução do consumo de energia;

-Preocupação com o impacto das edificações ao meio ambiente.

Geração futura -Edificações regenerativas, criação de economia compartilhada; -Distritos net zero energy;

-Consideração sobre estação de carregamento de veículos elétricos; -Apoio através de políticas consistentes;

-Viabilidade econômica;

-Considerações sobre mudanças climáticas; -Armazenamento local de energia;

-Tecnologia inteligente;

-Geração de energia incorporada (incluindo renováveis); -Redução do consumo de energia;

-Preocupação com o impacto das edificações ao meio ambiente.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Na Tabela 10, apresenta-se a relação de países que possuem programas e políticas para os NZEB.

Tabela 10. Políticas públicas para os NZEB.

Países Políticas específicas Políticas energias

renováveis

Metas redução de emissão

Canadá Sim Sim Sim

Japão Sim Sim Sim

EUA Sim Sim Sim

União Europeia nZEB Sim Sim

Austrália Não Sim Sim

Nova Zelândia Não Sim Sim

Programas em destaque por País

A ACEEE publicou em 2016, um relatório com a análise do desempenho de diversos países em relação a políticas e programas de eficiência energética, estabelecendo uma classificação. Os três países melhor colocados são Alemanha, Japão e Itália, na Figura 11, apresenta-se o mapa com a distribuição dos países e sua colocação (KALLAKURI et al, 2016).

Figura 11. Classificação dos países com ações para eficiência energética.

Fonte: Kallakuri et al. (2016).

Na Alemanha o planejamento para ações de eficiência energética é regido pelo NAPE -

Nationale Aktionsplan Energieeffizienz, que pode ser traduzido como Plano Nacional de Ações

para Eficiência Energética, estabelecido em 2014, baseado na Diretiva de Eficiência Energética 2012/27/EU. A meta exige uma redução do consumo de energia primária em 20 % até 2020 e em 50 % até 2050, conforme a Tabela 11 (SCHLOMANN et al., 2015).

Tabela 11. Metas do programa para 2020 e total realizado em 2014.

Eficiência energética 2014 2020

Consumo de energia primária -7 % -20 %

Consumo bruto de eletricidade -4,6 % -10 %

Participação da produção de eletricidade por cogeração 17,3 % 25 %

Produtividade de energia 1,6 % 2,1 %

Demanda de calor em edificações -12,4 % 20 %

Bajay et al. (2018), enumeram diversas ações em destaque pelo NAPE:

Ø Edifícios residenciais e comerciais autossuficientes até 2050;

Ø Aumento do subsídio público para consultorias em eficiência energética em edificações para 60 % do valor do projeto;

Ø Subsídios e empréstimos com juros mais baixos para projetos de redução de emissões em edificações;

Ø Leilão de eficiência energética, programa denominado STEP up competition, para promover projetos em todos os setores;

Ø Destaque para apoio a empresas de pequeno e médio porte. Programas específicos para pequenas e médias indústrias, nos quais o governo atesta até 80 % da energia economizada;

Ø Juros bancário proporcional à economia de energia alcançada; Ø Investimento em programas de gestão energética;

Ø Introdução de auditorias energéticas obrigatórias para grandes empresas, para identificar oportunidades de ganhos de eficiência energética.

Segundo Kallakuri et al. (2016), a Alemanha é o país que mais investe em eficiência energética, na Figura 12, apresenta-se a classificação com o valor per capita investido.

Figura 12. Gasto per capita com eficiência energética.

O valor investido pela Alemanha é de U$ 318,49, 390 % superior à Itália, segunda