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1.9.3.2.1.4 POLIMORFISMOS ADICIONAIS DA REGIÃO PROMOTORA DO GENE CCR5 E A PROGRESSÃO PARA AIDS.

Nos últimos anos, vários polimorfismos adicionais na região promotora do gene CCR5 foram identificados, classificados em diferentes haplótipos, e associados com a progressão para AIDS em diferentes grupos étnicos, tais como Caucasianos, Afro-americanos e Chineses (Martin e cols., 1998; An e cols., 2000; Li e cols., 2005). Acredita-se que estas mutações podem também afetar o nível de expressão dos receptores CCR5, o qual varia entre indivíduos com alelos CCR5 tipo selvagem (wt) (Wu e cols., 1997; Shieh e cols., 2000; Limborska e cols., 2002; Kawamura e cols., 2003; Hladilk e cols., 2005; Sabeti e cols., 2005; Li e cols., 2005).

Polimorfismos de um único nucleotídeo (SNPs) foram descritos na posição 59029, 59353,59356 e 59402. Num único estudo, um haplótipo variante do promotor CCR5 com uma combinação específica de polimorfismos (definida como P1 com 59353-C, 59356-C, e 59402-A) foi associada com progressão rápida para a AIDS (Martin e cols.,1998). O Alelo 59029-A foi também associado com a progressão rápida (MAcDermott e cols., 1998; Hladilk e cols., 2005; Li e cols., 2005). Pelo contrário, o polimorfismo 59353-C foi associada com a progressão lenta para imunossupressão mas não para AIDS (Easterbrook e cols., 1999). Estudos detalhados dos haplótipos diferem entre Afro-amercianos e Brancos (Gonzalez e cols., 1999; Shieh e cols., 2000; Limborska e cols., 2002; Kawamura e cols., 2003;

Em estudos recentes, o polimorfismo 59356-T mostrou estar correlacionado com a transmissão vertical perinatal do HIV-1 para crianças (Kostrikis e cols., 1999; Shieh e cols., 2000; Li e cols., 2005). Entre crianças Afro-americanas cujas mães não receberam zidovudina, houve um aumento significativo na transmissão do HIV-1 nas crianças que tinham o genótipo 59356-T/T (Kostrikis e cols., 1999; John e cols., 2001). Este polimorfismo é prevalente na população Afro-americana, com uma freqüência alélica de 20.6%, comparada com 3,4% brancos e 5,6% hispânicos (Kostrikis e cols., 1999; Shieh e cols., 2000; Li e cols., 2005).

1.10 METODOS DE DETECÇÃO DE POLIMORFISMOS DE UM ÚNICO NUCLEOTÍDEO (SNP):

Um dos frutos do projeto do genoma humano é a descoberta de milhões de seqüências de DNA variantes no genoma. A maioria destes variantes é de polimorfismos em um único nucleotídeo (SNPs). Um denso grupo de SNPs marcadores abre a possibilidade de estudar a base genética de doenças complexas por populações semelhantes. A identificação e caracterização de um grande número de SNPs são necessários para serem utilizados como ferramentas genéticas. Quatro métodos são comumente estudados para identificação de SNP (ou mutação): (i) identificação de polimorfismos por alteração de uma única fita (SSCPs) (Orita e cols., 1989); (ii) análise de “heteroduplex” (Lichten & Fox, 1983); (iii) sequenciamento direto; e (iv) o recentemente descoberto detector de variantes “array” (VDA) (Wang e cols., 1998; 2006).

Para detecção de SSCP, o fragmento de DNA contendo o provável SNP é amplificado por PCR, e corrido sobre um gel de poliacrilamida não desnaturante. Durante a corrida no gel os fragmentos de DNA de fita simples (fita única) adotam estrutura secundária de acordo com a seqüência. Os fragmentos próximos aos SNPs são identificados de acordo com o padrão de migração e confirmados por sequenciamento. Embora seja uma técnica relativamente simples e amplamente

reprodutibilidade, embora métodos de alta capacidade estão sendo desenvolvidos usando detecção baseada em gel corrridos por capilaridade (Wenz, 1999).

Análise de “heteroduplex” baseia-se na detecção de “heteroduplex” formados durante reanelamento de fitas desnaturadas de um produto de PCR derivado de um heterozigoto individual para o SNP. O “heteroduplex” pode ser detectado como uma banda deslocada no gel, ou por uma retenção diferencial sobre uma coluna de cromatrografia líquida de alta pressão (HPLC) (Underhill e cols., 1997). O HPLC tem se tornado rapidamente um método popular de detecção de SNPs baseado em - “heteroduplex” por ser simples, de baixo custo e alta taxa de detecção 95-100% (Choy e cols., 1999; Dobson-Stone e cols., 2000; Gross e cols., 1999; O´Donovan e cols., 1998).

Correntemente, um método de alto-custo para detecção de SNPs é o sequencimento direto do DNA. Uma vez que as reações de sequenciamento estiverem prontas, uma única corrida no Applied Biosystems 3700 pode gerar seqüências de mais de 1500 fragmentos de DNA de 500 pb em 48 h com a intervenção humana mínima. O corante químico para sequenciamento irá detectar aproximadamente 95% de heterozigotos; o corante mais caro que é ligado ao primer detectará 100% de heterozigotos. A riqueza das seqüências redundantes são depositadas num banco de dados público como seqüências expressas “tag” (EST) permitindo os SNPs serem comparados por múltiplas versões de uma mesma seqüência de diferentes fontes (Gray e cols., 2000).

A tecnologia do VDA é relativamente recente com alto valor como ferramenta para detecção de SNPs. Esta técnica permite identificação de SNPs pela hibridização de um produto de PCR a oligonucleotídeos dispostos sobre um chip e medindo a diferença na hibridização das fitas entre oligonucleotídeos combinados e mal-combinados (“matched” e “mismatched”). A taxa de detecção pelo VDA é comparável ao sequenciamento e permite uma rápida análise de grandes quantidades de seqüências de DNA (Wang e cols., 1998; Halushka, 1999).

Nos últimos anos, várias companhias da biotecnologia têm desenvolvido sistemas de alta tecnologia para detecção de SNPs. Estes incluem sistemas baseados em microarrays fluorescentes (Affymetrix), tecnologias baseadas em grânulos fluorescentes (Luminex, Illumina, Q-dot), análise automatizada de ELISA (Orchid Biocomputer), liberação de fosfato de detecção fluorescente (Pyrosequencing), análise de clivagem baseada na transferência de energia por ressonância flouorescente (FRET) (Third Wave Technologies) e técnica de detecção de espectrometria de massa (Rapagine, Sequenom) (Gray e cols., 2000; Shi, 2001; Griffin & Smith, 2000; Elis, 2006).

1.10.1 DETECÇÃO DE POLIMORFISMOS DE UM ÚNICO NUCLEOTÍDEO (SNPs) PELA TÉCNICA DA REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE EM TEMPO REAL (PCR EM TEMPO REAL).

A Reação em Cadeia da Polimerase em tempo real (PCR em tempo real) é utilizada em diferentes propósitos, particularmente para quantificação e genotipagem de ácidos nucléicos. Desde sua invenção em 1996, o número de publicações envolvendo esta metodologia tem aumentado consideravelmente (Wilhelm & Pingoud, 2003; Liew e cols., 2004; Cheng e cols., 2004)

A peculiaridade da PCR em tempo real é que o processo da amplificação é monitorizado em tempo real usando técnicas de fluorescência (Wilhelm & Pingoud, 2003; Liew e cols., 2004; Cheng e cols., 2004).

A informação obtida, que é a curva de amplificação (figura 13), pode ser utilizada para quantificar quantidades iniciais de DNA molde (templates) com uma ampla variação de concentração. Na análise da curva de melting feita subseqüentemente, as seqüências amplificadas podem ser caracterizadas com relação a sua temperatura de melting aparente (Tm) que é função do comprimento do produto e da composição de bases (Wilhelm & Pingoud, 2003; Liew e cols., 2004;

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