CUSTO REAL ( ) CUSTO-PADRÃO Variação entre o custo real e o custo-padrão
4.2.2 Ponto de Equilíbrio Econômico
A utilização do Ponto de Equilíbrio Econômico é possível quando se tem determinado o lucro desejado, ou seja, é o nível de vendas/receitas onde se “cobre” todos os custos e despesas e o retorno do investimento ou custo de oportunidade do capital próprio.
Fórmulas:
► Ponto de Equilíbrio Econômico – Quantidade (único produto) PEE-Q = (CDF + LUCRO) / (PVU – CDVU)
► Ponto de Equilíbrio Econômico – Reais (único produto) PEE-$ = (CDF + LUCRO) / [1 – (CDVU / PVU)]
► Ponto de Equilíbrio Econômico – Reais (vários produtos) PEE-Q = [(CDF + LUCRO) / (RT – CDVT)] X RT
Ponto de Equilíbrio Financeiro
No Ponto de Equilíbrio financeiro é apresentado o nível de vendas/receitas necessários para reembolsar o caixa da empresa. O reembolso refere-se a cobrir todos os custos e despesas que exigem desembolsos (pagamentos ou promessas de pagamentos) por parte da empresa. Neste nível é apresentado o equilíbrio financeiro, ou seja, o fluxo de recursos necessários para a continuidade operacional da empresa sem que haja a dependência de recursos de terceiros.
Fórmulas:
► Ponto de Equilíbrio Financeiro – Quantidade (único produto) PEF-Q = (CDF – DEPRECIAÇÃO) / (PVU – CDVU)
► Ponto de Equilíbrio Financeiro – Reais (único produto) PEF-$ = (CDF – DEPRECIAÇÃO) / [1 – (CDVU / PVU)] ► Ponto de Equilíbrio Financeiro – Reais (vários produtos) PEF-$ = [(CDF – DEPRECIAÇÃO) / (RT – CDVT)] X RT
Exercício proposto
As empresas Cascata e Cachoeira são as únicas que atuam no mercado de água mineral na região de Paraguaçu Paulista e onível de qualidade dos produtos são equivalentes.
A Cascata possui instalações fabris modernas, bastante automatizadas, e utiliza tecnologia de ponta; já na Cachoeira a tecnologia é de base e o processo de produção convencional, intensivo em mão de obra.
O mercado consome cerca de 200.000 garrafas de água mineral por mês e a participação é de aproximadamente de 50% para cada empresa, pois ambas praticam o preço por garrafa: R$ 1,00.
Cascata Cachoeira
Capital investido 4.000.000 2.500.000
Custos e despesas fixas mensais 30.000 26.000 Custos e despesas variáveis por unidade 0,25 0,35
Pede-se para calcular:
a) Calcular o Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) em unidades (q) e em valor ($) para a Cascata;
b) Idem para a Cachoeira;
c) A variação do Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) de cada empresa, no caso de haver um aumento de 25% no preço de vendas de ambas.
Formação de preço de venda
São bastante importantes e interessantes as discussões sobre o processo decisório nos aspectos ligados à administração de preços de venda e sobre o dilema de compra ou produção de determinados itens. E bem mais fáceis se tornam quando analisados sob a luz do Custeio Variável.
Fixação do preço de venda
É generalizada a ideia de que uma das finalidades da Contabilidade de custos é o fornecimento do preço de venda. Vamos aqui discutir um pouco sobre se é possível isso ou não e se essa ideia pode mesmo ser aceita de forma incontestável.
Para administrar preços de venda, sem dúvida é necessário conhecer o custo do produto; porém essa informação, por si só, embora seja necessária, não é suficiente.Além do custo, é preciso saber o grau de elasticidade da demanda, os preços de produtos substitutos, a estratégia de marketing da empresa etc.; e tudo isso depende também do tipo de mercado em que a empresa atua, que vai desde o monopólio ou do monopsônio até a concorrência perfeita, mercado de commodities etc.
O importante é que o sistema de custos produza informações úteis e consistentes com a filosofia da empresa, particularmente com sua política de preços.
Considerando-se esses aspectos citados, os preços podem ser fixados: com base nos custos, com base no mercado ou com base numa combinação de ambos.
Formação de preços com base em custos
Nesta forma de calcular preços – preços de dentro para fora -, o ponto de partida é o custo do bem ou serviço apurado segundo um dos critérios estudados: Custeio por absorção, Custeio Variável etc. Sobre esse custo agrega-se uma margem, denominada markup, que deve ser estimada para cobrir os gastos não incluídos no custo, os tributos e comissões incidentes sobre o preço e o lucro desejado pelos administradores.
Suponhamos uma situação bastante simples que apresente os seguintes dados (custeio por Absorção):
Custo unitário: $ 8
Despesas Gerais e Administrativas (DGA): 10% da receita bruta (*) Comissões dos vendedores (COM): 5% do preço de venda bruto Tributos (IMP) incidentes sobre o preço de venda: 20% bruto Margem de lucro desejada (MLD): 5% sobre a receita bruta (*) Trata-se de despesas operacionais fixas; o percentual é uma estimativa. O markup seria, então, calculado da seguinte forma: DGA = 10%
COM = 5% IMP = 20% MLD = 5%
Total = 40% sobre o preço de venda bruto = markup
O preço de venda (PV) será o custo acrescido de 40% do PV: PV = $8 + 0,4 PV PV – 0,4PV = $8 0,6PV = $8 PV = $8 0,6 ou PV = $8 (1 – 0,4) PV = $13,33
Por esse método o preço de venda seria fixado em $ 13,33.
Esse preço de $13,33 seria, então, uma referencia, sujeita a ajustes – para mais ou para menos – de acordo com as condições de mercado e com negociações específicas com cada cliente, talvez transação a transação.
Algumas observações importantes:
O custo deve ser de reposição (ver Capitulo 21), a vista, e em moeda corrente. Assim, o preço calculado também é para venda a vista; Para calcular preços de venda a prazo, é necessário embutir os
encargos financeiros correspondentes;
Se o critério de custeio for o Variável, então o markup terá que ser acrescido de um percentual estimado para cobrir os custos fixos de produção, não incluídos no custo do produto;
Se os vendedores tiverem vinculo empregatício com a empresa, então o percentual de comissão deve incluir os encargos sociais; Os tributos a considerar são os incidentes direta e proporcionalmente
sobre a receita, como ICMS, PIS, Confins, ISS, CPMF etc.;
Lucro desejado pode ser expresso de várias outras formas, inclusive em valor absoluto, tornando-se por base o capital investido, o custo de oportunidade etc.
Esse método de calcular preços com base em custos é muito utilizado pelas empresas, porem apresenta algumas deficiências, como: não considerar, pelo menos inicialmente, as condições de mercado, fixar o percentual de cobertura das despesas fixas de forma arbitrária etc.
Exercício proposto
A indústria de móveis Pica-Pau produz móveis para escritório sob encomenda. Para preparar orçamento para os possíveis compradores, a empresa estima os custos que deverão ser incorridos e calcula o preço de venda, utilizando um markup de 35% sobre o próprio preço de venda.
No inicio de determinado mês, recebeu, de clientes diferentes, três pedidos de orçamento para possíveis encomendas de mesas para computador: 160 grandes, 92 médias e 95 pequenas.
É normal haver perda de algumas unidades no processo de produção; por isso a empresa pretende iniciar as ordens com as seguintes quantidades: 165,95 e 98, respectivamente.
III) Outros Custos:
Considerando que além desses custos o preço deve ser suficiente para I) Matéria Prima:
II) Tempo de produção requerido por unidade de produto:
cobrir:
Tributos sobre a receita: 20%; Comissão dos vendedores: 5%; e Margem bruta de lucro: 10%. Pede-se para calcular:
a) o preço de venda a encomenda das mesas de computador grandes, rateando todos os custos indiretos à base de horas maquina;
b) idem, das médias; c) idem, das pequenas;
d) o preço de venda a encomenda das mesas de computador grandes, rateando todos os custos indiretos à base de horas de mão de obra;
e) idem, das médias; e f) idem, das pequenas.
Custos Fixo Variável
Supervisão da Produção $ 2.250
Depreciação dos Equipamentos $ 1.600
Energia Elétrica $ 2/hora-máquina
Mão de Obra Direta $ 10/hora de MOD
Outros $ 14.150 $ 8/hora-máquina
Produtos Tempo de MOD Tempo de Máquina
Grandes 1,4 hmod 1,8 hm Médias 1,0 hmod 1,4 hm Pequenas 1,0 hmod 1,0 hm Produtos $ Grandes 4.950 Médias 2.375 Pequenas 1.764
Bibliografia
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 2010.
LEONE, George Sebastião Guerra. Custos: planejamento, implantação e controle. São Paulo: Atlas, 2002.
BRUNI, Adriano L., FAMÁ, Rubens. Gestão de Custos e Formação de Preços. São Paulo: Atlas, 2004.
NAKAGAWA, Masayuki. Custeio Baseado em Atividades. São Paulo: Atlas, 2001.
SILVA, S, Karla; Gestão de Custos Disponível
em<http://www.colegiolusiadas.com.br/lusiadas/media/kunena/attachments/43/5 .GestaodeCustos.pdf Acessado em 07 de Janeiro de 2013.> Acesso em 14 Janeiro de 2013
III ENCONTRO CIENTÍFICO E SIMPÓSIO DE EDUCAÇÃOUNISALESIANO.