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PONTOS COMENTADOS – QUESTÕES DE PROVAS, PARTE 2 PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SEVIÇO SOCIAL

QUESTÕES DE PROVAS - PARTE 2

PONTOS COMENTADOS – QUESTÕES DE PROVAS, PARTE 2 PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SEVIÇO SOCIAL

Quando se fala em projeto ético- político devemos lembrar das questões de reconceituação até a contemporaneidade, quando houve a necessidade de mudanças não só de comportamento, pensamento crítico, a necessidade de formar um profissional capaz de responder as demandas com posicionamento em favor da equidade, da justiça social, da inserção, consolidação dos direitos sociais, políticos, civis e outros. Retirar a antiga couraça e se vestir dos valores sociais.

São três componentes que dão materialidade ao Projeto Ético Político: a) A Produção do conhecimento no interior do serviço social: apresentam processos reflexivos do fazer profissional e especulativos e prospectivos em relação a ele; b) As instâncias político-organizativas da profissão: que envolvem tanto os fóruns de deliberação quanto as entidades da profissão; c) A dimensão jurídico-política da profissão: há nessa dimensão duas esferas distintas, ainda que articuladas, quais sejam: um aparato jurídico-político estritamente profissional (atual código de ética, Lei de regulamentação, diretrizes curriculares etc.) e um de caráter mais abrangente (conjuntos de leis advindas do capitulo da Ordem Social da CF/88).

José Paulo Netto coloca que, ao final dos anos 1990, o Projeto Ético Político do Serviço Social era hegemônico no interior do Serviço Social. Um dos pontos que concorreram para isso foi fato do PEP ter se vinculado a um projeto societário antagônico ao das classes proprietárias e exploradoras. Assim, a consolidação do PEP ocorreu devido a duas razões principais: a) continuidade do processo de renovação do Serviço Social nos meios profissionais; a) organização e resistência da classe trabalhadora e dos movimentos sociais.

 : [...] evidencia-se, nas três últimas décadas, no desenvolvimento profissional no contexto brasileiro, a construção de práticas educativas consubstanciadas no estabelecimento de vínculos e compromissos com a perspectiva societária das classes subalternas, fundadas nas conquistas emancipatórias da classe trabalhadora e de toda a humanidade – base do projeto ético-político profissional alternativo do Serviço Social, consolidado, nos anos de 1980 e 1990”.

O Projeto Ético-Político do Serviço Social se vincula à perspectiva dialética.

Ele tem seu núcleo o reconhecimento da liberdade como valor ético central - a liberdade concebida historicamente, com possibilidade de escolher entre

alternativas concretas; daí um compromisso com a autonomia, a emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais. Consequentemente, o projeto profissional vincula-se a um projeto societário que propõe a construção de uma nova ordem, sem dominação e/ou exploração de classe, etnia e gênero.

Num exercício de sistematização, podemos identificar os elementos constitutivos do projeto ético‐político do Serviço Social e os componentes que o materializam no processo sócio histórico da profissão. São eles: a) o primeiro se relaciona com a explicitação de princípios e valores ético‐políticos; b) o segundo se refere à matriz teórico‐metodológica em que se ancora; c) o terceiro emana da crítica radical à ordem social vigente – a da sociedade do capital – que produz e reproduz a miséria ao mesmo tempo em que exibe uma produção monumental de riquezas; d) o quarto se manifesta nas lutas e posicionamentos políticos acumulados pela categoria através de suas formas coletivas de organização política em aliança com os setores mais progressistas da sociedade brasileira.

O pluralismo pode ser compreendido como um fenômeno social e político (teoria política) e como elemento na construção do conhecimento (epistemologia). O pluralismo apresenta sua degradação teórica no ecletismo; e sua degradação política no liberalismo.

O desafio maior para a efetivação desse projeto na atualidade é torná-lo um guia efetivo para o exercício profissional, o que exige um radical esforço de integrar o dever ser com sua implementação prática, sob o risco de se deslizar para uma proposta ideal, abstraída da realidade histórica.

As elimináveis dimensões políticas, sobre as quais Netto (1999) nos chama atenção, concernentes ao projeto ético‐político é expressão das mediações existentes entre projetos societários e projetos profissionais. No âmbito stricto senso, a negação histórica da herança conservadora coloca‐se como finalidade do projeto profissional, que se caracteriza pela busca de ruptura com o conservadorismo em suas várias dimensões e configurações: o projeto de intenção de ruptura, hoje, materializado, projeto ético‐político profissional. No sentido lato, assume responsabilidade ética profissional, em suas várias formas de expressão, exige a participação ativa dos sujeitos coletivos, que – em graus variados, com diversas medidas e possibilidades de engajamento – são os protagonistas de escolhas e posicionamentos de valor. Nos limites da sociedade burguesa, a ética profissional se objetiva através de ações conscientes e críticas, do alargamento do espaço profissional, quando ele é politizado – o que implica no compartilhamento coletivo com outros profissionais e no respaldo das entidades e dos movimentos sociais

organizados. Isso torna possível uma ação ético‐política articulada ao projeto coletivo, adquirindo maiores possibilidades de respaldo nos momentos de enfretamento e de resistência.

Projeto ético-político teve sua gênese na década de 1970; avanço na década de 1980; consolidação década de 1990.

Conforme Iamamoto, o Projeto ético-político é instituído no ideário da MODERNIDADE, e não da pós-modernidade, como a questão afirma. A atuação do A. social, com base no Projeto ético-político, deve estimular a criação de mecanismos que DESBUROCRATIZEM as relações com os sujeitos.

O sujeito coletivo que constrói o projeto profissional constitui um universo heterogêneo: os membros do corpo (categoria) profissional são necessariamente indivíduos diferentes – têm origens, situações, posições e expectativas sociais diversas, condições intelectuais distintas, comportamentos e preferências teóricas, ideológicas e políticas variadas etc. O corpo profissional é uma unidade não-homogênea, uma unidade de diversos; nele estão presentes projetos individuais e societários diversos e, portanto, configura um espaço plural do qual podem surgir projetos profissionais diferentes.

Do ponto de vista estritamente profissional, o projeto implica o compromisso com a competência, que só pode ter como base o aperfeiçoamento intelectual do assistente social. Daí a ênfase numa formação acadêmica qualificada, fundada em concepções teórico- metodológicas críticas e sólidas, capazes de viabilizar uma análise concreta da realidade social – formação que deve abrir a via à preocupação com a (auto) formação permanente e estimular uma constante preocupação investigativa.

GABARITO 2

1 E

2 B

3 C

4 CERTO

5 ERRADO

6 E

7 A

8 A

9 B

10 C

11 E

12 CERTO

13 ERRADO

14 CERTO

15 ERRADO

BIBLIOGRAFIA

BORGES, Vânia Venzel. O PROJETO ÉTICO-POLÍTICO PROFISSIONAL NO DIA-A-DIA DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL. Espaço Plural. Ano XIII. Nº 26. 1º Semestre 2012. p. 157-172. Acesse: http://bit.ly/1NS1LV9

CIRILO, Joziane Ferreira. ÉTICA PROFISSIONAL: desafios e possibilidades para a materialização da práxis do Serviço Social no cotidiano da Previdência Social. Acesse:

http://bit.ly/2dlywn8

GUIMARÃES, Simone de Jesus. O Projeto Ético-Político do Serviço Social e Suas Implicações na Contemporaneidade. Acesse: http://bit.ly/1QfIaoa

Neto, José Paulo. A construção do projeto ético-político do Serviço Social. Acesse:

http://bit.ly/208fpMU

SOUSA, Julise Cristina e outros. A EFETIVAÇÃO DO PROJETO ÉTICO POLÍTICO PROFISSIONAL NO ÂMBITO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL. Congresso Catarinense de Assistentes Sociais. Agosto/2013. Acesse: http://bit.ly/1RNX1rw

TEIXEIRA, J. B.; BRAZ, M. O projeto ético-político do Serviço Social. In: Serviço Social:

direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009. p. 190-191.

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