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População do estudo, as técnicas e instrumento de coleta de dados

I. Introdução

3. O percurso da investigação

3.3. População do estudo, as técnicas e instrumento de coleta de dados

do Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB) no município de Ribeirão Preto – SP, versão 6.1, acessado em 2 de Setembro de 2010. Foram identificados na USF um total de 773 famílias cadastradas e divididas em 5 microáreas de atuação desta USF.

O registro dos dados do SIAB por meio do consolidado das famílias por microárea permite a identificação destas famílias cadastradas na USF. Foi utilizado o método de amostragem casual simples sem reposição, em que “cada unidade amostral, antes da tomada da amostra, tem igual possibilidade de pertencer a ela” (BERQUÓ et al., 1981). Assim, foi selecionada uma amostra de 77 famílias, representando 10% do total de famílias cadastradas e permitindo a maior diversidade possível dos usuários residentes nas distintas áreas geográficas da unidade de saúde, segundo tabela abaixo.

Tabela 1. Número de Famílias por microárea, número de famílias sorteadas e número de famílias entrevistadas. Ribeirão Preto, 2011

Microáreas Nº Famílias Cadastradas* Nº Famílias sorteadas Nº Famílias entrevistadas 01 150 15 8 02 172 17 10* 03 161 16 8 04 152 15 9* 05 138 14 8 Total 773 77 43

* Nestas duas microáreas, houve a perda do material áudio-gravado em uma entrevista em cada microárea.

O percurso da investigação

A partir desta seleção inicial, buscou-se nos prontuários das famílias selecionadas, a identificação de utilização, de pelo menos um membro da família, nas atividades da USF, como consultas, orientações, visitas domiciliares, grupos entre outros no período máximo de seis meses anteriores a realização das entrevistas (de Março a Agosto de 2010).

Todas as 77 famílias sorteadas apresentaram pelo menos um atendimento na USF no período estabelecido, sendo que três famílias tinham registro apenas de visitas domiciliares (VD). Estas últimas, segundo registros das ACS eram famílias que possuíam convênio médico privado e por isto, a única utilização destas na USF eram as VD.

Foram considerados como critérios de exclusão do estudo: menores de 18 anos; usuários que apresentassem algum transtorno mental e fossem seguidos concomitantemente por um serviço de saúde mental; usuários que não apresentassem condições para serem entrevistados (idosos altamente dependentes, por exemplo), considerando os mesmos critérios apontados em outra pesquisa sobre avaliação (BRASIL, 2006b).

Esta fase de seleção dos sujeitos selecionados se estendeu de agosto a setembro de 2010.

Assim, a partir desta identificação inicial, foram convidados pelo menos um membro de cada família identificada para a realização de entrevista semi- estruturada. A coleta de dados mediante a realização da entrevista semi-estruturada foi realizada de novembro de 2010 a janeiro de 2011.

A opção pela entrevista semi-estruturada se deu em função desta permitir captar a singularidade e especificidades presentes nas relações que os usuários estabelecem com os serviços de saúde, considerando inclusive as dimensões da responsividade, que apresentam aspectos subjetivos.

Após coleta de dados de mais de 50% das famílias, ou seja, de pelo menos um membro da família selecionado, isto é, após 43 entrevistas verificou-se a saturação e reiteração dos dados em seu conjunto.

As entrevistas foram realizadas no domicílio do usuário, conduzidas pela pesquisadora e áudio-gravadas e, posteriormente, transcritas para a análise. As entrevistas tiveram uma duração de 20 a 50 minutos (média de 32 minutos).

O percurso da investigação

A técnica de coleta de dados escolhida foi a entrevista semi-estruturada. Neto (2003) define esta técnica como uma articulação entre entrevistas estruturadas trazendo perguntas formuladas previamente, e entrevistas não-estruturadas em que o informante aborda livremente sobre o tema de investigação. Assim, permite que o entrevistador ultrapasse para além das questões perguntadas.

Para Triviños (1987), a entrevista semi-estruturada possibilita que o informante contribua com a pesquisa conduzindo espontaneamente seus pensamentos e experiências sem desviar do foco principal da investigação. Segundo Minayo (2008) a entrevista semi-estruturada segue um roteiro apropriado, facilita a abordagem e assegura que as hipóteses sejam discutidas durante a conversa. Ainda, segunda esta autora (MINAYO, 2004), a entrevista permite ao pesquisador obter dados de duas maneiras: o pesquisador pode obter dados através de outras fontes como registros civis, censos, estatísticas; e dados subjetivos que são diretamente relacionados ao entrevistado, envolvendo atitudes, valores, opiniões e desejos. O roteiro preliminar da entrevista encontra-se em anexo (Apêndice 1) e consta de uma parte inicial com a identificação do usuário e uma segunda parte com os elementos a serem focados em relação à responsividade.

Foram realizadas 2 entrevistas-piloto para verificar a necessidade de ajustar o instrumento e estimar o tempo de duração das entrevistas. Estas entrevistas foram incluídas na amostra posteriormente. Neste processo, algumas questões foram reformuladas para atingir os objetivos do estudo referente aos aspectos da responsividade. Entretanto, durante todo o período da coleta houve ajustes.

3.4. Procedimentos éticos

Para o desenvolvimento da pesquisa, foram seguidas as normatizações da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa – CONEP, presentes na resolução do CNS 196/96 e Capítulo IV da Resolução 251/97, cabendo ainda ressaltar que foi assumido o compromisso da divulgação dos resultados da pesquisa, principalmente junto às instituições envolvidas. O estudo foi submetido à avaliação do Centro de Atenção Primária da FMRP-USP, responsável pelas USF ligadas à USP e posteriormente encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Saúde Escola da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São

O percurso da investigação

Paulo, mediante o protocolo nº 400 CEP-CSE-FMRP/USP. O termo de consentimento livre e esclarecido encontra-se em anexo (Apêndice 2).

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