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da população de idade compreendida entre 20 e 64 anos deve estar empregada

Desenvolvimento Local/Territorial

Emprego 75 da população de idade compreendida entre 20 e 64 anos deve estar empregada

I&D e Inovação 3 % do PIB da UE deve ser investido em I&D. Mudanças climáticas

e energia

os objetivos em matéria de clima/energia «20/20/20» devem ser cumpridos (incluindo uma subida para 30 % do objetivo para a redução das emissões, se as condições o permitirem).

Educação

A taxa de abandono escolar precoce deve ser inferior a 10 % e pelo menos 40 % da geração mais jovem deve dispor de um diploma de ensino superior

Redução da pobreza e exclusão social

20 milhões de pessoas devem deixar de estar sujeitas ao risco de pobreza

TIAGO DIAS | 2016 71 Posto isto, no caso português, é através de um conjunto de três Resoluções de Conselho de Ministros (RCM)91, que se determinaram as prioridades estratégicas e os

princípios orientadores para a aplicação dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI) para o período 2014-202092, em consonância com as orientações estratégicas enunciadas na estratégia E.2020, e que são vertidas num Quadro Estratégico Comum, denominado de ‘Portugal 2020’. Ora, o ‘Portugal 2020’, que concebe a filosofia nacional de intervenção dos FEEI, vem portanto compilar as intervenções, os investimentos e as prioridades de financiamento necessárias para promover um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo no cumprimento das metas estabelecidas na E.202093 (Figura 23). Em síntese, e segundo o ponto 1 da página 6748 da RCM nº98/2012, determina-se que a aplicação dos FEEI, que cofinanciam o “Acordo de Parceria 2014-2020”, isto é, o ‘Portugal 2020’94, e os seus demais Programas Operacionais (PO), darão prioridade a quatro domínios temáticos, sendo eles: “promoção da competitividade da economia, de formação de capital humano, de promoção da coesão social, e da reforma do Estado (…) que, em conjunto, fornecem as bases para a recuperação de uma trajetória de crescimento e de emprego sustentável”95 com o objetivo

de promover a redução da pobreza e a correção dos desequilíbrios territoriais que ainda persistem. Em suma, o ‘Portugal 2020’ assume como objetivo norteador a recuperação de uma trajetória de crescimento e de emprego. Isto é, tudo aquilo que os territórios mais debilitados, como os Territórios de Baixa Densidade (TBD), necessitam.

91 RCM n.º98/2012 de 26 de novembro de 2012; n.º 33/2013 de 20 maio de 2013 e n.º 39/2013 de 14 de junho de 2013.

92 Isto é, as três RCM indicam a filosofia, a arquitetura e o modelo de governação desejado pelo governo português para o período de programação 2014-2020.

93 Estabeleceu-se que até 2020 Portugal receberia 25 mil milhões de euros, e em termos de elegibilidades para os FEEI (FEDER, FC, FSE, FEADER e FEAMP), as 7 regiões de Portugal, à escala NUT II, iriam ser beneficiadas da seguinte forma: 1) Regiões menos desenvolvidas (PIB per capita < 75% média UE): Norte, Centro, Alentejo e R.A. Açores, com uma taxa de cofinanciamento 85%; 2) Regiões em transição (PIB per capita entre 75% e 90%): Algarve, com uma taxa de cofinanciamento de 80%; 3) Regiões mais desenvolvidas (PIB per capita > 90%): Lisboa e R.A. Madeira, com uma taxa de cofinanciamento dos Fundos de: 50% para Lisboa e de 85% para a R.A. Madeira.

94 Que resultou em 4 Programas Operacionais temáticos (competitividade e internacionalização; inclusão social e emprego; capital humano e sustentabilidade e eficiência no uso de recursos); para além dos PO Regionais e do PO de Desenvolvimento Rural.

95 Respeitando, sempre, a racionalidade económica, a disciplina financeira, a integração orçamental, os princípios da subsidiariedade territorial e da territorialização das políticas públicas, e o reforço da articulação multiescalar para promover visões integradas de carácter supramunicipal que valorizem os ativos específicos de cada território (RCM n.º98/2012).

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Figura 23: Alinhamento do ‘Portugal 2020’ para com as prioridades e objetivos

estratégicos da ‘Estratégia Europa 2020’

Fonte: ADC (2015) Assim, é neste contexto, em que o paradigma da infraestruturação parece posto de lado, e em que um novo modelo de governação96 dos FEEI é estabelecido, com um claro

reforço e uma maior pressão para a territorialização das políticas públicas e dos seus objetivos, sobretudo tendo em conta a abordagem place-based97, que o ‘Portugal 2020’, e as estratégias inerentes ao quadro estratégico para a política de coesão que emana da E.2020, não são alheias aos territórios mais desfavorecidos. Aliás, no que concerne aos TBD veja-se, e a título elucidativo, o tratamento diferenciado que o ‘Portugal 2020’ e os

96 Refira-se que a RCM n.º 33/2013, em consonância com uma nova orientação estratégica que emana da UE, salienta a necessidade da territorialização das políticas públicas, referindo que essa é cada vez mais um fator-chave na gestão eficiente dos processos de desenvolvimento económico e social.

97 Saliente-se que o ‘Portugal 2020’, e no sentido de assegurar o principio da territorialização das políticas públicas, faz integrar e, em consonância com os novos instrumentos previsto no quadro regulamentar comunitário, novos instrumentos de cariz territorial com o objetivo de tornar a aplicação dos FEEI mais “territorializados”, isto é, mais place-based. Assim, refira-se a introdução de novos instrumentos territoriais, como: ITI; PDCT; DLBC ou os AIDUS, com o objetivo de promover visões integradas de carácter supramunicipal que valorizarem os ativos específicos de cada território. O `Portugal 2020´ vem, portanto, imprimir uma nova cultura de parceria para os resultados, que evite intervenções atomizadas (Covas e Covas, 2015).

TIAGO DIAS | 2016 73 seus PO aplicam aos TBD98 a partir de três modalidades específicas de diferenciação

positiva, sendo elas: a abertura de concursos específicos; o critério de bonificação na apreciação de candidaturas e a majoração da taxa de apoio com dotações financeiras que respondam às necessidades dos empreendedores locais (CIC, 2015).

Contudo, importa aqui destacar que as menções do ‘Portugal 2020’ às formas de crescimento inteligente, sustentável e inclusivo comportam para os TBD, enquanto abordagens estruturantes para o processo de competitividade territorial, um conjunto de oportunidades de desenvolvimento (Figura 24), sobretudo os processos ligados ao crescimento inteligente, ou seja, o crescimento alicerçado no conhecimento e na inovação, como recurso estruturante para a capacitação, competitividade e desenvolvimento sustentável dos territórios mais desfavorecidos.

Figura 24: Porquê uma potencialização do ‘Portugal 2020’,

enquanto oportunidade para os territórios de baixa densidade?

Fonte: Elaboração própria; 2016

98 Isto é, aos 165 municípios e às 73 freguesias assim classificadas, como já foi apresentado no ponto 3 do capítulo II (a geografia dos TBD proposta pela CIC).

TBD