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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

3.4 OS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

3.4.1 Por que do instrumento questionário?

A escolha pelo questionário como instrumento de coleta de dados se justifica por compreender que o questionário possibilita um levantamento de informações tanto pessoais, profissionais e as expectativas dos entrevistados perante ao que está sendo perguntado (LUDKE & ANDRE, 1986).

Conforme evidencia Gil (1999), frequentemente os questionários apresentam questões abertas e fechadas, onde as questões abertas se destinam a identificar informações sociodemográfica do entrevistado, tais como: sexo, idade, escolaridade, enquanto que as questões fechadas objetivam ao aprofundamento das opiniões (respostas) que o entrevistado apresentou.

Segundo Cervo e Bevian(1983, p.53)

As perguntas fechadas são padronizadas, de fácil aplicação, simples de codificar e analisar. As perguntas abertas, destinadas à obtenção de respostas livres, embora possibilitem recolher dados ou informações mais ricos e variados, são codificados e analisados com mais dificuldade.

Assentindo com a ideia de que “nenhum instrumento é suficiente por si só, mas a combinação de vários instrumentos se faz necessária para promover a triangulação de dados e perspectivas” (VIEIRA-ABRAHÃO, 2006, p. 221), este trabalho apresentou um questionário misto (aberto mais o fechado), uma vez que possui o objetivo de obter informações pessoais, curriculares e até expectativas para, assim, poder responder as perguntas de pesquisa (VIEIRA-ABRAHÃO, 2006).

Dessa forma, o questionário perfil (apêndice A) contou com 12 perguntas mistas que objetivaram coletar informações que permitissem traçar um perfil acadêmico-profissional dos sujeitos participantes, uma vez que as perguntas bases

estavam compostas de itens, tais como: formação acadêmica; pós-graduação; experiências com o ensino de língua portuguesa instrumental e sobre o tempo de atuação como professor de língua portuguesa instrumental em contexto da EPT. A quantidade de perguntas foi pensada com o objetivo de obter respostas às questões pertinentes para o tema da pesquisa ao mesmo tempo que não desestimulasse a participação do sujeito investigado (CHAER, DINIZ & RIBEIRO, 2011).

O questionário investigativo (apêndice B) também contou com 12 perguntas mistas e teve como objetivo coletar informações que pudessem responder a duas das

perguntas norteadoras apresentadas na introdução dessa pesquisa. São elas: “Os

cursos de Letras estão preparando profissionais capacitados a atuarem no serviço da docência em diferentes modalidades de ensino, com distintas abordagens de ensino de línguas”? e “Como atuam os docentes da EPT a partir do conhecimento (ou não) da abordagem instrumental do ensino de línguas”?. Para conseguir as respostas a essas perguntas, o questionário investigativo versou sobre:

1. O conhecimento dos investigados sobre abordagens de ensino de línguas; em especial, sobre o conhecimento da abordagem instrumental (questões 1 e 2). Essa questão teve como premissa perceber se os participantes são capazes de diferenciar a abordagem instrumental do ensino de línguas da abordagem tradicional.

2. Como esses professores investigados sentem-se capacitados para atuarem como professores de instrumental (questão 5). Esse item visa a tecer percepções sobre a formação desses docentes, se na opinião deles, ela propiciou segurança suficiente para a atuação como professor de instrumental.

3. Como os sujeitos participantes da pesquisa utilizam materiais didáticos em suas aulas de instrumental (questão 4). Por sua vez, essa questão objetiva verificar como que os participantes tratam a questão do material didático nas aulas de instrumental, se há uma percepção da etapa da análise das necessidades e material didático específico para cada situação de uso da língua portuguesa.

4. Sobre formação de professores para a EPT (questão 3). O objetivo dessa questão é traçar um ponto de vista sobre a formação inicial dos docentes para o serviço na modalidade da EPT, e não o direcionado às escolas de ensino regular (ensino fundamental e médio, apenas).

5. Se esses sujeitos acreditam haver diferenças entre o aluno do ensino regular para o aluno da EPT (questão 7). Por fim, essa questão prima por verificar se na opinião

dos participantes dessa pesquisa há uma diferença entre o aluno do ensino regular para o aluno do ensino na modalidade da EPT, uma vez que o aluno da EPT encontra- se em situação de ensino e aprendizagem diferente do aluno regular.

De acordo com Gil (1999, p.128-129), o questionário é um instrumento que apresenta algumas vantagens frente às demais técnicas de coleta de dados, tais como:

a) possibilita atingir grande número de pessoas, mesmo que estejam dispersas numa área geográfica muito extensa, já que o questionário pode ser enviado pelo correio;

b) implica menores gastos com pessoal, posto que o questionário não exige o treinamento dos pesquisadores;

c) garante o anonimato das respostas;

d) permite que as pessoas o respondam no momento em que julgarem mais conveniente;

e) não expõe os pesquisadores à influência das opiniões e do aspecto pessoal do entrevistado.

Por outro lado, esse mesmo instrumento, na análise de Gil (1999, p. 129) apresenta alguns pontos negativos, tais como:

a) exclui as pessoas que não sabem ler e escrever, o que, em certas circunstâncias, conduz a graves deformações nos resultados da investigação;

b) impede o auxílio ao informante quando este não entende corretamente as instruções ou perguntas;

c) impede o conhecimento das circunstâncias em que foi respondido, o que pode ser importante na avaliação da qualidade das respostas;

d) não oferece a garantia de que a maioria das pessoas devolvam-no devidamente preenchido, o que pode implicar a significativa diminuição da representatividade da amostra;

e) envolve, geralmente, número relativamente pequeno de perguntas, porque é sabido que questionários muito extensos apresentam alta probabilidade de não serem respondidos;

f) proporciona resultados bastante críticos em relação à objetividade, pois os itens podem ter significados diferentes para cada sujeito pesquisado.

Os autores Chaer, Diniz e Ribeiro (2011) advertem que em um primeiro momento pode transparecer que os pontos negativos são mais tendenciosos pela não escolha do questionário como procedimento de coleta de dados. No entanto, os autores defendem que os pontos fracos não devem servir como desestímulo para a não escolha desse procedimento, pois o questionário é um instrumento flexível e, assim, cabe ao pesquisador conduzir da melhor forma tais dificuldades apresentadas.

Inicialmente, os dois questionários foram aplicados, como piloto, com uma professora que atuou no ensino da modalidade da EPT em uma das escolas

SEG/SM.A pilotagem é um passo necessário para o sucesso da coleta dos dados definitivos, pois objetiva a identificar e retificar possíveis entraves de linguagem e de algumas estruturas lógicas que poderiam atrapalhar e prejudicar o instrumento (CHIZZOTTI, 2009; CHAER, DINIZ & RIBEIRO, 2011). Dessa forma, as dificuldades identificadas foram reparadas anteriormente a aplicação dos questionários definitivos para os professores participantes desta pesquisa.

Por fim, o último instrumento de coleta dos dados foi a entrevista, a qual tem sua justificativa de uso descrita a seguir.