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Portarias, Resoluções e Normativas que norteiam o PRONERA

A CONSTRUÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO DO CAMPO: PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA PRONERA

E, quanto ao que consideramos subjetivas advém daquela pois trata das condições favoráveis de mobilização social e simpatia da sociedade à Reforma Agrária e ao

2.2. O PRONERA: anúncio de uma política pública de educação nas áreas de Reforma Agrária

2.2.5. Portarias, Resoluções e Normativas que norteiam o PRONERA

No decorrer da implementação do PRONERA, um conjunto de decisões legais foram criadas para melhorar o andamento das ações do Programa, com o objetivo de atender a demanda educacional dos assentamentos da reforma agrária. Desse modo, consideramos relevante apresentar esse conjunto de decisões legais.

Com a criação do PRONERA, em 1998, foi formulado o Manual de Operações42 como o documento que apresenta o Programa, seus objetivos, os princípios teóricos- metodológicos, as linhas básicas de ação, tendo como objetivo naquele momento de orientar as universidades e os movimentos sociais sobre os procedimentos para a apresentação de projetos de educação de jovens e adultos – EJA. Este Manual permaneceu em vigor até aprovação da Portaria do INCRA nº 837 de 30 de agosto de 2001, que reformulou um novo Manual de Operações com o propósito de orientar os parceiros para que estes busquem maior agilidade nas ações destinadas à obtenção dos resultados almejados no processo educacional dos assentados rurais.

Em 2004, foi aprovada uma nova versão do Manual de Operações do PRONERA, sob Portaria do Incra nº 282, de 26 de abril de 2004, para orientar as instituições parceiras a elaborar projetos cada vez mais consistentes como uma política pública de Educação do Campo para os jovens e adultos das áreas de Reforma Agrária.

Na Portaria/INCRA/ P/Nº 687 de 27 de setembro de 2004, em seu Art 1º determina que sejam “incluídos no PRONERA, os agricultores familiares atingidos com a construção

de barragens para aproveitamento hidroelétrico, com área remanescente de até 03 (três) módulos rurais, que tenham sido cadastrados e selecionados pelo INCRA, com o objetivo específico de usufruírem dos créditos do PRONAF “A”, dos Serviços de Assessoria Técnica, Social e Ambiental à Reforma Agrária - ATES e do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária – PRONERA”.

No Art 2º desta mesma Portaria, faz-se referência à delegação de competência aos “Superintendentes Regionais para, em suas respectivas áreas de atuação, através de Resolução do Comitê de Decisão Regional, aprovarem os projetos de reassentamento implantados pelos empreendedores de hidroelétrica, que construíram ou vão construí-las e

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reconhecer esses reassentados como clientes da reforma agrária, para os fins específicos de serem beneficiários dos créditos do PRONAF "A", dos serviços de ATES e do PRONERA”.

Consideramos que esta Portaria altera o Manual de Operações (1998, 2001 e 2004) onde estabelece que os beneficiários do PRONERA seriam apenas a população rural de projetos de assentamento da Reforma Agrária.

Em 2005, foi aprovada a Instrução Normativa Nº 1843, de 09 de maio de 2005, que regulamenta o procedimento para definição dos repasses relativos a educação dos trabalhadores rurais em projetos de assentamentos da Reforma Agrária, através do PRONERA.

Nos artigos que se seguem podemos perceber como foi definido o procedimento do uso dos recursos financeiros ao que se refere o PRONERA e suas atividades. O Art 1º, traz a seguinte redação:

Art. 1º Regulamentar o procedimento relativo ao pagamento de professores universitários que têm vínculo laboral com a Administração Pública, relativo às atividades e competências do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária - PRONERA, por força de convênios a serem celebrados com Universidades Federais de ensino e/ou fundações de apoio ao ensino, à pesquisa e à ciência.

O seu artigo 2º, traz o seguinte destaque em relação as atividades do PRONERA: Art. 2º O PRONERA, voltado para a educação de trabalhadores rurais em projetos de assentamentos da Reforma Agrária, enquanto atividade do INCRA, encarregado de gerenciar, não apenas a aplicação dos recursos destinados a este programa inserto no Orçamento Geral, tem, também, a incumbência de coordenar os recursos repassados, bem assim zelar por sua boa e regular execução, inclusive, na fase de acerto mediante prestação de contas.

Os artigos 3º, 4º e 5º, tratam sobre o pagamento dos prestadores de serviços a partir de bolsas de ensino, os quais preconizam que:

Art. 3º Poderão, assim, dentre as várias rubricas aplicadas na execução do programa, serem aceitos os valores despendidos pelas entidades conveniadas, com pagamentos efetuados a professores universitários, ainda que detentor de cargo público federal, a título de bolsa de ensino, pesquisa e extensão, segundo o art. 4º, § 1º da Lei 8.958, de 1994, constituindo-se as bolsas em doações a servidores das instituições a que pertencerem.

Art. 4º As bolsas referidas no artigo anterior deverão vir expressamente consignadas nos respectivos projetos básicos, com identificação de valores, periodicidade, duração e beneficiários, consignando, inclusive, que as participações dos instrutores no programa não interferem, muito menos prejudicam as atribuições funcionais de seus cargos e atribuições.

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Art. 5º Os valores dos repasses financeiros aos bolsistas não poderão exceder a 30 (trinta) horas-aula-mês, tomando-se como parâmetro, para fixação da hora-aula o percentual de até 3% (três por cento) do valor de referência do vencimento básico do professor, sendo vedada a incorporação ao vencimento ou salário para qualquer efeito, inclusive, cálculos de proventos de aposentadoria.

A Norma de Execução do INCRA/DDNº 73, de 30 de maio de 2008, normatiza as alterações na operalização do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária – PRONERA e estabelece novo valor unitário por aluno/ano referente à execução dos Projetos no âmbito do Programa e o processo de consolidação de projetos de assentamento em áreas de Reforma Agrária. Esta Norma de Execução, considerou a premente necessidade de reajustar o custo/aluno do PRONERA, com o objetivo de atender a implantação dos projetos de Educação de Jovens e Adultos, o Ensino Médio e Superior.

Em 2010, PRONERA foi oficializado pelo Presidente da República por meio DECRETO Nº 7.352/2010 publicado no DOU 05.11.2010, na qual dispõe sobre a política de educação do campo e o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária - PRONERA. Naquele momento o ministro interino do MDA ressaltou que “o decreto torna

o PRONERA uma política pública permanente do Estado em favor das comunidades que vivem no campo”.

Nos artigos que se seguem percebemos como foi definido os objetivos, os beneficiários, os ações educativas, as respectivas áreas de ensino, a estrutura de gestão e a questão financeira do PRONERA a partir da oficialização do Decreto, assim discriminados:

“Art. 11. O Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária - PRONERA, executado no âmbito do Ministério do Desenvolvimento Agrário pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, nos termos do art. 33 da Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, integra a política de educação do campo. Art. 12. Os objetivos do PRONERA são:

I - oferecer educação formal aos jovens e adultos beneficiários do Plano Nacional de Reforma Agrária - PNRA, em todos os níveis de ensino;

II - melhorar as condições do acesso à educação do público do PNRA; e

III - proporcionar melhorias no desenvolvimento dos assentamentos rurais por meio da qualificação do público do PNRA e dos profissionais que desenvolvem atividades educacionais e técnicas nos assentamentos.

Art. 13. São beneficiários do PRONERA:

I - população jovem e adulta das famílias beneficiárias dos projetos de assentamento criados ou reconhecidos pelo INCRA e do Programa Nacional de Crédito Fundiário - PNFC, de que trata o § 1º do art. 1º do Decreto nº 6.672, de 2 de dezembro de 2008;

III - professores e educadores que exerçam atividades educacionais voltadas às famílias beneficiárias; e

IV - demais famílias cadastradas pelo INCRA.

Art. 14. O PRONERA compreende o apoio a projetos nas seguintes áreas: I - alfabetização e escolarização de jovens e adultos no ensino fundamental; II - formação profissional conjugada com o ensino de nível médio, por meio de cursos de educação profissional de nível técnico, superior e pós-graduação em diferentes áreas do conhecimento;

III - capacitação e escolaridade de educadores;

IV - formação continuada e escolarização de professores de nível médio, na modalidade normal, ou em nível superior, por meio de licenciaturas e de cursos de pós-graduação;

V - produção, edição e organização de materiais didáticopedagógicos necessários à execução do PRONERA; e

VI - realização de estudos e pesquisas e promoção de seminários, debates e outras atividades com o objetivo de subsidiar e fortalecer as atividades do PRONERA.

Parágrafo único. O INCRA celebrará contratos, convênios, termos de cooperação ou outros instrumentos congêneres com instituições de ensino públicas e privadas sem fins lucrativos e demais órgãos e entidades públicas para execução de projetos no âmbito do PRONERA.

Art. 15. Os projetos desenvolvidos no âmbito do PRONERA poderão prever a aplicação de recursos para o custeio das atividades necessárias à sua execução, conforme norma a ser expedida pelo INCRA, nos termos da legislação vigente. Art. 16. A gestão nacional do PRONERA cabe ao INCRA, que tem as seguintes atribuições:

I - coordenar e supervisionar os projetos executados no âmbito do Programa; II - definir procedimentos e produzir manuais técnicos para as atividades relacionadas ao Programa, aprovando-os em atos próprios no âmbito de sua competência ou propondo atos normativos da competência do Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário; e

III - coordenar a Comissão Pedagógica Nacional de que trata o art. 17.

Art. 17. O PRONERA contará com uma Comissão Pedagógica Nacional, formada por representantes da sociedade civil e do governo federal, com as seguintes finalidades:

I - orientar e definir as ações político-pedagógicas;

II - emitir parecer técnico e pedagógico sobre propostas de trabalho e projetos; e III - acompanhar e avaliar os cursos implementados no âmbito do Programa. § 1º A composição e atribuições da Comissão Pedagógica Nacional serão disciplinadas pelo Presidente do INCRA.

§ 2º A Comissão Pedagógica Nacional deverá contar com a participação de representantes, entre outros, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, do Ministério da Educação e do INCRA.

Art. 18. As despesas da União com a política de educação do campo e com o PRONERA correrão à conta das dotações orçamentárias anualmente consignadas, respectivamente, aos Ministérios da Educação e do Desenvolvimento Agrário, observados os limites estipulados pelo Poder Executivo, na forma da legislação orçamentária e financeira”.

Em maio de 2011, foi publicado um novo Manual de Operações44 sob PORTARIA/INCRA/P/Nº 238, com o objetivo de atender as exigências do Decreto nº 7.352/2010 e o Acórdão TCU nº 3.269/2010.