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3. ÁREA DE ESTUDO

3.2 Porto do Rio de Janeiro

“Os portos são terminais de convergência entre domínios de circulação de cargas (às vezes de passageiros), os domínios terrestre e marítimo. Como terminais, os portos lidam com as maiores quantidades de cargas, mais que qualquer outro tipo de terminais combinados”. (Manual de Qualidade Ambiental e Atividade Portuária no Brasil, 2006).

O Porto do Rio de Janeiro foi fundado em julho de 1910 e localiza-se na costa oeste da baía de Guanabara, na cidade do Rio de Janeiro, RJ. Dada a sua localização, a sua área de influência abrange o próprio estado do Rio de Janeiro além dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, áreas do sudoeste de Goiás e do sul da Bahia, entre outras. Atualmente o porto encontra-se sob a administração da Companhia Docas do Rio de Janeiro, CDRJ. A figura 5 apresenta a localização do porto dentro da baía de Guanabara.

Figura 5. Localização do Porto do Rio de Janeiro dentro da Baía de Guanabara. Fonte: Figura gerada no programa Google Earth.

No que tange ao aspecto econômico, certamente um dos fatores mais importantes para a administração portuária, apesar da queda no número de atracações, quando se analisa a movimentação de carga no cais, os valores obtidos no mesmo período revelam um incremento: 7.499.049t (2004), 8.229.485(2005) e 8.512.395t (2006).

No tocante às suas instalações, como observa-se nas figuras 6 e 7, o porto é composto por 6.740 m de cais contínuo e um píer de 883 m de perímetro, contendo ainda dez armazéns externos, no total de 65.367 m2 e oito pátios cobertos, somando 11.027 m2 com capacidade de 13.100 t para armazenagem. A sua bacia de evolução é de 1.150 m de largura e profundidade entre 10 a 37m de profundidade. Na região estão também presentes os seguintes terminais de uso privativo (www.portosrio.gov.br):

• Torguá (combustíveis), da Petrobras S.A., nas ilhas d'Água e Redonda; • Esso (produtos químicos) da Exxon Química Ltda., na ilha do Governador; • Shell (combustíveis) da Shell do Brasil S.A., na ilha do Governador;

Ainda, no que diz respeito às instalações, o porto propriamente dito, está dividido da seguinte forma (www.portosrio.gov.br):

• Cais Mauá - consiste no píer, (fora de operação), com cerca de 35.000 m2 de pátios descobertos;

• Cais da Gamboa - inicia-se junto ao píer Mauá e se prolonga até o Canal do Mangue, numa extensão de 3.150 m, compreendendo cerca de 20 berços, com profundidades que permitem a atracação de embarcações com calado que variam de 7 a 10,30 m. É atendido por 18 (dezoito) armazéns, totalizando cerca 60.000m2 de área coberta e pátios com áreas descobertas de aproximadamente 16.000 m2;

• Cais de São Cristóvão - abrange seis berços distribuídos em 1.525 m, com profundidade que permitem a atracação de embarcações com calado de 6,0 a 8,0 m. Possui dois armazéns perfazendo 12.100 m2 e uma área de pátios descobertos com 23.000 m2;

• Cais do Cajú - (Terminal roll-on - roll-off): com um berço, com profundidades projetadas para atracar embarcações com até 10 m de calado. As instalações de armazenagem são constituídas de três armazéns com área total de 21.000 m2 e 117.000 m2 de pátios descobertos.

• Cais do Cajú - (Terminais de Contêineres) - compreende um cais de 1.340 m, com cinco berços e profundidades de 12,3 m.

• Terminal de Manguinhos - compreende o quadro de bóias para descarga de granel líquido para a Refinaria de Manguinhos, com profundidade compatível para a operação de embarcações com até 10,36 m de calado.

Figura 6. Esquema das instalações do Porto do Rio de Janeiro (Fonte: CDRJ).

Figura 7. Trechos de cais do Porto do Rio de Janeiro (Fonte: Tostes & Medeiros Engenharia, 2007)

O Porto do Rio em breve terá a instalação do terminal de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) e do duto submarino que será responsável pelo transporte do produto até a estação de compressão em Campos Elíseos, de propriedade da Petrobras. A licença de instalação foi entregue no dia 23 de novembro de 2007 e a previsão é para maio de 2008 (Melo, 2007).

No tocante a movimentação de carga, o Porto do Rio de Janeiro é o segundo maior do estado do Rio de Janeiro atrás somente do porto de Itaguaí, e o primeiro no tocante ao número de atracações, com 1.697 embarcações em 2004, 1.682 em 2005 e 1.634 em 2006 no cais, conforme dados da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), administradora do porto. Quando se considera também os terminais privativos, o número de atracações praticamente dobra, atingindo 3.124 em 2005 e 2.999 em 2006 (DIFISC/SUPRIO – CDRJ). Em termos nacionais, o Porto do Rio de Janeiro é o primeiro do país em movimentação de passageiros em cruzeiros e o quarto em comércio internacional (Gondim, 2007). A figura 8 apresenta a contribuição percentual dos principais portos do Estado do Rio de Janeiro em relação à movimentação de carga no cais.

Píer Mauá Gamboa

São Cristovão

Figura 8. Participação percentual dos principais portos do Estado do Rio de Janeiro em relação à movimentação de carga no cais. (Fonte de dados: DIVFISC/ SUPRIO, CDRJ11).

Em termos de Brasil, a posição do Porto do Rio de Janeiro é menos representativa. Tal afirmativa baseia-se no fato desse porto estar focado basicamente na movimentação de carga geral e em granéis líquidos (nos terminais privativos).

Considerando-se apenas os portos organizados, em 2006, o Porto do Rio de Janeiro ficou na sétima colocação quanto à movimentação por natureza da carga, considerando-se granéis sólidos, líquidos e carga geral. Quando se compara a movimentação total nos portos e terminais privativos, no mesmo ano, o Porto do Rio de Janeiro passa a ser o 14º no ranking de desempenho de acordo com os dados da ANTAQ12 (Anexo C). É importante observar, no entanto, que quando se considera que neste porto a natureza principal da carga movimentada é a carga geral, onde estão os contêineres, a carga de maior valor agregado, a posição do Porto do Rio de Janeiro no cenário nacional, considerando portos e terminais de uso privativo, passa a ser a quinta, o que seria a posição de real importância (Dermeval Ruas, com. pess.). É um porto que, na média, opera com produtos de alto valor agregado, perfazendo 778,1 US$/t (Tostes & Medeiros Engenharia, 2007).

A movimentação total de cargas nos portos e terminais brasileiros em 2006 foi de quase 700 milhões de toneladas, distribuída da seguinte forma: 63,44% do total foram movimentadas nos terminais privados e 36,56% nos portos organizados, conforme os dados do Anexo C.

Vale ainda mencionar que os produtos mais movimentados, responsáveis por cerca de 70% das cargas movimentadas foram: minério de ferro (36,06%), petróleo (13,86%), derivados de petróleo (5,31%), soja (4,74%), açúcar (2,30%), carvão mineral (2,27%), bauxita

11 Divisão de Fiscalização da Superintendência do Porto do Rio de Janeiro – Companhia Docas do Rio de Janeiro.

12 Agência Nacional de Transportes Aquaviários.

Portos do Rio de Janeiro

77% 22% 1% Itaguaí RJ Angra

(1,90%), adubos/fertilizantes (1,86%), produtos siderúrgicos (1,62%) e farelo de soja (1,50%) (www.antaq.gov.br).

Com relação ao tipo de navegação empregada, o longo curso continua sendo o maior responsável pela movimentação de carga, cuja participação no resultado global foi de 72,58%, enquanto que a cabotagem apresentou crescimento na participação de 8,93% sobre 2005, mas representa apenas 23,6% do total (www.antaq.gov.br).

Segundo relatórios e levantamentos da ANTAQ, pode-se dizer ainda que em nível nacional, houve um crescimento de 5,85% na exportação enquanto que na importação ocorreu um aumento de 8,5% entre os anos 2005 e 2006. Na comparação entre os anos de 2004 e 2005, entretanto, a importação havia apresentado decréscimo de quase 13,5%, enquanto que a exportação apresentara um crescimento de pouco mais de 11%. De toda forma, em torno de 90% dos fluxos com o mundo exterior passam pelos portos brasileiros (www.antaq.gov.br). A utilização preferencial do transporte marítimo no comércio exterior é notável, respondendo por cerca de 80% do comércio mundial (Silva et al.,2004).

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