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Capítulo 3: O Projeto Educativo de Escola breve análise

3.1. Os planos de aula

3.1.1 Português

Relativamente às Planificações por Unidades Didáticas15, estas irão ser colocadas como documentos em anexos. Estas planificações foram elaborados pelo Departamento de Línguas do Português, no início do presente ano letivo.

Como referimos anteriormente, mostraremos as aulas que foram supervisionadas pela professora doutora Graça Sardinha relativamente a Português, mas, apenas foram supervisionadas as aulas do 2º e 3º período visto que em concordância com a professora orientadora Maria de Jesus Lopes foi decidido que no 1º período não haveria a supervisão por parte da professora da universidade pois encontrávamo-nos ainda numa adaptação aos alunos,

15 Consultar o Anexo I.

63 às estratégias e a inexperiência de sala de aula. Contudo, escolhemos uma das três aulas lecionadas para o presente Relatório, cuja data foi o dia 18 de novembro de 2014 lecionada à turma do 11º CSE. Relativamente ao 2º período, a aula supervisionada realizou-se no dia 27 de janeiro à mesma turma acima referida. Já no último período letivo lecionei, também à mesma turma, no dia 21 de abril. Para o efeito, foram utilizados blocos de 90 minutos para as lições acima referidas. Apesar de aulas supervisionadas terem sido à mesma turma (11ºCSE), tive o privilégio de lecionar em outras, cujas estavam entregues à professora orientadora da escola, sendo elas o 11º Línguas e Humanidades e o 11ºAPS do ensino profissional. Mencionamos, também, que todas aulas lecionadas foram preparadas através de uma planificação onde constava o ano da turma, a sala, a hora, o nome da professora estagiária, uma breve contextualização, os objetivos principais da aula, o sumário, os conteúdos programáticos, a (s) competência (s) focalizada (s), o desenvolvimento da aula onde referimos as estratégias e recursos utilizados nos diferentes momentos de aula, o tempo de cada atividade e a avaliação formal/ informal das aprendizagens. Além da planificação, indicamos a elaboração de uma fundamentação de aula que consistia em designar a disciplina, a hora, a sala, o ano, a turma, a data e uma reflexão sobre as diferentes estratégias e metodologias que o professor pretende utilizar na sala de aula, justificando a abordagem que faz aos conteúdos programáticos. Salientámos, ainda, que o manual adotado para o ensino regular, respetivamente para o 11º ano foi o Entre Margens 11º ano16.

Pelo que acima foi exposto, e remetendo para o 1º período, a aula do dia 18 de novembro17 incidiu na continuação do estudo da sequência nº 2 designadamente o Texto Argumentativo através da obra Sermão de Santo António aos Peixes de Padre António Vieira, concretamente o capítulo II, os Louvores aos peixes em geral, o qual já tinha sido motivo de estudo nas aulas anteriores, nomeadamente, a contextualização da vida e obra e o primeiro capítulo. Assim, e de modo a proporcionar aos alunos não só a consolidação de conhecimentos das lições anteriores mas também novos saberes, propusemo-nos a dar resposta a vários objetivos como, conhecer a estrutura do sermão, indicar os louvores aos peixes, identificar as críticas aos homens, identificar argumentos, identificar o valor expressivo dos recursos estilísticos, interpretar imagens e apreender os vários sentidos do texto. Na presente aula iniciámos com uma atividade de motivação que teve como objetivo a projeção de umas imagens referentes ao Sermão de Santo António aos Peixes solicitando alguns alunos para descreverem e relacionar com o título da obra. Depois, foram colocadas algumas perguntas, oralmente, incidindo sobre a definição de caricatura e o seu objetivo, a comparação das duas imagens referindo os pormenores que a caricatura evidencia, o motivo da caricatura relativamente à atualidade de P. António Vieira, o significado da expressão “pregar aos

16Livro adotado: MAGALHÃES, O. et al. (2013). Entre Margens 11ºano, Porto, Porto Editora. 17Confrontar o Anexo II respetivo à planificação, fundamentação da aula e materiais.

64 peixes” e o político Durão Barroso também prega tal como o autor da obra. De seguida, solicitou-se aos discentes que abrissem a página 63 do manual adotado, procedendo-se a uma atividade de leitura em voz alta, em que alguns alunos leram um parágrafo cada num total de cinco. Após a leitura, iniciou-se uma análise pormenorizada ao texto onde a docente os foi questionando com algumas perguntas de todos os elementos que considerámos relevantes para a compreensão do capítulo II. Salientamos que a cada leitura de um parágrafo foi feita uma interrupção de maneira que os alunos conseguissem acompanhar esse estudo e de modo a não se sentirem “perdidos”. Na parte final da lição e como forma de consolidação de conhecimentos aprendidos, fez-se uma síntese do capítulo estudado onde a docente entregou uma ficha formativa para preencherem os espaços em falta, exercício no qual tiveram um bom desempenho dado que buscaram toda a informação no texto e nos apontamentos retirados para o caderno diário. Todas as respostas foram corrigidas oralmente e projetadas no powerpoint para que os alunos pudessem ficar com o exercício resolvido corretamente. Para trabalho de casa, a docente projetou no quadro seis frases sobre o valor modal para que possam praticar este conteúdo gramatical pois tem sido trabalhado ao longo das aulas.

De uma maneira geral, a partir da análise do capítulo II do sermão foi-nos possível verificar que os alunos revelaram algumas dificuldades em percebê-lo, mais concretamente, alguns recursos estilísticos mas com o apoio e a persistência da docente conseguiram entender a sua expressividade. Para além disso, identificaram facilmente os louvores, as críticas aos homens e na síntese não revelaram dúvidas existenciais. Por outro lado, apesar de algumas dificuldades, apreenderam o seu sentido e responderam de forma conveniente às perguntas feitas pela professora. Em suma, verifica-se que os discentes alcançaram com sucesso os conteúdos previstos pois, mostraram ser uma turma correta, com bons princípios e com vontade de trabalhar e aprender e quando assim o é, há aprendizagem na sala de aula. Verifica-se também, na globalidade, uma participação muito positiva nas aulas dos professores estagiários, mas, por vezes verificou-se algumas participações menos oportunas.

Relativamente à aula lecionada no 2º período no dia 27 de janeiro18, esta incidiu na continuação ao estudo da sequência nº 3 nomeadamente o Texto Dramático com a obra Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett, concretamente o Ato I das Cenas III, IV, V e VI, o qual já tinha sido motivo de estudo na lição anterior com as Cenas I e II. Assim sendo, foram delineados alguns objetivos a ser cumpridos tais como: compreender enunciados orais, apreender os sentidos do texto dramático, inserir as cenas na estrutura interna, indiciar os indícios trágicos. Identificar os espaços físicos, caraterizar personagens e por último identificar o valor dos deíticos. Iniciámos a presente aula com a correção do trabalho de casa da lição anterior, cujo exercício era o 5 da alínea b. da página 101 do manual adotado. Procedemos à correção através de três alunos que leram a sua resposta e de seguida a

65 professora projetou a solução correta através da utilização do powerpoint de maneira que os discentes pudessem escreve-la corretamente para o caderno diário. Imediatamente a seguir, foi feito um breve resumo por um aluno, oralmente, do que aprenderam na aula anterior focando os aspetos principais da cena II. Como motivação inicial, projetou-se uns excertos do filme “Quem és tu?” de João Botelho, relativamente às cenas a serem analisadas na aula. Após a visualização, procedemos à análise de alguns excertos das cenas onde a docente lhes colocou algumas questões pertinentes. Como referimos anteriormente na aula do primeiro período, nesta utilizámos a mesma estratégia de que à medida que se ia lendo, fazia-se uma pausa entre cenas de maneira que os alunos conseguissem orientar-se melhor. Na última parte da aula tivemos uma atividade em grupo. De forma a sintetizar os conteúdos lecionados, distribuímos uma ficha com o objetivo de sintetizar os conhecimentos das cenas mas esta realizou-se de maneira diferente. Assim sendo, organizamos a turma em três filas e cada uma tinha um trabalho diferente, ou seja, a primeira fila fez a caraterização das personagens, a segunda, os indícios trágicos e a terceira, o assunto de cada cena. No final, procedemos à correção através da utilização do powerpoint para que apontassem as respostas devidamente corretas no caderno diário. A docente ainda referiu que para trabalho de casa teriam de situar as cenas estudadas na estrutura interna e referir a sua importância para o desenrolar da ação.

Refletindo sobre esta aula podemos constatar, que na generalidade, a aula foi positiva mas, contudo apresentamos algumas falhas em que não abordamos profundamente alguns objetivos da aula tais como alguns pormenores da simbologia das flores de Maria referente aos indícios trágicos. Já na parte final da lição, aquando da correção da ficha síntese, cometemos o lapso de projetar, primeiramente, as soluções corretas do powerpoint em vez de os discentes dessem as suas respostas. Apesar disto, podemos afirmar que, de um modo geral, os alunos, ao longo da aula, revelaram-se empenhados, participativos e colaborativos nas perguntas feitas pela professora estagiária. Já a atividade final realizada em grupo revelou-se bastante eficaz uma vez que é um meio de motivar os discentes para a partilha de aprendizagens e saberes com os colegas e cada um acresce sempre com mais alguma informação pertinente para o exercício.

A última aula supervisionada do 3º período realizou-se no dia 21 de abril19 e tinha como objetivo estudar alguns excertos dos episódios da Corneta do Diabo, Jornal da Tarde e o Sarau Literário no Teatro da Trindade referentes à obra literária d’Os Maias de Eça de Queirós, visto que nas lições anteriores, já houve contato com esta desde a contextualização da vida e obra do autor, o tema da educação, algumas personagens como Carlos da Maia e Maria Eduarda, as Corridas do Hipódromo e o Jantar no Hotel Central. Este conteúdo programático faz parte da sequência número 4 intitulada de “Romance de Eça de Queirós, Os

66 Maias”. Quanto aos objetivos principais desta aula propusemos que os discentes identificassem a atualidade da obra e o espaço social, compreendessem a crítica presente, caraterizassem física e psicologicamente as personagens Alencar, Cruges e Rufino, a linguagem de Eça e o público do teatro, integrassem o episódio na estrutura interna e apreendessem os vários sentidos do texto. Principiámos a lição com uma visualização de um excerto do filme Os Maias20 de João Botelho referente ao episódio do Sarau Literário no

Teatro da Trindade, chamando atenção aos alunos das caraterísticas deste teatro, e depois, entregámos os excertos e foram lidos, por alguns alunos da turma, as partes principais. À medida que os discentes iam lendo, a professora promoveu momentos de pausa para que se procedesse a uma análise exaustiva dos excertos acima mencionados através de várias questões pertinentes que achámos importantes e relevantes para os objetivos dos mesmos de modo que levassem à sua compreensão. Ainda na análise dos excertos, a docente impulsionou um trabalho em pares de modo que respondessem a algumas perguntas para assim ficarem registadas no caderno diário. Primeiramente, procedeu-se à correção das questões em que foram solicitados alguns alunos para lerem as suas respostas. Em segundo lugar, as opções corretas foram projetadas através de powerpoint para assim terem o registo do exercício correto nos cadernos diários. A seguir, e para que haja uma maior consolidação dos conhecimentos aprendidos, projetou-se, uma vez mais com a utilização do powerpoint, ferramenta essencial nas nossas aulas, uma síntese dos episódios estudados onde os discentes registaram no seu caderno apenas alguns aspetos referenciados pela professora. Na conclusão da lição, projetamos duas imagens referentes ao jornalismo sensacionalista e foi pedido aos discentes que as observassem e interpretassem, justificando as suas respostas. Solicitamos, ainda, que as relacionassem com os episódios estudados (jornais A Tarde e A Corneta do Diabo) versus a atualidade, evidenciando o sensacionalismo jornalístico presente quer no século XIX quer no século XXI.

Refletindo sumariamente acerca desta última aula mencionada podemos afirmar que, na sua globalidade, a aula foi positiva pois os alunos revelaram-se participativos. Na verdade, responderam de forma empenhada no exercício de pares proposto pela professora, dado que conseguiram facilmente chegar às respostas. Verifica-se, também, a importância da leitura e análise de alguns excertos, pois para além de desenvolver a sua capacidade de compreensão, estimula-se a sua capacidade leitora. De facto, na projeção da síntese, constatámos que os alunos adquiriram os conteúdos abordados ao longo da lição pois não manifestaram dúvidas. Por outro lado, o vídeo inicial serviu como estímulo de concentração ao estudo da obra, estimulando-os para a leitura integral da obra Os Maias. Contudo, deveríamos ter feita uma exploração mais exaustiva do vídeo escolhido para esta lição e tentar sistematizar os excertos escolhidos para a leitura, uma vez que, por vezes, a aula tornou-se um pouco monocórdica.

67 Acrescentamos ainda que os discentes não tiveram grandes dificuldades na compreensão e na análise dos excertos pois tivemos o cuidado de que quando estes não entendessem as questões colocadas, o docente as reformularia imediatamente.

Em suma, podemos afirmar que todas as aulas de português lecionadas fizeram parte de uma experiência positiva para a nossa prática pedagógica pois tanto os alunos, que se mostraram empenhados e colaboradores, como nós, docentes, que tentámos estar sempre atentos e dedicados ao que estava ao nosso redor. Decerto, a experiência de lecionar proporcionou-nos novos caminhos que até agora nos eram desconhecidos e, com os conhecimentos sábios dos nossos professores orientadores temos agora uma visão com mais sabedoria e foram estes que nos levaram ao rumo da aprendizagem de estratégias, recursos e um olhar especial para aqueles que por norma nos vêm como um exemplo a seguir.

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