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udo está interligado. Com a pandemia enfrentamos uma crise no curto prazo, mas não podemos, por um só instante, esquecer a ameaça a longo prazo que as alterações climáticas representam. E a solução para estes problemas mundiais está fora do alcance de um só país ou região, mesmo daqueles que dispõem de maiores capacidades – temos de atuar à escala do planeta. Temos, por assim dizer, de nos interligar cada vez mais. A nossa diplomacia, os nossos valores, as nossas inovações e investimentos têm de contribuir para solucionar os problemas de todos os habitantes da Terra, ou não servirão para nada.

Atividades de promoção do desenvolvimento como as enunciadas no presente relatório contribuem com a sua quota-parte para a solução.

O Banco Europeu de Investimento assume como suas as políticas da UE, transpondo-as para a economia real, onde quer que atua. No exterior da União Europeia, contratualizou 10 mil milhões de EUR em investimentos em 2020, metade dos quais em África. Acelerou os desembolsos e reviu em alta as ajudas aos projetos em curso. Desde microfinanciamentos a grandes empréstimos a entidades públicas, o BEI concentrou a sua atenção numa resposta rápida à COVID-19 – sem esquecer que acreditamos numa recuperação verde que reoriente as economias e prepare os países em desenvolvimento para um futuro sustentável e resiliente.

No quadro da Equipa Europa e ao lado da Comissão Europeia, o Banco assumiu um sólido compromisso para com o mecanismo COVAX e apoiou uma série de outros investimentos no setor da saúde. Parcerias como a Equipa Europa tornaram-se essenciais para coordenar uma atuação rápida e decisiva de diversas organizações e até mesmo continentes. O resultado é uma maior eficácia e um impacto reforçado no terreno, que se traduz na melhoria das condições de vida e no salvamento de vidas humanas. Dado que todos fomos de alguma forma afetados pela pandemia, os nossos projetos são a afirmação de que não podemos produzir vacinas apenas para os países industrializados. De facto, a nossa saúde está também interligada à dos nossos semelhantes. Em África, outras doenças representam por vezes uma ameaça efetivamente superior à da COVID-19. Em colaboração com a Fundação kENUP, lançámos um projeto que visa aumentar a produção local de produtos farmacêuticos em África.

Independentemente da pandemia, assistimos à continuação da crise climática e às suas repercussões nos países em desenvolvimento, nomeadamente nos pequenos Estados insulares do Pacífico, que se encontram sob a ameaça premente da subida do nível dos oceanos. A África é a região do planeta que menos contribui para as emissões de gases com efeito de estufa. No entanto, é a mais duramente afetada pelas alterações climáticas. O crescimento demográfico e o progresso económico exigem um rápido aumento do abastecimento de eletricidade, sendo as fontes de energia sustentáveis e a eficiência energética as bases para uma prosperidade a longo prazo. É por tudo isto que a cooperação entre a África e a Europa é tão importante.

A Europa é líder global no setor das energias renováveis, o que coloca os protagonistas europeus na posição ideal para cooperar com a África nos seus esforços para abandonar os combustíveis fósseis e cumprir os objetivos do Acordo de Paris. Os investimentos bem direcionados do BEI podem ajudar na transição ecológica e contribuir para o desenvolvimento social. Por acréscimo, reforçam a capacidade de adaptação das populações e das regiões mais ameaçadas pelas alterações climáticas.

O BEI ambiciona fazer mais em matéria de biodiversidade e adaptação nos países em desenvolvimento e descarbonizar as redes através de projetos que associam muitas vezes as energias renováveis às indústrias digitais em expansão, de que é exemplo a cooperação com a Orange na Guiné, onde os geradores a diesel que alimentam as antenas retransmissoras da telefonia móvel estão a ser substituídos por painéis solares. O Banco continuará a mobilizar investimentos a favor das mulheres empresárias. A iniciativa SheInvest obteve excelentes resultados ao ajudar as mulheres a aceder ao microfinanciamento e a participar nas cadeias de

71 Ambroise Fayolle e Thomas Östros

Vice-Presidentes para o Desenvolvimento valor agrícola. O BEI introduz uma perspetiva de género em projetos que, no passado, não tomavam as mulheres em consideração, como é o caso dos investimentos nos transportes urbanos indianos. Ao garantir a contratação de mulheres motoristas e a existência de viaturas reservadas a mulheres, a intervenção do Banco permite que as mulheres se desloquem sentindo-se em segurança.

O BEI dispõe de uma gama diversificada de instrumentos, nomeadamente garantias para empréstimos, participações diretas e empréstimos sénior, além de prestar assistência técnica na preparação dos projetos.

Investe igualmente em fundos que ajudam as pequenas empresas africanas e em fundos que concretizam projetos inovadores no domínio das energias renováveis em todos os países em desenvolvimento. Em todos os setores, o BEI dispõe de um conjunto de instrumentos diversificado, porque, ainda que todos estejamos interligados, nem todos somos iguais. A nossa abordagem é suficientemente diversificada para ter em conta esta realidade.

Os países em desenvolvimento fazem parte integrante dos objetivos climáticos que nos propusemos no decurso do ano transato. A segurança face às alterações climáticas é semelhante a todos os nossos demais objetivos, desde a prosperidade económica até uma melhor saúde e sociedades mais inclusivas: enquanto uma parte da Humanidade estiver longe de os alcançar, a qualidade de vida de todos fica diminuída. No Banco Europeu de Investimento, temos ambições para a Europa e para o mundo inteiro.

O Banco Europeu de Investimento assume como suas as políticas da

UE, transpondo-as para a economia real, onde quer que atua.

PARA LER MAIS SOBRE O BEI E O DESENVOLVIMENTO

www.eib.org/development

O Banco Europeu de Investimento é o banco da UE, que tem por acionistas os 27 Estados-Membros da União Europeia. Embora desenvolva a maior parte da sua atividade no território da União, o BEI investe anualmente cerca de 10 mil milhões de EUR para além das suas fronteiras, o que faz do Banco uma das maiores instituições de desenvolvimento do mundo. O BEI apresenta desde sempre um relatório sobre estes investimentos a nível mundial em diversas publicações; porém, no corrente ano, publica pela primeira vez o Relatório do BEI sobre o Desenvolvimento, que sintetiza todas as realizações do Banco no exterior da União Europeia. O presente documento, de leitura fácil e detalhada, relata a história do nosso trabalho em todo o mundo, desde os países vizinhos mais próximos da Europa até aos Estados frágeis e aos países menos desenvolvidos. Trata-se de um registo do impacto e da eficácia em áreas não contempladas por qualquer outra instituição de desenvolvimento à escala europeia.

PT 08/2021 eBook: ISBN 978-92-861-5054-8

print: ISBN 978-92-861-5004-3 html: ISBN 978-92-861-4997-9 pdf: ISBN 978-92-861-5000-5

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