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É POSSIVEL O USO DO CINEMA COM FILMES DE SUPER-HERÓIS COMO

Vivemos em um período tecnológico em que somos bombardeados por imagens todos os dias. Sejam elas, imagens naturais ou imagens geradas pela televisão, celular, computadores, fotografias etc. Essas imagens geradas, já fazem parte do nosso cotidiano.

No entanto, não é pelo fato de termos essa relação com as imagens em nosso cotidiano que temos habilidades para ler as imagens que nos são apresentadas. É necessário compreender as imagens para que possamos trabalhar com elas da melhor forma.

Muitas vezes o uso desse recurso é para substituir a ausência do professor. Isso poderá comprometer o prazer do estudante em ver o filme. De acordo com Silva, Silva e Soares (2013):

O filme não deve funcionar como substituto do professor, mas como auxílio na proposta de levar o jovem a observar os fatos através de outra dimensão, para isso é necessário que o educador busque obras atualizadas que se integrem à realidade do educando (SILVA, SILVA; SOARES, 2013, p. 3)

É necessário que se dê ferramentas para os estudantes compreenderem a utilização desse recurso naquele determinado horário. O estudante deve estar habilitado, conseguir ter produtividade. De acordo com Napolitano (2005) apud Araújo (2007):

A utilização do cinema na escola pode ser inserida, em linhas gerais, num grande campo de atuação pedagógica. Uma das justificativas mais comuns para o uso do cinema na educação é que o cinema motiva para o processo de aprendizagem. Entendamos que esta metodologia por si só não resolverá a problemática da educação no Brasil. (NAPOLITANO, 2005, p. 12. apud ARAÚJO, 2007, p. 3)

Trabalhar com o recurso cinema na sala de aula é possível, desde que haja um planejamento adequando para essa estratégia, sendo essencial que professor, assista o filme anteriormente e analise os conteúdos viáveis de serem abordados com o filme escolhido. É recomendado que se estabeleça a prática de interdisciplinaridade, para que haja atenção e envolvimento dos estudantes que assistirão ao filme.

45 Por meio da programação das atividades, o trabalho com o cinema na sala de aula, se torna mais efetivo. O professor pode provocar os estudantes, na ocasião em que ele apresenta o filme que será exposto. Dessa forma, o estudante se torna mais curioso, o que aumentará atenção aos detalhes do filme, raciocine melhor em cima da história apresentada e se torne mais crítico em relação ao conteúdo apresentado.

O filme selecionado precisará estar de acordo com a faixa etária dos estudantes envolvidos. O professor deverá elaborar os objetivos almejados por ele com essa prática. No processo em que o filme é transmitido aos estudantes, o professor poderá deixar algumas questões escritas no próprio quadro da sala de aula ou em listas para serem desenvolvida em casa.

Sobre o uso do cinema como recurso Silva, Silva e Soares, (2013, p. 4) dizem que é “uma ferramenta para enfatizar a diferença entre a realidade e a ficção e contribuir para um olhar mais crítico, tanto num aspecto histórico, como na possibilidade de contextualização do estudante, de crescimento intelectual dele.”

Após a exibição do filme, a formação de debates se torna bem interessante, pois o professor tem a oportunidade de conhecer como o estudante compreende e qual a opinião dele em relação ao conteúdo trabalhado no vídeo. De acordo com Christofoletti (2009):

O cinema é um recurso aceito pela maioria dos alunos, conforme relato dos docentes, e ele é usado geralmente no ambiente escolar, durante o horário das aulas. Os docentes afirmam preferir documentários a filmes de ficção, mas contradizem-se ao mencionar no final da pesquisa mais títulos do segundo. O recurso ao cinema não é massivo, até porque os professores consideram que os filmes oferecem contribuição moderada para o aprendizado, servindo muito mais para envolver os alunos nas temáticas e conteúdo. Logo, o cinema é mais motivacional. Não se trata de um artifício para recreação do alunado, mas de uma estratégia — geralmente — planejada e articulada com os planos de ensino, mas com finalidades paradidáticas. A grande parte dos professores confirma que não tem domínio de teorias cinematográficas, mas essa ausência não inibe o recurso à exibição de filmes em aula. (CHRISTOFOLETTI, 2009, p. 612)

A proposta de trabalhar com filmes de ficção como, por exemplo os super-heróis é motivacional e interessante. Mesmo que alguns professores não tenham preferência em trabalhar com esse tipo de filme e prefiram documentários, pois, pode ser trabalhada boa parte das disciplinas do ensino fundamental e médio.

A disciplina de arte, por exemplo, poderia trazer a inspiração das mitologias que envolvem os personagens e as cores que têm uma tendência em cada protagonista. A disciplina religião seria capaz de trabalhar alguns heróis que são chamados de Deuses, e isso daria um ótimo debate. Nas línguas estrangeiras e na língua portuguesa, os professores

46 poderiam trabalhar as formas de linguagem das HQ’s, nacionais e internacionais desses personagens apresentados nos filmes.

As disciplinas de história e filosofia poderiam criar debates e projetos sobre processo histórico dos super-heróis, trazendo a parte mitológica na qual serviu de inspiração na criação desses personagens. Inclusive o momento relevante em que esses heróis foram criados pode ser importante nesse processo. As disciplinas de geografia e sociologia desenvolveriam projetos nos quais a visão política e social tenha destaque a partir do filme apresentado.

De acordo com Silva, Silva e Soares (2013, p. 7) “a partir das cenas exibidas na obra cinematográfica é possível construir novos conhecimentos.” Sendo assim, é fundamental que o professor que utilize essa prática, faça o planejamento e acompanhe todo o processo da passagem do filme, pontuando as cenas que tiver maior relevância para o objetivo proposto.

Os jovens e crianças têm acesso exagerado às informações, às redes sociais, e recursos tecnológicos que vão de jogos a séries de televisão. Os super-heróis por exemplo, utilizam recursos da tecnologia nas armas utilizadas por eles e na possibilidade de execução de poderes fictícios, além da alta tecnologias que suas roupas ou armaduras possuem. Os filmes com esses personagens, promovem discussões científicas sobre essas tecnologias estimulando aulas mais atrativas.

Ao trabalharmos com disciplinas que envolvem o campo científico, por exemplo a disciplina de química, é necessário ter o conhecimento prévio do filme (ou seja, o professor deverá conhecer e compreender as cenas do filme) e, ao refletir sobre a cena escolhida como relevante, relacionar com o conteúdo proposto, como por exemplo no filme da “Mulher

Maravilha” (2017) em que a bala é pulverizada no bracelete que ela usava. Pode-se perguntar

sobre o metal que compõe o bracelete, as substâncias presentes na bala, a química presente nas armas que ela utiliza etc.

Cada filme que traz um personagem de ficção pode ser aproveitado para trabalhar uma diversidade de conteúdos científicos como no exemplo da Mulher Maravilha, os conteúdos de química mais relevantes nesse exemplo seriam as propriedades dos metais e ligas metálicas. Se o personagem fosse “O Homem de Ferro” (2008) poderíamos trabalhar física, questionando as colisões sofridas pelo homem de ferro que não danificam o homem que está dentro da armadura, pois, se comparássemos os choques sofridos por esse personagem em um automóvel, ele poderia nem sobreviver. É necessário que o professor promova a ciência em suas explicações permitindo melhores relações dos estudantes com esse tipo de gênero do cinema como mostram Cunha e Giordan (2009):

47 Os filmes que podem ser levados à sala de aula com o objetivo de discutir as imagens da Ciência e do cientista que são veiculadas em filmes comerciais de ficção científica. A sugestão é que o professor leve para sala de aula filmes de diferentes épocas e discuta com seus alunos como a Ciência é apresentada, o que é cientificamente passível de acontecer, qual o momento histórico em que o filme foi produzido e, especialmente, qual o momento histórico em que a Ciência se apresentava na época em que determinado filme foi produzido. Essas discussões levarão os alunos a formar uma opinião crítica sobre a mídia e eles possivelmente começarão a ver os filmes de ficção científica e de Ciência com um olhar bem mais criterioso. Dessa forma, a contextualização histórica da Ciência permitirá reconhecê- la como construto humano, suscetível às determinações que extrapolam o laboratório. Para o professor, é importante fazê-lo reconhecer a presença de múltiplas vozes na obra cinematográfica, por meio das quais é possível estabelecer relações mais ou menos diretas com as visões de Ciência de cada época. (CUNHA; GIORDAN, 2009, p. 10)

De acordo com Cunha e Giordam os filmes de ficção escolhidos para trabalhar em sala de aula com o objetivo de conhecer a ciência ou os cientistas, possuem um propósito comercial, sendo tarefa do professor o desafio de preparar a base científica do estudante proporcionando que ele, seja mais observador, desenvolva uma opinião mais crítica, saiba argumentar sobre questões importantes da mídia que foi apresentada e selecione melhor as obras cinematográficas nas suas escolhas.

48 CAPÍTULO 2

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MÉTODOS

“Todos têm o seu método tal como todos têm a sua loucura; mas só consideramos sensato aquele cuja loucura coincide com a da maioria.”

Miguel Unamuno

Esse capítulo está dividido em quatro partes:

Caracterização do Método, nesse tópico é apresentado o estudo de caso

Desenvolvimento das atividades do projeto, que faz um resumo geral de tudo que foi feito e

pensado para que o trabalho fosse realizado.

Instrumento de coletas de dados, explica com mais detalhes os instrumentos escolhidos para

a realização da pesquisa.

Categorias de análise encontradas, em que são apresentadas as categorias de análises

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