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2.7 EQUIPAMENTOS DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA

2.7.6 Postes

A iluminação pública utiliza-se dos postes das concessionárias de energia para fazer a grande maioria da iluminação das vias. Em alguns casos, são utilizados postes independentes para fazer a iluminação, principalmente em praças, rotulas, espaços públicos, avenidas, pontes, monumentos históricos. A utilização dos postes independentes da rede de distribuição das concessionárias pode ocorrer algumas vezes por questões estéticas, por não poluírem os espaços públicos e agregarem a utilização da iluminação de forma a colaborar com os aspectos arquitetônicos de cada lugar, conforme demonstrado na Figura 12.

Figura 12 - Postes Ornamentais Para Iluminação Pública

2.8 PARCERIA PÚBLICO-PRIVADO – PPP

Todos os serviços de iluminação pública, de acordo com a legislação, devem ser prestados pelas prefeituras, seja de forma direta ou terceirizada. Segundo pesquisa do Banco Mundial, metade das cidades brasileiras terceirizam os serviços de manutenção, seja pela modalidade de licitação estabelecida pela Lei nº 8.666 ou Pregão (Lei nº 10.520/01). As PPPs servem para contratos de gestão de iluminação pública em que as atividades incluem manutenção, operação e modernização, principalmente esta última, quando realizada com luminárias LED, necessita de altos investimentos financeiros.

No intuito de atender essas necessidades, está disponível para a Administração Pública a opção de uma nova modalidade para outorgar os serviços de iluminação pública, seja eles por meio de uma concessão administrativa ou parceria público-privada.

Gráfico 3 - Responsabilidade Pela Manutenção De Iluminação Pública (% Dos Municípios)

Fonte: Banco Mundial (2016).

Segundo Ribeiro (2018), o modelo PPP seria a melhor solução aos municípios.

O modelo de PPP é o melhor para os municípios, pois é o único que permite a amortização de investimentos para a imediata modernização do parque de iluminação pública. O segmento de iluminação está sendo atravessado por um período de transformação tecnológica, capitaneado pelo LED, que é muito mais eficiente se comparado a outros tipos de lâmpadas. Levando em consideração que os equipamentos de iluminação pública das cidades brasileiras são obsoletos e necessitam de uma troca completa, o LED geraria uma economia de energia considerável, que pode ser suficiente para custear os investimentos necessários para a troca do parque de IP, tornando o serviço de melhor qualidade e bem mais barato.

Como citado acima, a gestão da PPP se torna a mais interessante para o município, já que permite a realização de contratos mais longos (20 a 30 anos) e abre a possibilidade para que não se dependa exclusivamente dos recursos públicos dos municípios. As PPPs para iluminação pública podem proporcionar o uso mais racional dos recursos públicos e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Um município bem iluminado oferece mais segurança, criando um ambiente favorável para que as empresas invistam e contribuam com a geração de emprego e renda (BRAGA, 2019).

Segundo Cabral (2017), o ponto chave das PPPs está na parte econômica, por possuírem a Contribuição de Custeio de Iluminação Pública (COSIP), portanto a fonte de renda existe e com isso é revertido em investimentos na gestão, manutenção e modernização do parque de iluminação pública dos municípios. Foi realizado um estudo que mapeou os municípios que possuem a contribuição. De acordo com Cabral (2017), dos 5.565 municípios analisados, 2,8 mil cobram o tributo e mais de 1.250 mostram viabilidade financeira para atrair empresas interessadas em participar de uma PPP, mostrando o potencial de crescimento das PPPs de iluminação pública no Brasil.

Uma preocupação cada vez mais constante com o avanço das cidades e a necessidade de iluminação, traz consigo um problema cada vez mais recorrente, a poluição luminosa. O interesse por esse tema tem crescido em vários campos da ciência, estendendo-se desde a astronomia até as ciências ambientais e humanas. Tal como qualquer outro tipo de poluição, esta iluminação desnecessária apresenta consequências não só ao nível do ambiente, mas também na qualidade de vida dos seres vivos, incluindo o ser humano (LONGCORE; RICH, 2004; THURBER, 2009), assim como na economia e, especialmente, no céu noturno, prejudicando as observações astronômicas.

O impacto da poluição luminosa nos seres vivos é evidenciado em estudos sobre comportamento e orientação animal, interações competitivas, relações predador-presa, fisiologia animal e comportamento reprodutivo (GARGAGLIONI, 2007). As iluminações artificiais noturnas também podem atrair, fixar ou repelir animais e podem conduzir à extinção local de espécies (LONGCORE; RICH, 2004). As plantas também sofrem com este problema, pois são acometidas por um desequilíbrio no processo de fotossíntese (LONGFELLOW, 2009). Além disso, a luz artificial durante a noite e a Poluição luminosa pode afetar negativamente a saúde humana, aumentando os riscos de cancro e doenças autoimunes e infeciosas, assim como perturbações do sono e do ciclo circadiano (BLASK, 2009). A adequação do parque de iluminação para a norma 5101:2018 tem por característica a introdução de luminárias LED que trazem consigo o intuito de diminuir esse problema e diminuir a poluição luminosa.

De acordo com Fraga (2019), atualmente existe um descompasso entre energia real consumida pela iluminação pública e o consumo pago às concessionárias de energia. Nos dias atuais, o pagamento da conta de energia referente à iluminação pública é calculado seguindo a Resolução nº 414 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Ela prevê que as prefeituras tenham os pontos de iluminação cadastrados com informação das potências, sendo que o período de operação é fixado pelo órgão regulador federal em 11 horas e 24 minutos, podendo sofrer alguma alteração em algumas cidades. Assim, por estimativa, é calculado o valor do consumo desses pontos, a potência pelo período de operação. Se um ponto na rua estiver apagado, independentemente de estar funcionando ou não, a prefeitura pagará à distribuidora de energia elétrica da mesma forma. Ao não gerenciar a iluminação pública devidamente, o erário e a população pagam por um serviço sem utilizá-lo plenamente.

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