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CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA Intervalo (m/d) Índice

4.7 Recarga do Aquifero (Balanço Hídrico).

4.8.8 Potássio (K + )

Apesar de o potássio e o sódio pertencerem ao mesmo grupo dos metais alcalinos, seus comportamentos nos processos de solubilização são diferentes. O potássio é o sexto colocado na escala de abundância dos metais nas rochas ígneas. Entretanto ocorre em pequenas quantidades ou está ausente nas águas subterrâneas, devido à sua participação intensa em processos de troca iônica, além da facilidade de ser adsorvido pelos minerais de argila e, ainda, de seus sais serem bastante utilizados pelos vegetais (FEITOSA et al., 2008).

O potássio encontra-se principalmente nos feldspatos (ortoclásio, microlina – KAlSi3O8), nas micas (muscovita, biotita), na leucita (KAlSi2O6), e em menores quantidades na nefelina. Está sendo liberado das rochas por intemperismo, como o sódio, mas é facilmente adsorvido pelas argilas (ex. ilita) e participa na formação de minerais secundários. Participa no ciclo biológico como elemento nutritivo importante das plantas e muitos fertilizantes artificiais são produzidos a base de potássio (FENZL, 1986).

4.8.9 Cálcio (Ca+2)

Os sais de cálcio possuem de moderada a elevada solubilidade, sendo muito comum precipitar como carbonato de cálcio (CaCO3) (FEITOSA et al., 2008).

É um dos principais constituintes nos sistemas de água doce e o principal íon responsável pela dureza, junto com o magnésio, às vezes, o ferro II, comumente representada por um precipitado formado pelo sabão na água dura (MANAHAN, 2013). É comum o sal de cálcio precipitar como carbonato de cálcio (CaCO3), que aumenta sua solubilidade na presença de sais de Na+ e K+. Ocorrem em minerais de calcita, aragonita, dolomita, plagioclásio e apatita. Nas águas subterrâneas seus teores variam, geralmente entre 10 e 100 mg/L.

4.8.10 Magnésio (Mg+2)

Encontra-se em minerais como magnesita, biotita, granada, hornblenda, clorita, alanita e olivina. Apresenta propriedades similares ao cálcio, contudo, é mais solúvel e de difícil precipitação, fazendo-a sob a forma de bicarbonato. Juntamente com o cálcio, é responsável também pela dureza da água, produzindo um gosto salobro às mesmas. Apresentam teores frequentes nas águas subterrâneas no intervalo de 1 a 40 mg/L (MANAHAN, 2013).

4.8.11 Ferro (Fe)

É um dos elementos principais das rochas magmáticas e se encontra basicamente nos piroxênios, anfibólios, biotita, magnetita e andratita. Os processos de intemperismo liberam o ferro da rocha original e o introduzem no ciclo geoquímico (FENZL, 1986).

Ocorre geralmente associado ao manganês, causando um sabor amargo e uma coloração amarelada à água, ocasionado pela sua precipitação quando oxidado. O ferro e o manganês estão presentes nas formas insolúveis Fe+3 e Mn+4 numa grande quantidade de tipos de solos. Na ausência de oxigênio dissolvido (ex: água subterrânea ou fundos de lagos), eles se apresentam na forma solúvel Fe+2 e Mn+2. Caso a água contendo as formas reduzidas seja exposta ao ar atmosférico (ex: na torneira do consumidor), o ferro e o manganês voltam a se oxidar às suas formas insolúveis, Fe(III) e Mn (IV), o que pode causar cor na água, além de manchar roupas durante a lavagem. A origem natural se dá pela dissolução de compostos do solo. E a antropogênica por despejos industriais (von SPERLING, 1996).

A água pode adquirir ferro pelo contato com o revestimento do poço, partes da bomba e encanamentos. Quanto mais corrosiva, mais dissolve ferro das superfícies com as quais estabelece contato. A água acumulada e um poço que permaneceu inativo acusa maior teor de ferro que o da água do aquífero. A química do ferro na água é complexa. Duas espécies de cátions ferro ocorrem comumente. Um é o ferroso e o outro é o férrico. O ferro no estado ferroso é instável em presença do ar, mudando para o estado férrico quando a água que o contém é exposta ao ar: os íons ferrosos se oxidam, tornando- se férricos.

Águas contendo ferro favorecem a proliferação das bactérias de ferro, como a crenothrix. A proliferação é tão abundante nos encanamentos de água, nos sistemas de recirculação e em outros lugares, que promovem uma notória ação obstrutiva e a redução da vazão (CETESB, 1974).

4.8.12 Bicarbonato (HCO3-) e Carbonato (CO32-)

O bicarbonato se precipita com facilidade como bicarbonato de cálcio, e varia entre os teores de 50 a 350 mg/L, podendo chegar a 800 mg/L em águas doces. A quantidade relativa do carbonato é função do pH e do conteúdo de gás carbônico, na água. Baixas quantidades são observadas em águas doces, quando comparada ao bicarbonato, só excedendo este quando o pH for igual ou superior a 10 (MANAHAN, 2013).

4.8.13 Cloreto (Cl-)

Todas as águas naturais, em maior ou menor escala, contêm íons resultantes da dissolução de minerais. Os cloretos (Cl-) são advindos da dissolução de sais (ex: cloreto de sódio). São originados naturalmente por dissolução de minerais e intrusão de águas salinas. Os despejos domésticos e industriais e as águas utilizadas em irrigação são responsáveis pela origem antrópica. Em determinadas situações, imprime sabor salgado à água (von SPERLING, 1996).

Os cloretos são abundantes na água do mar. As rochas ígneas são pobres em cloretos. O teor de cloretos em água subterrâneas nas regiões úmidas é baixo, comumente inferior a 5 pppm, a menos que o aquífero tenha sido contaminado pelo mar. Onde os poços próximos da costa ou ao longo dos rios salobros são bombeados intensamente, alguma água marinha pode penetrar no aquífero de água doce. O registro continuo do teor de cloretos das amostras de água dos poços fornece informação da ocorrência ou não da contaminação do aquífero (CETESB, 1974).

O cloreto, em geral, é muito solúvel e muito estável em solução, logo, dificilmente precipita. Não oxida e nem se reduz em águas naturais. A alta solubilidade e o lento movimento das águas nos aquíferos vão provocando aumentos gradativos e constantes dos teores de cloretos nas águas subterrâneas na direção do fluxo (FEITOSA et al., 2008).

4.8.14 Nitrogênio (N)

Segundo von Sperling (1996), dentro do ciclo do nitrogênio na biosfera, este alterna-se entre várias formas e estados de oxidação. No meio aquático, o nitrogênio pode ser encontrado nas seguintes formas: (a) nitrogênio molecular (N2), escapando para a atmosfera, (b) nitrogênio orgânico (dissolvido e em suspenção), (c) amônia (NH3), (d) nitrito (NO2-) e (e) nitrato (NO3-). As fontes naturais de nitrogênio se dão por conta dos constituintes de proteínas, clorofila e vários outros compostos biológicos. As de origens antrópicas se dão devido despejos domésticos e industriais, excrementos de animais e fertilizantes. O nitrogênio na forma de nitrato está associado a doenças como a metahemoglobinemia (síndrome do bebê azul).

- O nitrogênio é um elemento indispensável para o crescimento de algas e, quando em elevadas concentrações em lagos e represas, pode conduzir a um crescimento exagerado desses organismos (processo chamado eutrofização).

- O nitrogênio, nos processos bioquímicos de conversão da amônia a nitrito e deste a nitrato, implica no consumo de oxigênio dissolvido do meio (o que pode afetar a vida aquática).

- O nitrogênio na forma de amônia livre é diretamente tóxico aos peixes.

- Em um corpo d’água, a determinação da forma predominante do nitrogênio pode fornecer informações sobre o estágio da poluição (poluição recente está associada ao nitrogênio na forma orgânica ou de amônia, enquanto uma poluição mais remota está associada ao nitrogênio na forma de nitrato).

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