• Nenhum resultado encontrado

dados para gestão rodoviária

3.2. Potencialidades dos SIG como ferramenta de apoio à gestão de pavimentos

Os SIG são essenciais do ponto de vista da associação de informação, isto porque, permitem a representação gráfica de informação de natureza espacial, com associação de informações alfanuméricas. Neste sentido, os SIG facilitam a análise, gestão e reprodução do espaço e dos

fenómenos, permitindo efetuar estas operações de uma forma clara, rápida e sofisticada, tendo em conta a realidade do espaço geográfico representado, auxiliando assim a intervenção no mesmo. Desta forma, de entre as principais potencialidades dos SIG, é possível salientar:

 a diversidade de formatos em que a informação geográfica pode ser inserida no sistema;

 a variedade de áreas de aplicação deste tipo de sistemas.

De entre a diversidade de formatos em que a informação geográfica pode ser inserida no sistema, destacam-se o formato vetorial e o formato raster. Na Tabela 3.1 encontram-se apresentadas algumas vantagens e desvantagens da utilização de cada um dos referidos formatos (Pina, et al., 2000), (Câmara, et al., 2001), (Dias, 2003), (Matos, 2006).

Tabela 3.1- Vantagens e Desvantagens do formato vetorial e do formato raster.

Tipo de

formato Vantagens Desvantagens

Formato Vetorial

-Boa representação dos modelos de dados; -Os elementos que descrevem o fenómeno apresentam-se sob a forma de objetos discretos (pontos, linhas ou polígonos); -Estrutura de dados compacta;

-Topologia descrita de forma explícita; -Transformação de coordenadas simples; -Representação gráfica precisa em qualquer escala;

-Facilidade em atualizar a generalidade de atributos dos dados inseridos;

-Facilidade de associar atributos a elementos gráficos;

-Armazenamento mais eficaz devido ao facto de o mesmo ser efetuado por coordenadas;

-Disponibilidade em relacionar diferentes objetos.

-Estrutura de dados complexa; -Combinação de várias redes de polígonos por interseção ou sobreposição difícil de realizar; -Processos de interação espacial mais complicado;

-Problemas com erros geométricos; -Representação indireta de

fenómenos contínuos; -Álgebra de mapas limitada; -Equipamento de Software e Hardware normalmente mais caros, quando comparados com os

necessários para o formato raster; -A sobreposição de distintos mapas vetoriais é de elaboração lenta; -Não é compatível com dados obtidos por Detenção Remota.

87

Continuação da Tabela 3.1- Vantagens e Desvantagens do foamato vetorial e do formato raster.

Tipo de

formato Vantagens Desvantagens

Formato Raster

-Estrutura de dados simples;

-Organiza os fenómenos numa grelha de células, denominadas por pixéis;

-Compatível com dados obtidos a partir de dados de Scanners e Deteção Remota; -Manipulação de dados de forma simples; -Possibilidade de um número variado de análises espaciais;

-Modelos matemáticos simples devido à forma simples e regular das entidades espaciais;

-Requer tecnologia barata;

-Processamento de algoritmos de forma rápida e eficaz;

-Boa representação de fenómenos que variam de forma contínua;

-Simulação e modelagem fáceis de efetuar.

-Grande volume de dados;

-Requer uma elevada capacidade de armazenamento;

-Adequado para pequenas escalas, inferiores a 1:25000, isto porque a utilização de pixéis de maior tamanho, de forma a reduzir o tamanho dos ficheiros, leva a uma perda de resolução e por

consequência, a uma perda da qualidade de informação; -Transformação de coordenada difícil, em termos de tempo; -Armazenamento efetuado por matrizes;

-Associa atributos apenas à imagem.

Outra das potencialidades deste tipo de sistemas é, como já referido, a variedade de áreas em que pode ser aplicado, sendo no entanto difícil apresentar um levantamento exaustivo das mesmas, estando a utilização de informação geográfica focada em 5 grandes domínios (Matos, 2006), sendo eles:

 Informação cadastral e infraestruturas;  Planeamento e gestão de recursos naturais;  Modelação espacial e temporal;

 Visualização de informação geográfica;  Navegação.

Sendo os SIG aplicáveis a diversas áreas, estes apresentam uma grande utilidade na área de gestão e conservação dos pavimentos rodoviários. Isto deve-se ao facto de as instituições responsáveis pela gestão dos pavimentos rodoviários terem cada vez mais a necessidade de manter atualizada a informação sobre o estado dos pavimentos, quer devido a um aumento de exigência por parte dos utentes, colocando as instituições num maior controlo, quer pela

necessidade de gerir a aplicação dos recursos financeiros, muitas vezes escassos para as reais necessidades de intervenção.

A aplicação dos SIG como ferramenta de apoio à gestão e conservação dos pavimentos apresenta grandes vantagens em termos de visualização e organização da informação sobre os mesmos, facilitando assim a interpretação dos dados obtidos de forma a determinar a qualidade dos pavimentos. Atualmente as exigências em relação à qualidade dos pavimentos justificam os investimentos na aquisição de inovadores e eficientes mecanismos de aquisição, tratamento e visualização de dados, sendo neste sentido, que os SIG se apresentam como uma ferramenta muito importante para este tipo de instituições.

Na gestão dos pavimentos rodoviários, os SIG podem ser usados nas seguintes operações:  integração de cadastro alfanumérico através de georreferenciação dos elementos a

cadastrar;

 criação de base de dados espacial, isto porque, a aplicação da base de dados tem sempre associada a posição geográfica;

 identificação, qualificação e quantificação dos elementos da malha rodoviária. Com base nas operações que são possíveis executar com os SIG, é possível criar e manter atualizado um cadastro de estradas, onde se identificam e se relacionam as informações relevantes sobre a mesma, como por exemplo:

 informações sobre as características físicas da estrada (desenvolvimento da mesma, características do seu perfil transversal, estado de conservação dos pavimentos, bermas, passeios, etc.);

 equipamentos;

 dados sobre obras de arte;  expropriações;

 uso do solo;

 condições ambientais;  topografia;

 hidrologia;

 localização e dados sobre acidentes, portagens e tráfego, entre outros.

Em Portugal, este tipo de sistemas tem sido aplicado sobretudo na gestão dos pavimentos rodoviários, mas também no auxílio à:

 identificação dos “ pontos negros” de acidentes, de forma a reduzir a ocorrência dos mesmos, com base na informação cadastral;

89

 análise das operações e dos seus impactos, em zonas de obras;

 quantificação de recursos necessários para a manutenção de uma via tendo em consideração o volume de tráfego e as informações operacionais anteriores;

 localização e gestão da sinalização rodoviária e dos dispositivos de segurança da estrada;

 criação de mapas e de outras representações gráficas.