A Prática Supervisionada na Educação Pré-Escolar foi realizada durante o segundo semestre do 1º ano deste Mestrado, esta decorreu entre 9 de março e 25 de junho de 2015, na Instituição Dr. Alfredo Mota, com crianças de três anos de idade. No início do estágio houve duas semanas de observação e adaptação às crianças e à instituição, a PSEPE teve a duração de 12 semanas. Ao longo da prática pedagógica, duas semanas foram trabalhadas em conjunto com o par pedagógico e as restantes foram de implementação individual.
Nos pontos seguintes serão apresentados cronogramas referentes às semanas de cada estagiária, o conteúdo temático abordado por cada elemento ao longo das semanas de implementação, o percurso de ensino e aprendizagem e reflexões de grupo e individuais.
1.1.Cronograma e temas da Prática Supervisionada na EPE
Tabela 3 – Cronograma e temas abordados na Prática Supervisionada em Educação Pré- Escolar. Semana 1 (9 a 12 de março de 2015) Semana de Observação Semana 2 (16 a 19 de março de 2015) Semana de Observação Semana 3 (23 a 26 de março de 2015)
Semana de grupo- Raquel Grilo e Sara
Tema- A Primavera/ Dia da árvore Semana 4
(13 a 16 de abril de 2015)
Semana individual - Sara
Semana 5
(22 e 23 de abril de 2015)
Semana individual- Raquel Grilo
Tema- Visita a uma padaria Semana 6
(27 a 30 de abril de 2015)
Semana individual- Sara
Semana 7
(4 a 7 de maio de 2015)
Semana individual- Raquel Grilo
Tema- Higiene do corpo
Semana 8
(11 a 14 de maio de 2015)
Semana da responsabilidade da Educadora
Semana 9
(18 a 21 de maio de 2015)
Semana individual- Sara
Semana 10
(25 a 28 de maio de 2015)
Semana individual- Raquel Grilo
Semana 11
(1 a 4 de junho de 2015)
Semana individual- Sara
Semana 12
(8 a 11 de junho de 2015)
Semana de grupo- Raquel Grilo
Tema- Os sentidos Semana 13
(15 a 18 de junho de 2015)
Semana individual- Sara
Semana 14
(22 a 25 de junho de 2015)
Semana individual- Raquel Grilo
Tema - Os Santos Populares
1.2. Apresentação Global das Atividades Desenvolvidas
Ao longo das semanas de Prática Supervisionada em Educação Pré-Escolar tínhamos que elaborar um plano semanal (Apêndice A) onde identificávamos o tema que iríamos abordar nessa semana, as áreas de conteúdo, os conteúdos e os objetivos. Para cada dia que executávamos a nossa prática pedagógica tínhamos que apresentar um plano diário (Apêndice B) que continha os conteúdos, as atividades, os materiais necessários e as estratégias que iriamos adotar na execução das atividades.
Apesar do Projeto de Investigação não ser desenvolvido na PSEPE, escolhi o plano diário do dia 25 de maio de 2015 ( Apêndice B), pois consegui trabalhar de uma forma indireta os estereótipos de género através do livro “O Nabo Gigante”, de Alexis Tolstoi, com ilustrações de Niamh Sharkey.
Durante e após a leitura, coloquei algumas questões às crianças relativas à história e ilustrações. Uma das questões foi “porque terá sido a velhinha a fazer a sopa e não o velhinho?“, o que levou a algumas respostas dos alunos como por exemplo: “a mulher cozinha melhor que o homem”, ”em casa quem cozinha é a mãe”, “se o velhinho vai para a horta, a velhinha tem que fazer o comer, porque ele depois vem muito cansado”.
É possível perceber que, desde cedo, as crianças criam uma imagem sobre o papel de género e muitas vezes guiam-se por estereótipos. Desde cedo criam uma ligação forte com o sujeito parental, adotando os seus comportamentos, valores e atitudes.
1.3. Reflexão Global da Prática na EPE
O Estágio em Educação Pré-Escolar começou em março de 2015, com duas semanas de observação, em que observámos a rotina da sala para que depois na intervenção pudéssemos agir conforme a rotina a que o grupo de crianças estava habituado. Ao longo destas semanas de observação foi possível observar que as crianças já tinham muitos conhecimentos e que eram bastantes desenvolvidas a nível cognitivo, no entanto o facto de serem vinte e três crianças deixou-me um pouco apreensiva quanto ao controlo do grupo.
Terminada a observação, a primeira semana de implementação foi com a minha colega de estágio e desde logo as crianças mostraram interesse e curiosidade em realizar as atividades.
Passada a primeira semana de implementação, começámos a implementá-las individualmente, tendo começado eu na semana seguinte. Essa primeira semana de intervenção foi, na minha opinião, a que correu menos bem, apenas implementei dois dias, no entanto o primeiro dia deixou-me desanimada, pois não consegui ter controlo nas crianças, o que era um dos meios receios, fiquei nervosa, não estava a conseguir fazer o que tinha planeado.
Depois da primeira semana fui-me habituando ao ritmo, ao comportamento das crianças e comecei a ter já mais facilidade em controlar o grupo e sobretudo a ter mais confiança em mim e ultrapassar os meus medos.
Ao longo destas semanas pude sempre contar com algumas críticas construtivas feitas pela educadora, que sempre teve a preocupação de nos ajudar e de saber como nos sentíamos ao longo das semanas de implementação.
Considero que as minhas semanas individuais, apesar de algumas dificuldades, correram bem, adorei fazer o papel da “Doutora Cheira Bem” (personagem criada para explicar a importância da higiene) e da “Dona Jacinta” (personagem idosa do meio rural, tendo sido usada para a leitura da história O Nabo Gigante, de Aleksej Nikolaevič Tolstoj), pois diverti-me imenso e as crianças também. Em relação às crianças, estas responderam sempre de uma forma positiva a tudo o que propus e pude sempre contar com o apoio da educadora, da auxiliar e da minha colega estágio. Neste grupo, existiam crianças muito inteligentes que queriam sempre responder e fazer as atividades, mas também havia crianças mais sossegadas que não gostavam muito de dar nas vistas. Tentei sempre ter em atenção os interesses e bem-estar das crianças e por isso demostraram gostar de mim apesar de ralhar muitas vezes com elas.
Depois de quase quatro meses de estágio em educação pré-escolar, concluo que, aprendi muito e sobretudo adquiri muita prática, ajudou-me sem dúvida a crescer como pessoa e como profissional, senti que progredi bastante desde o início até ao fim da prática.
No geral, foi uma experiência enriquecedora e que me motivou bastante para este nível de ensino.