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Estudo efetuado por Batista (2005, p. 9), sobre práticas de Gestão do Conhecimento (Figura 2), em 28 órgãos da Administração Direta e em seis estatais do Poder Executivo Federal do Brasil2 conclui que:

[...] É bastante evidente que as estatais já deram passos muito mais concretos no sentido de tornar a abordagem proporcionada pela GC uma ação coordenada, institucionalizada e com objetivos, resultados e indicadores concretos. Alguns ministérios, no entanto, já mostram progressos significativos em relação à questão.

No caso das estatais, vale a pena, em particular, destacar que o processo de definição desses objetivos de GC está bem ligado à estratégia da corporação. Iniciativas associadas à inovação, ao compartilhamento de conhecimento, ao desenvolvimento profissional e pessoal do colaborador e à preservação do conhecimento organizacional são as mais preponderantes.

A Figura 2 demonstra que existem 3 (três) práticas de GC com estágio de pelo menos 50% (cinqüenta por cento), já implementadas em todas as organizações públicas estudadas, sendo Fóruns / Listas de discussão em primeiro (75%); Comunidades de Prática em segundo (55%); e Portais / Intranetes/Extranets em terceiro (50%).

2 Órgãos da Administração Direta: Casa Civ il da Presidência da República; Comando da Aeronáutica; Comando

da Marinha; Comando do Exército; Controladoria-Geral da União; Ministério da Defesa; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Ministério da Ciência e Tecnologia; Ministério da Cultura; Ministério da Educação; Ministério da Fazenda; Ministério da Integração Nacional; Ministério da Justiça; Ministério da Previdência Social; Ministério da Saúde; Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério das Cidades; Ministério das Comunicações; Ministério das Minas e Energia; Ministério das Relações Exteriores; Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Ministério do Esporte; Ministério do Meio Ambiente; Ministério do Turismo; Ministério dos Transportes; e Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. – Órgãos estatais: Banco do Brasil; Serviço Federal de Processamento de Dados; Caixa Econômica Federal; Petróleo Brasileiro S.A.; Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos; e Eletrosul Centrais Elétricas S.A.

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Batista (2005, p. 85-86), apresenta os seguintes conceitos para as 3 (três) práticas de gestão do conhecimento com maior percentual de implementação na administração pública brasileira: Fóruns / Listas de discussão; Comunidades de prática; e Ferramentas de colaboração, como portais, intranets e extranets, conforme demonstrado na Figura 2:

Fóruns (presenciais e virtuais)/Listas de discussão: Espaços para discutir, homogeneizar e compartilhar informações, idéias e experiências que contribuirão para o desenvolvimento de competências e para o aperfeiçoamento de processos e atividades da organização.

Figura 2. Estágio de Implantação das Práticas de Gestão do Conhecimento em 28 Órgãos da

Administração Direta e em seis Estatais do Poder Executivo Federal do Brasil. Fonte: Batista (2005, p. 29), Ipea, texto para discussão 1095, jun. 2005.

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[...]

Comunidades de prática/Comunidades de conhecimento: Grupos informais e interdisciplinares de pessoas unidas em torno de um interesse comum. As comunidades são auto-organizadas de modo que permite a colaboração de pessoas internas ou externas à organização; propiciam o veículo e o contexto para facilitar a transferência de melhores práticas e o acesso a especialistas, bem como a reutilização de modelos, do conhecimento e das lições aprendidas.

[...]

Ferramentas de colaboração como portais, intranets e extranets: Portal ou outros sistemas informatizados que capturam e difundem conhecimento e experiência entre trabalhadores/departamentos. Um portal é um espaço web de integração dos sistemas corporativos, com segurança e privacidade dos dados; pode constituir-se em um verdadeiro ambiente de trabalho e repositório de conhecimento para a organização e seus colaboradores, propiciando acesso a todas as informações e as aplicações relevantes, e também como plataforma para comunidades de prática, redes de conhecimento e melhores práticas. Nos estágios mais avançados, permite customização e personalização da interface para cada um dos funcionários.

Como conclusão do trabalho sobre as organizações pesquisadas, Batista (2005, p. 82- 84), afirma que para a massificação da GC na Administração Pública Direta se faz necessário uma política de GC, e para tanto apresenta 17 diretrizes a serem consideradas pelo Ministério do Planejamento e Gestão e pelo Comitê Executivo do Governo Eletrônico, entre as quais estão:

1. Instituir unidades específicas ou comitês formais de GC nos ministérios com as atribuições de propor e implementar estratégia, coordenar ações e disseminar e consolidar práticas.

2.Estabelecer um comitê interministerial – com a participação dos Secretários Executivos dos Ministérios e sob a coordenação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – para definir e implementar uma estratégia de governo de Gestão do Conhecimento. Essa estratégia deverá contemplar mecanismos de compartilhamento de informações e conhecimento entre ministérios de forma que assegure uma articulação mais efetiva entre programas e ações de governo nos níveis federal, estadual e municipal.

3. Criar, em alguns casos em que a GC estiver mais madura, a função de gestor do conhecimento – knowledge management officer – e diretor de gestão do conhecimento – knowledge management officer – no âmbito dos ministérios setoriais.

[...]

6. Assegurar a alocação de recursos financeiros mediante a inclusão no Plano Plurianual de programa voltado para a institucionalização da Gestão do Conhecimento (Programa de Gestão do Conhecimento no Serviço Público). Em outras palavras, como se diz em inglês, putting money where our mouth is, isto é, buscar a coerência entre o discurso e a prática por meio da alocação de recursos financeiros.

7. Assegurar o alinhamento da política de GC em cada organização com suas diretrizes estratégicas definidas no processo de planejamento estratégico. 8. Estabelecer um sistema de reconhecimento e premiação para estimular geração, registro, compartilhamento e transferência do conhecimento internamente e entre os ministérios.

9. Mapear as práticas de GC nos minis térios e promover a cooperação entre eles no sentido de disseminar e consolidar essas ações. Além disso, priorizar

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as seguintes iniciativas: mapeamento dos processos organizacionais; mapeamento das competência organizacionais; estruturação de processo de gestão de competências; estruturação de programa de educação corporativa; e planejamento de infra-estrutura de Tecnologia da Informação para dar suporte à Gestão do Conhecimento organizacional.

10. Estimular o surgimento de comunidades de práticas por áreas temáticas entre servidores e gestores públicos para promover o compartilhamento de informações e conhecimento e boas práticas de gestão.

11. Promover a cooperação entre empresas estatais e órgãos e entidades da Administração Direta com o objetivo de disseminar práticas de Gestão do Conhecimento. [...]

Entre as diretrizes supracitadas, cabe ressaltar a do item 6, que destaca a necessidade de se fazer constar no PPA um programa que vise a “institucionalização da Gestão do Conhecimento no serviço público”, pois, para que os governos possam destinar recursos para tal fim, a legislação exige que tais recursos estejam previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e no planejamento orçamentário dos governos, denominados Planos Plurianuais (art. 4º da Lei Complementar n° 101, de 04/05/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, e art. 165, § 2° CF/1988).

2.3.2 A gestão do conhecimento na administração pública do Estado de Santa Catarina:

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