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3. Descrição do caso de estudo

3.2. Pré-dimensionamento

Antes de iniciar a modelação estrutural para a análise de cargas de modo à realização do projeto de estabilidade foi realizado o pré-dimensionamento dos elementos estruturais consoante a localização do edifício.

Materiais utilizados:

 Betão – Para todos os elementos estruturais da obra: C25/30; fck=25Mpa; ɤc =1,50. Classe de exposição: Corrosão provocada por carbonatação; Designação: XC1 – Ambiente seco ou permanentemente húmido;

 Varões de aço - Para todos os elementos estruturais da obra: A400NR; fyk=400Mpa; ɤs=1,15.

Ações consideradas

O edifício está sujeito a diversas ações horizontais e verticais, ações estas que podem ter caracter de permanente ou variável. Para as ações permanentes teve-se em conta as características dos materiais e os seus pesos próprios [19], segundo as especificações das tabelas técnicas de fabricantes. Para as ações variáveis presentes no edifício, nomeadamente as sobrecargas, teve-se em conta segundo a regulamentação do Eurocódigo 1 [9], em que as sobrecargas de utilização são classificadas de acordo com a categoria do edifício.

Todos os valores de cargas que foram introduzidas nas diferentes zonas do edifício estão descritos na Tabela 1.

Tabela 1 - Valores de cargas aplicados na moradia.

Ações em estruturas Restantes Cargas

Permanentes

Sobrecargas Unidades

Zona Habitável 3 2 kN/m2

Escadas 1,5 3

Garagem para estacionamento 3 2,5

Varandas 3 5

Terraço acessível 3 5

Cobertura ordinária 1,5 0,4

14

Guarda corpos 0,5 0,5 kN/m

Vidro da entrada 0,3 1,2

Viga estética 1,57

Parede exterior global 3

Murete da platibanda 2 2

Pilares de pedra 2,2 kN

Cálculo da ação da Neve

Segundo o Eurocódigo 1 [10], este notabiliza duas condições de análise para a queda da neve. Uma das condições é a ocorrência desta em circunstâncias normais, isto é, uma ocorrência de neve de baixo grau e sem grande acumulação na cobertura. Esta análise considera que a queda de neve mantém uma camada constante ao longo do tempo que acabará por se desfazer de forma gradual. Na camada considerada, esta deve conglobar a precipitação da neve, o estudo da deslocação da neve por força do vento ou pelas características geométricas da cobertura, por parâmetros que serão caracterizados mais à frente.

A outra condição de análise surge quando existe precipitação excessiva, ou seja, nevões de grande intensidade. A ocorrência destas condições excecionais pode originar grandes deslocamentos de massas de neve na cobertura podendo provocar o seu derrube. Assim esta condição é analisada como uma ação acidental.

Para o caso em estudo, como já foi referido, a sua localização será no Distrito de Leiria. Zona esta que segundo a norma, situa-se na Zona 2 do território português, como se pode observar na Figura 9. A distribuição de divisões está associada ao coeficiente de probabilidade de ocorrência de neve, existindo assim diferentes valores de coeficiente dependendo da zona.

Valores de Coeficientes para cada zona: Zona Z1: Cz = 0,30;

Zona Z2: Cz = 0,20; Zona Z3: Cz = 0,10.

Figura 9 - Distribuição do coeficiente da zona para território nacional [10].

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Quanto maior a altitude do edificado, maior será o valor característico da ação da neve ao nível do solo. A localização situa-se mais concretamente em Santa Catarina da Serra a uma altitude de 350 m, em relação ao nível do mar. Assim, o cálculo do valor característico da carga da neve ao nível do solo é achado pela expressão 1.

=��. [ +

5

]

(1)

Onde:

Sk=Valor característico da carga da neve ao nível do solo; Cz=Coeficiente dependente da zona;

H=Altitude do local do edifício, em metros.

A resultante da equação anterior é igual a 0,298 kN/m2.

Para calcular a carga da neve na cobertura precisamos de ter em conta os seguintes parâmetros. O coeficiente de forma da carga da neve, este varia consoante o tipo de cobertura que o edificado possui e o ângulo de inclinação da cobertura relativamente ao plano horizontal. No caso em estudo a cobertura não é regular, pois existe um nível superior fazendo com que a cobertura do rés-do-chão esteja em contacto com uma construção mais alta. Assim, o coeficiente de forma é dado pela expressão 2.

µ

2=

µ

S

+ µ

w (2)

Onde:

µS – Coeficiente de forma para a carga da neve tendo em conta o deslizamento da neve na cobertura vizinha;

Para α > 15º, µS é determinado a partir de uma carga adicional igual a 50% da carga total máxima da neve na vertente adjacente da cobertura superior.

µw – Coeficiente de forma para a carga da neve devido ao vento.

Quanto ao cálculo do coeficiente de forma para a carga da neve tendo em conta o deslizamento da neve na cobertura vizinha, e tendo em conta um ângulo de inclinação de 22,5º, é assim caracterizado pela expressão 3.

µS = µ1 x 1,5 (3)

A Tabela 2 indica os valores de coeficiente de forma para a carga de neve, relativamente ao seu deslizamento na superfície da cobertura.

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Tabela 2 - Coeficientes de forma para a carga da neve. [10]

Ângulo de inclinação da vertente α 0º ≤ α ≤ 30º 30º ≤ α ≤ 60º α ≥ 60º

µ1 0,8 0,8(60 - α)/30 0,0

Uma vez que a moradia possui uma pequena platibanda na zona frontal do edifício, bem como dois terraços que impede assim o deslizamento da neve para o solo, considerou- se que o seu coeficiente de forma é igual a 1,0 fazendo com que o seu resultado final por estar em contacto por uma cobertura vizinha mais alta seja igual a 1,5.

Através da expressão 4 determina-se o coeficiente de forma para a carga da neve devido ao vento.

µw =

b + bh

Ɣℎ (4)

Onde:

γ – Peso volúmico da neve, o qual, para efeitos deste cálculo, poderá ser considerado igual a 2 kN/m3.

b1 e b2 – comprimento horizontal da cobertura do nível superior e inferior.

Figura 10 - Coeficiente de forma para carga da neve nas coberturas em contacto com construções mais altas [10].

Para o edificado em estudo, os valores de b1 e b2 conforme a Figura 10 são, 9,15 m e 6,30 m, respetivamente, contendo uma altura h, de 2,70 m. O resultado final para o coeficiente de forma para a carga da neve devido ao vento é assim de 2,86, sendo este valor inferior ao coeficiente regulamentar que é de 18,12.

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A extensão do deslocamento da neve é calculada pela expressão 5.

lS = 2h (5)

Assim, a extensão do deslocamento da neve é de 5,4 m.

Através dos valores achados já é possível calcular o coeficiente de forma para a carga da neve tendo em conta o deslizamento da neve na cobertura vizinha que era caracterizado pela expressão 2. O seu resultado final é igual a 4,36.

O tipo de exposição a que a cobertura está sujeita é um fator importante, pois o vento pode alterar a disposição da neve na cobertura assim como a sua geometria. Na Tabela 3 estão expostos os valores recomendados para o coeficiente de exposição Ce relativamente à topografia de exposição ao vento.

Tabela 3 - Valores recomendados de coeficiente de exposição ao vento. [10]

Topografia da cobertura Ce

Topografia exposta ao vento – Zonas planas, sem obstáculos e exposto

de todos os lados, sem ou com pouco abrigo conferido pelo terreno, por

construções mais altas ou por árvores. 0,8

Topografia normal – Zonas nas quais não há uma remoção significativa

da neve pelo vento, devido à configuração do terreno, à existência de

outras construções ou de árvores. 1,0

Topografia abrigada – Zonas tais que a construção em causa fica a um

nível consideravelmente mais baixo que o terreno circundante ou que está

rodeada por árvores altas e/ou por outras construções mais altas. 1,2

Para o caso em estudo este apresenta uma topografia normal, tendo assim o valor recomendado de coeficiente de exposição ao vento de 1,0.

Outro coeficiente a ter em conta, é o coeficiente térmico Ct, pois se a cobertura possuir mecanismos de aquecimento ou se for uma cobertura envidraçada, através do fluxo ascendente de calor o seu coeficiente térmico tende a ser mais reduzido uma vez que existe menos carga de neve no seu topo. Assim, se não existir nenhum caso que provoque a redução do coeficiente térmico este deve possuir o valor de 1,0.

Contendo já os parâmetros necessários para calcular a carga da neve na cobertura, este pode ser achado pela expressão 6.

� = µ × � × �� × � (6)

Conforme a expressão 6, os coeficientes de forma para a carga da neve µi, no caso em estudo, assume o valor 1,0 para zonas afastadas do contacto de construções mais altas e 4,36

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junto a estas. Assim o resultado final da carga da neve é de 0,3 kN/m2 distribuído no plano horizontal em toda a cobertura do edifício exceto, na zona junto à construção mais alta que é de 1,3 kN/m2, sendo esta uma carga triangular com um comprimento de 5,4 m.

Cálculo da ação do Vento

Segundo Eurocódigo 1 [11], a ação do vento em caso de construções fechadas, atua diretamente em forma de pressão, nas superfícies exteriores e de forma indireta sobre as superfícies interiores.

Essa pressão pode traduzir-se pelo valor de referência, vb, que exprime a direção do vento e o coeficiente de razão, que são parâmetros unitários. Para os valores de referência, a sua probabilidade de serem excedidos equivale a um período médio de retorno igual a 50 anos. Assim, o valor básico de velocidade de referência do vento é referente à zona da construção do edificado.

O continente nacional está dividido em duas zonas, zona A e zona B, com valores de base de referência do vento de 27 m/s e 30 m/s, respetivamente, sendo a localização do edifício em estudo situada na zona A.

A rugosidade do terreno também é um dado a ter em conta, na Tabela 4 é possível observar os valores indicados para o comprimento de rugosidade, z0, e a altura mínima, zmin, para a categoria de rugosidade do terreno.

Tabela 4 - Categoria de terreno e respetivos parâmetros. [11]

Categoria do terreno Z0 (m) Zmin (m)

0 – Mar ou zona costeira exposta aos ventos de mar 0,003 1 I – Lagos ou zonas plana e horizontal com vegetação

negligenciável e livre de obstáculos 0,01 1

II – Zona de vegetação rasteira, tal como erva, e obstáculos isolados (árvores, edifícios) com separações entre si de, pelo menos, 20 vezes a sua altura

0,05 2

III – Zona com uma cobertura regular de vegetação ou edifícios, ou com obstáculos isolados com separações entre si de, no máximo, 20 vezes a sua altura (por exemplo: aldeias, zonas suburbanas, florestas permanentes)

0,3 5

IV – Zona na qual pelo menos 15% da superfície está coberta por

19

Para o caso em estudo, este situa-se a uma categoria de terreno de nível III, contendo assim um comprimento de rugosidade de 0,3 m e uma altura mínima de 5 m.

Através da expressão 7 ou 8, consoante a altura do edifício, é possível determinar o seu coeficiente de rugosidade, Cr, que depende da altura do edifício acima do solo e da categoria do terreno. Para Zmin ≤ Z ≤ Zmáx: Cr (z) = kr.ln (� � ) (7) Para Z ≤ Zmin: Cr (z) = Cr (Zmin) (8) Kr = 0,19 �� � ,�� ^ , (9) Onde:

Zmin e Z0 – consoante a categoria do terreno; Z0,II – considerado 0,05;

Zmáx – considerado 200 m.

A altura do edifício no caso em estudo varia consoante o seu alçado, para o alçado sudeste a sua altura é de 11 m, uma vez que é permitido o acesso pela cave ao interior da moradia, os restantes três alçados a altura é de 8 m. Através destas diferenças de altura, existem então diferentes coeficientes de rugosidade. Assim, para o lado sudeste o resultado do coeficiente de rugosidade é de 0,776 e nos restantes alçados de 0,707.

Com o coeficiente de orografia, c0, geralmente considerado igual a 1,0, e através da expressão 10, determina-se a velocidade média do vento, vm, a uma altura z acima do solo.

vm (z) = cr (z) . c0 (z) . vb (10)

Assim, para a velocidade média a uma altura de 8 m, corresponde a 19,10 m/s, enquanto para uma altura de 11 m corresponde a 20,95 m/s.

Para determinar a intensidade de turbulência à altura z, Iv (z), este resulta da divisão entre o desvio padrão da turbulência, σv, e a velocidade média do vento, calculando o desvio padrão pela expressão 11.

20 Onde:

kI – Coeficiente de turbulência, considerado igual a 1,0;

Tendo já os parâmetros necessários para a determinação da intensidade de turbulência à altura z, esta é estabelecido pela expressão 12 ou 13, consoante a altura do edifício.

Para Zmin ≤ Z ≤ Zmax

Iv (z) = �� �� � = � � � .ln �/�

(12) Para Z < Zmin

I

v

(z) = I

v

(z

min

)

(13)

Com os parâmetros encontrados anteriormente, estão reunidas as condições para determinar a pressão dinâmica de pico à altura z, qp(z), que está exposta na expressão 14.

qp(z) = [1 + 7 . Iv(z)] . . ρ .vm2(z) (14) Onde:

ρ – Massa volúmica do ar, considerado 1,25 kg/m3.

Assim, para o caso em estudo, o valor da pressão dinâmica de pico para o alçado sudeste tem uma pressão de 0,78 kPa, e nos restantes alçados da moradia a pressão é de 0,69 kPa.

A pressão dinâmica do vento varia ao longo altura do edifício, sendo que essa variação é sempre crescente consoante o aumento de altura. Dessa forma, para edifícios com grandes alturas é necessário corrigir a pressão dinâmica de pico.

O caso em estudo é de baixa altura sendo que a sua pressão dinâmica do vento não se irá alterar ao longo da sua fachada, o mesmo não acontecerá ao longo do edificado dado que a pressão nas paredes exteriores varia consoante o seu comprimento, como se pode verificar pela Figura 11.

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Figura 11 - Zonamento em paredes verticais para ação do vento. ([11], adaptado)

Na Tabela 5 estão estipulados valores recomendados do coeficiente de pressão exterior para fachadas de edifícios de plantas regulares. Através de uma relação entre a altura do edificado e o comprimento que o edifício apresenta relativo ao sentido do vento, é possível determinar o comprimento das zonas que tem diferentes variações de coeficientes de pressão exterior nas paredes verticais. Assim temos os seguintes casos:

Alçado Sudeste:

, = 0,507 ≈ 0,51 Alçado Sudoeste , = 0,3687 ≈ 0,37

Alçado Nordeste = 0,47 Alçado Noroeste = 0,47

Tabela 5 - Valores de coeficientes de pressão exterior para paredes verticais com coeficientes globais. ([11], adaptado)

Zona A B C D E

h/d Cpe,10 Cpe,10 Cpe,10 Cpe,10 Cpe,10

5 -1,20 -0,80 -0,50 +0,80 -0,70 1 -1,20 -0,80 -0,50 +0,80 -0,50 0,51 -1,20 -0,80 -0,50 +0,74 -0,40 0,47 -1,20 -0,80 -0,50 +0,74 -0,37 0,37 -1,20 -0,80 -0,50 +0,72 -0,33 <=0,25 -1,20 -0,80 -0,50 +0,70 -0,30

22

Outro fator a ter em conta na pressão exercida pelo vento ao edificado, é o seu efeito no interior do edificado o que irá provocar alterações referente às superfícies, isto é, aos elementos, paredes exteriores e cobertura. Desta forma, a pressão interior dos edifícios podem ser positiva ou negativa, considerando positivas quando esta está com o mesmo sentido oposto ao vento e negativo quando está favorável ao vento, o que poderá agravar ou atenuar a ação. Segundo o regulamento, quando a pressão no interior é considerada positiva esta terá uma ação de +0,2 de coeficiente de pressão, e quando a pressão no seu interior é considerada negativa, esta terá uma ação de -0,3 de coeficiente de pressão. Assim, a pressão exercida pelo vento é a resultante das pressões que é exercida nas faces verticais, isto é, uma pressão atuante sobre a superfície é considerada positiva (+), enquanto uma pressão atuante de afastamento à superfície é considerada negativa (-), como se pode observar na Figura 12.

Figura 12 - Pressões exercidas em superfícies [11].

Relativamente ao caso de estudo, nas seguintes Tabelas 6, 7, 8, 9, 10 e 11 estão especificados os valores correspondentes da pressão do vento nas diferentes zonas das paredes verticais das fachadas da moradia.

Tabela 6 - Vento Sudeste (vento a 0º, sentido vento positivo, interior positivo, Pd=0,78 Kpa)

Zona A B D E Coeficientes de pressão globais -1,20 -0,80 +0,74 -0,37 Resultante total de Coeficiente pressão -1,40 -1,00 +0,54 -0,57 Pressão x Pressão dinâmica -1,09 -0,78 +0,42 -0,44 Valor total arredondado (Kpa) -1,10 -0,80 +0,45 -0,45

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Tabela 7 - Vento Sudeste (vento a 0º, sentido vento positivo, interior negativo, Pd=0,78 Kpa)

Zona A B D E Coeficientes de pressão globais -1,20 -0,80 +0,74 -0,37 Resultante total de Coeficiente pressão -0,90 -0,50 +1,04 -0,07 Pressão x Pressão dinâmica -0,70 -0,39 +0,80 -0,06 Valor total arredondado (Kpa) -0,70 -0,40 +0,80 -0,10

Tabela 8 - Vento Sudoeste (vento a 180º, sentido vento positivo, interior positivo, Pd=0,69 Kpa)

Zona A B C D E Coeficientes de pressão globais -1,20 -0,80 -0,50 +0,72 -0,33 Resultante total de Coeficiente pressão -1,40 -1,00 -0,70 +0,52 -0,53 Pressão x Pressão dinâmica -0,96 -0,69 -0,48 +0,36 -0,36 Valor total arredondado (Kpa) -1,00 -0,70 -0,50 +0,40 -0,40

Tabela 9 - Vento Sudoeste (vento a 180º, sentido vento positivo, interior negativo, Pd=0,69 Kpa)

Zona A B C D E Coeficientes de pressão globais -1,20 -0,80 -0,50 +0,72 -0,33 Resultante total de Coeficiente pressão -0,90 -0,50 -0,20 +1,02 -0,03 Pressão x Pressão dinâmica -0,62 -0,35 -0,14 +0,70 -0,02 Valor total arredondado (Kpa) -0,65 -0,35 -0,15 +0,70 -0,05

Tabela 10 - Vento Nordeste (vento a 90º, sentido vento positivo, interior positivo, Pd=0,69 Kpa) e Vento Noroeste (vento a 270º, sentido vento positivo, interior positivo, Pd=0,69 Kpa)

Zona A B C D E Coeficientes de pressão globais -1,20 -0,80 -0,50 +0,74 -0,40 Resultante total de Coeficiente pressão -1,40 -1,00 -0,70 +0,54 -0,60 Pressão x Pressão dinâmica -0,96 -0,69 -0,48 +0,37 -0,41 Valor total arredondado (Kpa) -1,00 -0,70 -0,50 +0,40 -0,45

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Tabela 11 - Vento Nordeste (vento a 90º, sentido vento positivo, interior negativo, Pd=0,69 Kpa) e Vento Noroeste (vento a 270º, sentido vento positivo, interior negativo, Pd=0,69 Kpa)

Zona A B C D E Coeficientes de pressão globais -1,20 -0,80 -0,50 +0,74 -0,40 Resultante total de Coeficiente pressão -0,90 -0,50 -0,20 +1,04 -0,10 Pressão x Pressão dinâmica -0,62 -0,35 -0,14 +0,72 -0,07 Valor total arredondado (Kpa) -0,65 -0,35 -0,15 +0,75 -0,10

Tal como nas paredes verticais, a cobertura também está dividida em zonas em que existe variação de pressões. As zonas estão assim divididas consoante o tipo de cobertura que o edifício apresenta, para o estudo em causa, este possui uma cobertura de quatro vertentes, o que irá implicar uma diferença de zonas na sua cobertura como se pode observar na Figura 13.

Figura 13 - Zonas de variação de pressão em cobertura de quatro vertentes, [11] adaptado.

Na Tabela 12, está expresso os coeficientes globais e o valor de pressão a que a cobertura está sujeita consoante o seu zonamento.

Tabela 12 - Coeficientes de pressão e resultante pressão do vento na cobertura.

Zona F G H I J K L M N α = 22,5º +0,35 +0,45 +0,20 -0,45 -0,85 -0,85 -1,40 -0,70 -0,25 Resultante de Int. + +0,15 +0,25 0,00 -0,65 -1,05 -1,05 -1,60 -0,90 -0,45 Resultante de Int. - +0,65 +0,75 +0,50 -0,15 -0,55 -0,55 -1,10 -0,40 +0,05 Vento a 0º + (i +) Pd=0,78 Kpa +0,15 +0,20 0,00 -0,55 -0,85 -0,85 -1,25 -0,70 -0,35 Vento a 0º + (i -) Pd=0,78 Kpa +0,50 +0,60 +0,40 -0,15 -0,45 -0,45 -0,90 -0,35 +0,05

25 Vento a 180º + (i +) Pd=0,69 Kpa +0,10 +0,20 0,00 -0,45 -0,75 -0,75 -1,15 -0,65 -0,35 Vento a 180º + (i -) Pd=0,69 Kpa +0,45 +0,55 +0,40 -0,15 -0,40 -0,40 -0,80 -0,30 +0,05 Vento a 90º e 270º + (i +) Pd=0,69 Kpa +0,10 +0,20 0,00 -0,45 -0,75 -0,75 -1,15 -0,65 -0,35 Vento a 90º e 270º + (i -) Pd=0,69 Kpa +0,45 +0,55 +0,40 -0,15 -0,40 -0,40 -0,80 -0,30 +0,05

Cálculo da ação do Sismo

O cálculo da ação do sismo teve em consideração o Eurocódigo 8 [13].

A ação sísmica varia consoante a sismicidade da localização da estrutura, esta é descrita pelo valor de referência da aceleração máxima na base do terreno, agR. Para a análise de projeto, existem dois aspetos de exigências fundamentais a ter em conta, o seu não colapso e a sua limitação de danos. O seu não colapso diz respeito à possibilidade de a estrutura ser sujeita à ocorrência de um sísmico raro, esta, não colapsar apesar de poderem ocorrer danos estruturais significativos. Quanto à limitação de danos, este aspeto relaciona-se com a necessidade da ocorrência de um sismo relativamente frequente, em que a estrutura não sofra danos significativos.

A ação sísmica pode surgir através de duas configurações espectrais, espectro tipo 1 para sismo afastado, e espectro tipo 2 para sismo próximo. Nos dois tipos de ação sísmica, o movimento sísmico horizontal e vertical num dado ponto da superfície surge através de um espectro de resposta elástico de aceleração como se pode observar na Figura 14.

Consoante o tipo de terreno, o coeficiente do solo descreve a forma do espectro de resposta elástica, provocando assim diferentes valores dos períodos, TB, TC, TD.

26 Onde:

Se(T) – Espectro de resposta elástica;

T – Período de vibração de um sistema linear;

ag – valor de cálculo da aceleração à superfície para um terreno;

TB – limite inferior do período do patamar de aceleração espectral constante; TC – limite superior do período no patamar de aceleração espectral constante; TD – valor que define no espectro o início do ramo de deslocamento constante; S – coeficiente de solo;

η – coeficiente de correção do amortecimento com o valor de referencia η=1 para 5% de amortecimento.

Para o caso em estudo, a sua localização é próxima de leiria, o que conduz a um espectro tipo 1 de 1,5 para sismo afastado, e um espetro tipo 2 de 2,4 para sismo próximo. Quanto ao tipo de terreno caracteriza-se pelo tipo D, “Deposito de solo não coesivos de compacidade baixa a média (com ou sem alguns estratos de solos coesivos moles), ou de solos predominantemente coesivos de consistência mole a dura”. Nas seguintes Tabelas 13 e 14 estão apresentados os parâmetros de valores recomendados descrevendo os espectros de resposta elástica do tipo 1 e tipo 2.

Tabela 13 - Valores recomendados para espectros de resposta elástica de tipo 1 [13].

Tipo de Terreno S TB(S) TC(S) TD(S) A 1,0 0,15 0,4 2,0 B 1,2 0,15 0,5 2,0 C 1,15 0,20 0,6 2,0 D 1,35 0,20 0,8 2,0 E 1,4 0,15 0,5 2,0

Tabela 14 - Valores recomendados para espectros de resposta elástica de tipo 2 [13].

Tipo de Terreno S TB(S) TC(S) TD(S) A 1,0 0,05 0,25 1,2 B 1,35 0,05 0,25 1,2 C 1,5 0,10 0,25 1,2 D 1,8 0,10 0,3 1,2 E 1,6 0,05 0,25 1,2

27

A classe de importância do edificado é um fator relevante, pois existem vários tipos de construção, tendo cada uma o seu valor de utilização, isto é, na ocorrência de um sismo, há construções que se tem de manter operacionais e de utilização como o caso de escolas, hospitais, quartéis de bombeiros. As diferentes classes de importância estão assim divididas da seguinte forma como a Tabela 15 demonstra.

Tabela 15 - Classes e coeficientes de importância para os tipos de construções [13].

Classe de Importância

Tipo de construções Coef.

Importância I Edifícios de baixa importância (edifícios agrícolas). 0,8 II Edifícios correntes não pertencentes a outras categorias 1 III Edifícios de alguma importância de resistência sísmica

tendo em vista as consequências do seu colapso (escolas, instituições).

1,2

IV Edifícios de extrema importância e fundamentais de socorro a um pós-sismo (Hospitais, quartéis de Bombeiros).

1,4

O coeficiente de importância deverá ter-se em conta no cálculo das combinações sísmicas no qual irá influenciar diretamente o valor da ação sísmica. O caso em estudo trata- se de uma moradia corrente, estando assim inserida na classe de importância de segundo grau. O valor de cálculo da aceleração à superfície de um terreno do tipo A, ag, é igual ao valor de referência da aceleração máxima à superfície do terreno, agR, multiplicado pelo coeficiente de importância. Segundo a norma, o agR, para a localização de leiria é de 0,6 m/s2 e de 1,1 m/s2, para sismicidade tipo 1 e tipo 2 respetivamente.

No dimensionamento de estruturas de betão armado, tem-se em conta a sua classe de ductilidade, que esta está dividida em três classes: baixa, média e alta. A capacidade de ductilidade corresponde à capacidade de dissipação de energia garantindo um comportamento dúctil global da estrutura. Para o caso em estudo adotou-se uma classe de ductilidade baixa.

O coeficiente de comportamento é um dos parâmetros a ter em consideração no

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