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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.5 Ângulo da folhagem

4.6.1 Pré-pastejo

A massa de forragem em pré-pastejo foi avaliada considerando a matéria seca total (MST), matéria seca da folha (MSF), matéria seca da haste (MSH), matéria seca do material morto (MSMM) e relação folha/haste.

Houve efeito da altura sobre a MST (P<0,05), MSF (P<0,05) e MSH (P<0,05) (Tabela 7), não havendo efeito de época e dose de N. A maior massa de forragem – MST, MSF e MSH - foi observada na altura de entrada de 35 cm em relação à altura de entrada de 25 cm. Não houve efeito (P>0,05) de altura e dose de N sobre a MSMM, sendo observadas as médias 3821,16 e 4162,54 kg de MS/ha, respectivamente, para as alturas de 25 e 35 cm.

Tabela 7. Massa de forragem total, de folha e haste (kg de MS/ha) em pré-pastejo dos pastos de capim-marandu submetidos a estratégias de pastejo intermitente e adubação nitrogenada de dezembro de 2009 a março de 20102 Altura (cm) Pré-pastejo1 MST MSF MSH 25 9035,22 ± 476,60b 3115,98 ± 273,68b 2030,35 ± 207,54b 35 12356,00 ± 490,25a 4668,76 ± 276,12a 3553,69 ± 213,10a

1

Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste t (P<0,05); 2MST – matéria seca total; MSF – matéria seca de folha; MSH – matéria seca de haste.

Os maiores valores de massa de forragem total em pastos submetidos à altura de entrada de 35 cm podem ser explicados pelo maior intervalo entre os pastejos dos tratamentos submetidos a essa altura de entrada comparativamente àqueles dos tratamentos de 25 cm de entrada (Tabela 3). Esses maiores intervalos podem ser associados com maiores taxas de alongamento de hastes (Zeferino, 2006), que resultam em mudanças nas características estruturais do dossel como altura, comprimento da lâmina foliar e IAF, revelando a estreita relação que existe entre as características estruturais e a massa de forragem dos pastos.

Sarmento (2007) e Souza Jr. (2007) avaliando o capim-marandu e Pedreira (2006) e Nave (2007) avaliando o capim-xaraés observaram que na condição pré- pastejo, os tratamentos de 100% de IL apresentaram os maiores valores de massa de forragem relativamente aos tratamentos de 95% de IL. No entanto, devido ao menor intervalo entre pastejos para os tratamentos de 95% de IL, maior número de pastejos foi obtido durante todo o período experimental. Dessa maneira, houve compensação na massa de forragem (menor massa de forragem, porém maior número de pastejos ao longo do experimento), com massa de forragem diferenciada em relação à composição morfológica ofertada por ocasião da entrada dos animais nos pastos. Isso indica que, longos períodos de descanso não resultam, necessariamente, em elevado acúmulo de forragem e que, a forragem produzida sob essas condições pode apresentar menor valor nutritivo como resultado da alta participação de hastes e de material morto na matéria seca acumulada (Bueno, 2003; Carnevalli et al., 2006).

Para a matéria seca de folha a altura de entrada de 35 cm apresentou maior valor (4668,76 kg de MS/ha de MS) em relação à altura de entrada de 25 cm (3115,98 kg de MS/ha de MS). Pedreira (2006) avaliando o capim-xaraés observou que, em média, o tratamento 100% de IL apresentou os valores mais elevados de massa de folha no momento da entrada dos animais do que o tratamento 95% de IL.

A relação folha/haste em pré-pastejo foi afetada pela época (P<0,05) e altura de entrada (P<0,05; Tabela 8). Os pastos apresentaram maior relação folha/haste no verão I (1,66 ± 0,08) em relação ao no verão II e maior relação folha/haste (1,61 ± 0,08) na altura de entrada de 25 cm em relação à altura de entrada de 35 cm (1,35 ± 0,08) demonstrando a maior participação relativa de folhas na massa de forragem de pastos submetidos à altura de 25 cm. A massa de forragem de haste foi maior na altura de entrada de 35 cm em relação à altura de entrada de 25 cm. Pedreira (2006) observou, em média, em capim-xaraés, que o tratamento 95% de IL apresentou menor massa de haste do que o tratamento 100% de IL.

Tabela 8. Relação folha/haste em pré-pastejo dos pastos de capim-marandu submetidos a estratégias de pastejo intermitente e adubação nitrogenada de dezembro de 2009 a março de 20101

Relação folha/haste Época2 Verão I Verão II 1,66 ± 0,08a 1,30 ± 0,07b Altura (cm) 25 35 1,61 ± 0,08a 1,35 ± 0,08b 1

Médias seguidas de mesma letra, na linha, não diferem entre si pelo teste t (P<0,05); 2Verão I – dez/09-jan/10 Verão II – fev- mar/10

Durante o final da época verão II houve maior presença de hastes reprodutivas nos pastos submetidos à altura de entrada de 35 cm (Figura 17), enquanto que, nos pastos submetidos à entrada de 25 cm a maior frequência de

utilização controlou a emissão de hastes reprodutivas. Este fato pode ter influenciado na proporção de haste da produção de forragem destes tratamentos.

Figura 17. Presença de hastes reprodutivas em pastos submetidos à altura de entrada de 35 cm durante a época verão II

Tratamento 35/200 bloco IV

Apesar dos valores de IAFolhagem dos tratamentos, em média, terem sido menores na época verão I do que na época verão II (Tabela 5), a maior relação folha/haste na primeira época pode ser uma resposta da produção de massa de forragem à condição de alta precipitação pluviométrica durante esse período. A baixa luminosidade e o excesso de água fizeram com que as plantas diminuíssem seu crescimento em alongamento de haste por não haver estímulo à competição por luz, assim a proporção relativa de folhas na condição dos pastos superou a proporção de hastes. Já o fato da altura de entrada de 25 cm ter apresentado maior

relação folha/haste (1,61) em relação à altura de entrada de 35 cm (1,35) pode ser explicado pelos valores de produção de massa de forragem dos componentes folha e haste dos tratamentos (Tabela 7).

4.6.2 Pós-pastejo

A MST em pós-pastejo foi afetada pela dose de N (P<0,05) e não houve efeito de época e altura. Pastos submetidos à dose de 200 kg de N/ha apresentaram maior produção de forragem (8103,58 ± 362,89 kg/ha de MS) em relação aos pastos submetidos à dose de 50 kg de N/ha (7486,98 ± 374,17 kg de MS/ha; Tabela 9).

Tabela 9. Massa de forragem total (kg de MS/ha) em pós-pastejo dos pastos de capim-marandu submetidos a estratégias de pastejo intermitente e adubação nitrogenada de dezembro de 2009 a março de 2010

Dose de Nitrogênio (kg/ha) MSTem pós-pastejo12

50 7486,98 ± 374,17b

200 8103,58 ± 362,89a

1

Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste t (P<0,05); 2MST – matéria seca total.

Os valores de produção de matéria seca total em pós-pastejo podem ser explicados pela elevada participação de material morto na massa de forragem. Os pastos utilizados no experimento foram implantados em 1995 e, antes do início do experimento, havia grande quantidade de massa de forragem na área. Ainda no início da condução do ensaio e do emprego do manejo de pastejo proposto havia muito material morto rente ao solo. Além disso, a adubação nitrogenada acelerou os processos morfogênicos e o acúmulo de massa (balanço entre crescimento e senescência) sendo que, a dose de 200 kg de N/ha proporcionou maior acúmulo desse material.

Houve efeito da altura (P<0,05) sobre a MSF e efeito da interação época x dose de N (P<0,05). Pastos manejados à altura de entrada de 25 cm apresentaram maior quantidade de matéria seca de folha (1141,87 ± 88,20 kg de MS/ha) em

relação à altura de entrada de 35 cm (669,14 ± 88,20 kg de MS/ha; Tabela 10 e Figura 18). Com relação à interação época x dose de N não houve diferença entre as doses de 50 e 200 kg de N/ha durante verão I e verão II. No entanto, houve diferença de massa de folhas entre o verão I e verão II para pastos de capim- marandu submetidos à adubação de 50 kg de N/ha havendo maior valor de matéria seca de folha durante o verão II (Tabela 11), período em que as condições de crescimento foram melhores (Figura 2). A maior massa de forragem de folhas possibilitou rebrotação mais vigorosa dos pastos e maior número de ciclos de pastejo para a altura de entrada de 25 cm (Tabela 2).

Tabela 10. Massa de forragem de folha (kg de MS/ha) em pós-pastejo dos pastos de capim-marandu submetidos a estratégias de pastejo intermitente e adubação nitrogenada de dezembro de 2009 a março de 2010

Altura (cm) MSFemPós-pastejo12

25 1141,87 ± 88,20ª

35 669,14 ± 88,20b

1Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste t (P<0,05; 2MSF – matéria seca de folha.

Tabela 11. Massa de forragem de folha (kg de MS/ha) em pós-pastejo dos pastos de capim-marandu submetidos a estratégias de pastejo intermitente e adubação nitrogenada de dezembro de 2009 a março de 20101

Dose de Nitrogênio (kg/ha) MSFem Época23 Verão I Verão II 50 709,71 ± 106,61Ab 1076,10 ± 106,61Aa 200 877,51 ± 102,18Aa 958,69 ± 102,18Aa

1Médias seguidas de mesma letra minúsculas, na linha, e maiúsculas, na coluna, não diferem entre si pelo teste t (P<0,05); 2Verão I – dez/09-jan/10 Verão II – fev-mar/10; 3MSF – matéria seca de folha.

Figura 18. Resíduo (15 cm) pós-pastejo de pastos submetidos à altura de entrada de 25 cm (a) e de 35 cm (b)

Houve efeito da interação época x altura (P<0,05) sobre a matéria seca de haste (MSH) em pós-pastejo (Tabela 12). Durante a época verão I a altura de entrada de 35 cm apresentou maior valor de massa de forragem de haste (2372,04 ± 152,42 kg de MS/ha) em relação à altura de entrada de 25 cm (2372,04 ± 152,42 kg de MS/ha). Nave (2007) observou que o resíduo de 15 cm acompanhado de maior frequência de desfolhação (95% IL) proporcionou menor proporção de hastes (5%) em capim-xaraés. Na época verão II não houve diferença (P>0,05) entre a produção de massa de forragem de haste das duas alturas de entrada. Quando foi feita a comparação entre épocas, observou-se diferença na MSH nos pastos manejados na altura de entrada de 25 cm demonstrando que estes apresentaram aumento da participação de hastes na época verão II, porém, não diferiram da altura de 35 cm nesta época.

Tabela 12. Massa de forragem de haste (kg de MS/ha) em pós-pastejo dos pastos de capim-marandu submetidos a estratégias de pastejo intermitente e adubação nitrogenada de dezembro de 2009 a março de 20101

Altura (cm) MSH em Época23 Verão I Verão II 25 1730,67 ± 148,35Bb 2340,10 ± 152,42Aa 35 2372,04 ± 152,42Aa 2261,43 ± 148,35Aa 1

Médias seguidas de mesma letra minúsculas, na linha, e maiúsculas, na coluna, não diferem entre si pelo teste t (P<0,05);

2

Verão I – dez/09-jan/10 Verão II – fev-mar/10; 3MSH – matéria seca de haste.

Houve efeito da altura (P<0,05) sobre a produção de matéria seca proveniente de material morto das pastagens e da interação época x dose de N (P<0,05; Tabelas 13 e 14). A altura de entrada de 35 cm apresentou maior valor de MSMM (4936,97 ± 209,87 kg de MS/ha) em relação à entrada de 25 cm (4114,36 ± 209,87kg de MS/ha). Este fato pode ser explicado pela maior participação de hastes na produção de massa de forragem e pelo intervalo de pastejos. Quanto maior o intervalo de pastejos, mais tempo haverá para que a comunidade de plantas possa repor as reservas utilizadas na geração do novo dossel. Dependendo do quão maior for esse intervalo, permitindo que o dossel chegue a interceptar quase toda a luz incidente, principalmente em plantas forrageiras tropicais, pode ocorrer o alongamento de colmos, alterando a dinâmica de acúmulo e gerando aumento na massa de forragem do resíduo (Da Silva & Sbrissia, 2001).

Com relação à interação, não houve diferença entre as doses de N na época verão I, no entanto, na época verão II houve diferença entre as doses de N na produção de MSMM, provavelmente, pelo maior ritmo morfogênico proporcionado pela maior dose de nitrogênio. Entre a época verão I e verão II a dose de 50 kg/ha de N apresentou diferença na produção de massa de forragem de material morto com maior valor na época verão I (5015,49 ± 286,29 kg de MS/ha). Houve inversão na produção dos componentes morfológicos nos pastos submetidos à dose de 50 kg de N/ha durante as épocas avaliadas. A proporção de material morto diminuiu da época verão I para a época verão II, enquanto que a proporção de folha e o IAFolhagem aumentaram, provavelmente, pela maior participação de área foliar. Esse fato pode estar relacionado com a distribuição do nitrogênio, uma vez que, a dose de 50 kg de N/hafoi única e ocorreu no mês de janeiro, enquanto que a dose

de 200 kg de N/ha foi parcelada em três vezes, de janeiro a março (Tabela 1), proporcionando estímulo mais duradouro ao processo morfogênico. Apesar dos efeitos positivos da adequada disponibilidade de N sobre as variáveis morfogênicas, altas disponibilidades desse nutriente podem determinar menor densidade populacional de perfilho na pastagem, devido ao mais rápido desenvolvimento do IAF e ao aumento na mortalidade dos perfilhos (Nabinger, 1997). Diante deste fato, provavelmente, os pastos submetidos à dose de 50 kg de N/ha,por apresentarem menor MSMM, na época verão II tiveram menor perda de forragem por senescência.

Tabela 13. Massa de forragem de material morto (kg de MS/ha) em pós-pastejo dos pastos de capim-marandu submetidos a estratégias de pastejo intermitente e adubação nitrogenada de dezembro de 2009 a março de 20101

Altura (cm) MSMMem Pós-pastejo23

25 4114,36 ± 209,87b

35 4936,97 ± 209,87a

1Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste t (P<0,05); 2Verão I – dez/09-jan/10 Verão II –

fev-mar/10; 3MSMM – matéria seca de material morto.

Tabela 14. Massa de forragem de material morto (kg de MS/ha) em pós-pastejo dos pastos de capim-marandu submetidos a estratégias de pastejo intermitente e adubação nitrogenada de dezembro de 2009 a março de 20101 Dose de Nitrogênio (kg/ha) Época2 Verão I Verão II MSMM3 50 5015,49 ± 286,29Aa 3654,76 ± 286,29Bb 200 4890,48 ± 274,90Aa 4541,94 ± 274,90Aa 1

Médias seguidas de mesma letra minúsculas na linha, e maiúsculas, na coluna, não diferem entre si pelo teste t (P<0,05);

2

Verão I – dez/09-jan/10 Verão II – fev-mar/10; 3MSMM - matéria seca de material morto.

A relação folha/haste em pós-pastejo foi afetada pela interação época x altura x dose de N (P<0,05; Tabela 15). Durante a época verão I a altura de entrada de 25 cm apresentou maior relação folha/haste na dose de 200 kg de N/ha (0,69 ± 0,04) em relação à dose de 50 kg de N/ha (0,51 ± 0,04). Esse fato pode ser explicado pela

maior participação do componente folha no resíduo pós-pastejo em pastos submetidos à dose de 200 kg/ha de nitrogênio. Já na época verão II a altura de entrada de 25 cm apresentou maior valor da relação folha/haste em pastos submetidos à dose de 50 kg/ha de N. Esse resultado corrobora com o aumento de massa de forragem de folha nesta dose (Tabela 11). Tanto dentro quanto entre as épocas verão I e verão II não houve diferença na relação folha/haste entre as doses de N na altura de entrada de 35 cm. Pastos submetidos a essa altura apresentaram menor produção de folha e não variaram a produção de haste entre as duas épocas avaliadas (Tabela 10 e 12), provavelmente, devido a estes fatores não houve diferença significativa na relação folha/haste nas pastagens mantidas nesta altura meta.

Tabela 15. Relação folha/haste em pós-pastejo dos pastos de capim-marandu submetidos a estratégias de pastejo intermitente e adubação nitrogenada de dezembro de 2009 a março de 20101

Dose de Nitrogênio (kg/ha) Época2 Verão I Verão II Altura (cm) Altura (cm) 25 35 25 35

50 0,51 ± 0,04cd 0,25 ± 0,08e 0,79 ± 0,04a 0,34 ± 0,05e 200 0,69 ± 0,04ab 0,28 ± 0,07e 0,66 ± 0,04b 0,28 ± 0,07de

1Médias seguidas de mesma letra diferente, não diferem entre si pelo teste t (P<0,05); 2Verão I – dez/09-jan/10 Verão II –

fev-mar/10.

4.7 Distribuição espacial dos componentes morfológicos e botânicos ao longo

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