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Praça Clementino Procópio, em 1940, nela notamos o uso da praça por pessoas

REMODELANDO A CIDADE DE CAMPINA GRANDE: O desenvolvimento econômico e urbanístico

Foto 4: Praça Clementino Procópio, em 1940, nela notamos o uso da praça por pessoas

pousando para fotografia, uso da mesma como cenário fotográfico, bem como ao fundo observamos pessoas sentadas a conversar, mostrando que o espaço era utilizado para encontros e conversações. (SYLVESTRE, 1993, p. 46).

Na ocasião da inauguração deste espaço um espetáculo foi montado, dando mais brilho ao lugar. Foi também comemorado, nesse instante, o primeiro aniversário da interventoria de Argemiro de Figueiredo, sob o comando de Vergniaud Vanderley que já havia sido nomeado prefeito da cidade, em 1936. O jornal A União abriu espaço para mostrar como ocorreu o cerimonial de inauguração, mencionando que durante o ato o mais novo prefeito se encontrava ausente da cidade e que Almeida Barreto secretário da prefeitura no momento conduziu o ato de celebração, fazendo as honras e discursando sobre a importância da obra realizada. Como vemos na nota enviada pela sucursal do jornal A União e publicada em 4 de fevereiro de 1936, o evento contou com a presença de autoridades locais, que tinham nesses momentos a oportunidade de serem vistos e ouvidos, sendo o espetáculo animado pela banda de música municipal.

CAMPINA GRANDE (Da succursal)

Inauguração da praça “Clementino Procópio”- Em homenagem ao 1º

anniversario da administração do Governador Argemiro de Figueirêdo, foi inaugurada a praça “Clementino Procópio”, construída na gestão do ex- prefeito Bento de Figueirêdo.

Estando ausente o prefeito Vergniaud, o secretario da prefeitura Almeida Barreto, devidamente autorizado, após fazer calorosa alocução sobre o acontecimento do dia, e as referencias mais lisongeiras á administração municipal do Sr. Bento de Figueiredo, convidou este proclamar inaugurada a mencionada praça.

Quanto ao 1º anno administrativo do governador Argemiro de Figueiredo, longamente discorreu o secretario Almeida Barretto, pondo em relevo a figura do illustre campinense que tem dado realce ao já tão erguido nome da Parahyba.

A banda de musica da Prefeitura Municipal tocou durante o acto, ficando a praça aberta á população, que, até alta noite, freqüentou aquele logradouro publico.

Esteve presente ao acto em nome da família, o dr. Severino Procópio que agradeceu a lembrança de se dar o nome do seu progenitor á nova praça. (A UNIÃO, 4 de fev. de 1936)

No ato inaugural a praça foi apresentada como espaço importante. Nessa perspectiva, desejamos concluir esse item destacando que a mesma tornou-se um lugar de memória uma vez que através dela encontramos fragmentos de depoimentos a respeito da cidade que alguns intelectuais e artistas escreveram, conforme anexos 1 e 2 deste estudo.

2.1.2- Modernização e monumentos: reforma de ruas, construção de edifícios em Campina Grande

Com seu projeto de embelezamento da cidade, Vergniaud Vanderley foi aos poucos desenvolvendo seu plano de reforma urbana. No espaço de tempo de 1935 a novembro de 1937, vemos que o seu empenho administrativo, buscou implantar na cidade o telefone automático, o Grande Hotel e remodelar as ruas da cidade.

Na visão do cônego Matias Freire, as administrações de “Bentinho”, como se referia a Bento Figueiredo, e de Vergniaud Vanderley corroboraram para o desenvolvimento campinense, por empreender importantes inovações de necessidade na cidade, como declarou ao Jornal A União em 1939.

[...] Pretendia chegar até lá. Sinto como paraibano o dever de me referir a elas encarando-as, aliás, sem preconceitos, como costumo fazer sempre que me externo sobre a operosidade das administrações municipais da minha querida Paraíba. O Estado Novo, presidido pelo eminente brasileiro Dr. Getúlio Vargas, incontestavelmente veio imprimir um acelerado rítimo de progresso á nossa existência municipal, não se deve negá-lo. Noto que por toda parte existe uma viva preocupação de trabalho nos setores municipais da Paraíba. Em referência a Campina Grande, a minha impressão, que lealmente lh‟a transmito aqui, sem nenhum ar de sermão encomendado é a de todo aquêle que trava conhecimento com as inúmeras obras novas que já foram realizadas nesta cidade, não só por administrações anteriores, como também na gestão atual de pouco mais de um ano do prefeito Bento Figueirêdo, pessoa que eu não conhecia de perto as em quem noto sensível

descortino e apreciável equilíbrio no manuseio da cousa pública. Basta que se observe que o administrado campinense, com um orçamento cuja previsão cai além de mil duzentos contos (1.200:000$000), como o que acaba de ser elaborado pelo Sr. Bento Figueirêdo, está realizando obras notáveis, entre as quais se destaca o futuro mercado público não falando no Grande Hotel, iniciado na administração Vergniaund Vanderlei, cujos serviços de revestimento interno e limpêsa externa vão adiantados. (A UNIÃO, 6 de out. de 1939, p. 1).

Vemos que na visão do religioso a construção do “Grande Hotel” simbolizava avanço e traria à cidade brilho e juntamente com a criação do mercado público, obra que seria aos seus olhos de grande importância para a economia da cidade, pois ajudaria a descongestionar as ruas centrais e centralizava a feira, o que facilitava a limpeza pública e elevaria a renda do município.

Essa obra majestosa aos olhos dos visitantes foi alvo de querelas políticas e administrativas. O município não tinha dinheiro para concluí-lo e passou ao Governo do Estado a tutela deste feito. Com a construção deste espaço procurou-se acolher a burguesia local e nacional, com o comércio crescente a cidade deveria dispor de um ambiente acolhedor e requintado para receber os comerciantes que vinham realizar as parcerias comerciais.

Neste sentido, comenta Cavalcanti (2000, p.74) que “essas ilustres figuras foram presenteadas com a construção do “Grande Hotel”, acolhendo-os condignamente, com ambiente requintado, amplo, luxuoso, uma verdadeira imagem da “urbe moderna”, desenvolvida e rica”.