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4 A APLICABILIDADE DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL NA CONTAGEM DOS PRAZOS DA LEI 11.101/2005

4.3 PRINCIPAIS PRAZOS DA LEI 11.101/2005

4.3.1 Prazos processuais

Longe de esgotar a análise de todos os prazos, aqui serão trazidos alguns dos variados prazos processuais que estão presentes na Lei de Recuperação de Empresas e Falência, ao passo que serão estabelecidos requisitos fundamentais à sua conceituação e definição como tal.

Retomando o que fora elencado no segundo capítulo desse trabalho, especificamente no tópico 2.2.2, prazos processuais são aqueles previstos em lei, processual ou não, concedidos por lei, por um juiz aos atores do processo ou até mesmo convencionado entre as partes, atrelados à realização de um ato processual, que trará consequências para a relação jurídica processual, impulsionando-a, com o fim de obter a prestação jurisdicional desejada.

Assim, é importante ressaltar ainda que o ato processual, logo, sujeito a prazo processual, não necessariamente precisa ser praticado no corpo do processo, pode ser realizado fora do seu corpo, entretanto, para ser caracterizado como tal, deve produzir efeitos no âmbito processual.239

238 WAMBIER, Teresa Arruda Alvim; LOBO, Arthur Mendes. Prazos processuais devem ser contados em dias úteis com novo CPC. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2016-mar-07/prazos-processuais-contados-dias-uteis-cpc> Acesso em: 28 abr. 2016.

239 DIDIER JR, Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo de conhecimento. 17. Ed. – Salvador: Ed. Jus Podivm, 2015, p 374.

4.3.1.1 Artigo 7º, §1º e §2º

Inicialmente cabe trazer os prazos dispostos no artigo 7º, §1º e §2º da Lei 11.101/2005 que se refere à verificação dos créditos nos processos de recuperação judicial e de falência.

A verificação e habilitação dos créditos são extremamente relevantes aos processos de recuperação judicial e de falência, tendo em vista que é a partir da relação dos créditos contra o devedor insolvente que será possível vislumbrar eventuais alternativas para recuperação da empresa ou para a sua liquidação da forma menos gravosa possível aos seus credores.

Art. 7o A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe forem apresentados pelos credores, podendo contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas.

§ 1o Publicado o edital previsto no art. 52, § 1o, ou no parágrafo único do art.

99 desta Lei, os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências quanto aos créditos relacionados.

§ 2o O administrador judicial, com base nas informações e documentos colhidos na forma do caput e do § 1o deste artigo, fará publicar edital contendo a relação de credores no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, contado do fim do prazo do § 1o deste artigo, devendo indicar o local, o horário e o prazo comum em que as pessoas indicadas no art. 8o desta Lei terão acesso aos documentos que fundamentaram a elaboração dessa relação.

O dispositivo legal define claramente o prazo de 15 (quinze) dias, contados da publicação do edital, para os credores apresentarem ao administrador judicial suas habilitações ou divergências quanto aos créditos relacionados.

É plenamente passível de dúvida à definição da natureza do prazo do §1º de modo que houve uma clara “desjudicialização” da conduta a ser praticada, ao passo de que a atuação das partes (credores) do processo ocorrerá diante da figura do administrador judicial.

No entanto, o que aparenta ocorrer nesse caso é uma delegação da legislação ao administrador para que se responsabilize pela verificação dos créditos que serão homologados judicialmente, como um auxiliar do juízo.240

Assim, mesmo sendo um ato praticado fora da bojo processual propriamente dito, a habilitação dos créditos e/ou as divergências apresentadas ao administrador judicial

240 COPPOLA JR, Ruy. Advocacia empresarial, CPC/2015 e seus reflexos na recuperação judicial de empresas. Revista dos Tribunais, São Paulo, ano 105, v. 970, p. 109-120, ago. 2016.

são condutas que, sem dúvidas, irão gerar consequências no âmbito do processo, o que conferiria aos atos praticados natureza processual e, ato contínuo, sujeitos a prazo processual.241242

Nesse sentido, Geraldo Fonseca de Barros Neto diz que a verificação dos créditos, inclusive na fase administrativa, faz parte do procedimento de recuperação judicial, parte do processo judicial e repercute efeitos no processo. O autor traz ainda o exemplo da penhora que é ato feito fora do processo, por auxiliar do juízo, mas que não lhe retira o caráter de ato processual. O mesmo acontece com o prazo ofertado a um perito para realizar uma perícia que é ato feito fora do processo, mas que também é contado em dias úteis. Desse modo, os prazos para habilitação e divergência devem ser contados em dias úteis, assim como o prazo para elaboração de uma perícia ou de penhora, por exemplo.243

Não é diferente com relação ao prazo de 45 (quarenta e cinco) dias dado ao administrador judicial para que faça publicar edital contendo a relação de credores.

Trata-se de um ato que deve ser praticado pelo administrador judicial para dar publicidade aos atos realizados no processo e informar aos interessados que os seus créditos farão ou não parte do procedimento de recuperação ou falência. O não cumprimento desse prazo pelo administrador judicial lhe gera sanções no âmbito processual.244

Ou seja, se está diante de um ato processual.

4.3.1.2 Artigos 8º, 11 e 12

Passa-se a analisar os prazos estabelecidos nos artigo 8º, 11 e 12 da Lei 11.101/2005 que também tratam das discussões creditícias, agora de maneira

241 COPPOLA JR, Ruy. Advocacia empresarial, CPC/2015 e seus reflexos na recuperação judicial de empresas. Revista dos Tribunais, São Paulo, ano 105, v. 970, p. 109-120, ago. 2016.

242 SÃO PAULO. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Processo nº

1045458-58.2016.8.26.0100 2ª Vara de Falência e Recuperações Judiciais. Processo de recuperação judicial de Comercial Papelyna De Embalagens Ltda e outros. Juiz de Direito Paulo Furtado de Oliveira Filho.

Diário de Justiça de São Paulo, 23 de maio de 2016, p. 709.

243 NETO, Geraldo Fonseca de Barros. Os prazos na recuperação judicial: contagem em dias úteis ou corridos? Disponível em: <http://emporiododireito.com.br/os-prazos-na-recuperacao-judicial/> Acesso em: 28 abr. 2017.

244 COPPOLA JR, Ruy. Advocacia empresarial, CPC/2015 e seus reflexos na recuperação judicial de empresas. Revista dos Tribunais, São Paulo, ano 105, v. 970, p. 109-120, ago. 2016.

completamente judicializada, o que acaba por não deixar dúvidas acerca da natureza processual desses prazos:

Art. 8o No prazo de 10 (dez) dias, contado da publicação da relação referida no art. 7o, § 2o, desta Lei, o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público podem apresentar ao juiz impugnação contra a relação de credores, apontando a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra a legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado.

Art. 11. Os credores cujos créditos forem impugnados serão intimados para contestar a impugnação, no prazo de 5 (cinco) dias, juntando os documentos que tiverem e indicando outras provas que reputem necessárias.

Art. 12. Transcorrido o prazo do art. 11 desta Lei, o devedor e o Comitê, se houver, serão intimados pelo juiz para se manifestar sobre ela no prazo

comum de 5 (cinco) dias.

Parágrafo único. Findo o prazo a que se refere o caput deste artigo, o administrador judicial será intimado pelo juiz para emitir parecer no prazo de 5 (cinco) dias, devendo juntar à sua manifestação o laudo elaborado pelo profissional ou empresa especializada, se for o caso, e todas as informações existentes nos livros fiscais e demais documentos do devedor acerca do crédito, constante ou não da relação de credores, objeto da impugnação.

O prazo trazido no artigo 8º da LREF é processual, ao passo que estabelece um termo inicial e final para que o comitê de credores, qualquer credor, devedor ou seus sócios ou ministério público, caso queiram, apresentem impugnação ao juiz contra a relação de credores elencadas pelo administrador judicial.

A impugnação ao quadro de credores é uma manifestação daqueles que não se conformam com o ato do devedor que incluiu no quadro de credores créditos de modo desapropriado. Trata-se de uma discordância quanto ao valor, classificação ou a alguma das características de eventual crédito que é feita no bojo do processo por meio de ato processual.245

Fazendo uma relação entre o novo Código de Processo Civil e o prazo elencado no artigo 8º da Lei 11.101/2005, se pode concluir que o prazo supramencionado tem a mesma natureza do prazo elencado no artigo 100 do novo codex, que, sem dúvidas, se trata de um prazo processual.246

O prazo do artigo 11 também não deixa dúvidas quanto à sua natureza processual, de modo que determina um lapso temporal para que os credores - partes do

245 BRANCO, Gerson Luiz Carlos. Novo CPC tem efeito nos prazos materiais

e processuais da recuperação judicial. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2016-jun-06/direito-civil-atual-cpc-efeito-prazos-recuperacao-judicial> Acesso em: 22 abr. 2017.

246 Art. 100. Deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer impugnação na contestação, na réplica, nas contrarrazões de recurso ou, nos casos de pedido superveniente ou formulado por terceiro, por meio de petição simples, a ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos autos do próprio processo, sem suspensão de seu curso.

processo - que tiveram seus créditos impugnados apresentem contestação à impugnação, ato este completamente processual.247

Assim como o prazo do artigo 12 que regulamenta um procedimento que se assemelha à réplica no processo civil comum, ao passo que oferece ao devedor e ao comitê de credores, um prazo comum para que haja manifestação acerca da contestação e documentos apresentados em sede de impugnação que trata ao artigo 11.

Ou seja, aqui se está diante do que se conceitua como: “lapso de tempo em que o ato processual pode ser validamente praticado”.248

4.3.1.3 Artigo 18

O prazo do artigo 18 da Lei 11.101/2005 também é um desses que não deixa qualquer incerteza acerca da sua natureza processual, ao passo que disciplina o tempo que o administrador judicial tem para juntar aos autos do processo o quadro-geral de credores após cumprido todo o trâmite disposto nos artigos anteriormente citados. Ou seja, praticar um ato tipicamente processual no bojo do processo.

Art. 18. O administrador judicial será responsável pela consolidação do quadro-geral de credores, a ser homologado pelo juiz, com base na relação dos credores a que se refere o art. 7o, § 2o, desta Lei e nas decisões proferidas nas impugnações oferecidas.

Parágrafo único. O quadro-geral, assinado pelo juiz e pelo administrador judicial, mencionará a importância e a classificação de cada crédito na data do requerimento da recuperação judicial ou da decretação da falência, será juntado aos autos e publicado no órgão oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, contado da data da sentença que houver julgado as impugnações.

4.3.1.4 Artigo 53

Tratados de alguns prazos processuais comuns à recuperação judicial e à falência, é hora de analisar os principais prazos processuais trazidos pela Lei 11.101/2005 no que concerne ao procedimento da recuperação judicial de empresas.

247 BRANCO, Gerson Luiz Carlos. Novo CPC tem efeito nos prazos materiais

e processuais da recuperação judicial. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2016-jun-06/direito-civil-atual-cpc-efeito-prazos-recuperacao-judicial> Acesso em: 22 abr. 2017.

248 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito processual civil e processo de conhecimento. vol 1. 55 ed. rev. e atual. Rio de Janeiro. Forense, 2014, p. 909.

É o caso do artigo 53 da LREF que prevê o prazo de sessenta dias da publicação que deferir o processamento da recuperação judicial para que seja apresentado o plano de recuperação da empresa insolvente em juízo, sob pena de convolação em falência.

Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência, e deverá conter:

Observa-se que o prazo para apresentação do plano de recuperação judicial claramente impõe à recuperanda um limite temporal para a prática de um ato processual, qual seja, a juntada do plano de recuperação ao processo, dispondo ainda de sanção pelo seu descumprimento, que é a convolação da recuperação judicial em falência.249

Além disso, o prazo disposto no artigo 53 resulta da soma dos prazos de quinze dias para habilitação dos créditos e do prazo para publicação da relação de credores elaborada pelo administrador. Paralelamente a esse prazo, correrá o prazo para apresentação do plano que é de sessenta dias da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial.250

Impondo ainda a natureza processual do ato, há ainda quem defenda que a apresentação do plano de recuperação é, no aspecto processual, um complemento à petição inicial no que se refere ao mérito da ação, por ser apresentado nos autos, por meio de advogado, e com consequências processuais.251

Assim, indubitavelmente o ato que dispõe o artigo 53 a ser praticado é processual, logo, o prazo para a sua prática é da mesma natureza, e, assim qualificado, deve ser contado em dias úteis, por força da aplicação subsidária do artigo 219 do novo Código de Processo Civil.

249 COPPOLA JR, Ruy. Advocacia empresarial, CPC/2015 e seus reflexos na recuperação judicial de empresas. Revista dos Tribunais, São Paulo, ano 105, v. 970, p. 109-120, ago. 2016.

250 AYOUB, Luiz Roberto; CAVALLI, Cássio. A construção jurisprudencial da recuperação judicial de empresas. Rio de Janeiro. Forense, 2013, p. 245.

251 NETO, Geraldo Fonseca de Barros. Os prazos na recuperação judicial: contagem em dias úteis ou corridos? Disponível em: <http://emporiododireito.com.br/os-prazos-na-recuperacao-judicial/> Acesso em: 28 abr. 2017.

4.3.1.5 Artigo 55

Não é diferente, portanto, a natureza do prazo disposto no artigo 55 da Lei 11.101/2005 que se refere à objeção ao plano de recuperação.

Art. 55. Qualquer credor poderá manifestar ao juiz sua objeção ao plano de recuperação judicial no prazo de 30 (trinta) dias contado da publicação da relação de credores de que trata o § 2o do art. 7o desta Lei.

A objeção é considerada forma específica de defesa dos credores em resistência à pretensão do devedor materializada no plano de recuperação judicial, o que torna a peça equivalente à contestação em um processo comum.252

Tal quanto dito, o prazo para objeção delimita o tempo que os credores podem, validamente, praticar ato no processo, ato este, que se praticado, obriga ao juiz a convocar a Assembleia Geral de Credores nos termos do artigo 56 da Lei 11.101/2005. Logo, tratar-se de ato tipicamente processual, sujeito, portanto, a prazo processual.253

É como também entende o autor Daniel Carnio Costa em recente artigo publicado na revista jurídica Valor Econômico.254

4.3.1.6 Artigo 56

Tem-se ainda o prazo disposto no artigo 56 da Lei de Recuperação de Empresas e Falência que impõe um lapso temporal máximo de cento e cinquenta dias para a realização da assembleia-geral de credores.

Art. 56. Havendo objeção de qualquer credor ao plano de recuperação judicial, o juiz convocará a assembléia-geral de credores para deliberar sobre o plano de recuperação.

§ 1o A data designada para a realização da assembléia-geral não excederá 150 (cento e cinqüenta) dias contados do deferimento do processamento da recuperação judicial.

252 NETO, Geraldo Fonseca de Barros. Os prazos na recuperação judicial: contagem em dias úteis ou corridos? Disponível em: <http://emporiododireito.com.br/os-prazos-na-recuperacao-judicial/> Acesso em: 28 abr. 2017.

253 COPPOLA JR, Ruy. Advocacia empresarial, CPC/2015 e seus reflexos na recuperação judicial de empresas. Revista dos Tribunais, São Paulo, ano 105, v. 970, p. 109-120, ago. 2016.

254 COSTA, Daniel Carnio. A recuperação judicial no novo CPC. Disponível em:

<http://www2.valor.com.br/legislacao/4545335/recuperacao-judicial-no-novo-cpc/> Acesso em: 26 abr.

2017.

A Assembleia Geral de Credores, já elucidada no capítulo anterior, ainda que seja um órgão da recuperação judicial, a sua convocação é ato processual, já que sua realização está vinculada ao procedimento da recuperação.255

Nesse sentido, o autor Geraldo Fonseca de Barros Neto aponta que, mesmo com enormes peculiaridades, a Assembleia Geral de Credores corresponderia a uma audiência com aspectos de mediação e conciliação, por se tratar de complemento do direito de resistência dos credores, agora de forma colegiada, para que possam deliberar acerca do plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor. 256 Além disso, o prazo estipulado pelo artigo 56 é considerado prazo impróprio, já que é dirigido ao juiz, sem qualquer sanção pelo descumprimento. A esse despeito, se trata também de prazo processual.257

Diante disso é que se diz que o prazo máximo para realização da Assembleia Geral de Credores deve ser considerado processual, tendo em vista que o artigo 56 da Lei 11.101/2005 estipula tempo para a prática de ato no processo, não restando, portanto, qualquer incerteza acerca da natureza processual do ato e, consequentemente, do prazo a que se sujeita.

Corroborando o quanto exposto neste tópico, cabe transcrever parte de uma das primeiras decisões acerca desse tema que instituiu a contagem dos prazos aqui mencionados em dias úteis:

Com o advento do novo CPC, que estabelece a contagem dos prazos em dias úteis (art. 219), e não havendo na LRF uma regra específica sobre contagem de prazos em dias corridos, o novo regime geral é o que deve ser aplicado aos atos do procedimento da recuperação judicial, por força do art. 189 da LRF. Logo, serão observados os seguintes prazos: 15 dias úteis para habilitações de crédito; 45 dias úteis para o administrador judicial apresentar sua relação de credores; 60 dias úteis para apresentação do plano; 30 dias úteis para objeção ao plano; e 150 dias úteis para a realização da AGC.258

255 NETO, Geraldo Fonseca de Barros. Os prazos na recuperação judicial: contagem em dias úteis ou corridos? Disponível em: <http://emporiododireito.com.br/os-prazos-na-recuperacao-judicial/> Acesso em: 28 abr. 2017.

256 NETO, Geraldo Fonseca de Barros. Os prazos na recuperação judicial: contagem em dias úteis ou corridos? Disponível em: <http://emporiododireito.com.br/os-prazos-na-recuperacao-judicial/> Acesso em: 28 abr. 2017.

257 COPPOLA JR, Ruy. Advocacia empresarial, CPC/2015 e seus reflexos na recuperação judicial de empresas. Revista dos Tribunais, São Paulo, ano 105, v. 970, p. 109-120, ago. 2016.

258 SÃO PAULO. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Processo nº

1045458-58.2016.8.26.0100 2ª Vara de Falência e Recuperações Judiciais. Decisão de deferimento do

processamento de recuperação judicial de Comercial Papelyna De Embalagens Ltda e outros. Juiz de Direito Paulo Furtado de Oliveira Filho. Diário de Justiça de São Paulo, 23 maio 2016, p. 709.

E ainda, importante trazer o que diz a recente decisão que deferiu o processamento da recuperação judicial da PDG REALTY S.A. e suas empresas controladas que caminha no mesmo sentido da decisão acima:

Nesse sentido, tem-se que todos os prazos processuais previstos na Lei nº 11.101/05, previstos em dias, deverão ser contados em dias úteis. Assim, por exemplo, devem ser contados em dias úteis os prazos para habilitação e/ou divergência administrativa (art. 7º, §1º, LRF 15 dias); para o administrador judicial apresentar a relação de credores (art. 7º, §2º da LRF 45 dias); para apresentação de habilitações e/ou impugnações judiciais (art.

8º, "caput", LRF 10 dias). Também devem ser contados em dias úteis os prazos de 05 dias previstos na regulação do procedimento das impugnações de crédito (arts. 11 e 12 da LRF); o prazo de 05 dias para publicação do quadro geral de credores (art. 18, §único, LRF); o prazo de 60 dias para que a recuperanda apresente o plano de recuperação judicial;

e o prazo de 30 dias para apresentação de objeções ao plano, previsto no art. 55, "caput", da LRF. O prazo máximo para realização da AGC é considerado processual, vez que estipula tempo para a prática de ato no processo. Portanto, o prazo de 150 dias previsto no art. 56, §1º da LRF também deve ser contado em dias úteis.259

Sendo assim, os atos aqui especificados, em se tratando de atos processuais, mesmo aqueles praticados fora dos autos do processo, os prazos para a sua realização deverão ser contados em dias úteis, na forma do artigo 219 do novo Código de Processo Civil.