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Preceitos utilizados no julgamento do teor de fluoreto nas águas de

4. REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE OCORRÊNCIA DE FLUORETO NA

4.4. Resultados e Discussão

4.4.2. Descrição dos trabalhos selecionados

4.4.2.8. Preceitos utilizados no julgamento do teor de fluoreto nas águas de

Os tipos de julgamento utilizados para análise do teor de fluoreto nas águas de abastecimento para consumo humano foram adaptados do trabalho de Venturi (2014), sendo eles: dicotômico, tricotômico e multinomial e o julgamento média. O tipo de julgamento “média” não é proveniente do trabalho de Venturi (2014), mas foi acrescido neste trabalho. O tipo de julgamento dicotômico se dá quando há distribuição das amostras em duas classes (adequado/inadequado; aceitável/inaceitável); tricotômico, quando a classificação se dá em três níveis (abaixo do nível ótimo/nível ótimo/acima do nível ótimo ou abaixo do aceitável/aceitável/acima do aceitável); multinomial quando a classificação abarca mais de três categorias ou para classificações que tratem de combinações risco-benefício; média quando os valores apresentados são os de nível médio de fluoreto.

A Figura 4.30 traz os tipos de julgamento utilizados na medição do teor de fluoreto nos trabalhos selecionados para a revisão sistemática dos níveis de fluoreto nas águas de abastecimento para consumo humano no Brasil. A listagem completa dos trabalhos encontra-se no Apêndice C, item 32.

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Figura 4.30. Tipos de julgamento utilizados na medição do teor de fluoreto nos trabalhos selecionados para a revisão sistemática dos níveis de fluoreto nas águas de abastecimento para consumo humano no Brasil.

Dentre os trabalhos selecionados, (N=20; 33,3%) pertencem ao tipo de julgamento dicotômico. O tipo de julgamento tricotômico abarca (N=22; 36,7%) dos estudos selecionados. O julgamento multinomial foi presente em (N=10; 16,7%) dos estudos. O tipo de julgamento média se deu em (N=8; 13,6%) dos trabalhos. Os estudos de Peixoto et al. (2012), Paredes, Sampaio e Forte (2012) e Santos, C. et al. (2012) fizeram uso de mais de um tipo de julgamento, sendo eles tricotômico e multinomial.

Quanto aos níveis de fluoreto na água de abastecimento para consumo humano, foram localizados os seguintes critérios de julgamento (legais e de literatura): Portaria n° 635/Bsb de 1975; Portaria n° 36/MS/GM de 1990; CECOL/USP (2011); Resolução SS 65 de 2005; Portaria 1469/GM de 2000; Portaria MS n° 518/2004; Portaria nº 10/99 SES/RS; Resolução SS 250 de 1995 de São Paulo; Literatura/critério próprio; critério não especificado. Ressalta-se que as Portarias MS n° 518/2004, Portaria 1469/GM de 2000 e Portaria n° 36/MS/GM de1990 foram revogadas pela Portaria MS n° 2914/2011 e mantiveram os mesmos valores desta em termos de fluoreto. Logo estas três portarias foram representadas nos trabalhos pela Portaria MS n° 2914/2011.

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A Figura 4.31 traz os critérios utilizados no julgamento dos teores de fluoreto nos trabalhos selecionados para a revisão sistemática dos níveis de fluoreto nas águas de abastecimento para consumo humano do Brasil. A listagem completa dos trabalhos encontra-se no Apêndice C, item 33.

Figura 4.31. Critérios utilizados no julgamento dos teores de fluoreto nos trabalhos selecionados para a revisão sistemática dos níveis de fluoreto nas águas de abastecimento para consumo humano no Brasil.

Sendo: RES SS 65/05 = Resolução SS 65 de 2005; PT 635/75 = Portaria nº 635/Bsb de 1975; CEC/11 = Consenso Técnico CECOL-USP/2011; PT 2914/11 = Portaria MS n° 2914/2011; PT 10/99 = Portaria nº 10/99 SES/RS; RES 250/95 = Resolução SS 250 de 1995 de São Paulo; LIT/CP = Literatura/Critério próprio; NE = Critério não especificado.

Dentre os estudos coletados, (N=14; 21,9%) utilizaram como critério de julgamento do teor de fluoreto nas águas de abastecimento para consumo humano a Portaria n° 635/Bsb de 1975. O critério CECOL/USP (2011) foi utilizado em (N=7; 10,9%) dos trabalhos. A Portaria MS n° 2914/2011 foi utilizada em (N=7; 10,9%) dos estudos. A Portaria nº 10/99 SES/RS foi escolhida como critério de julgamento em (N=6; 9,4%) dos trabalhos. Em (N=9; 14,1%) dos estudos a Resolução SS 250 de 1995 de São Paulo foi utilizada como critério de julgamento. Critérios previstos em literatura/critério

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próprio foram utilizados para julgar (N=17; 26,6%) dos estudos. A Resolução SS 65 de 2005 foi utilizada como critério de julgamento em (N=2; 3,1%) das pesquisas. O critério de julgamento não foi especificado em (N=2; 3,1%) dos trabalhos. Seis trabalhos apresentaram mais de um critério de julgamento. Olivati et al. (2011) e Panizzi e Peres (2008) e Peixoto et al. (2012) utilizaram como critérios de julgamento a Portaria n° 635/Bsb de 1975, CECOL/USP (2011) e literatura/critério próprio. Santos, C. et al. (2012) utilizaram o critério CECOL/USP (2011) e Resolução SS 250 de 1995 de São Paulo. Paredes, Sampaio, Forte (2012) utilizaram como critérios a Portaria n ° 635/Bsb de 1975 e CECOL/USP (2011). Stancari, Dias e Freddi (2014) utilizaram a Resolução SS 250 de 1995 de São Paulo e Resolução SS 65 de 2005.

Dentre os trabalhos que utilizaram de literatura/critério próprio para julgamento dos níveis de fluoreto nas águas de abastecimento para consumo humano, Amaral, Wada e Sousa (2007) se basearam em Galagan e Vermilion (1957); Buzalaf et al. (2002) utilizaram como critério Buendia, O. C. (1996); Catani et al. (2008) se basearam em Narvai, P. C. (2000b); Lodi et al. (2006) utilizaram o critério ditado por Ramires (2004) modificado de Narvai (2002); Marmolejo e Coutinho (2010) utilizaram como critério Pazzini (2007); Moimaz et al. (2012a) utilizaram consideração próprias para julgar o nível de fluoreto; Moura et al. (2005) se basearam em Schneider et al. (1992); Olivati et al. (2011) utilizaram como critério, além da Portaria n° 635/Bsb de 1975, Frazão et al. (2011); Panizzi e Peres (2008) utilizaram como critério, além da Portaria n° 635/Bsb de 1975, Ramires (2004) modificado de Narvai (2002); Peixoto et al. (2012) utilizaram como critério, além da Portaria n° 635/Bsb de 1975, Ramires et al. (2006) e CECOL/USP (2011). Ramires (2004) utilizou critério próprio, adaptado de Narvai (2002) para julgamento dos níveis de fluoreto nas águas de abastecimento; Ramires et al. (2006) utilizaram Ramires (2004); Saliba et al. (2009) se basearam em Galagan e Vermilion (1957); Sampaio et al. (2010) utilizaram critério próprio; Silva, J. et al. (2007) utilizaram o critério proposto por Galagan e Vermilion (1957); Silva, J. et al. (2009) utilizaram Galagan e Vermilion (1957); Wambier et al. (2007) utilizaram como critério Ramires et al. (2006).

O Quadro 4.3 traz os trabalhos que utilizaram critérios próprios/baseados em literatura para o julgamento dos teores de fluoreto e a especificação destes criterios, nos trabalhos selecionados para a revisão sistemática dos níveis de fluoreto nas águas de abastecimento para consumo humano do Brasil.

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Quadro 4.3. Trabalhos que utilizaram criterios próprios/baseados em literatura para o julgamento dos teores de fluoreto e a especificação destes critérios, nos trabalhos selecionados para a revisão sistemática dos níveis de fluoreto nas águas de abastecimento para consumo humano no Brasil

Trabalho Critério de julgamento Temperatura (°C)

Concentração

(mg/L) Julgamento

Amaral, Wada e Sousa (2007); Saliba et al. (2009); Silva, J. et al. (2007); Silva, J. et al. (2009) Galagan e Vermilion (1957) 10 - 12,1 0,9 - 1,7 Adequada 12,2 - 14,6 0,8 - 1,5 14,7 - 17,7 0,8 - 1,3 17,8 - 21,4 0,7 - 1,2 21,5 - 26,2 0,7 - 1,0 26,3 - 32,5 0,6 - 0,8

Buzalaf et al. (2002) Buendia, O. C. (1996) - 0,5 - 1,0 Aceitável Catani et al. (2008) Narvai, P. C. (2000b) - 0,6 - 0,8 Adequada

Lodi et al. (2006); Panizzi e Peres (2008) Ramires (2004) modificado de Narvai (2002) - 0 - 0,55 Inaceitável 0,55 - 0,65 Sub- fluoretada 0,65 - 0,75 Ótima 0,75 - 0,85 Super- fluoretada 0,85 - 1,15 Inadequada Mais de 1,15 Inaceitável Marmolejo e Coutinho (2010) Pazzini (2007) - 0,7 - 1,0 Adequada Moura et al. (2005) Schneider et al. (1992) 27 0,6 - 0,8 Adequada Olivati et al. (2011) Frazão et al. (2011) - 0,6 - 0,8 Adequada Peixoto et al. (2012);

Wambier et al. (2007) Ramires et al. (2006) - - -

Ramires (2004) Critério Próprio, adaptado de Narvai (2002) - 0 - 0,55 Inaceitável 0,55 Teor mínimo aceitável 0,55 - 0,65 Sub-ótima 0,65 - 0,75 Ótima 0,75 - 0,85 Supra-ótima 0,84 Teor máximo aceitável 0,85 - 1,15 Inadequada Mais de 1,15 Inaceitável Ramires (2006) Ramires (2004) - - -

Sampaio et al. (2010) Critério próprio - Menos de 0,19

Concentração de F- extremamente

88 0,20 - 0,39 Concentração de F- muito baixa 0,40 - 0,59 Concentração de F- baixa 0,60 - 0,79 Concentração de F- ótima Mais de 0,8 Concentração de F- alta

Pode-se observar que é elevada a quantidade de critérios utilizados para fins de julgamento do teor de fluoretos das águas de abastecimento para consumo humano no